COM RISCO DE IMPEACHMENT, DÓLAR DISPARA A R$ 5,66 E APOSTA EM CORTE DA SELIC ESFRIA

Blog, Cenário
O pedido de demissão de Sérgio Moro, então ministro da Justiça, após a exoneração do diretor-geral da Polícia Federal, continuou ditando a aversão ao risco no período da tarde e obrigou o Banco Central a atuar mais algumas vezes no câmbio, num total de oito intervenções no dia. Além disso, os juros futuros, que indicavam chances majoritárias de o Copom cortar a Selic em 0,75 ponto porcentual no próximo encontro, agora resguardam apostas em um corte 0,5 ponto. Ao mesmo tempo, o Ibovespa, que chegou a se aproximar de mais um circuit breaker no começo da tarde, desacelerou o tombo com a melhora de seus pares em NY. Moro saiu do governo disparando acusações contra o presidente Jair Bolsonaro, que vão desde ingerência política na PF até a preocupações do mandatário com investigações conduzidas pelo órgão. Há pouco, o presidente se defendia e negava qualquer ingerência, mas reiterou que tem o direito de trocar o comando da PF. Ao mesmo tempo, saiu a informação de que a Procuradoria-Geral da República pediu investigação contra Bolsonaro, por uma série de crimes, como falsidade ideológica, corrupção passiva e obstrução de Justiça. A leitura do mercado é de que a saída do ex-juiz, que tinha a maior aprovação dentro da atual gestão, não só diminui o apoio ao governo, como abriu caminho para um impeachment do presidente, num momento de enfraquecimento de outro super ministro, Paulo Guedes (Economia), e com a maior crise econômica, aqui e no mundo, em décadas. Os ativos precificam justamente essa espécie de tempestade perfeita no Brasil. Nas oito intervenções que fez hoje no câmbio, o BC "gastou" US$ 4,275 bilhões e o máximo que conseguiu foi limitar o avanço do dólar a 2,40% ante o real, a R$ 5,6670 - maior cotação nominal da história. Na semana, a moeda dos EUA subiu 8,11% e, no ano, a alta já supera 41% - o real é, de longe, a divisa com o pior comportamento no globo neste ano atualmente. Com a fuga de capitais do País e os agentes colocando nos preços a possibilidade de impeachment de Bolsonaro, os juros dispararam e alguns vencimentos chegaram a atingir o limite de alta. Não só os curtos praticamente reduziram as apostas em corte da Selic, diante da percepção de que o BC tem espaço menor para afrouxamento monetário no atual cenário, como os longos foram ainda mais longe, gerando forte inclinação da curva, num claro sinal de deterioração das condições econômicas no Brasil. O DI para janeiro de 2027 subiu 140 pontos no pregão de hoje. A Bolsa não passou incólume a esse quadro e, mesmo com o otimismo prevalecendo no exterior, onde o presidente dos EUA, Donald Trump, sinalizou apoio a companhias aéreas e a petroleiras, o Ibovespa tombou 5,45%, aos 75.330,61 pontos, com queda firme de estatais - os primeiros papéis a serem abandonados pelo investidor numa crise de confiança sobre a governabilidade. A semana, que era positiva, terminou com recuo de 4,63%. No ano, o tombo subiu a 34,86%.  
