DE OLHO EM FED E TETO, JUROS SOBEM NOS EUA E PRESSIONAM CURVA LOCAL

Blog, Cenário

Declarações com uma inflexão mais hawkish de dirigentes do Federal Reserve impulsionaram nesta segunda-feira a subida das taxas dos Treasuries, à medida que eles alertaram para a resiliência do mercado de trabalho e da inflação nos Estados Unidos. O mercado segue vendo como mais provável a manutenção dos Fed Funds em junho, mas ganha fôlego a percepção de que o colegiado do Fed caminha para deixar o juro alto por mais tempo. Além disso, o impasse em torno do teto da dívida dos Estados Unidos traz incômodo adicional, uma vez que o prazo para resolução está muito apertado. O investidor aguarda a reunião entre o presidente americano, Joe Biden, e o presidente da Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, sobre o tema, às 18h30 (de Brasília). McCarthy, que é do Partido Republicano, disse que o diálogo entre as equipes continua, mas ainda sem acordo. Segundo o congressista, o acerto poderia sair hoje ou amanhã. Ao fim da tarde, o juro da T-note de 2 anos subia a 4,349% e o da T-note de 10 anos avançava a 3,720%. Nas bolsas de Nova York, o sinal era misto: Dow Jones caiu 0,42%, S&P 500 teve leve alta de 0,02% e o Nasdaq avançou 0,50%. Aqui no Brasil, a curva doméstica acompanhou a pressão dos Treasuries. Adicionalmente, as taxas reagiram em alta a falas do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que disse hoje que uma mudança de meta para cima - como advoga parte do governo - "não traria flexibilidade" à política monetária. Por outro lado, no meio da tarde, houve algum alívio depois de o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, dizer que a autorização no arcabouço fiscal para que os gastos do governo cresçam 2,5% acima da inflação em 2024 representa uma diferença de R$ 10 bilhões a R$ 20 bilhões, abaixo dos R$ 80 bilhões estimados por instituições do mercado financeiro. Há ainda expectativa para a votação do arcabouço na Câmara, durante a semana. Ao fim do dia, o DI para janeiro de 2025 subia 6 pontos-base, a 11,755%. No câmbio, relatos de entrada de fluxo deram suporte ao real hoje. O dólar à vista terminou o dia em R$ 4,9707 (-0,50%). E o Ibovespa passou por uma leve realização, depois de fortes ganhos nos últimos dias. Ainda assim, o índice conseguiu se manter acima dos 110 mil pontos - exatamente em 110.213,12 pontos no fechamento, queda de 0,48%.

•MERCADOS INTERNACIONAIS

•JUROS

•CÂMBIO

•BOLSA

MERCADOS INTERNACIONAIS

O presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Kevin McCarthy, reiterou nesta tarde que chegará à reunião com o presidente americano, Joe Biden, às 18h30 (de Brasília) sem uma resolução para o impasse do teto da dívida. Os dois tentarão destravar as negociações, depois de um final de semana marcado por críticas mútuas entre governo e oposição. Sem solução à vista, os mercados acionários tiveram fôlego curto nas principais praças do globo e o dólar exibiu tendência relativamente positiva no exterior. Já o petróleo ficou instável durante boa parte da sessão, mas encerrou em alta, com recuperação de parte das perdas recentes. O cenário fiscal também impulsionou o retorno dos Treasuries de curtíssimo prazo, enquanto os de vencimento mais longo foram apoiados por sinais de divergências entre dirigentes do Federal Reserve (Fed) sobre a decisão de junho.

O Departamento do Tesouro estima que poderá ficar sem recursos para honrar obrigações financeiras já a partir de 1° de junho se o teto não for elevado. Ainda assim, democratas e republicanos permanecem distantes de um entendimento, conforme dito pelo próprio McCarthy hoje. A oposição quer condicionar o aumento do limite a cortes profundos em gastos públicos, uma exigência que a Casa Branca considera inaceitável.

Diante do prazo exíguo, o Wells Fargo vê como mais provável uma extensão de curto prazo do teto, que forneceria mais tempo para o debate. Mas o banco não descarta a possibilidade de junho chegar sem uma definição, o que teria resultados imprevisíveis. "O impacto econômico de uma inadimplência é altamente incerto, pois isso nunca aconteceu antes, mas a modelagem econômica sugere que as consequências podem ser bastante severas", avalia.

