DI SALTA, BOLSA CAI 2% E DÓLAR VOLTA A R$ 5,17 COM INDEFINIÇÃO SOBRE EQUIPE ECONÔMICA

Blog, Cenário

Depois de uma semana de ganhos firmes, os ativos domésticos estabeleceram um modo de cautela nesta segunda-feira, na expectativa pelo desenrolar da transição de governo. Agentes relataram incômodo com a demora de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSB) em definir nomes da equipe econômica que comandará o País a partir de 2023. As especulações sobre o próximo ministro da Fazenda só crescem, com nomes como o de Fernando Haddad ganhando espaço em detrimento ao de Henrique Meirelles. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse que o trabalho da comissão de transição é que vai balizar a escolha de Lula. Segundo ele, o petista ainda "está decidindo" a equipe econômica. O debate em torno de como garantir a expansão de gastos sociais no ano que vem - se via PEC de Transição ou por meio de medida provisória de crédito extraordinário - também tem sido monitorado. Tendo esse cenário em conta, a realização de lucros se impôs, na contramão da relativa busca por risco nos mercados externos. Os juros futuros subiram mais de 20 pontos-base nos contratos intermediários e longos, com uma ajuda adicional dos Treasuries, que avançaram de olho nas declarações de dirigentes do Federal Reserve ao longo da semana. O Ibovespa perdeu mais de 2%, terminando em 115.342,40 pontos (-2,38%), com apenas 6 dos 92 papéis da carteira teórica em alta. E o dólar à vista subiu a R$ 5,1729, valorização de 2,19%. Lá fora, as bolsas de Nova York renovaram máximas na última hora da sessão, em meio à expectativa do mercado pelas eleições de meio de mandato nos Estados Unidos. O consenso das pesquisas é de que os republicanos, que geralmente adotam políticas mais pró-mercado, reassumam o comando do Congresso americano. Dow Jones ganhou 1,31%, S&P 500 avançou 0,96% e Nasdaq subiu 0,85%.

•JUROS

•BOLSA

•CÂMBIO

•MERCADOS INTERNACIONAIS

JUROS

Após encerrar a semana passada em movimento de "flattening", a curva de juros voltou a ganhar inclinação nesta segunda-feira essencialmente em razão da cautela sobre a formação da equipe econômica do novo governo e expectativa para a apresentação da PEC da Transição. Informação não oficial de que o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles teria descartado assumir novamente o cargo na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva foi o principal fator a adicionar prêmios de risco ao longo do dia. O avanço do retorno dos Treasuries, em menor medida, contribuiu para a abertura das taxas locais. Com isso, a ponta longa, que melhor reflete os riscos político, fiscal e externo, subiu bem mais do que a curta.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 voltou a rodar na casa de 13%, o que não era visto desde 21 de setembro (13,08%), fechando hoje em 13,035% (regular e estendida), de 12,938% no ajuste de sexta-feira. O DI para janeiro de 2025 terminou com taxa de 11,91% (regular) e 11,90% (estendida), de 11,72%, e a do DI para janeiro de 2027 fechou a 11,73% (regular) e 11,72% (estendida), de 11,46%.

As taxas já subiam desde a abertura nesta segunda-feira em que Lula começou efetivamente a participar da transição, após período de descanso na Bahia. A equipe lhe apresentou a proposta que pressupõe um 'waiver' para gastos acima do teto no ano que vem a fim de acomodar as principais promessas de campanha para ser avalizada. Após reuniões com parlamentares e técnicos, o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, teria defendido que tudo seja feito via Proposta de Emenda à Constituição (PEC) e não por crédito extraordinário via Medida Provisória (MP). A PEC é vista como um caminho mais seguro, apesar do desconforto de integrantes do governo eleito de iniciar o mandato já contando com a boa vontade do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Uma ala do PT estaria pressionando também para que a proposta já traga um valor fechado do extrateto, para afastar o temor fiscal no mercado, de que seja um “cheque em branco” para aumentar os gastos.

