COM PEC DOS PRECATÓRIOS APROVADA E NY POSITIVO, BOLSA SOBE, ENQUANTO DÓLAR E DIS CAEM

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CENÁRIO-2: COM PEC DOS PRECATÓRIOS APROVADA E NY POSITIVO, BOLSA SOBE, ENQUANTO DÓLAR E DIS CAEM
Não é que a recessão técnica na qual entrou o Brasil após nova queda do PIB, de 0,1%, no terceiro trimestre, tenha sido ignorada. Até porque, os juros futuros passaram a estampar apostas menores em um aperto monetário mais intenso após o dado. Mas o que determinou mesmo o rumo dos ativos, pelo menos no Brasil, foi a aprovação da PEC dos Precatórios, em dois turnos, no Senado. O aparente fim da novela envolvendo a proposta, que pode não ser a dos sonhos do mercado, tira um fator de incerteza do horizonte, e fez o investidor aproveitar o tombo de ontem para ir às compras. O movimento foi o tradicional para momentos de correção a exageros e apetite por risco: alta da Bolsa, com queda do dólar e dos juros. Com alta generalizada, mas com intensidade maior entre papéis ligados a commodities e dos bancos, o Ibovespa superou os 104 mil pontos durante a tarde, até terminar com avanço de 3,66%, aos 104.466,24 pontos, na máxima do dia. No câmbio, o comportamento do real só não foi melhor devido ao exterior, com investidores adotando uma postura cautelosa à espera de dados de geração de emprego nos EUA que saem amanhã. Mesmo assim, a moeda americana caiu 0,19% no mercado à vista, a R$ 5,6600. Os juros futuros, por sua vez, cederam de forma generalizada, espelhando a cautela que a atividade fraca pode recomendar na condução da política monetária e a redução das incertezas após a aprovação da matéria que muda o teto de gastos e garante o Auxílio Brasil de R$ 400 em 2022. Mas o exterior, sobretudo no caso da renda variável, também deu sua contribuição. Afinal, Wall Street digeriu o primeiro impacto com a descoberta de casos da variante ômicron nos EUA e também passou por ajustes em alta. E tal movimento foi respaldado por declarações do presidente americano, Joe Biden. Ele disse que, num primeiro momento, não serão necessárias novas medidas mais agressivas por causa da nova cepa da covid-19, como lockdonws. Além disso, o petróleo acabou ajudando, ao subir depois que o grupo Opep+, que reúne a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, decidiu manter o plano de aumento da oferta em 400 mil barris por dia (bpd) em janeiro.
•BOLSA
•CÂMBIO
•JUROS
•MERCADOS INTERNACIONAIS

BOLSA
Depois de testar o patamar dos 100 mil pontos ontem, no fechamento, o Ibovespa sustentou alta robusta durante toda esta quinta-feira. O tom do dia foi ditado, desde cedo, pelo andamento da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios no Senado, que foi finalmente foi aprovado na casa no início da tarde. O bom humor levou o mercado a fechar na máxima do dia, aos 104.446,24 pontos, uma alta de 3,66%. Bem distante da abertura e mínima do dia, 100.874,58 pontos (+0,01%).

Após dias de perda significativa no índice, a percepção é de que hoje o mercado encontrou formas de brigar por uma alta. Por um lado, houve a resolução de um capítulo importante da principal incerteza política e fiscal doméstica: a aprovação, no Senado, da PEC que abre o espaço para o Auxílio Brasil e para o pagamento de precatórios. Por outro, os investidores avaliam que os demais fatores de influência no índice ou ajudaram - caso das bolsas americanas, que subiam robustas após a queda de ontem, e das commodities - ou não atrapalharam, caso do PIB. "O mercado estava querendo motivos para subir depois de apanhar tanto nas últimas semanas", diz o especialista de renda variável da Blue3, Victor Hugo Israel.