Nas mesas de operações, o quadro de dúvidas conteve a busca por risco e deixou Wall Street sem um direcionamento consistente. No fim do pregão, o índice Dow Jones recuou 0,42%, a 33.286,58 pontos; o S&P 500 subiu 0,02%, a 4.192,63 pontos; e o Nasdaq avançou 0,50%, a 12.720,78 pontos.

A piora nas relações comerciais entre EUA e China voltaram a pesar no ambiente, depois que o país asiático proibiu a compra de produtos da americana Micron Technology, cuja ação recuou quase 3%. Ontem, os líderes do G7 criticaram Pequim pela posição relativa à guerra na Ucrânia. "Todos nós já vimos este filme antes e as proibições/sanções são ruins notícias para ativos de risco", resume o analista Edward Moya, da Oanda.

Essa confluência de fatores negativos beneficiou o dólar no geral, embora o movimento tenha sido contido. O índice DXY, que mede a moeda americana ante seis dividas fortes, ficou praticamente estável em 103,198 pontos. Por volta das 17h (de Brasília), o euro subia a US$ 1,0812 e a libra baixava a US$ 1,2436. Dirigente do Banco Central Europeu (BCE), Pablo Hernández de Cos reiterou hoje que o processo de aperto monetário na região ainda não terminou.

Nos EUA, o presidente da distrital do Fed em St. Louis, James Bullard, também ainda não vê o fim do ciclo de alta de juros. Hoje, o dirigente indicou apoio a pelo menos duas novas elevações, na contramão de Raphael Bostic, de Atlanta, que espera uma pausa em junho. A líder da regional de São Francisco, Mary Daly, chamou atenção para a resiliência do mercado de trabalho, enquanto Thomas Barkin, de Richmond, evitu antecipar a decisão do mês que vem.

Para a Stifel Economics, os indicadores mais recentes não justificam a paralisação no arrocho da política monetária, uma vez que a inflação permanece elevada. "Assim, qualquer decisão de pausa - pelo menos nesta fase - seria tomada apesar dos dados", avalia.

Com risco de novas altas nos juros em foco, os rendimentos dos Treasuries avançaram: no fim da tarde em Nova York, o retorno da T-note de 2 anos subia a 4,349%, o da T-note de 10 anos aumentava a 3,720% e o do T-bond de 30 anos marcava alta a 3,971%. A plataforma de monitoramento do CME Group mostra que a chance de manutenção da taxa básica do Fed em junho ainda é majoritária, mas a possibilidade de elevação cresceu hoje.

Entre commodities, o petróleo chegou a ser pressionado pela cautela, mas se recuperou e fechou no azul. O contrato WTI para julho avançou 0,50%, a US$ 72,05, e o Brent para igual mês ganhou 0,54%, a US$ 75,99. (André Marinho - [email protected])

JUROS

Os juros futuros avançaram nesta segunda-feira, 22, com altas nos trechos curto e intermediário e leve baixa no trecho longo, o que levou a uma ampliação da inclinação negativa da curva. As taxas domésticas acompanharam as altas dos rendimentos dos Treasuries, em meio à percepção de que o Banco Central brasileiro e o Federal Reserve (Fed), dos EUA, podem manter os juros altos por mais tempo.

Na comparação com o ajuste anterior, o DI para janeiro de 2025 subiu 6 pontos-base, de 11,695% para 11,755%, acompanhado pelos DIs para janeiro de 2027 (11,319% para 11,320%) e janeiro de 2024 (13,301% para 13,10%). O DI para janeiro de 2029 recuou pouco mais de 1 ponto-base, de 11,661% a 11,650%. O spread entre os contratos para janeiro de 2025 e janeiro de 2029, principal métrica de inclinação da curva, recuou de -3,4 a -10,5 pontos-base.

O comportamento das taxas domésticas seguiu as altas dos Treasuries americanos, que avançavam entre 2,5 e 7,3 pontos-base no fechamento do mercado brasileiro, puxados pela incerteza em torno de um acordo para elevar o teto da dívida dos EUA e por declarações de dirigentes do Fed. O presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, defendeu mais dois aumentos de juros este ano.