No fim da manhã, o avanço das taxas ganhou fôlego, com máximas em sequência. "Foi logo depois da notícia sobre o Meirelles, que é realmente o nome mais 'market friendly'", afirmou o estrategista da Tullett Prebon Vinicius Alves, referindo-se à informação da rádio Jovem Pan de que ele teria "descartado" ser ministro. "Meirelles propõe ideias e também é executor, sem falar na sobriedade fiscal", afirma Alves. No entanto, em entrevista ao veículo, Meirelles, quando questionado, disse "não ser candidato" a ministro, que está bem na iniciativa privada, mas também que "se sente preparado para o serviço público" e que "qualquer convite, eu analiso".

De todo modo, bastou para que as taxas abrissem quase 30 pontos em alguns contratos, dada a sensibilidade do mercado ao assunto. "Nesse momento, o que mais interessa ao mercado é saber quem será o ministro da Economia. Cabe lembrar que não consistirá em tarefa tão simples a indicação de um nome pró-mercado para a pasta, vide uma coligação vencedora extensa de nove partidos/blocos de esquerda", afirma a equipe de economistas da Meta Asset, em Carta Mensal.

Por mais que a equipe de transição afirme que tudo será feito com responsabilidade fiscal, independentemente de quem seja o escolhido, o nome de quem vai comandar a pasta, na visão do mercado, é o principal fiador da linha que será adotada. Não à toa, na sequência da notícia sobre Meirelles, o jornal O Globo trouxe que a cúpula do PT estaria pressionando pelo ex-ministro da Educação Fernando Haddad na Fazenda, o que fez o mercado piorar ainda mais. Haddad é associado a uma postura mais heterodoxa na área fiscal.

No que se refere à transição, na seara econômica, estariam sendo articulados os nomes de Pérsio Arida e André Lara Resende, idealizadores do Plano Real e considerados liberais; além de Nelson Barbosa, ex-ministro da Fazenda de Dilma Rousseff (PT) e visto como “heterodoxo” por setores do mercado.

O cenário fiscal ainda em aberto é considerado um dos grandes empecilhos a nublar o cenário para cortes da Selic no ano que vem, o que deixa a ponta curta da curva um tanto engessada. "Seguimos com o call de início dos cortes entre junho/agosto. No entanto, o BCB pode encontrar um cenário ainda mais desafiador para as expectativas de inflação a depender da evolução das propostas fiscais para 2023, que devem ficar mais claras até a próxima reunião de dezembro", afirmam os profissionais do BTG Pactual.

Do exterior, os juros dos Treasuries estavam bem comportados no início do dia, mas passaram a subir com o mercado adotando postura defensiva antes de discursos de vários membros do Federal Reserve ao longo da semana e da agenda de indicadores, que terá como destaque o índice de preços ao consumidor (CPI, em inglês) na quinta (10). No fim da tarde, a taxa da T-Note de dez anos retomava os 4,20%. (Denise Abarca - [email protected])

08:41

 Operação   Último 

CDB Prefixado 31 dias (%a.a) 13.66

Capital de Giro (%a.a) 6.76

Hot Money (%a.m) 0.63

CDI Over (%a.a) 13.65

Over Selic (%a.a) 13.65

BOLSA

O Ibovespa se inclinou a uma realização de lucros nesta abertura de semana após ter avançado 3,16% no período anterior. Hoje, cedeu 2,38%, aos 115.342,40 pontos, tendo tocado na máxima intradia da última sexta os 120 mil pontos e fechado a semana um pouco acima dos 118 mil. Nesta segunda-feira, saiu de abertura aos 118.148,47 e chegou a mostrar leve ganho na sessão, aos 118.239,86 no pico do dia, antes de se firmar em baixa, com mínima a 115.220,95 pontos perto do encerramento. O giro financeiro ficou em R$ 36,9 bilhões nesta primeira sessão da semana. No mês, o Ibovespa tem leve perda de 0,60%, e avança agora 10,04% no ano.