Após ter sido adiada e muito negociada nos últimos dias, tirando o fôlego do Ibovespa por diversos pregões, a PEC dos Precatórios foi aprovada por 64 a 13 no primeiro turno e 61 a 10 no segundo turno do plenário do Senado. A medida abre um espaço fiscal de R$ 106,1 bilhões em 2022 e permite a implantação do Auxílio Brasil no valor de R$ 400 a partir de dezembro deste ano.

"Hoje ficou bem conectado, foi bem direta a ligação entre a aprovação da PEC e o resultado positivo do Ibovespa. O Ibovespa descolou positivamente das bolsas americanas, algo que a gente não vê há algum tempo", afirma Gustavo Cruz, economista e estrategista da RB Investimentos, completando: "A PEC em si não é algo que agrada, mas o plano B preocupava muito, que era decretar calamidade e assinar um cheque em branco em um ano eleitoral. Tirar da frente o risco de plano B foi interpretado de forma muito boa".

A PEC ainda terá que passar por uma nova votação na Câmara, que deverá se posicionar sobre as alterações feitas no Senado. Para Armstrong Hashimoto, sócio e operador da mesa de renda variável da Venice Investimentos, no entanto, o principal desafio foi superado: "Ao nosso ver e de boa parte do mercado, o principal momento da PEC foi passado. A Câmara talvez faça algum ajuste, mas encaminha para ser votado".

O dado, divulgado hoje, do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, com queda de 0,1%, teve pouco impacto na bolsa. O mercado previa estabilidade, ou seja, boa parte do resultado já estava implícito nos preços. "Mesmo vindo abaixo da expectativa, o PIB mais fraco é algo que o mercado vem se acostumando nas últimas semanas. O Boletim Focus já vinha mostrando o PIB sendo revisado para baixo, não foi surpresa para ninguém", apontou Hashimoto.

O maior efeito prático da recessão técnica que se configurou com o resultado de hoje da atividade brasileira foi nos juros, à medida em que o mercado abrandou as apostas em uma postura mais agressiva do Banco Central na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o que tira pressão de alguns papéis. "Os ativos de risco são beneficiados pelo fechamento da curva de juros", pontua Israel, da Blue3.

Por exemplo, os papéis de setores como varejo, muito ligados ao crédito e sensíveis, portanto, aos juros, têm apanhado nos últimos meses. Apesar de o índice setorial do segmento ter tido alta hoje (2,17%), ainda segue aquém do ritmo do Ibovespa, com impacto da Black Friday mais fraca que o esperado e o peso da inflação. O desempenho fraco é puxado por grandes varejistas, com destaque para as Lojas Americanas, que teve ambos os papéis (AMER3 e LAME4), como as maiores quedas do Ibovespa, -3% e -2,55%, respectivamente. Após sofrer nos últimos dias e mais cedo, as ações da Magazine Luiza reduziram a queda e fecharam o dia com recuo de -1,74%.

Na outra ponta, as ações de maior peso no índice tinham desempenho positivo robusto. Apesar da volatilidade, a alta no petróleo impulsiona os papéis da Petrobras. As ações preferenciais da companhia fecharam com ganho de 6,98% e as ordinárias, 8,29%. As siderúrgicas também tinham desempenho forte hoje, a despeito da queda no minério de ferro em Qingdao, na China. A Vale terminou o dia em alta de 4,64%.

Na semana, o Ibovespa acumula alta de 2,19%. O índice futuro tinha, às 18h24, alta de 3,83%, aos 104.650 pontos. (Barbara Nascimento - barbara.nascimento@Estadão.com)

18:24

Índice Bovespa Pontos Var. %
Último 104466.24 3.6633
Máxima 104466.24 +3.66
Mínima 100784.58 +0.01
Volume (R$ Bilhões) 3.58B
Volume (US$ Bilhões) 6.36B

18:26

Índ. Bovespa Futuro INDICE BOVESPA Var. %
Último 104650 3.82975
Máxima 104745 +3.92
Mínima 101215 +0.42

CÂMBIO
O ambiente externo de apetite ao risco e a aprovação da PEC dos Precatórios em dois turnos no Senado abriram espaço para uma queda do dólar na sessão desta quinta-feira (2), embora não em magnitude suficiente para pôr a taxa de câmbio abaixo da linha de R$ 5,65.