No noticiário brasileiro, a palestra do presidente do BC, Roberto Campos Neto, em seminário organizado pela Folha de S.Paulo foi o principal motor para a alta das taxas. O chefe da autarquia repetiu que os núcleos do IPCA continuam em nível alto e defendeu que as expectativas de inflação do mercado continuam pressionadas por incertezas em torno das metas e da política fiscal, além dos ruídos entre governo e autoridade monetária. Campos Neto disse ainda que um aumento da meta, como advoga parte do governo, "não traria flexibilidade" à política monetária.

"Nas últimas semanas, os juros locais descolaram do exterior com os investidores apostando que a deflação no atacado poderia mover o Copom na direção de um discurso mais dovish, mas isso não está acontecendo, porque os discursos de Campos Neto na sexta-feira e hoje vão na direção contrária. Nesse ambiente, é natural que quem estava apostando na queda dos juros reduza ou zere sua posição", diz o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi.

Pesquisa relâmpago feita pelo Projeções Broadcast com 40 instituições mostra que a maior parte do mercado (30%) espera início do ciclo de cortes da Selic em agosto, enquanto dez (25%) preveem cortes dos juros a partir de setembro e outras dez, em novembro. A mediana do mercado sugere queda da taxa básica de juros a 12,5% no fim de 2023 e a 10% no fim de 2024, em linha com as estimativas intermediárias do último relatório Focus.

Para o economista-chefe da Terra Investimentos, João Maurício Lemos Rosal, a alta dos juros domésticos e americanos reflete a percepção de taxas altas por mais tempo. "Bullard botou na mesa a possibilidade de mais duas altas de 25 pontos e, aqui, a apresentação de Campos Neto insinuou que as condições necessárias para corte da Selic estão longe de serem colocadas", afirma.

Na penúltima hora de negócios, declarações do secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, levaram a uma desaceleração do ritmo de alta dos juros futuros e chegaram a impor viés de queda aos DIs longos, pela redução da incerteza fiscal. O movimento foi revertido pela aceleração do ritmo de alta dos rendimentos dos Treasuries, mas voltou a aparecer nos últimos minutos de negócios, o que levou a uma baixa do DI para janeiro de 2029.

Em entrevista coletiva, Ceron disse que a autorização no arcabouço fiscal para que os gastos do governo cresçam 2,5% acima da inflação em 2024 representa uma diferença de R$ 10 bilhões a R$ 20 bilhões, abaixo dos R$ 80 bilhões estimados por instituições do mercado financeiro. Também repercutiu positivamente a previsão de ganho de arrecadação de R$ 50 bilhões com a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que proíbe a dedução de subsídios do ICMS sobre o IRPJ e o CSLL. (Cícero Cotrim - [email protected])

CÂMBIO

Após dois pregões seguidos de alta e valorização de 1,47% na semana passada, o dólar à vista recuou na sessão desta segunda-feira, 22, no mercado doméstico de câmbio. Operadores atribuíram a apreciação do real à entrada de fluxo, em especial comercial, e a movimento típico de ajuste de posições e realização de lucros no segmento futuro.

Tirando uma alta pontual na abertura, quando superou o teto de R$ 5,00 e registrou máxima a R$ 5,0058, a moeda trabalhou com sinal negativo no restante do dia. A mínima, a R$ 4,9537, ocorreu à tarde, em sintonia com o exterior. No fim do pregão, o dólar era cotado a R$ 4,9707, em baixa de 0,50%, voltando a apresentar queda em maio (-0,33%) No ano, a divisa acumula desvalorização de 5,86%. Principal termômetro do apetite por negócios, o contrato de dólar futuro para junho teve giro razoável, acima de US$ 10 bilhões.

"Na semana passada, o fluxo foi ruim e parece que houve entrada de recursos hoje ajudando a pôr o dólar para baixo. A perspectiva de aprovação do arcabouço fiscal nesta semana já está incorporada aos preços, mas acaba ajudando um pouco", afirma o operador de câmbio Hideaki Iha, da Fair Corretora, em referência à possibilidade de que o plenário da Câmara dos Deputados vote o novo marco fiscal na quarta-feira, 24.

