DEBANDADA DA ECONOMIA E CPI DA COVID AZEDAM HUMOR LOCAL EM DIA DE CAUTELA COM FED

Blog, Cenário
Em dia de cautela externa, antes da reunião de amanhã do Fed, os ativos domésticos tiveram influência negativa adicional vinda de Brasília, onde houve uma nova rodada de baixas na equipe econômica e a instalação da CPI da Covid com Renan Calheiros na relatoria, contra a vontade do governo. A percepção entre os investidores é de desconfiança. Primeiro, porque o ministro da Economia, Paulo Guedes, parece cada vez mais isolado, com praticamente toda a equipe original já fora do governo e após ter que encontrar uma manobra para acomodar as emendas parlamentares no Orçamento. O segundo ponto deriva justamente desse último fato: a CPI da Covid, num momento em que ficou claro o poder de influência do Centrão no governo e com um opositor na relatoria, traz mais cautela. Como resultado dessa equação, a Bolsa brasileira teve comportamento bem pior do que os pares internacionais, a curva de juros voltou a ganhar inclinação, enquanto o dólar voltou a ganhar terreno ante o real à tarde, a despeito da expectativa por entrada de recursos com captações externas e IPOs, como o da Caixa Seguridade. No caso da renda variável, enquanto os índices americanos tiveram comportamento misto, com os setores de energia favorecidos pela alta do petróleo após a Opep decidir manter o nível de produção, o Ibovespa cedeu 1,00%, aos 119.388,37 pontos, com queda generalizada das ações que o compõe. O avanço dos yields dos Treasuries, num movimento que antecede a decisão de política monetária nos EUA, também contribuiu em alguma medida para a piora do câmbio e dos juros por aqui. As taxas curtas, que cederam em boa parte do dia com o IPCA-15 abaixo da mediana das estimativas, zeraram a queda na reta final, enquanto as longas ampliaram o acúmulo de prêmios. Ao mesmo tempo, o dólar, que chegou a tocar a mínima de R$ 5,41 pela tarde, encerrou o pregão com valorização de 0,23%, a R$ 5,4612, num comportamento alinhado ao que teve ante outras emergentes, como em relação aos pesos mexicano e chileno.
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BOLSA Apesar do dólar em nível um pouco mais confortável mais cedo, a R$ 5,41 na mínima e a R$ 5,46 no fechamento desta terça-feira, Brasília fez preço hoje, especialmente no Ibovespa, com uma série de substituições não antecipadas no Ministério da Economia, no dia da instalação da CPI da Covid, na qual o senador Renan Calheiros (MDB-AL) foi indicado para a relatoria, mesmo após o governo ter manobrado para tentar impedir que a função, central nos trabalhos da comissão, fosse atribuída a um adversário. Assim, a sensação de desmonte na equipe econômica, combinada à expectativa de aumento da temperatura política pouco depois de o governo ter se mostrado refém do Centrão na longa deliberação sobre o Orçamento de 2021, colocou o índice da B3 na mínima do dia a 119.003,27 pontos, menor nível desde o dia 13. Hoje, o índice da B3 fechou em baixa de 1,00%, a 119.388,37 pontos, maior perda em porcentual desde 1º de abril (-1,18%), tendo saído de máxima na sessão a 121.012,34 pontos, com abertura a 120.594,61 pontos e giro financeiro a R$ 30,3 bilhões. Na semana, o índice cede 0,95%, limitando os ganhos do mês a 2,36% - no ano, tem ainda leve avanço de 0,31%. "A cena política gerou maior estresse para os mercados e resultou em menor apetite por risco, revelando a força de venda presente na faixa de 121 mil pontos", diz Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora. A princípio, as baixas na equipe econômica observadas pela manhã - a saída da assessora especial para a reforma tributária, Vanessa Canado, indicada na noite de ontem, seguida hoje pela do número 2 da Economia, Waldery Rodrigues, da secretaria especial de Fazenda - foram recebidas de forma branda na Bolsa que, embora em baixa, conservava até então a linha de 120 mil pontos que tem prevalecido nesta segunda quinzena de abril. A substituição de Waldery por Bruno Funchal, vindo da secretaria do Tesouro, foi