Os juros futuros devem cair nesta quinta-feira com o corte inesperado de 0,75 ponto da Selic, de 3,75% para 3% ao ano, uma vez que a maioria no mercado apostava em queda de 0,50 ponto e as taxas subiram na sessão estendida de ontem. O Copom também sinalizou outra redução do mesmo tamanho em junho, o que se ocorrer levará a taxa básica ao piso recorde de 2,25% ao ano. No comunicado considerado mega "dovish" por investidores, o Banco Central avaliou que a contração econômica no Brasil será "significativamente superior" à prevista pela própria instituição anteriormente. Para os dirigentes da autarquia, a atual conjuntura prescreve juros "extraordinariamente" baixos em meio à inflação subjacente abaixo dos níveis compatíveis com o cumprimento da meta no horizonte relevante para a política monetária. O quadro é tão preocupante que alguns membros do Copom defenderam até fazer ontem um mega corte único de uma vez só. Em contrapartida, o dólar pode ficar pressionado, embora a queda predominante da divisa americana ante outras moedas emergentes no exterior possa limitar o ajuste ante o real. Ontem, o dólar atingiu seu pico nominal histórico de R$ 5,7024 no mercado à vista, em meio à espera do Copom e a piora da percepção sobre o cenário político, fiscal e sanitário do País. Os desdobramentos das trocas de comando na Polícia Federal (PF) e do depoimento do ex-ministro Sergio Moro serão monitorados. A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello pela ‘reconsideração’ de decisão que obrigou o Planalto a apresentar a gravação da reunião ministerial ocorrida no dia 22 de abril, citada por Moro como a ocasião em que o presidente teria pressionado o ex-juiz a trocar a direção da PF. O governo alega que na reunião foram tratados ‘assuntos potencialmente sensíveis e reservados de Estado’. No entanto, o jornal O Estado de S.Paulo apurou que o vídeo também conteria o registro de um desentendimento entre os ministros da Economia, Paulo Guedes, e do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho. Bolsonaro precisa ainda entregar os laudos de todos os exames realizados para detectar o coronavírus, conforme reiterou decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) nessa quarta-feira. Também a aprovação pelo Senado ontem do projeto de socorro a Estados e municípios mantendo a desidratação feita pela Câmara pode pesar. Os senadores acataram a possibilidade de reajuste salarial para professores e outros servidores de áreas como segurança pública e assistência social. Com as mudanças, a economia final ficou em R$ 43 bilhões, ou R$ 87 bilhões a menos que os R$ 130 bilhões em 18 meses previstos pela equipe econômica. Fica no radar também a adoção de regras mais duras de isolamento social para conter a covid-19. O ministro da Saúde, Nelson Teich, admitiu pela primeira vez que a adoção de medidas de fechamento total (lockdown) de cidades, com manutenção apenas de serviços essenciais, deve ser efetivada no País. A declaração não só se contrapõe ao que defende Bolsonaro, como também chancela os atos de governadores e prefeitos que já aderiram ao fechamento total em cidades como Belém (PA), São Luiz (MA) e Fortaleza (CE), entre outras. No exterior, o apetite por risco impulsiona as bolsas europeias e os índices futuros de Nova York, além do índice DXY do dólar, os juros dos Treasuries e o petróleo. O indutor são os dados melhores do que o esperado da balança comercial chinesa, apesar das tensões entre EUA e China. A Bolsa local deve repercutir os resultados da Ambev e do Banco do Brasil.
PEC do Orçamento de Guerra e auxílio-desemprego dos EUA no radar - A agenda desta quinta-feira traz a promulgação da PEC do Orçamento de Guerra (15h00), além de leilão do Tesouro de 100 mil NTN-F, além de venda de LTN e LFT. No exterior, saem os pedidos de auxílio-desemprego dos EUA (9h30) e discursos de dirigentes do Federal Reserve que votam nas reuniões - Neel Kashkari (Minneapolis) e Patrick Harker (Filadélfia), às 17h. O BC da Austrália divulga decisão de política monetária (22h30).
Brasil se torna o 6º país com mais mortos por covid-19 - O Brasil passou a Bélgica e ocupa agora o 6º lugar no ranking dos países com mais mortos pela covid-19, segundo os números atualizados desta quarta-feira. Ao registrar 615 vítimas fatais da doença nas últimas 24 horas, o Brasil agora soma 8.536 óbitos. O total de casos confirmados da doença somava 125.218. À frente do País estão Estados Unidos, Reino Unido, Itália, Espanha e França.