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  CÂMBIO O câmbio teve mais um dia tumultuado, que contou com oito intervenções do Banco Central, entre ofertas de recursos novos e rolagens. A saída do agora ex-ministro Sergio Moro e suas acusações a Jair Bolsonaro levaram o dólar a encostar em R$ 5,75 e o real a ser a moeda, de longe, com o pior desempenho internacional ante o dólar, considerando uma cesta de 34 moedas. Pela tarde, com nova ação do BC, a valorização da moeda perdeu um pouco de fôlego. Mesmo assim o dólar à vista fechou em novo recorde, a R$ 5,6614, com ganho de 2,40%, a maior alta porcentual desde 18 de março.   No ano, o dólar acumula valorização de 41% e o real é a moeda com pior desempenho mundial, considerando os principais mercados. A divisa que chega mais perto, entre os principais emergentes, é a África do Sul, onde o dólar já subiu 36% em 2020 e o México, com 32%. Na semana, o dólar subiu 7%.   A sexta-feira foi marcada por forte volume de negócios no mercado futuro de câmbio, chegando a US$ 27 bilhões, um dos mais altos das últimas semanas. O BC usou ao longo do dia os três principais instrumentos de ação no câmbio: oferta de swap (venda de dólar no mercado futuro); venda de moeda à vista; leilão de linha (venda à vista com compromisso de recompra). Em dinheiro novo, injetou US$ 2,8 bilhões no mercado.   A saída de Moro é muito ruim para o presidente Jair Bolsonaro, pois o ministro o acusou abertamente de corrupção e ainda traz preocupações sobre a permanência do ministro da Economia, Paulo Guedes, no cargo, avalia o economista Pedro Tuesta, responsável em Nova York pela América Latina na Continuum Economics, consultoria do economista Nouriel Roubini. Neste ambiente de maior risco político e temor com o futuro de Guedes, Tuesta não vê o dólar abaixo de R$ 5,60 no curto prazo. "Há risco de ir a R$ 6,00", ressalta ele.   Para um gestor em Londres, o investidor estrangeiro não vai voltar ao Brasil "tão cedo" e o dólar deve continuar acima de R$ 5,50 pelos próximos meses ou ao menos enquanto não houver maior clareza do cenário político.   Com o crescente risco político no Brasil, os estrategistas em Nova York do Citi afirmam estar "bearish" (pessimistas) com o real. A moeda brasileira ainda é prejudicada pela expectativa de queda mais intensa dos juros, acrescentam. No caso de Moro, sua saída vai prejudicar ainda mais o governo de Bolsonaro, em um momento que o presidente já está com taxas de aprovação em queda.   O UBS avalia que Bolsonaro está se distanciando dos pilares de seu governo, inclusive a agenda liberal e que os eventos recentes aumentam a chance de pedidos de impeachment. As taxas do Credit Default Swap (CDS) de cinco anos do Brasil, um termômetro do risco-país, bateram em 380 pontos na tarde de hoje, ante 331 ontem, rondando níveis pré-impeachment de Dilma Rousseff.   A piora do ambiente político vem levando investidores estrangeiros a reforçar apostas contra o real no mercado futuro da B3. Somente ontem, investidores estrangeiros fizeram forte movimentação e reduziram em 32,3 mil contratos, o equivalente a US$ 1,6 bilhão, suas posições "vendidas" em dólar futuro, que ganham com a queda da moeda americana. Com isso, o saldo nesta posição cai para apenas 9,6 mil contratos.   Para um gestor de renda fixa, considerando o comportamento do câmbio hoje, é possível que os estrangeiros tenham voltado a ficar "comprados" em dólar futuro, posição em que estavam até março, ou seja, apostando na alta da divisa americana. Fonte: Altamiro Silva Junior - [email protected]   Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima Dólar Comercial (AE) 5.66140 2.4002 5.74840 5.55470 Dólar Comercial (BM&F) 5.4073 0 DOLAR COMERCIAL FUTURO 5603.000 1.17371 5751.500 5557.000 DOLAR COMERCIAL FUTURO 5641.000 2.00723 5705.000 5593.500     JUROS O pedido de demissão do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e acusações de tentativa de interferência do presidente Jair Bolsonaro no trabalho da Polícia Federal já empinavam a curva pela manhã, mas à tarde a inclinação ganhou força, com as principais taxas atingindo os limites máximos de oscilação da sessão. O mercado foi gradualmente piorando na medida em que a repercussão negativa do episódio ia tomando corpo, com aumento do temor de outras baixas no ministério, entre elas de Paulo Guedes, em especial após o titular da Economia não estar presente na apresentação do Plano Pró-Brasil e cancelar participação em lives neste sexta-feira. Os players também começam a embutir nos preços algum risco de impeachment, uma vez que as revelações de Moro são consideradas "graves" e teriam provas documentais.   