O mercado acompanha de perto as discussões em torno da equipe de transição e da formação do futuro governo, bem como da PEC e de medidas de passagem para a próxima administração, com foco nos efeitos fiscais. Com Henrique Meirelles em baixa nas apostas para a Fazenda, e Fernando Haddad em alta, os investidores em ações optaram por colocar dinheiro no bolso nesta segunda-feira, positiva no exterior, realizando por aqui parte dos lucros acumulados na semana que sucedeu a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Embora se reconheça que o próximo ocupante do ministério-chave do governo precise ter boa capacidade de articulação política junto a Congresso no qual não se terá - pelo menos a princípio - maioria, as credenciais fiscalistas têm sido uma exigência crescente do mercado em meio a dúvidas quanto ao custo do pagamento de promessas de campanha. Em outras palavras, qual será o volume de gastos além do teto para 2023, ano em que se concederá uma regra de exceção para despesas adicionais, aceitas inclusive pelo mercado desde que se ancorem expectativas para 2024.

Haddad já teria feito chegar a Lula a falta de interesse em retomar a Educação e que seu desejo, caso venha a ser aproveitado no governo, é por atuar na área econômica, seja na Fazenda ou no Planejamento, ministério que o futuro presidente, ao que consta, pretende recriar.

“Com relação a nomes para o futuro governo, o mercado tem reagido com intensidade, para cima como para baixo, em relação às especulações. Na semana passada, tinha ficado um pouco mais animado com o Alckmin tomando a frente (da equipe de transição) e chamando alguns nomes mais pró-mercado. Hoje, já se cogitou uma negativa do Meirelles e uma ala do PT pedindo o nome do Haddad. E isso está precificando o mercado um pouco pra baixo”, diz José Simão, sócio e head de renda variável da Legend Investimentos.

Na primeira reunião oficial desde que retornou do período de descanso na Bahia, Lula dedicou-se nesta segunda-feira à montagem do governo de transição. Para a economia, o desafio é abrigar, seja na lista oficial dos 50 nomes da transição ou entre os voluntários, vertentes que compuseram a frente ampla da campanha. No rascunho, os nomes vão de Pérsio Arida e André Lara Resende, idealizadores do Plano Real e considerados liberais, a Nelson Barbosa, ex-ministro da Fazenda de Dilma Rousseff (PT) e visto como heterodoxo por setores do mercado, assim como Aloizio Mercadante, já envolvido diretamente na transição.

O senador Paulo Rocha (PT-PA) afirmou nesta tarde que estão sendo discutidos, nas reuniões da equipe, três mecanismos para contornar o teto de gastos e garantir os investimentos em áreas específicas, de forma a cumprir promessas como a extensão do valor do Auxílio Brasil e o reajuste do salário mínimo. Os instrumentos são: PEC, remanejamento de emendas de relator e crédito a ser feito por medida provisória (MP). A expectativa por este último caso é a de menor aposta porque dependeria da atual gestão. Amanhã, às 10h, o senador deve se reunir com o relator do Orçamento, Marcelo Castro (MDB-PI), em Brasília.

No cenário externo, os números do mercado de trabalho nos Estados Unidos, divulgados na última sexta-feira, mostram ainda uma situação “bem estreita” que dá “mais poder de fogo ao Fed”, observa Simão, da Legend, considerando também a recente indicação do BC americano, na decisão sobre juros da última quarta-feira, de abrir a porta para um ritmo menor de elevação da taxa de referência em dezembro, em meio ponto porcentual, mas com uma extensão de ciclo de alta ainda indefinida.

Ainda na semana passada, antes mesmo do fechamento do período, “teria uns 3% pro Ibovespa corrigir”, diz Luiz Adriano Martinez, portfólio manager da Kilima Asset. O espaço um pouco mais dilatado para realizar decorreu, contudo, de dois fatores positivos desde a noite de quarta-feira, um feriado que evitou que a B3 se conectasse à pressão vista em Nova York após a decisão e os sinais sobre a política monetária americana emitidos no dia 2 pelo Federal Reserve: o esvaziamento dos bloqueios nas estradas brasileiras e o início, de fato, do governo de transição.

Tal combinação de fatos contribuiu para afastar de vez a hipótese extrema, de ruptura institucional, ou mesmo a de contestação do resultado, o que poderia estender a eleição por um “terceiro turno”. Na B3, apesar das recentes razões para volatilidade, tal métrica permanece baixa pelo padrão histórico, em torno de 18% frente a 25% da média histórica, observa Nicolas Merola, analista da Inv. Ele cita também, como fator positivo, a recuperação recente em ações com Beta mais elevado, aquelas que costumam amplificar o grau respectivo de correção em relação ao índice, e das 'small caps', ações com menor capitalização de mercado.