bem recebida pelo mercado: um quadro técnico por outro, sem o desgaste do primeiro, que havia entrado há um bom tempo em rota de choque com o Palácio do Planalto ao propor corte de benefícios como o abono salarial. Pouco antes das 14h, contudo, o índice da B3 passou a acentuar perdas, com o sinal de que as mudanças, conforme observou uma fonte, seriam no "atacado", como uma "debandada". Pela manhã, a percepção era de que uma mudança ou outra no Ministério da Economia poderia ser até saudável, para injetar ânimo novo na equipe, debilitada por sucessivas derrotas políticas, especialmente na definição do Orçamento. À tarde, a lista de baixas cresceu, com a indicação de que Martha Seillier, secretária do PPI, também está de saída do governo, assim como a secretária-adjunta de Comércio Exterior, Yana Dumaresq, e o secretário de Orçamento, George Soares. No limite, o temor é de que o Ministério da Economia venha a ser fatiado para acomodar interesses políticos, especialmente em um Planejamento, Trabalho ou mesmo Desenvolvimento recriado às vésperas da batalha que parece se avizinhar no Senado, sobre o calcanhar-de-aquiles do governo: a má gestão da pandemia. Neste pior cenário, mais do que um desmonte de equipe, o que estaria entrando em decomposição, segundo a percepção de analistas, é o próprio ministério, com Paulo Guedes como capitão cada vez mais solitário no navio que faz água. "Estamos longe de um 'Guedes Day', isso não está na conta e mesmo que venha a acontecer, haveria uns dias ruins, mas, a depender de quem viesse e da costura feita, a reação poderia ser boa com o tempo. No médio prazo, uma recomposição com maior presença do Centrão no governo pode ser positiva, se houver compromisso com o avanço das reformas, que estão paradas. A CPI da Covid, com o governo em dificuldade na comissão, é um obstáculo a mais nisso. Acho que no momento o olhar está mais na CPI do que propriamente nas mudanças na equipe econômica, que não vêm de hoje", diz Rodrigo Knudsen, gestor da Vítreo. Ele chama atenção também para o fato de o câmbio e os juros terem embutido mais o risco fiscal e político até a sanção do Orçamento do que a Bolsa, que vinha se alinhando aos dias positivos no exterior para reduzir o atraso no ano e passar a acumular um leve ganho em 2021, ameaçado nesta sessão. "Hoje, temos um dólar mais tranquilo para a situação atual, enquanto a Bolsa ajusta mais, o que é natural. Olhando para além do dia, o cenário ainda é positivo para a Bolsa, há muitas coisas acontecendo na esfera corporativa, com concessões, negócios em andamento entre as empresas, para além do que nos chega de Brasília", acrescenta. Mais cedo, na agenda econômica, o IPCA-15, abaixo do esperado para abril e também da leitura de março, contribuía para algum conforto na sessão. Na B3, o balanço da Vale no primeiro trimestre, da noite de ontem, colocou a ação ON da mineradora em alta de 1,43% no fechamento desta terça-feira, enquanto as ON e PN da Petrobras registraram, respectivamente, perdas de 2,40% e de 2,86% na sessão, em que os destaques foram CVC (+5,66%) e Braskem (+3,89%), na ponta do Ibovespa. No lado oposto, BRF cedeu 5,91%, Via Varejo, 5,37%, e Hering, 5,17%. (Luís Eduardo Leal - [email protected]) 17:21 Índice Bovespa   Pontos   Var. % Último 119388.37 -1.00024 Máxima 121012.34 +0.35 Mínima 119003.27 -1.32 Volume (R$ Bilhões) 3.03B Volume (US$ Bilhões) 5.56B 17:24 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % Último 119685 -1.31514 Máxima 121540 +0.21 Mínima 119360 -1.58 MERCADOS INTERNACIONAIS A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) confirmou a expectativa e manteve seus planos de corte gradual na oferta a partir de maio. Em comunicado após reunião hoje, o grupo disse que a taxa de cumprimento de seu acordo ficou em 115% em março, acima do previsto portanto, e reforçou o enfoque cauteloso. A Opep+ espera melhora na demanda ao longo do segundo semestre, mas também destaca como risco o avanço de casos da covid-19 em várias nações. Nesse quadro, o petróleo fechou em altas