COMBO BRASIL DESCOLA ATIVOS LOCAIS DO EXTERIOR, PUXA BOLSA E DERRUBA DÓLAR E JUROS

Blog, Cenário

Os ativos brasileiros começaram abril novamente com performance superior aos demais pares, em um movimento que encontra respaldo no elevado preço das commodities, ainda que o petróleo tenha recuado hoje, e no retorno que o nível de juros doméstico proporciona ao investidor estrangeiro. Esse combo resulta na entrada de recursos no País, tanto em busca de ações ligadas a matérias-primas, como é o caso da Vale, quanto para operações de carry trade. E na medida em que tudo isso ocorre, a desmontagem de apostas contra o real ganha impulso, o que favorece a queda do dólar e retira pressão da inflação - por consequência, também dos juros futuros. Esse ciclo "virtuoso", que vem se repetindo por aqui pelo menos desde que começou a guerra entre Rússia e Ucrânia, recolocou a Bolsa acima dos 121 mil pontos, trouxe o dólar para abaixo de R$ 4,70 e fez o DI para janeiro de 2027 ceder abaixo de 11% pela primeira vez desde 3 de fevereiro. No caso do câmbio, há relatos de que os exportadores estão internalizando dólares em busca de rentabilidade nos juros, o que ajuda a explicar a desvalorização de 1,97% do dólar à vista, a R$ 4,6673 - menor valor desde 10 de março de 2020 e recuo superior a 16% no ano. Tal comportamento, junto com a queda do petróleo após o anúncio da liberação de reservas estratégicas por membros da AIE, voltou a tirar prêmios da curva de juros, sobretudo nos vencimentos intermediários e longos. E a queda das taxas favorece, em alguma medida, as ações ligadas à atividade doméstica, como varejo e construção. Assim, em um dia de avanço das ações da Vale, em linha com o minério, e de produção industrial acima do esperado no Brasil, o Ibovespa galgou mais um degrau, ao subir 1,31%, aos 121.570,15 pontos - melhor nível de encerramento desde 11 de agosto. Esse quadro fez com que a cautela externa, em meio à leitura de que o payroll de março nos EUA pode sancionar um aperto mais forte dos juros por parte do Fed, ficasse em segundo plano.

•BOLSA

•CÂMBIO

•JUROS

•MERCADOS INTERNACIONAIS

BOLSA

Em sessão de abertura de mês espremida junto ao fim de semana, o Ibovespa subiu um degrau a mais, agora aos 121 mil pontos, marca não vista desde meados de agosto passado. Desde a manhã, a referência da B3 manteve o sinal positivo apesar da cautela em Nova York (que, ao final, virou e fechou em alta) e também no petróleo, em meio à liberação de reservas estratégicas para conter a escalada da commodity. Neste 1º de abril, o Ibovespa subiu 1,31%, aos 121.570,15 pontos, melhor nível de encerramento desde 11 de agosto, então aos 122.056,34 pontos. No intradia, chegou hoje a 121.578,84, o maior patamar desde 12 de agosto (122.095,40), saindo de abertura hoje a 120.001,02, correspondente à mínima da sessão.

O giro financeiro ficou em R$ 32,6 bilhões nesta sexta-feira e, na semana, o índice acumulou alta de 2,09%, o terceiro avanço consecutivo, vindo de ganhos de 3,27% e de 3,22% nos intervalos anteriores. Trata-se da melhor sequência desde os cinco ganhos seguidos observados de janeiro a fevereiro, iniciado com um avanço de 4,10% na primeira semana do ano.

O desempenho de Vale (ON +1,42%) e de empresas de consumo e serviços voltados à economia doméstica, como Méliuz (+9,37%), Cielo (+8,04%), Banco Inter (+7,78%) e Cogna (+7,77%), na ponta do Ibovespa, foram o contraponto ao dia negativo para Petrobras (ON -0,03%, PN -1,32%) e misto para os grandes bancos (Bradesco PN -1,08%, Itaú PN +0,29%). Entre as maiores perdas na sessão, destaque para Suzano (-1,70%), Klabin (-1,62%) e Usiminas (-1,43%).

A Agência Internacional de Energia (AIE) informou hoje em comunicado que houve um acordo entre seus 31 membros para uma nova liberação de reservas de petróleo, "em resposta à turbulência no mercado causada pela invasão russa da Ucrânia". A entidade diz que detalhes sobre essa liberação serão tornados públicos apenas no início da próxima semana.