À tarde, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, disse que a autorização no texto do relatório do arcabouço, do deputado Cláudio Cajado (PP-BA), para crescimento real de 2,5% dos gastos do governo em 2024 representa uma diferença de R$ 10 bilhões a R$ 20 bilhões, bem inferior aos R$ 80 bilhões estimados por analistas na semana passada. Pela manhã, em conversa com jornalistas em São Paulo, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, disse que a Casa pretende aprovar o arcabouço ainda no primeiro semestre.

Referência do comportamento da moeda americana frente a divisas fortes, o índice DXY trabalhou a maior parte do dia em ligeira alta, na linha dos 103,200 pontos. O mercado operou à espera de reunião entre o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o presidente da Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, marcada para as 18h30 (de Brasília) sobre a extensão do teto do endividamento americano. O dólar teve comportamento misto na comparação com divisas emergentes e de países exportadores de commodities, mas recuou em relação a pares do real, à exceção do peso mexicano.

"O dia foi de cautela lá fora com a questão do teto da dívida americana. Aqui, tivemos uma correção da alta da semana passada. Ainda é preciso ver como será o andamento do arcabouço no Congresso", afirma o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo.

Do lado doméstico, investidores absorveram redução das expectativas para o IPCA deste ano (de 6,03% para 5,80%) e para 2024 (4,15% para 4,13%) no Boletim Focus. Pela manhã, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que a redução das projeções para o IPCA em 2023 caíram "muito em função de preços de combustíveis". Já as expectativas mais longas, para 2025 e 2026, seguem acima de 4% em razão das incertezas sobre a meta de inflação, segundo Campos Neto. Na semana passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu a chamada meta contínua, em vez de definição de objetivo para o ano-calendário. As expectativas estão voltadas para a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) em junho.

Para Iha, da Fair Corretora, o dólar se mantém abaixo de R$ 5,00 no curto prazo em razão da sazonalidade favorável para a balança comercial, com fluxo expressivo do agronegócio, e da perspectiva de manutenção da taxa real de juros ainda elevada, mesmo com sinais de melhora nas expectativas de inflação e perspectiva de corte da taxa Selic no segundo semestre.

"Estamos na época forte de exportação de soja e o juro alto também ajuda. Mas não vejo o dólar se mantendo abaixo de R$ 5,00. O Fed não deve cortar os juros neste ano como parte do mercado espera, e pode até ser que haja uma alta em junho", afirma Iha, ressaltando que houve declarações duras hoje de dirigentes do BC americano. (Antonio Perez - [email protected])

18:02

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 4.97070 -0.5024 5.00580 4.95370

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4976.000 -0.66873 5015.500 4963.000

DOLAR COMERCIAL 5000.000 -0.07994 5005.500 4997.000

BOLSA

O Ibovespa buscou consolidar a linha de 110 mil pontos nesta abertura de semana, em que operou perto do zero a zero em boa parte do dia, sem ímpeto para seguir adiante, mas sem forte inclinação para realizar lucros mesmo tendo avançado em 11 de 12 sessões desde 4 de maio, até a última sexta-feira. Hoje, a referência da B3 encerrou em baixa de 0,48%, aos 110.213,12 pontos, bem mais perto da mínima (110.178,19), do fim da tarde, do que da máxima (111.643,30) nesta segunda-feira, em que saiu de abertura a 110.744,91 pontos. Foi a terceira sessão consecutiva em que o Ibovespa manteve a marca psicológica de 110 mil no fechamento. No mês, sobe 5,54% e, no ano, 0,44%. O giro ficou em apenas R$ 21,1 bilhões na sessão.

O dia foi de recuo para as principais ações e setores da carteira, como os de commodities e finanças: Petrobras (ON -1,50%, PN -1,16%), Vale (ON -1,60%) e grandes bancos (Itaú PN -1,90%, BB ON -1,32%, Bradesco PN -1,00%). Na ponta perdedora do Ibovespa, Cielo (-3,71%), MRV (-3,36%) e Braskem (-3,23%). No lado oposto, Alpargatas (+17,41%), Azul (+9,38%) e Cogna (+7,23%).