de mais de 1%. Nas bolsas de Nova York, o movimento do óleo ajudou o setor de energia a exibir a maior alta, mas não houve sinal único, com balanços no radar. Já os juros dos Treasuries avançaram, com a menor busca por segurança e investidores se posicionando para a reunião de amanhã do Federal Reserve (Fed). No câmbio, o dólar se fortaleceu frente a outras moedas principais, sem muito impulso e após perdas recentes. A Opep+ exibiu em seu comunicado uma visão em geral otimista sobre a retomada da demanda pelo petróleo, em quadro de estímulos fiscais e monetários "sem precedentes". Mas o grupo também apontou para as "condições de incerteza do mercado", com a covid-19 e seus novos surtos em vários países, como agora sobretudo na Índia. Ainda antes do comunicado, a consultoria Wood Mackenzie apontava que revisões para baixo na perspectiva para a demanda da Índia estão no radar, em meio a "crescentes riscos" de outras nações de fora da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) enfrentem "surtos continuados". Por outro lado, a consultoria destaca a retomada na demanda dos EUA, que avança mais na vacinação contra o vírus. Para a Capital Economics, os preços do petróleo devem subir num primeiro momento, mas perder fôlego ainda em 2021, prevendo aumento rápido na oferta, diante da grande capacidade ociosa. A Capital projeta que o Brent chegue no fim do segundo trimestre em US$ 70 o barril, aumente a US$ 75 no fim do terceiro, mas retorne a US$ 70 no fim do quarto trimestre. Hoje, o petróleo operou em alta, de olho nos sinais da Opep+. O contrato do WTI para junho fechou em alta de 1,66% a US$ 62,94 o barril, na Nymex, e o Brent para julho subiu 1,29%, a US$ 65,87 o barril, na ICE. O movimento ajudou o setor de energia a liderar as altas nas bolsas de Nova York. Mas o foco principal no mercado acionários segue sendo a temporada de balanços. A Oxford Economics diz que o avanço dos resultados das empresas por ora "surpreende para cima" nos EUA. Hoje, porém, não houve sinal único nos índices, com papéis de serviços de comunicação e tecnologia pressionando o Nasdaq. O Dow Jones fechou em alta de 0,01%, em 33.984,93 pontos, o S&P 500 caiu 0,02%, a 4.186,72 pontos, e o Nasdaq recuou 0,34%, a 14.090,22 pontos. Entre os Treasuries, houve alta nos retornos, em dia de leilão. Investidores aguardam a decisão de amanhã do Fed. Como aponta reportagem especial publicada no Broadcast às 9h58, a expectativa dos analistas é de manutenção dos juros e o BC pode afastar os temores de um aperto monetário próximo. Para o BMO Capital, a reunião de amanhã não deve trazer "mudanças de paradigma" entre os dirigentes. No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos subia a 0,175% e o da T-note de 10 anos avançava a 1,620%. No câmbio, o dólar se fortaleceu, com o iene pressionado após o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) manter a política monetária, mas reiterar promessa de medidas adicionais, se preciso, projetando ainda inflação fraca para os próximos anos. A Western Union afirma que, se o Fed reafirmar que os juros seguirão baixos, isso deve manter os juros dos Treasuries e o dólar ancorados. Com uma retomada econômica forte nos EUA à vista, porém, ela adverte que uma postura mais otimista do BC pode sinalizar que está mais perto o início da retirada de estímulos, "um cenário que poderia impulsionar tanto os retornos [dos bônus] quanto o dólar". O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas principais, subiu 0,11%, a 90,909 pontos. No horário citado, o dólar subia a 108,74 ienes, o euro caía a US$ 1,2090, praticamente estável, e a libra recuava a US$ 1,3906, também bem perto da estabilidade. (Gabriel Bueno da Costa - [email protected]) JUROS O clima azedou ainda mais no mercado de juros na reta final da sessão regular, quando as taxas renovaram máximas em toda a curva, levando as curtas a zeraram a queda e as longas a ampliarem a alta vista desde o fim da manhã. Ao desconforto com a debandada na equipe econômica, que foi crescendo ao longo do dia, somou-se no fechamento a maior pressão vinda dos Treasuries, com o yield da T-Note de dez anos rompendo novamente a marca de 1,60%. Desde cedo, outro fator que contribuiu para a inclinação da curva foi o IPCA-15 de abril melhor do que o consenso, enfraquecendo as apostas de um Copom mais agressivo na reunião da próxima semana. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 encerrou em 4,63%, de 4,641% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 subiu de 7,696% para 7,76% no fechamento da sessão regular. O DI para janeiro de 2027 terminou com taxa de 8,39%, de 8,324% ontem. O diferencial entre as taxas de janeiro de 2022 e janeiro de 2027, que ontem ficou em 369 pontos, fechou hoje em 376. Após dias de calmaria na curva, a terça-feira teve vetores a estimular um ajuste, começando pelo IPCA-15, que subiu 0,60%, desacelerando 30 pontos-base ante março (0,93%) e abaixo da mediana das estimativas (0,67%). A taxa em 12 meses saltou de 5,52% para 6,17%, muito acima da meta de 3,75% para este ano, mas o mercado tem claro que o foco do Banco Central agora é 2022 e que nos próximos meses a tendência para a inflação é de desaceleração, com ajuda, em boa medida, da melhora do câmbio. Assim, na precificação da curva, a probabilidade de novo aperto de 0,75 ponto da Selic no Copom de maio, como já vem sinalizando o BC, acelerou para perto de 80%, contra cerca de 20% de avanço de 1 ponto. O IPCA-15 manteve o mercado bem comportado nas horas iniciais, mas no fim da manhã o humor começou a piorar na medida em que o noticiário sobre saídas no Ministério da Economia ganhou corpo. Ontem mesmo, o Broadcast já informava que a assessora especial para reforma tributária, Vanessa Canado, deixaria o cargo e hoje foram apurados mais nomes, com destaque para o Secretário Especial de Fazenda, Waldery Rodrigues. Ele ficaria até junho, mas se incomodou com a solução encontrada na questão do Orçamento e decidiu antecipar sua saída. Em 2020, o presidente Bolsonaro chegou a pedir a cabeça do secretário, ameaçando com "cartão vermelho". O episódio mostra que o mercado pode ter se precipitado ao comemorar o fim do impasse do Orçamento, mas ao que parece a novela não terminou. "O corpo técnico parece estar desgostoso com a solução encontrada e com a necessidade cada vez maior de encontrar cargos para acomodar as demandas do Centrão. Tudo está longe de estar resolvido", disse Danilo Alencar, trader de renda fixa da Sicredi Asset. A leitura foi ainda de que o ministro Paulo Guedes está desgastado. Para o economista-chefe da consultoria MB Associados, Sérgio Vale, a equipe do ministro perdeu a força necessária de elaboração de política econômica. “O enfraquecimento do governo é o enfraquecimento de propostas mais robustas e menos sujeitas a interferências de lobbies com presença no Congresso”, comenta o economista. A primeira rodada de piora, no fim da manhã, se deu em meio ao leilão de NTN-B, com oferta reduzida de 4,3 milhões na semana passada para 2,4 milhões hoje e vendida integralmente. Alencar, da Sicredi Asset, vê os papéis, sobretudo nos prazos intermediários, como uma boa proteção contra o cenário de incertezas, que dificulta "ficar aplicado em pré". "Apesar do IPCA-15 hoje melhor, há sinais de que a inflação está fora de controle e que o BC não parece estar tão intolerante assim com a inflação acima da meta", afirmou. Ele lembrou ainda que a forte demanda pode estar relacionada a movimentos de rolagem, uma vez que no dia 17 há vencimento de NTN-B 2021 e rebalanceamento das carteiras dos fundos IMA-B. A segunda rodada de piora, no fim da tarde, teve os Treasuries como pano de fundo. Um dia antes da decisão de política monetária do Federal Reserve, a T-Note de dez anos bateu máximas desde o dia 20, rodando acima de 1,60%. Não se espera alteração nos juros, mas há expectativa com a entrevista do presidente da instituição, Jerome Powell, sobre a inflação, além de uma possível orientação sobre o momento de começar a reduzir as compras de ativos. (Denise Abarca - [email protected]) 17:24 