A despeito do desenlace positivo para a novela da PEC, que passará agora por uma nova votação na Câmara por causa das alterações realizadas no Senado, o ambiente ainda é de cautela e impede a desmontagem de posições defensivas.

Pesa contra a moeda brasileira a perspectiva de um dólar mais forte no mundo, diante da expectativa de que o Federal Reserve promova uma redução mais rápida dos estímulos monetários e antecipe da alta de juros nos Estados Unidos, após declarações duras do presidente do BC americano, Jerome Powell, ao longo desta semana.

Eventuais dados positivos do relatório de emprego nos EUA (payroll) em novembro, que sai amanhã, podem dar força às apostas em elevação dos juros por lá já no segundo trimestre de 2022, a despeito das incertezas geradas pela variante ômicron do coronavírus.

Por aqui, a queda de 0,1% do PIB do terceiro trimestre na margem, que colocou o Brasil em recessão técnica, esfriou as apostas em uma aceleração do ritmo de alta da Selic no encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central na próxima semana.

Afora um movimento de alta na abertura dos negócios, ainda se ajustando ao avanço mais expressivo do dólar futuro na noite de ontem, a moeda operou em terreno negativo ao longo de toda a sessão. A máxima, a R$ 5,6787, veio na primeira meia hora de pregão. Já a mínima, a R$ 5,6145, coincidiu com o início da votação da PEC dos Precatórios no Senado.

Ao longo da tarde, o dólar desacelerou o ritmo de queda nos e passou a operar na casa de R$ 5,65, diante da redução das perdas da moeda americana frente o peso mexicano e o rand sul-africano, considerados pares do real. Além disso, o índice DXY - que mede a variação do dólar frente a seis divisas fortes - trocou de sinal e passou a operar leve alta, acima dos 96,00 pontos.

Com uma leve aceleração nos minutos finais da sessão, o dólar à vista encerrou a sessão em baixa de 0,19%, a R$ 5,6600. Na semana, contudo, a moeda americana ainda acumula valorização de 1,15%. Na B3, às 18h10, o dólar futuro para janeiro recuava 0,96%, a R$ 5,67600, com giro baixo, na casa de US$ 11 bilhões.

Para o líder de renda fixa e produtos de câmbio da Venice Investimentos, André Rolha, é fato que a aprovação da PEC dos Precatórios trouxe certo alívio para o dólar ao longo da sessão de hoje, mas não há motivos para apostar em uma rodada de apreciação do real daqui para frente. "A PEC pode acarretar mais gastos públicos, porque mexe com o teto de gastos. Mas o mercado prefere ter um terror com fim que um terror sem fim. É um pouco do que estamos vendo hoje", diz.

Aprovada com placar de 61 votos a favor e 10 contrários em segundo turno, a PEC dos Precatórios abre um espaço fiscal de R$ 106,1 bilhões no orçamento de 2022 - mais do que o suficiente para o governo por em pé o Auxílio Brasil de R$ 400, principal bandeira do presidente Jair Bolsonaro na busca pela reeleição.

Na avaliação de Rolha, dada toda a confusão política local e o ambiente de fortalecimento da moeda americana no exterior, o dólar só não voltou a superar R$ 5,70 ainda por causa do aumento da atratividade das operações de carry trade, na esteira dos aumentos sucessivos da taxa Selic pelo Banco Central.

Números fortes do payroll amanhã, diz Rolha, podem dar subsídios ainda mais fortes à tese de alta antecipada de juros nos EUA e, por tabela, à moeda americana. "Não vejo motivos para ter um dólar enfraquecido. Se o Brasil não fizer a lição de casa podemos ter taxa acima de 5,70", afirma.

O economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho, estima que o payroll de novembro apresente uma geração líquida de 550 mil a 560 mil empregos, além de recuo da taxa de desemprego nos EUA em 0,1 ponto porcentual, para 4,5%. Dados positivos da economia americana e a persistência da inflação, admitida pelas declarações recentes do presidente do Fed, fazem com que o fôlego mais reduzido do dólar no exterior hoje, com queda em relação à maioria das divisas emergentes, seja pontual.

Depois de dois dias seguidos de falas duras de Powell, hoje foi a vez da presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, chamar a atenção para as pressões inflacionárias. Daly disse que há um conflito entre as metas de estabilidade de preços e pleno emprego, mas que, com as fortes leituras de inflação, é possível que o Fed tenha de acelerar o tapering e montar um plano para aumentar os juros. (Antonio Perez - [email protected])

18:26

Dólar (spot e futuro) Último Var. % Máxima Mínima
Dólar Comercial (AE) 5.66000 -0.1904 5.67870 5.61450
Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0
DOLAR COMERCIAL 5677.500 -0.93352 5714.500 5648.000
DOLAR COMERCIAL FUTURO 5739.296 26/11

JUROS
A curva de juros continuou descarregando prêmios na sessão vespertina, ainda em função do quadro de fraqueza da economia indicado pelo PIB do terceiro trimestre e pelo avanço da PEC dos Precatórios, aprovada pelo Senado e com alterações que reduziram o risco de haver uma "farra fiscal". A percepção de que o Copom não deve acelerar o ritmo de alta da Selic continuou avançando, com as apostas de manutenção do ritmo de aumento de 1,5 ponto porcentual se consolidando como amplamente majoritárias. As taxas todas encerraram em queda, e de forma substancial nos vencimentos curtos. Com o quadro interno favorável, nem o avanço do yield da T-Note de dez anos nem os ganhos do petróleo conseguiram fazer o contraponto.

A quinta-feira foi de forte volume de contratos de Depósito Interfinanceiro (DI), com quase 1 milhão no DI com vencimento de janeiro de 2023, cuja taxa caiu 25 pontos-base, de 11,836% para 11,58% (regular) e 11,53% (estendida). A do DI para janeiro de 2025 recuou a 11,26% (regular) e 11,18% (estendida), de 11,495% ontem no ajuste. O DI para janeiro de 2027 fechou a regular com taxa de 11,27% e a estendida, em 11,15%, de 11,423%. Mesmo com a ponta curta caindo mais que a longa, a curva segue com inclinação negativa, em -38 pontos-base entre os DIs para janeiro de 2027 e janeiro de 2023.

A queda de 0,1% do PIB no terceiro trimestre na margem veio levemente pior do que a mediana das estimativas, de estabilidade, e puxada pelo tombo de 8,0% da Agropecuária. Com dois trimestres seguidos de retração - o PIB do segundo trimestre caiu 0,4% (dado revisado), a economia tecnicamente estaria em recessão. Embora não tenha sido grande surpresa, o mercado aproveitou a deixa para reduzir as apostas num Copom mais duro, considerando ainda a redução do risco fiscal com o avanço da PEC, que, aprovada, reduz a chance de o governo apelar aos créditos extraordinários - o texto terá de voltar à Câmara.

A PEC foi aprovada em segundo turno com placar folgado de 61 a 10, mas conquistado a partir de uma negociação árdua travada pelo relator Fernando Bezerra (MDB-PE). No primeiro turno, havia sido aprovada após acordo do governo para carimbar o espaço fiscal ao Auxílio Brasil e despesas previdenciárias e limitar o pagamento de precatórios até 2026, e não mais até 2036. Com as concessões, o governo conseguiu votos em bancadas que resistiam a apoiar a PEC.