Nesta sexta-feira (1º), a B3 divulgou a primeira prévia, do total de três, para a próxima carteira de ações que irá compor o Ibovespa a partir do dia 2 de maio, com entrada de SLC Agrícola (SLCE3), e nenhuma remoção de nomes, o que elevaria de 92 para 93 papéis a composição da carteira do índice, aponta a XP Investimentos em relatório.

O mercado está com expectativa mais conservadora para o comportamento das ações no curtíssimo prazo, segundo o Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira. A percepção de que a próxima semana será de ganhos, porém, continua sendo majoritária entre os participantes. A pesquisa mostra fatia de 46,15% dos que esperam ganhos para o Ibovespa no período entre 4 e 8 de abril, porcentual bem aquém dos 61,54% da semana passada. Os que preveem variação neutra são 30,77% (23,08% na última sondagem), enquanto a parcela que espera queda subiu de 15,38% para 23,08%.

Hoje, as ações tiveram, a princípio, um início de trimestre “sem brilho” nos Estados Unidos, observa em nota Edward Moya, analista da OANDA em Nova York, em dia de divulgação de nova leitura sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos, com criação de 431 mil vagas, ainda intensa embora abaixo da expectativa de consenso, de 490 mil para o mês de março.

“O mercado de trabalho continua forte e os empregadores estão progredindo no preenchimento de vagas. O relatório de manufatura da ISM [também divulgado nesta sexta-feira] confirmou a grande história contada sobre o emprego, mas mostrou que a inflação está ficando pior e a atividade está diminuindo, à medida que os problemas da cadeia de suprimentos persistem”, acrescenta o analista.

“Mais uma demonstração de força, hoje, do mercado de trabalho americano, com queda da taxa de desemprego, agora a 3,6%, em recuperação espalhada por vários grupos da população, desde os mais aos menos escolarizados. O que se reflete também nos ganhos salariais, em aceleração, mês a mês, o que representa também inflação para o Fed considerar. Vale lembrar que a taxa de desemprego estava a 6% um ano atrás”, diz Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, que acredita em acentuação do ritmo de alta da taxa de juros nos Estados Unidos, de 0,25 ponto para 0,50 ponto porcentual.

“Aqui, a balança comercial com superávit (recorde para o mês, de US$ 7,383 bilhões em março), por mais que tenha vindo um pouco abaixo do que esperava o mercado, retrata bem o que o estrangeiro está enxergando no Brasil desde janeiro, como um país 'net' exportador (exportador líquido), favorecido por commodities em níveis mais elevados, e por tempo prolongado. Brasil é uma das escolhas do estrangeiro, embora haja uma discussão grande quanto a esse fluxo, se é muito especulativo ou não, e por quanto tempo permanecerá”, acrescenta Cruz. (Luís Eduardo Leal - [email protected])

17:27

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 121570.15 1.30911

Máxima 121578.84 +1.32

Mínima 120001.02 0.00

Volume (R$ Bilhões) 3.26B

Volume (US$ Bilhões) 6.94B

17:30

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 121980 1.27024

Máxima 122225 +1.47

Mínima 120855 +0.34

CÂMBIO

O mercado doméstico de câmbio inicia abril na mesma toada em que encerrou o primeiro trimestre: jogando o dólar para baixo. Em queda desde a abertura dos negócios e na contramão do exterior, a moeda americana acelerou as perdas ao longo da tarde, em meio à divulgação de resultado forte da balança comercial em março, e fechou abaixo de R$ 4,70 pela primeira vez desde 10 de março de 2020.

Segundo operadores, o fluxo estrangeiro para ativos locais continua firme, com investidores alocando em bolsa, insuflada pela alta das commodities, e montando operações de carry trade. A alta das taxas dos Treasuries de dois anos, após a leitura do relatório de emprego (payroll) nos EUA em março sustentar a perspectiva de intensificação do processo de alta de juros pelo Federal Reserve, não abalou o apetite pelo real.

Exportadores também estariam antecipando fechamento de câmbio para aplicar nos juros domésticos. Diversas casas mantém a previsão de que a taxa Selic possa encerrar o ciclo de aperto monetário acima de 13%, embora o BC tenha enfatizado que pretende promover apenas mais uma elevação da taxa, em 1 ponto porcentual na reunião de maio, para 12,75%.

Com mínima a R$ 4,6628 (-2,07%), registrada no meio da tarde com ordens de stop loss (limitação de perdas), o dólar à vista encerrou a sessão em baixa de 1,97%, a R$ 4,6673 - menor valor de fechamento desde 10 de março de 2020 (R$ 4,647). Com isso, a desvalorização acumulada no ano atingiu 16,30%.