A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 fechou em 3,120%, de 2,715% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2022 subiu de 3,369% para 4,10%. A taxa do DI para janeiro de 2027 fechou na máxima de 8,59%, de 7,182% ontem.   A postura amplamente defensiva acabou por catapultar o volume de contratos, via stop loss de posições vendidas, com as taxas batendo os limites de alta e levando a B3 a ajustar tais valores pouco depois das 14h30. O diferencial de taxas em algumas operações de inclinação já vinham subindo desde segunda-feira e hoje atingiram níveis muito elevados, o que serve de termômetro para o estresse do dia. Entre os DIs janeiro de 2027 e janeiro de 2021 por exemplo, o spread saiu de 399 pontos-base na segunda para 547 pontos, maior patamar desde 23 de março (570 pontos).   Os limites máximos de oscilação foram atingidos no meio da tarde, logo após a informação de que Bolsonaro falaria às 17h, para, segundo ele, restabelecer a verdade da demissão de Moro. Em seu pronunciamento, há pouco, ele negou as acusações do ex-ministro. "Nunca pedi para ele (Moro) para que a PF me blindasse onde quer que fosse", disse Bolsonaro.   Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho, diz que a saída e o discurso de Moro podem tornar o cenário político disfuncional. "O que Moro disse é muito grave. Sem dúvida, o impeachment, que era um risco de cauda, entra agora nas possibilidades", afirmou. Na sua avaliação, o governo parece, com a saída de Moro, estar perdendo sua essência que era a bandeira contra a corrupção e a pandemia do coronavírus também colocou outra bandeira em xeque: a agenda liberal.   A Procuradoria-Geral da República (PGR) já solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) abertura de inquérito para apurar fatos narrados por Moro. Integrantes do Ministério Público Federal (MPF) ouvidos reservadamente pelo Estadão/Broadcast afirmam que as declarações podem levar o presidente a ser investigado por sete crimes, ao apontarem indícios de envolvimento de Bolsonaro nos crimes de responsabilidade, falsidade ideológica, prevaricação, coação, corrupção, advocacia administrativa e até obstrução de Justiça.   Em função desse contexto conturbado, o mercado recolheu as apostas de corte da Selic em 0,75 ponto porcentual no Copom de maio e a precificação da curva a termo agora aponta 100% de chance de queda de 0,50 ponto, segundo Rostagno. Para a reunião de junho, a precificação passou de -36 pontos ontem para -21 pontos, ou seja, já há apostas de Selic estável para aquele encontro. O estrategista pondera que o mercado hoje viveu um choque, com grande aumento da liquidez e desmonte de posições, mas é fato que o agravamento do quadro pode levar o BC a ser mais conservador. Fonte: Denise Abarca - [email protected]   Operação   Último CDB Prefixado 31 dias (%a.a) 3.33 Capital de Giro (%a.a) 7.02 Hot Money (%a.m) 0.82 CDI Over (%a.a) 3.65 Over Selic (%a.a) 3.65     BOLSA A saída do ministro Sergio Moro com o dedo apontado para ingerência política do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal criou tempestade perfeita nesta sexta-feira, com dólar em novos níveis recordes e o Ibovespa ameaçando chegar a 'circuit breaker' no pior momento do dia, aos 72.040,82 pontos (-9,58%), para depois moderar perdas e fechar em baixa de 5,45%, aos 75.330,61 pontos, interrompendo assim duas semanas de recuperação. Pouco antes do fechamento, o presidente iniciava entrevista no Planalto na qual busca explicar os motivos para a substituição de Mauricio Valeixo no comando da PF, e para a suspensão da "carta branca" que havia concedido a Moro para atraí-lo ao governo, em novembro de 2018.   "Sabia que não seria fácil. Uma coisa é você admirar uma pessoa, outra é conviver e trabalhar com ela", disse Bolsonaro logo na abertura, tendo atrás de si alguns de seus ministros mais alinhados, como Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Damares Alves (Família), Onyx Lorenzoni (Cidadania) e o recém-empossado da Saúde, Nelson Teich. "A indicação para o comando da PF inicialmente foi de Moro, porque eu confiava nele", afirmou o presidente. "Estou lutando contra o sistema, contra o establishment", acrescentou Bolsonaro, retomando mote da campanha eleitoral.   A fala não alterou o fechamento na B3. O giro financeiro totalizou R$ 37,6 bilhões e, com a perda de 4,63% nesta semana, o Ibovespa limita o avanço acumulado no mês a 3,16%, cedendo agora 34,86% no ano. A pedra no caminho interrompe a recuperação e o padrão menos volátil observado até aqui em abril, especialmente se comparado a fevereiro e março, quando a pandemia do coronavírus estremeceu o mercado no período posterior ao carnaval. Assim, o Ibovespa fechou hoje no menor nível desde 6 de abril, então aos 74.072,98 pontos. Nas últimas sete sessões, o índice vinha flertando com os 80 mil pontos, tendo rompido no intradia esta linha de resistência em seis dessas ocasiões, e chegado ontem aos 81.933,50 durante a sessão, no maior nível desde 16 de março no intraday.   