Nesta segunda-feira, contudo, ações dos setores de educação e consumo, que haviam se beneficiado na semana passada do humor favorável ao Brasil, estiveram entre as perdedoras do dia, com destaque para Yduqs (-10,64%), Americanas (-9,00%), Cogna (-8,72%), Via (-7,55%) e Alpargatas (-7,46%). No lado oposto, Santander (+5,88%), BB Seguridade (+1,04%), Suzano (+0,92%) e Méliuz (+0,79%) - apenas seis papéis da carteira teórica fecharam o dia em alta.

Entre as blue chips, enquanto Vale conseguiu oscilar levemente para o positivo ao longo da tarde, sem contudo sustentar o sinal no fechamento (ON -0,53%), Petrobras ON e PN acentuaram perdas, fechando o dia em queda respectivamente de 3,41% e de 4,06%, com o petróleo tendo variado para o negativo - decepção do mercado quanto à balança comercial da China reforça preocupações sobre o nível de demanda.

Em outro desdobramento relacionado à estatal, o presidente em exercício do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Bruno Dantas, disse hoje que nenhuma decisão sobre a distribuição de dividendos da Petrobras será tomada nesta semana. Dantas evitou comentar a sugestão do Ministério Público que atua junto ao TCU para suspensão imediata do pagamento de R$ 43,68 bilhões em dividendos a acionistas da empresa, entre dezembro e janeiro, mas adiantou que o assunto não vai avançar nos próximos dias.

"O destaque negativo da Bolsa tem sido a Petrobras (PETR4), que cai cerca de 27% nos últimos 10 dias, com as incertezas em relação à futura política de precificação de combustíveis, bem como seus programas de investimentos e de distribuição de dividendos", aponta Alvaro Feris, especialista da Rico Investimentos.

Outro destaque negativo do dia - mesmo com avanço de 2,08% no preço do minério de ferro em Dalian (China), após alta de quase 5% na última sexta -, o setor de siderurgia esteve entre os mais pressionados nesta segunda-feira na B3, com Usiminas (PNA -4,99%) e CSN (ON -3,38%) à frente. À exceção de Santander, os grandes bancos, com BB (ON -3,49%) na ponta, também foram mal na sessão. (Luís Eduardo Leal - [email protected])

18:20

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 115342.40 -2.38081

Máxima 118239.86 +0.07

Mínima 115220.95 -2.48

Volume (R$ Bilhões) 3.68B

Volume (US$ Bilhões) 7.24B

18:28

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 116740 -2.12124

Máxima 120230 +0.80

Mínima 116400 -2.41

CÂMBIO

Após encerrar a semana passada com perdas de 4,49%, o dólar subiu mais de 2% na sessão desta segunda-feira (7) e voltou a fechar acima da linha de R$ 5,15, na contramão do sinal predominante de baixa da moeda americana no exterior. Profissionais do mercado atribuíram a depreciação do real a um movimento de ajuste e realização de lucros, em meio a especulações em torno do nome do ministro da Economia do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e da confecção da chamada PEC da Transição.

Tirando uma queda pontual e bem limitada pela manhã, quando desceu até a mínima de R$ 5,0474 (-0,29%), a moeda operou em alta ao longo do pregão. Após passar à tarde trabalhando ao redor de R$ 5,12, o dólar arrancou nos minutos finais da sessão e renovou sucessivas máximas, em sintonia com o tombo do Ibovespa, até atingir R$ 5,1729. No fim do dia, era cotado a R$ 5,1729, avanço de 2,19%. Com isso, passou a acumular ligeira alta no mês (+0,14%).

"Há uma ressaca com bom humor da semana passada. O mercado está começando a perder um pouco da paciência com a indefinição sobre a equipe econômica", afirma o CIO da Alphatree Capital, Rodrigo Jolig, citando rumores de que o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles teria descartado a possibilidade de assumir a Fazenda em futuro governo Lula. "Parece que estão vazando nomes para ver a reação do mercado. Falaram novamente do Haddad (Fernando Haddad, candidato derrotado na disputa pelo governo de São Paulo). As coisas tendem a piorar na margem a cada dia sem a definição de um nome."