À tarde, a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Economia, divulgou que a balança comercial registrou superávit de US$ 7,383 bilhões em março, 19% maior que em igual período do ano passado e o melhor resultado para o mês desde o início da série histórica. No ano, a balança comercial acumula superávit de US$ 11,313 bilhões, crescimento de 37,6% na comparação anual.

Após o resultado de março, a Secex aumentou a previsão para o saldo comercial neste ano de US$ 79,4 bilhões para US$ 111,6 bilhões, com a expectativa para as exportações passando de US$ 284,3 bilhões para US$ 348,8 bilhões. Em 2021, o resultado foi positivo em US$ 61,4 bilhões.

O especialista em renda fixa da Blue3, Nicolas Giacometti, ressalta que as commodities já vinham pressionadas pela recuperação da atividade global com arrefecimento da pandemia do novo coronavírus e subiram ainda mais com o advento da guerra na Ucrânia.

"O Brasil tem muitas empresa produtoras e exportadoras de commodities. Isso traz mais dólares e também atrai o investidor estrangeiro para ações de companhias que estavam muito descontadas", diz Giacommeti, ressaltando que com a perspectiva de alta de juros nos EUA, investidores estão migrando para setores mais tradicionais, que não vão sofrer tanto com o aperto monetário. "Somando esse cenário aos juros domésticos elevados, que atrai capital externo, temos uma pressão forte do dólar para baixo".

Mesmo que haja um cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia (que realizaram nova rodada de negociações hoje), a perspectiva é a de que as commodities seguirão em patamares elevados. Além disso, investidores devem continuar a evitar ativos russos e moedas do leste europeu, dando preferência a outros emergentes, como o Brasil.

No exterior, o índice DXY - que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes - operou em alta ao longo de todo o dia, tocando máxima na casa de 98,700 pontos. A curva de juros americana se inverteu, com a taxa da T-note de 10 anos abaixo de 2,40%, enquanto o retorno do título de dois anos, em forte alta, girava ao redor de 2,44%.

O payroll mostrou criação de 431 mil empregos nos EUA em março, abaixo das expectativas (490 mil). Em contrapartida, a taxa de desemprego caiu de 3,8% para 3,6%, enquanto o consenso de mercado era de 3,7%. Houve revisão dos números de geração de vagas em fevereiro (de 678 mil para 750 mil) e janeiro (de 481 mil para 504 mil).

Na esteira do payroll, cresceram as apostas em postura mais ativa do Federal Reserve ao longo deste ano. Segundo a plataforma FedWatch do CME Group, a possibilidade de que a taxa básica - hoje entre 0,25% e 0,50% - suba à faixa entre 2,75% a 3,00% até dezembro aumentou de 13% ontem para 29%. É amplamente majoritária a aposta de que o BC americano vai acelerar o passo e elevar a taxa básica em 0,50 ponto porcentual em maio.

Por aqui, o mercado deixa de lado, por ora, ruídos políticos e temores de deterioração fiscal, em meio a corte de impostos e à novela em torno do reajuste do funcionalismo público. A paralisação dos servidores do Banco Central não tem influenciado a formação da taxa de câmbio.

A economista-chefe do Banco Ourinvest, Fernanda Consorte, observa que o "o ambiente interno segue confuso", com greve em segmentos do serviço público e as articulações para a campanha presidencial, mas que isso não abala o real. "Nossa taxa de câmbio deixou de responder à conjuntura local. Está mais ligada a questões técnicas e à alta liquidez no cenário externo", afirma.

A Porto Seguro Investimentos reduziu de R$ 5,50 para R$ 5,00 a projeção para a taxa de câmbio no fim de 2022, observando que a melhora dos temores de troca e o aumento do fluxo externo, em meio ao diferencial de juros elevado, prevalecem sobre o risco fiscal. "Se essa projeção se materializar, o real será um grande aliado da Selic para conter a inflação", afirma a instituição, em relatório. (Antonio Perez - [email protected])

17:30

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 4.66730 -1.9722 4.73390 4.66280

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4694.000 -1.84023 4775.000 4691.500