Durante um evento fechado com grandes investidores esta manhã, os vice-presidentes da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), e do Senado, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), garantiram que trabalham em conjunto para chegar no melhor texto possível. Segundo relataram fontes ao Broadcast Político, os parlamentares afirmaram que é preciso preservar ao máximo o direito dos credores.

"A uma semana do Copom, a avaliação é que recessão e Copom 'hawk' não combinam. E o avanço da 'PEC do teto' no Congresso caminha para estabelecer uma referência para a avaliação do estrago do governo sobre a avaliação de risco derivado do julgamento do mercado sobre as contas públicas", afirma o Banco Fator, em relatório do economista-chefe José Francisco de Lima Gonçalves.

De acordo com a Greenbay Investimentos, a curva precificava em torno de 25% a 30% de chance de aumento de 175 pontos-base para as reuniões do Copom de dezembro e fevereiro, e entre 70% e 75% de probabilidade de 150 pontos. Para o fim de 2022, projetava Selic entre 12% e 12,5%.

Com a tramitação da PEC emperrada, a piora da percepção sobre o quadro fiscal vinha pesando muito nas avaliações sobre o balanço de riscos do Copom para a inflação, e poderia justificar um aperto mais contundente na taxa básica, para fazer frente ao objetivo de colocar a inflação de 2022 na meta, mas que ainda assim segue considerada uma missão quase impossível.

Outro fator que desestimula apostas numa elevação maior que 1,5 ponto é o possível impacto da variante Ômicron na economia. Aos poucos, as autoridades vão anunciando medidas, no mínimo, mais cautelosas quanto à reabertura das atividades em função da nova cepa, como no caso do governo de São Paulo, que voltou atrás na liberação do uso de máscaras em locais abertos a partir do dia 11, e da prefeitura da capital paulista, que cancelou a festa de Revéillon da cidade.

Para o operador de renda fixa da Terra Investimentos Paulo Nepomuceno, com o que já caíram, as taxas estão perto do limite de devolução de prêmios. "O movimento está perto da exaustão, não acredito que o BC vá conseguir segurar a inflação, que está muito forte internamente", afirmou.

Do mesmo modo, a equipe de Marco & Estratégia do BTG Pactual afirma estar confortável com o call de proteção contra inflação e focada em carrego, "dado um prêmio maior pela incerteza inflacionária ao longo desse final de ano e de 2022". "Nossa posição em pós-fixados exerceu bom papel em novembro, respondendo por boa parcela do resultado - em linha com a melhoria da eficiência alocativa (risco x retorno) dada nossa projeção de Selic mais intensa", afirmam os profissionais.

A melhora do apetite pelo risco doméstico abriu espaço para o Tesouro vender integralmente os lotes de 6 milhões de LTN e de 900 mil NTN-F, nos leilões desta quinta-feira. (Denise Abarca - [email protected])

18:26

Operação Último
CDB Prefixado dias (%a.a) 8.75
Capital de Giro (%a.a) 6.76
Hot Money (%a.m) 0.63
CDI Over (%a.a) 7.65
Over Selic (%a.a) 7.65

MERCADOS INTERNACIONAIS
A volatilidade inspirada pelo noticiário pandêmico que vem marcando a semana foi a tônica também desta sessão, com parte dos ativos de risco se recuperando após as quedas que seguiram o anúncio do primeiro caso da variante ômicron do coronavírus nos Estados Unidos ontem. Os principais índices das bolsas de Nova York tiveram alta quase acima de 1%, e o petróleo também avançou, acompanhando ainda desdobramentos da reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+). No câmbio, o dólar operou sem sinal único, mas ganhou força diante do euro, com a moeda comum sendo pressionada pelas perspectivas de lockdowns na Europa. Já os juros do Treasuries ganharam impulso, em uma tarde marcada por comentários de dirigentes do Federal Reserve (Fed), que incluíram intenções para alta de juros em 2022 e acelerar o fim do "tapering".