Meirelles é visto como eventual fiador de uma política econômica ortodoxa no futuro governo Lula, ao passo que Haddad, com credenciais petistas, seria mais inclinado a aceitar medidas heterodoxas. O Broadcast apurou que, em sua primeira reunião oficial, Lula cogitaria abrigar na equipe de transição nomes que vão desde Pérsio Arida e André Lara Resende, idealizadores do Plano Real e considerados liberais, a Nelson Barbosa, ex-ministro da Fazenda de Dilma Rousseff (PT), tido como heterodoxo.

Investidores também monitoram a elaboração do texto da PEC da Transição, a principal aposta da equipe de transição do governo para arranjar recursos (fora do teto de gastos) necessários ao cumprimento de promessas de Lula na campanha, como manutenção do Auxílio Brasil no valor de R$ 600 e aumento real do salário mínimo.

A minuta da PEC de Transição teria sido apresentada hoje a Lula. Segundo o Broadcast Político, uma ala do PT prevê que o texto traga um valor fechado do "waiver", de modo a afastar temor fiscal de que a PEC seria um "cheque em branco" para gastar. Escolhido por Lula para liderar as negociações orçamentárias, o senador eleito Wellington Dias (PT-PI) tem argumentado que o valor fechado da licença para gastar estará no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2023 - e não precisaria ser incluído na PEC. Além disso, o senador Paulo Rocha (PT-PA) disse que a equipe de transição discute três mecanismos para driblar o teto, que podem ser usados simultaneamente. Além da PEC, estão na mesa remanejamento de emendas de relator e crédito a ser feito por medida provisória (MP).

Para Jolig, da Alphatree, o mercado já contava com gastos fora do teto para propostas como manutenção do Auxílio Brasil em R$ 600, algo prometido também pelo presidente Jair Bolsonaro em caso de reeleição. Há, contudo, certo receio com o tamanho dos valores que ficarem fora do teto e também sobre a inclusão de medidas como ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda. "A volatilidade deve seguir elevada nesta semana com o mercado à espera de um quadro mais claro. Se não vier nada desastroso, o real pode voltar a se apreciar porque estamos numa posição melhor que outros emergentes", afirma.

Lá fora, a maioria das moedas emergentes ganhou força em relação ao dólar, a despeito da queda de commodities metálicas (cobre e minério) e do petróleo, após decepção com dados da balança comercial chinesa em outubro e temores de novos bloqueios no país dado o aumento de casos de Covid-19. Com desempenho superior a de seus pares na semana passada, o real hoje não apenas foi uma das poucas divisas a se enfraquecer como apresentou as maiores perdas.

Termômetro do desempenho do dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes, o índice DXY trabalhou em baixa firme, flertando com o rompimento do piso de 110,000 pontos. As atenções dos investidores estarão voltadas esta semana à divulgação na quinta-feira (10) do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) americano em outubro, que pode levar a um rearranjo das apostas para o ritmo e abrangência do aperto monetário nos Estados Unidos.

Em relatório, o Goldman Sachs ressalta que o real teve o melhor desempenho entre as principais moedas globais na semana passada, com o fim da "incerteza eleitoral" e a perspectiva de uma transição ordenada de poder. O mercado deve operar agora de olho em potenciais riscos para a política fiscal no próximo governo.

"É importante enfatizar que, enquanto manchetes sobre riscos podem gerar volatilidade de curto prazo para o real nos próximos dias, de um ponto de vista global o Brasil se destaca claramente, com declínio da inflação, taxas de juros reais em alta e um cenário macroeconômico favorável ao câmbio, que deve continuar a impulsionar fluxos estrangeiros para ativos brasileiros entre investidores com uma exposição global", afirma o Goldman Sachs. (Antonio Perez - [email protected])

18:28

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.17290 2.1868 5.17490 5.04740

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5188.000 2.05567 5198.000 5070.000