Operação   Último CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 3.19 Capital de Giro (%a.a) 6.54 Hot Money (%a.m) 0.64 CDI Over (%a.a) 2.65 Over Selic (%a.a) 2.65 CÂMBIO O dólar teve um dia de volatilidade, mas com oscilações em níveis mais contidos do que em sessões anteriores. A expectativa pela agenda carregada da quarta-feira, que inclui reunião de política monetária do Federal Reserve e depoimento de Joe Biden no Congresso, limitou os movimentos. O fluxo externo para o Brasil ajudou a moeda a cair a R$ 5,41, em dia de definição dos preços das ações na abertura de capital (IPO) da Caixa Seguridade, mas novos ruídos em Brasília, com a CPI da covid no Senado com Renan Calheiros na relatoria, e com baixas importantes na equipe econômica reforçaram a cautela nas mesas de operação, também alimentada pela nova alta dos juros longos americanos, que hoje voltaram a superar o nível de 1,60%. No fechamento, o dólar à vista terminou o dia cotado em R$ 5,4612, em alta de 0,23%. No mercado futuro, o dólar para maio, que vence na sexta-feira, era negociado com valorização de 0,44%, a R$ 5,4630 às 17h. Relatos de entrada de fluxo externo para o Brasil prosseguiram hoje, dia em que a Caixa Seguridade definiu o preço de suas ações, com demanda forte, movimentando R$ 5 bilhões ao todo. Mas os ruídos envolvendo baixas na equipe de ministro Paulo Guedes, reforçaram o tom de cautela nas mesas, com a visão de isolamento do ministro e perda de importância da pasta no governo. Inicialmente, a notícia foi da saída do secretário Especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, que já era esperada, mas outros nomes apareceram ao longo do dia, incluindo a secretária-adjunta de Comércio Exterior, Yana Dumaresq. Em entrevista ao Broadcast, o ex-ministro Mailson da Nóbrega, vê as saídas "como sinal claro" de desgate de Paulo Guedes. A sinalização de avanço de reformas pelo Congresso ajuda muito, e era o que faltava após a resolução do impasse do orçamento, mas os eventos de hoje voltam a lembrar as mesas que os ruídos em Brasília não cessaram, destaca um gestor de multimercados. Para uma economista de uma gestora independente, o real não vem conseguindo refletir a melhora em outros fundamentos, como as contas externas, justamente por conta dos ruídos políticos nas alturas, além do risco fiscal que estará sempre presente enquanto a pandemia não for controlada. Por isso, em um dia como hoje, a moeda brasileira até ensaiou ganhar força, mas foi atropelada pelos eventos locais. A quarta-feira é o dia mais aguardado desta semana. Para o Federal Reserve, não são esperadas mudanças, mas a expectativa é pelas declarações do presidente Jerome Powell. Menções claras a elevação de juros e mudanças nas compras de ativos podem valorizar o dólar e as taxas de retorno dos juros longos americanos, comenta o estrategista-chefe do TD Bank, Jim O'Sullivan. Mas ele pondera que não acredita que isso vá ocorrer e o Fed deve sinalizar continuidade dos estímulos. Para O'Sullivan, o mais provável é que o Fed vai mostrar maior otimismo com a economia americana, que de fato melhorou desde a última reunião, mas Powell vai sinalizar que é preciso mais progresso até que se comece a falar em retirar estímulos extraordinários, pois a economia ainda está "a um longo caminho" dos objetivos do BC americano. Passada a quarta-feira, a expectativa é grande pela disputa entre comprados e vendidos na definição do referencial Ptax de abril. Isso porque um gestor observa que há volume expressivo de investidores vendidos em dólar em R$ 5,30 e R$ 5,40, ou seja, vão querer pressionar os preços para baixo. Na B3, houve movimento de redução de apostas compradas ontem, que ganham com a valorização do dólar. Estrangeiros diminuíram em US$ 393 milhões, incluindo dólar futuro e cupom cambial (DDI), de acordo com dados da bolsa monitorados pela corretora Commcor. Fundos nacionais reduziram estas apostas em US$ 325,5 milhões ontem. (Altamiro Silva Junior - [email protected])
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