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4836.187 30/03    

JUROS

Os juros tombaram nesta sexta-feira, andando pari passu com o câmbio e fechando a sessão regular nas mínimas do dia quando a moeda furou o nível de R$ 4,67. A virada do petróleo para baixo à tarde, após alguma volatilidade mais cedo, contribuiu para o movimento de devolução de prêmios, hoje mais expressivo nos vencimentos de médio e longo prazos. Com isso, a curva continuou desinclinando, não somente em relação a ontem como também no balanço da semana. Fatores internos, como a paralisação de funcionários do Banco Central e Tesouro e os dados da produção industrial, ficaram em segundo plano.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024, hoje o mais negociado, encerrou a 11,84%, de 12,056%% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2023 caiu de 12,731% para 12,62%. O DI para janeiro de 2025 encerrou com taxa de 11,16%, de 11,42%. Pela primeira vez abaixo do nível de 11% desde 3 de fevereiro (10,96%), a taxa do DI para janeiro de 2027 terminou a 10,98%, de 11,22% ontem.

Na semana em que predominou a queima de prêmios na curva, enquanto a ponta curta devolveu em torno de 25 pontos-base com relação à última sexta-feira, os longos cederam perto de 40 pontos. Com isso, a inclinação ficou ainda mais negativa. O diferencial entre os DI para janeiro de 2027 e janeiro de 2024 fechou hoje em 86 pontos, de -70 pontos na sexta passada.

O sinal de baixa prevaleceu nas taxas desde a abertura e foi se acentuando ao longo do dia, sempre com o câmbio como principal referência, num momento de grande preocupação com o efeito inflacionário da escalada das commodities em função do conflito na Ucrânia. "Como o dólar furou R$ 4,70, ajudou bastante a tirar prêmio da curva pela percepção de que pode ajudar a mitigar o cenário inflacionário", explica Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos, lembrando que o petróleo hoje também se desvalorizou.

Após alguma volatilidade inicial, a commodity se firmou em queda à tarde, em meio à liberação de reservas estratégicas da Agência Internacional de Energia (AIE) e aperto nas restrições de circulação na China por causa da nova onda de Covid.

Para o Bradesco, os efeitos da guerra na Ucrânia para as commodities são ambíguos para a economia brasileira. O menor crescimento global, a elevação da inflação e os potenciais problemas na importação de fertilizantes sugerem menor crescimento e preços mais elevados no médio prazo. Por outro lado, o ganho nos termos de troca favorece o real, a melhora das contas públicas e uma menor aversão ao risco, que atuam na direção de maior crescimento e mitigação de riscos inflacionários. "Nesse contexto, o efeito líquido deve ser mais crescimento, inflação e juros", concluem os economistas.

No fechamento dos negócios, o dólar estava em R$ 4,6673, baixa de 1,97%, prevalecendo sobre qualquer preocupação com possíveis impactos da paralisação de servidores. Sem sucesso nas negociações em defesa da reestruturação de carreira e recomposição salarial, funcionários do BC entraram em greve por tempo indeterminado a partir de hoje. As mesas de mercado aberto e câmbio e a divulgação da Ptax diária devem ser preservadas, mas publicações, como o Boletim Focus, o fluxo cambial e as estatísticas de crédito, setor externo e fiscal, devem ter divulgação errática. No Tesouro, servidores pararam hoje e vão cruzar os braços também na terça (5).

Na agenda, enquanto o payroll de março era destaque nos Estados Unidos, aqui o IBGE divulgou a produção industrial de fevereiro, que subiu 0,7% ante janeiro. A alta veio acima do consenso de crescimento de 0,4%, mas não alterou a percepção negativa para a indústria nos próximos meses. "O diagnóstico ainda é delicado, pelos juros e custos de produção elevados e cadeias de produção global em desequilíbrio", afirma Abdelmalack.

No BTG Pactual, a área de Estratégia afirma ter uma visão mais construtiva para o cenário da curva de juros, diante da proximidade do fim do ciclo de aperto monetário e da expectativa de que a inflação atinja seu pico entre abril e maio. Enquanto o BC indica fim do ciclo de altas em maio, com Selic a 12,75%, a expectativa do BTG é de que o processo de ajuste termine em junho, com a Selic em 13,25%. "Portanto, há prêmio na curva, mas que pode reduzir tão logo a inflação faça seu pico - algo que deve ocorrer na virada de abril para maio", preveem. Segundo o banco, a discussão da reversão do ciclo em 2023, que ainda tem risco de iniciar mais tarde, continua ganhando peso. (Denise Abarca - [email protected])