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5081.781      

Volta

MERCADOS INTERNACIONAIS

A véspera da eleição de meio de mandato nos Estados Unidos teve as bolsas de Nova York fechando em alta, com investidores avaliando a possibilidade do partido democrata perder a maioria no Congresso. Além disso, a semana conta ainda com expectativa pela publicação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) americano de outubro na quinta-feira, que deverá dar indicações sobre os próximos passos do aperto monetário do Federal Reserve (Fed). Neste cenário, o dólar sofreu desvalorização ante rivais, enquanto os rendimentos dos Treasuries tiveram avanços. Apesar da força do câmbio, o petróleo recuou, pressionado por indicações da economia chinesa, incluindo a possibilidade do país demorar ainda mais para flexibilizar suas restrições para conter a covid-19. Enquanto isso, na COP27, no Egito, uma série de líderes europeus reforçaram a necessidade de assegurar a segurança climática, incluindo a transição para novas fontes de energia.

Para Edward Moya, analista da Oanda, as ações subiram enquanto Wall Street aguarda as eleições de meio de mandato, que podem encerrar a onda azul do presidente Joe Biden, e um relatório de inflação crucial. O pleito desta terça-feira pode movimentar o mercado se virmos uma surpresa democrata ou se os republicanos dominarem as pesquisas, avalia Moya. Pesquisa da PredictIt vê os republicanos com 90% de chance de reconquistarem a Câmara, enquanto a FiveThirtyEight estima 80%. Já no Senado, essas probabilidades são de 75% e 54%, respectivamente. Em Wall Street, os índices avançaram com ganhos em setores diversos. Ao fim da tarde, o Dow Jones subiu 1,31%, aos 32.829,18 pontos, o S&P 500 avançou 0,97%, aos 3.807,13 pontos, e o Nasdaq subiu 0,85%, aos 10.564,52 pontos. Enquanto isso, na Europa, a maioria das bolsas também avançou, alta de 0,55% do DAX, em Frankfurt, e 0,90% no FTSE MIB.

No entanto, a maioria dos traders está se concentrando no relatório de inflação de quinta-feira, pondera o analista. "Embora este relatório possa não ser tão quente quanto os últimos, ainda deve mostrar que os aluguéis e a parte do setor de serviços básicos da economia ainda estão apertados. A inflação pode não cair tão rapidamente quanto alguns membros do Fed esperam e isso pode apoiar a ideia de que as taxas de juros permanecerão mais altas por mais tempo", avalia Moya.

De acordo com a Western Union, o dólar permaneceu enfraquecido, depois de apresentar sua maior queda diária em anos, em meio a sinais de um mercado de trabalho americano em arrefecimento. O euro atingiu máximas em 11 dias, retomando a paridade com o dólar, em dia no qual o membro do conselho do Banco Central Europeu (BCE) François Villeroy de Galhau advertiu que pode levar até três anos para que a inflação esteja sob controle na zona do euro. Em entrevista ao Irish Times, ele disse que o BCE continuará a subir os juros enquanto o núcleo da inflação seguir avançando na região. No fim da tarde, o euro se valorizava a US$ 1,0028, a libra subia a US$ 1,1521 e o índice DXY recuava 0,68%, a pontos. Enquanto isso, na renda fixa, os juros da T-note de 2 anos subiam a 4,730%, os da de 10 anos avançavam a 4,217% e os do T-bond de 30 anos tinham alta a 4,330%.

Apesar do impulso do dólar enfraquecido, o petróleo recuou, com as exportações da China caindo inesperadamente em outubro. A Capital Economics destaca que os dados apontam para uma fraca demanda por commodities tanto no mercado interno quanto no global. "Dado que não esperamos que a desaceleração do crescimento econômico global chegue até o início do próximo ano, achamos que a demanda por commodities permanecerá moderada por mais algum tempo, pesando sobre os preços", diz a consultoria. O WTI para dezembro fechou em queda de 0,88% (US$ 0,82), a US$ 91,79 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), enquanto o Brent para janeiro de 2023 caiu 0,66% (US$ 0,65), a US$ 97,92 o barril.

Na COP27, líderes de França, Reino Unido, Itália e Alemanha estiveram entre os destaques com seus discursos. O chanceler alemão Olaf Scholz pediu que as nações lutem contra o renascimento mundial dos combustíveis fósseis. "Está claro que o hidrogênio verde é o futuro", destacou. Além disso, ele garantiu que a Alemanha irá apoiar os países mais afetados pelas mudanças climáticas. (

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