Rolando troca toda cúpula da PF, mas mantém delegado que ministro do STF blindou - O novo diretor-geral da Polícia Federal, Rolando Alexandre de Souza, mudou quase toda a cúpula da corporação ontem, mas manteve Igor Romário de Souza no comando da Diretoria de Combate ao Crime Organizado. O delegado foi ‘blindado’ por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, após o ex-ministro Sérgio Moro revelar tentativa de ‘interferência política’ de Bolsonaro na corporação. Moraes determinou que o delegado fosse mantido nas investigações sobre ‘fake news’ e financiamento de atos antidemocráticos, cujos inquéritos estão sob sua relatoria.
Celso de Mello autoriza advogados de Moro e de Bolsonaro nos depoimentos de ministros militares - O ministro Celso de Mello, decano do Supremo Tribunal Federal, expediu despacho autorizando a presença dos advogados do ex-ministro Sérgio Moro nos depoimentos dos ministros Augusto Heleno (GSI), Walter Braga Netto (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), caso queiram acompanhar a oitiva. A mesma prerrogativa foi dada ao presidente Jair Bolsonaro, por também figurar como investigado no inquérito. Os depoimentos foram determinados pelo decano do STF na terça, 5, e devem ser realizados em até 20 dias.
Copom atualiza projeções para IPCA - O Banco Central atualizou suas projeções para a inflação no comunicado do Copom. No cenário híbrido que utiliza câmbio fixo e juros do mercado financeiro, conforme o Relatório de Mercado Focus, o BC alterou sua projeção para o IPCA em 2020 de 3,0% para 2,4%. Já no seu cenário de referência, com câmbio constante a R$ 5,5 e Selic constante em 3,75%, a projeção do IPCA para 2020 passou de 3,0% para 2,3% ao ano. O centro da meta de inflação perseguida pelo BC em 2020 é de 4,00%, com margem de 1,5 ponto (de 2,5% a 5,5%).
Fundos registram saída recorde de recursos em abril - A indústria brasileira de fundos de investimentos registrou resgate líquido de R$ 91,1 bilhões em abril de 2020, o maior valor mensal da série histórica da Anbima. O volume superou a marca anterior de R$ 31,2 bilhões de março último, já influenciada pelos impactos financeiros da crise causada pela pandemia de covid-19. Em abril de 2019, o resgate líquido foi de R$ 20,1 bilhões.
CNI: 40% dos brasileiros já tiveram perda total ou parcial da renda - A perda total ou em parte da renda mensal já atingiu 40% dos brasileiros. Esse é um dos impactos da pandemia do novo coronavírus, segundo pesquisa "Os brasileiros e o consumo no pós-isolamento" da Confederação Nacional da Indústria (CNI), encomendada ao Instituto FSB Pesquisa. Deste total, 23% afirmam já terem ficado totalmente sem salário e 17% apontam terem tido alguma redução na renda. Apenas 36% das pessoas dizem que continuarão recebendo normalmente seu salário.
Senado aprova prazo de 72h para Anvisa autorizar importação de remédio contra covid-19 - O Senado aprovou nesta quarta-feira (6), por 75 votos a 1, a proposta que institui o prazo-limite de 72 horas à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para conceder autorização à importação e distribuição de remédios e equipamentos já permitidos para utilização no exterior contra o novo coronavírus. O projeto já havia passado pela Câmara e vai para sanção presidencial.
Estados e municípios podem restringir transporte sem aval da União - Estados e municípios podem estabelecer restrições de transporte durante a pandemia do novo coronavírus, sem necessidade de aval da União, decidiu nesta quarta-feira (6) o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão da Corte envolve o transporte entre diferentes municípios de um mesmo Estado ou dentro de uma mesma cidade - mas não atinge o transporte interestadual, que é um assunto de competência da União.
Alcolumbre diz que não tolera ataques à imprensa e às instituições - O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), defendeu ontem o isolamento social como medida de combate ao novo coronavírus e disse que não vai tolerar ataques à imprensa e às instituições. No último fim de semana, Bolsonaro voltou a participar de ato antidemocrático contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília. Na ocasião, a equipe do Estadão foi agredida por apoiadores dele. Na terça-feira (5), em entrevista, Bolsonaro também foi criticado por mandar jornalistas calarem a boca.
FÔLEGO NO EXTERIOR
Futuros de NY e Europa em alta - Os futuros de Nova York e as bolsas europeias operam em alta moderada no começo do pregão desta quinta-feira, com investidores digerindo uma série de fatores, incluindo um inesperado aumento nas exportações da China, a decisão do Banco da Inglaterra (BoE) de manter sua política monetária inalterada, dados fracos da indústria alemã, balanços da Telefónica e da Air France-KLM e os últimos desdobramentos da pandemia de coronavírus. Às 7h22, o Dow Jones futuro subia %, o S&P 500 futuro tinha alta de % e o Nasdaq futuro avançava %. A Bolsa de Londres subia 0,39%, a de Frankfurt avançava 0,66% e a de Paris se valorizava 0,63%. O euro estava em US$ 1,0796, de US$ 1,0799 e a libra estava em US$ 1,2375, de US$ 1,2341 no fim da tarde em Nova York. O índice DXY subia 0,04%, a 100,130 pontos.