Nesta sexta-feira, as ações com maior exposição ao fator político figuraram entre as mais punidas da sessão, com Eletrobras PNB em queda de 13,17%, Petrobras ON, de 7,32%, e Banco do Brasil ON, de 13,37%, no encerramento da sessão. As ações de bancos privados também foram mal, com destaque para queda de 10,96% em Bradesco ON. Apenas quatro ações do Ibovespa, três das quais com exposição a exportações, fecharam o dia em terreno positivo, beneficiadas pela nova escalada do dólar: Suzano (+7,03%), Klabin (+1,71%), Bradespar (+0,99%) e Vale (+0,57%). Na ponta negativa do índice, ações de empresas prejudicadas pelo dólar forte, como Azul (-14,54%) e CVC (-13,86%).   A moeda americana à vista fechou em nova máxima histórica, negociada a R$ 5,6614(+2,40%), no fechamento, tendo chegado a R$ 5,7484 na máxima da sessão. A pressão sobre o dólar contribuiu para os juros futuros voltarem a empinar para cima, com o mercado de renda fixa revisando a margem que o Copom terá para atuar na Selic em maio.   Com o desembarque do ministro da Justiça, a atenção do mercado se volta para outro pilar de primeira hora do governo Bolsonaro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, que tem se mantido em silêncio desde que um plano de investimentos públicos, capitaneado pela ala militar, foi anunciado esta semana no Palácio do Planalto, sem sua presença. Nesta sexta-feira, orientado por auxiliares, Guedes cancelou de última hora participações em duas videoconferências, uma das quais promovida pelo Itaú.   Na visão de analistas, economistas e mesmo de especialistas jurídicos, as declarações de Moro sobre a atuação de Bolsonaro no afastamento de Valeixo, para ter controle pessoal da instituição, sugerem que o presidente pode ter cruzado o legalmente tolerável, reforçando a possibilidade de que seu governo expire antes do prazo, com impeachment. A expressão "zumbi" foi empregada reservadamente por um general ao comentar a atual situação de Bolsonaro, conforme relato da jornalista Tânia Monteiro, do Estadão/Broadcast.   "Infelizmente, isso (impeachment) entrou no radar. É algo que a gente não queria ter de abordar de novo em um espaço tão curto de tempo, e no curto prazo é o pior cenário", diz o economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira. "É a pá de cal do governo Bolsonaro, que já estava fraco, porque ele perde parte do apoio da população que o elegeu com base na honestidade e na agenda contra a corrupção" diz Solange Srour, economista-chefe da ARX Investimentos, acrescentando que a demissão de Moro deu impulso a uma crise política que já vinha em andamento.   Nesta semana, Celso de Mello, ministro e decano do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), delibere sobre os pedidos de impeachment já apresentados. A iniciativa foi apenas a mais recente de uma série de derrotas políticas acumuladas por Bolsonaro nos últimos dias: além da ruidosa saída de Moro, figuram na lista a autorização dada pelo STF para que se investiguem as manifestações antidemocráticas do último fim de semana e a garantia do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), de que a CPMI das Fake News chegará ao fim, sem atropelos.   Assim, o risco político, em doses não vistas até aqui no governo Bolsonaro, é adicionado à pandemia de coronavírus, ainda sem sinais de declínio no Brasil, o que torna mais incerto o panorama para a economia. "É a pior combinação possível: um longo processo de impeachment se desenhando, com incerteza sobre o horizonte do coronavírus e uma depressão econômica possivelmente a caminho", diz um operador.   "Será preciso uma resposta rápida e contundente por parte de Bolsonaro para restabelecer o elo de confiança com o mercado, que confia, até segunda ordem, na condução da equipe econômica. Se essa estrutura for rachada - ou seja, a equipe de Paulo Guedes ou o próprio ministro forem rechaçados como Moro -, o mercado irá pesar forte e o dólar não vai parar tão cedo", diz Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora.   