17:07

 Operação   Último 

CDB Prefixado dias (%a.a) 11.65

Capital de Giro (%a.a) 6.76

Hot Money (%a.m) 0.63

CDI Over (%a.a) 11.65

Over Selic (%a.a) 11.65

MERCADOS INTERNACIONAIS

Na tentativa de minimizar as pressões inflacionárias decorrentes da disparada do petróleo em meio à guerra na Ucrânia, a Agência Internacional de Energia (AIE) informou que fará nova liberação de reservas estratégicas, com os detalhes a serem divulgados na próxima semana. A notícia levou para baixo os preços da commodity, mas não chegou a jogar no vermelho as ações de petroleiras em Nova York. Os índices acionários americanos terminaram o dia no positivo, após sessão marcada pela volatilidade. Com um payroll visto como firme pelo mercado, as expectativas de aperto monetário mais agressivo pelo Federal Reserve (Fed) foram alimentadas e a curva de juros nos Estados Unidos voltou a inverter, enquanto o dólar se fortaleceu ante suas principais rivais.

Os 31 Estados-membros da AIE concordaram em inserir mais petróleo no mercado, depois de 62,7 milhões de barris já terem sido liberados no mês passado. Isso quer dizer que países como Reino Unido, Japão, México e Austrália se unem aos esforços iniciados pelos Estados Unidos para conter o avanço de preços no setor de energia. Segundo o presidente americano, Joe Biden, serão "dezenas de milhões de barris" liberados. Depois de oscilarem ao longo da sessão, o contrato do petróleo WTI para maio fechou em queda de 1,01% (US$ 1,01), a US$ 99,27 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para o mês seguinte caiu 0,31% (US$ 0,32), a US$ 104,39 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). Também na Nymex, o ouro para junho caiu 1,55% e o cobre, 1,32%.

Ainda assim, as petroleiras se sustentaram em Wall Street, com Chevron (+0,85%), ExxonMobil (+0,64%) e Chesapeake (+3,45%) no azul. No entanto, papéis importantes, como Apple (-0,17%) e Boeing (-0,39%) caíram e pressionaram os índices. Depois de sessão volátil, O Dow Jones fechou com alta de 0,40%, a 34.818,27 pontos, o S&P 500 subiu 0,34%, 4.545,86 pontos, e o Nasdaq avançou 0,29%, a 14.261,50 pontos.

Durante a tarde, os operadores digeriam os impactos dos dados de mercado de trabalho americano sobre a política monetária do país. Foram 431 mil empregos criados em março, abaixo da expectativa de 490 mil do mercado. Ainda assim, o resultado foi entendido como forte e dá argumentos para que o Fed eleve os juros básicos em 50 pontos-base na reunião de março, como mostra reportagem especial publicada às 16h19. Ao fim do dia, as apostas eram de que havia 73,3% de chance de uma alta nesse nível, conforme o monitoramento FedWatch do CME Group. A Capital Economics avalia, porém, que há sinais de que o aumento nos salários nos EUA atingiu seu pico e poderia exercer menos pressão para que o Fed adote uma postura monetária agressiva. O presidente do Fed de Chicago, Charles Evans, disse concordar com a projeção da mediana dos dirigentes de que serão sete altas de 25 pontos-base neste ano e outras três no ano que vem.

O resultado do payroll, como é chamado o relatório de empregos dos EUA, também reforçou a inversão na curva de Treasuries, destaca o BMO Capital Markets. Para o Wells Fargo, a inversão da curva de juros nesta semana sugere que os mercados podem estar perdendo a confiança de que o Fed será capaz de alcançar "um pouso tão suave" em suas decisões. No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos subia a 2,456%, o da T-note de 10 anos, a 2,392% e o do T-bond de 30 anos, a 2,442%%.

Com indicadores econômicos mistos nos EUA e uma inflação ao consumidor recorde na zona do euro, o euro recuou ante o dólar nesta sessão e caía a US$ 1,1047, no horário citado. A moeda russa também interrompeu seu ciclo de altas, com a americana subindo a 85,910 rublos russos. A libra recuava a US$ 1,3111 e o dólar subia a 122,52 ienes. O índice DXY, que mede o dólar contra seis moedas competitivas, subiu 0,33%, a 98,632 pontos, hoje, mas caiu 0,16% na semana. Apesar de obrigar os chamados "países não amigáveis" a pagarem pelo gás natural em rublos russos, a Rússia informou que não irá cortar as entregas imediatamente, uma vez que a decisão só afeta contratos com vencimento no fim de abril e em maio, segundo reportagem da Reuters

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