A forte alta em Alpargatas decorreu de comunicado dos controladores sobre a realização de OPA, oferta pública de ações, para aquisição de 32 milhões de papéis, o correspondente a cerca de 5% do 'free float' da companhia, explica Gabriel Costa, analista da Toro Investimentos. "O prêmio estipulado na OPA foi de cerca de 17% em relação ao fechamento da última sexta-feira, o que se refletiu de forma bem próxima na variação da ação na sessão de hoje", acrescenta Costa.

Além da B3, de forma geral a cautela também marcou esta abertura de semana em Nova York, onde os principais índices de ações encerraram o dia com variações discretas, entre -0,42% (Dow Jones) e +0,50% (Nasdaq), em meio ao persistente impasse sobre a elevação do teto da dívida federal nos Estados Unidos, observa Alan Dias Pimentel, especialista em investimentos da Blue3.

“Desde a suspensão das negociações na última sexta, com os republicanos abandonando reunião a portas fechadas, o clima ficou mais tenso, sem sinais de progresso. O governo americano continua a correr contra o tempo para impedir um calote histórico”, acrescenta o analista da Blue3, destacando que, por outro lado, a situação tem contribuído para tom em geral mais ameno das autoridades do Federal Reserve com relação aos juros - apesar de algumas declarações, mais duras, hoje.

Aqui no Brasil, a reiteração da rigidez do presidente do BC, Roberto Campos Neto, com relação à Selic, em evento nesta segunda-feira, manteve a pressão sobre a curva de juros doméstica. Ainda assim, o índice de consumo fechou em alta de 0,66% e o de materiais básicos, mais correlacionado à demanda externa, avançou apenas 0,19%.

Lá fora, “há um compasso de espera para o desfecho das negociações entre democratas e republicanos. Com o retorno do presidente Biden aos Estados Unidos após a reunião do G7, novas rodadas de negociações devem ocorrer ainda neste começo de semana, sem muitos catalisadores para o mercado nesse início”, diz Rodrigo Ashikawa, economista da Principal Claritas, destacando a divulgação, na próxima sexta-feira, do índice PCE, métrica para a inflação ao consumidor nos Estados Unidos monitorada de perto pelo BC americano, o Fed.

No Brasil, as expectativas estão concentradas, nesta semana, na votação do arcabouço fiscal na Câmara, que deve ocorrer até a quarta-feira. “O Boletim Focus desta semana trouxe pequena melhora na perspectiva para a inflação de 2023 e 2024, o que contribui para os resultados de empresas e setores ligados ao ciclo doméstico, como as varejistas e as construtoras”, diz Pimentel, da Blue3.

“Estamos vendo há algumas semanas um movimento de rotação de empresas com liquidez, defensivas e de baixa volatilidade para o oposto: small caps com beta alto e liquidez menor”, diz Matheus Sanches, sócio e analista da Ticker Research. “Salvo algum imprevisto, com a expectativa de inflação e de juros em queda, ainda há bastante espaço para ativos que estavam amassados se recuperarem nas próximas semanas”, acrescenta.

Por outro lado, ele ressalva haver ativos que já acumulam recuperação de 30% a 60%, e “sem quedas relevantes pelo caminho”, o que antecipa a possibilidade de “lateralização” ou mesmo de realização de lucros mais forte, em breve.

No cenário macro, “o arcabouço deve ser aprovado sem grandes dificuldades. Mas o impacto do texto sobre a perspectiva das contas públicas requer cautela. O novo arcabouço ainda não é o suficiente para melhorar significativamente as projeções fiscais nos próximos anos, e a divulgação do relatório bimestral sobre as receitas e despesas acabou sendo um exemplo disso, com muita incerteza sobre o comportamento das receitas, impactando negativamente as projeções de déficit fiscal divulgadas hoje pelo governo”, observa Ashikawa, da Principal Claritas. (Luís Eduardo Leal - [email protected])

18:02

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 110213.12 -0.47983

Máxima 111643.30 +0.81

Mínima 110178.19 -0.51

Volume (R$ Bilhões) 2.10B

Volume (US$ Bilhões) 4.23B

18:03

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 111240 -0.18843

Máxima 112545 +0.98

Mínima 110845 -0.54

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