Produção industrial da Alemanha sofre queda histórica de 9,2% em março - A produção industrial da Alemanha sofreu um tombo histórico de 9,2% em março ante fevereiro, diante do violento impacto econômico da pandemia de coronavírus. A queda, a maior registrada numa série histórica iniciada em janeiro de 1991, foi maior do que o declínio de 8,8% previsto por analistas consultados pelo The Wall Street Journal.
BoE mantém política monetária e prevê tombo de 25% do PIB no 2º trimestre - O Banco da Inglaterra (BoE, pela sigla em inglês) decidiu manter sua política monetária inalterada após reunião nesta quinta-feira, deixando sua taxa básica de juros em 0,1% e o tamanho do seu programa de relaxamento quantitativo (QE) em 645 bilhões de libras (US$ 798 bilhões). O BoE prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) britânico sofrerá um tombo de cerca de 25% no segundo trimestre, com avanço da taxa de desemprego para algo em torno de 9%.
BoE/Bailey: efeito da covid-19 levará 1 ano após início de flexibilização de bloqueio -O presidente do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Andrew Bailey, disse hoje que a recuperação da economia deve ocorrer muito mais rapidamente do que a saída da crise financeira global. "Não obstante, esperamos que os efeitos sobre a demanda na economia durem cerca de um ano após o bloqueio começa a ser flexibilizado”, pontuou.
Bolsas da Ásia e Pacífico fecham em baixa - As bolsas da Ásia e do Pacífico fecharam majoritariamente em baixa nesta quinta-feira, influenciadas por tensões entre EUA e China e apesar do desempenho melhor do que o esperado da balança comercial chinesa no último mês. Ontem, o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que a China "pode ou não" manter o acordo comercial bilateral firmado no começo do ano entre as potências. Desde a semana passada, EUA e China vêm protagonizando uma polêmica sobre a origem da pandemia de coronavírus.O Xangai Composto caiu 0,23%. O Hang Seng se desvalorizou 0,65% em Hong Kong, e o sul-coreano Kospi teve baixa marginal de 0,01% em Seul, mas o Nikkei subiu 0,28% em Tóquio. Na Oceania, o S&P/ASX 200 caiu 0,38% em Sydney. Às 7h18, o dólar estava em 106,46 ienes, de 106,09 ienes no fim da tarde de ontem.
China: exportações registram avanço inesperado em abril - As exportações da China registraram aumento em abril, de 3,5% na comparação anual, após queda de 6,6% em março. Economistas consultados pelo Wall Street Journal projetavam um recuo de 18,8% em abril. As importações chinesas caíram 14,2% na comparação anual de abril, após terem baixado 0,9% em março. A projeção para abril era de recuo de 15,8%. O superávit comercial geral do país chegou a US$ 45,34 bilhões em abril, comparado com um superávit de US$ 19,9 bilhões em março e expectativas de um superávit de US$ 9 bilhões para o mês de abril.
PMI de serviços da China sobe de 43,0 para 44,4 em abril - O índice de preços de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor de serviços da China subiu de 43,0 em março para 44,4 em abril, informou a IHS Markit em parceria com a Caixin Media. A leitura ficou novamente abaixo da marca de 50, que divide expansão de contração, mas indica que houve um alívio do ritmo de queda. O PMI composto, que reúne os setores industrial e de serviços, avançou de 46,7 em março para 47,6 em abril.
Petróleo opera em forte alta - Os contratos futuros de petróleo operam em alta significativa na manhã desta quinta-feira, após dados melhores do que o esperado da balança comercial chinesa e apesar de tensões entre EUA e China. Às 7h18, o barril do petróleo WTI para junho subia 8,80% na Nymex, a US$ 26,10, enquanto o do Brent para julho subia 6,33% na ICE, a US$ 31,60.
AB Inbev tem prejuízo, mas aponta sinais positivos na China e EUA - A Anheuser-Busch InBev (AB InBev), maior cervejaria do mundo, teve prejuízo líquido de US$ 2,25 bilhões no primeiro trimestre de 2020, revertendo lucro de US$ 3,57 bilhões apurado no mesmo período do ano passado, diante dos efeitos adversos da pandemia de coronavírus. Por outro lado, a empresa citou sinais de recuperação na China. Já nos EUA, as vendas cresceram entre janeiro e março com o avanço do consumo por famílias. Por volta das 7h10, a ação da AB InBev subia 2,3% na Bolsa de Bruxelas.
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