Ainda assim, o mercado financeiro reduziu o pessimismo sobre o desempenho do Ibovespa nos próximos dias, segundo o Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira. A fatia dos que esperam que a semana que vem será de perdas para o índice caiu de 30,43% no último levantamento para 15,79%, a menor desde o período entre 17 e 21 de fevereiro (12,00%), quando a covid-19 estava restrita à China e a casos isolados em outros países. A previsão de estabilidade subiu de 17,39% para 31,58%. Porém, do universo de 19 respostas, a maior parte, 52,63%, espera valorização para as ações no período entre 27 e 30 de abril, porcentual similar aos que esperavam alta para a Bolsa esta semana na pesquisa anterior (52,17%). Fonte: Luís Eduardo Leal - [email protected]., com Cicero Cotrim e Thaís Barcellos       Índice Bovespa   Pontos   Var. % Último 75330.61 -5.45062 Máxima 79666.62 -0.01 Mínima 72040.82 -9.58 Volume (R$ Bilhões) 3.76B Volume (US$ Bilhões) 6.66B Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % Último 76280 -4.17687 Máxima 79960 +0.45 Mínima 71800 -9.80     MERCADOS INTERNACIONAIS Declarações de apoio a companhias aéreas e a petroleiras do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ajudaram as bolsas de Nova York a melhorar à tarde e fechar com ganhos, tendo no radar também notícias específicas de algumas empresas, como Facebook. Entre os Treasuries, os retornos oscilaram com viés negativo, sem muito impulso, com investidores já à espera da reunião do Federal Reserve (Fed) na próxima semana, quando não se esperam mudanças nos juros, mas sim ajustes em alguns dos programas em andamento. No câmbio, o dólar recuou ante outras moedas fortes, após Trump assinar mais um pacote bilionário para ajudar pequenas empresas e hospitais, e entre as commodities o petróleo subiu hoje, mas registrou perdas consideráveis na semana diante da fraqueza na demanda.   O presidente americano veio a público nesta tarde para dizer que avalia meios de ajudar o mercado de energia americano, diante dos grandes impactos do coronavírus sobre o setor, sobretudo com a queda na demanda. Há um debate no governo americano sobre a possibilidade de que ele compre fatias de algumas companhias, mas sem anúncio oficial. Além disso, Trump comentou que sua administração avalia meios de apoiar as companhias aéreas. O presidente ainda assinou hoje uma lei que destinará US$ 484 bilhões a ajudar pequenas empresas e hospitais, com foco na saúde e na manutenção de empregos.   Além da postura do governo americano, as bolsas foram apoiadas por algumas notícias específicas. Facebook fechou em alta de 2,67%, após a Justiça americana aprovar um acordo de US$ 5 bilhões da rede social com a Comissão Federal de Comércio (FTA) em um processo por violação de privacidade. Chesapeake foi outro destaque, com ganho de 44,71% após ela anunciar a adoção de um plano de direitos para os acionistas. Boeing, por outro lado, recuou 6,36%, diante da possibilidade de agravamento da situação financeira da empresa com o risco de adiamento na retomada de voos com o modelo 737 Max e após o Financial Times afirmar que a companhia pode desistir da união com a Embraer. O índice Dow Jones fechou em alta de 1,11%, em 23.775,27 pontos, o Nasdaq subiu 1,65%, a 8.634,52 pontos, e o S&P 500 teve ganho de 1,39%, a 2.836,74 pontos.   Entre os Treasuries, os retornos recuaram, mas boa parte da sessão oscilaram próximos da estabilidade, com investidores também se posicionando para os anúncios do Fed na quarta-feira. No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos caía a 0,196% e o da T-note de 10 anos, a 0,590%. O NatWest diz não esperar mudanças nos juros pelo BC americano, mas apenas ajustes nos programas já em andamento para apoiar os mercados diante das turbulências recentes provocadas pela pandemia e a consequente piora do quadro econômico. Já o Morgan Stanley acredita que o Fed pode anunciar um programa de compra de Treasuries flexível na sua duração, de US$ 150 bilhões ao mês, para melhorar a transmissão da política monetária mais acomodatícia. Hoje, o Fed de Nova York anunciou que na próxima semana reduzirá o volume diário de compra de Treasuries de US$ 15 bilhões para US$ 10 bilhões.   No câmbio, o dólar recuou, ajustando ganhos recentes e também diante da injeção bilionária na economia confirmada hoje pelo governo americano para apoiar as pequenas empresas. No fim da tarde em Nova York, o dólar recuava a 108,39 ienes, o euro avançava a US$ 1,0813 e a libra tinha alta a US$ 1,2369. O índice DXY, que mede o dólar ante outras moedas principais, caiu 0,05%, a 100,380 pontos. A Western Union comenta que houve ajuste, após a moeda dos EUA atingir máximas em várias semanas nos últimos dias.   Entre as commodities, o petróleo WTI para junho fechou em alta de 2,67%, a US$ 16,94 o barril, mas registrou queda de 33,65% na semana, na Nymex, enquanto na ICE o Brent para o mesmo mês subiu 0,52%, a US$ 21,44 o barril, mas com perdas semanais de 23,65%. A recuperação nos últimos dias da semana com as tensões entre EUA e Irã, portanto, não foi capaz nem de perto de compensar a pressão sobre os contratos por causa da queda sem precedentes da demanda, com a pandemia. Fonte: Gabriel Bueno da Costa - [email protected]    
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