Em comentários sobre os planos de enfrentamento da pandemia, o presidente dos EUA, Joe Biden, disse que não serão necessárias novas medidas mais agressivas como quarentenas e expansão dos mandatos de obrigatoriedade de vacinação contra a doença. Entre as notícias positivas para o combate à doença, esteve o anúncio da GlaxoSmithKline (GSK) de que os dados pré-clínicos mostram que o tratamento com anticorpos conhecido como Sotrovimab retém sua eficácia contra as principais mutações encontradas na variante ômicron.

Em Nova York, as ações da GSK subiram 0,24%. Já as aéreas tiveram recuperação, com American Airlines (+7,00%), Delta Air Lines (+9,28%) e United Airlines (+6,61%). Ligados a viagens, Airbnb (+4,00%) e Booking (+5,08%) também avançaram. A Apple foi um dos destaques de perdas, diante de relatos de queda na demanda pelo iPhone 13, caindo 0,61%. Na avaliação do Barclays, há um espaço positivo limitado para as ações no próximo ano, com a projeção para o S&P 500 em 4800 pontos em 2022. O caixa doméstico e corporativo deve sustentar um crescimento modesto dos lucros, mas os problemas persistentes da cadeia de suprimentos, a reversão do consumo de bens e o pouso forçado da China são os principais riscos, avalia. Hoje, o S&P 500 fechou com alta de 1,42%, a 4.577,27 pontos. Já o Dow Jones subiu 1,82%, a 34.640,25 pontos e o Nasdaq teve ganho de 0,83%, a 15.381,32 pontos.

Na Europa, o temor com o avanço da covid-19 e novas restrições levaram os principais índices acionários a fecharam em baixa. Em Frankfurt, o DAX recuou 1,35%, e o CAC 40 teve baixa de 1,25% em Paris. Um dos destaques foi a Alemanha, com a principal economia do continente restringindo a circulação de não vacinados. O cenário pesou no euro, que recuava a US$ 1,1307 no fim da tarde. Principal componente do DXY, que mede o dólar ante seis rivais, a moeda comum ajudou em um encerramento com alta de 0,13% no índice, apesar a libra se valorizando a US$ 1,3303.

Entre as moedas emergentes, o destaque foi mais uma desvalorização da lira turca. Na avaliação do Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês), há um risco de possível contágio da crise no fluxo de capitais para os emergentes. Ainda no âmbito da recente troca no ministério das Finanças do país, a Eurasia prevê uma continuidade do presidente Recep Tayyip Erdogan em suas políticas, o que deve repercutir em maior dolarização e entrevistas frequentes do líder, nas quais ele deve reafirmar suas posições e atacar adversários supostamente responsáveis pela situação. No fim da tarde, o dólar se valorizava a 13,6734 liras.

Outro risco para emergentes apontado pelo IIF é a provável aceleração do ritmo do tapering do Fed, segundo sinalizou o presidente Jerome Powell nesta semana. Nesta tarde, o dirigente da distrital de Atlanta, Raphael Bostic, falou em aumento de juros duas vezes em 2022 e avaliou como positivo um encerramento do tapering no começo no primeiro trimestre de 2022. A presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, apontou ainda para uma aceleração na retirada de estímulos. No fim da tarde, o retorno da T-note de 2 anos subia a 0,618%, o da T-note de 10 anos subia a 1,438% e o do T-bond de 30 anos recuava a 1,754%.

O petróleo fechou em alta, com destaque para a decisão da Opep+, que atendendo a pedidos de alguns países com baixo desempenho de produção, concordou em estender os cortes de compensação até junho de 2022. Para a Capital Economics, a decisão é "um tanto surpreendente, dada a queda dos preços desde a divulgação da ômicron". A consultoria não prevê mudança em sua previsão de que o barril de Brent cairá a US$ 60 no fim de 2022. O WTI para janeiro fechou em alta de 1,42% (US$ 0,93), a US$ 66,50 o barril, e o Brent para o mês seguinte subiu 1,16% (US$ 0,80), a US$ 69,67. (Matheus Andrade - [email protected])

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