CME PROJETA PAUSA NO APERTO APÓS DADOS FRACOS NOS EUA E TREASURY EM BAIXA AJUDA BOLSA

Blog, Cenário

O investidor tirou, pelo terceiro dia seguido, o pé no freio de apostas de alta de juros nos Estados Unidos, o que reduziu a pressão na maioria dos vértices da curva local e incentivou a compra de papéis na Bolsa brasileira. Depois de um núcleo da inflação americana bastante comportado, divulgado na sexta-feira, ontem e, principalmente, hoje o foco dos negócios esteve em dados mais fracos do que o previsto por analistas. Em fevereiro, a abertura de postos de trabalho caiu e as encomendas à indústria cederam mais do que o projetado. O susto com o efeito inflacionário do corte da produção feito pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+) passou, e a commodity teve alta bastante discreta hoje. Prevaleceu, portanto, a narrativa de que a maior economia do planeta agora sim apresenta reação ao aperto monetário feito pelo Federal Reserve e que, por causa disso, a instituição pode pausar o processo em maio. Na CME, a aposta de manutenção do juro na faixa de 4,75% a 5,00% voltou a ser majoritária (59,3%%, contra 40,7% de elevação de 25 pontos-base). O rendimento da T-note de 2 anos caiu a 3,845% e o da T-note de 10 anos cedeu a 3,348%, perto do menor nível em seis meses. Mas nem mesmo o atrativo do juro mais baixo livrou as bolsas de Nova York de queda (Dow Jones perdeu 0,59% e S&P 500 recuou 0,58%), sob o temor de efeitos, no consumo, da desaceleração econômica. Aqui no Brasil, o Ibovespa foi na contramão e subiu aos 101.869,45 pontos (+0,36%), beneficiado pela redução das taxas futuras e em um processo de recomposição das perdas recentes. No câmbio, o dólar também subiu, com ajustes de posições dos agentes. A moeda americana terminou o dia em R$ 5,0823, avanço de 0,22%.

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•JUROS

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MERCADOS INTERNACIONAIS

Os temores de uma desaceleração na economia americana predominaram em Nova York nesta tarde, à medida que investidores digeriram dados fracos do mercado de trabalho e da indústria dos Estados Unidos. Ao mesmo tempo, ganhou espaço a perspectiva de que o Federal Reserve (Fed) possa ser menos agressivo diante do arrefecimento da atividade econômica. Ademais, no pano de fundo, estão as incertezas provocadas após a decisão inesperada de corte produtivo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+). Assim, o clima de aversão ao risco beneficiou a procura por Treasuries, ao passo que prejudicou as bolsas e o dólar.

As encomendas à indústria dos Estados Unidos registraram queda de 0,7% em fevereiro, na comparação com janeiro, quando a expectativa era de queda de 0,6%. Já a abertura de postos de trabalho caiu de 10,563 milhões em janeiro a 9,931 milhões no mês de fevereiro. "A fraqueza do mercado de trabalho sugeriu que ambas as tendências de desinflação permaneceriam, mas também que a economia poderia enfraquecer de forma constante", aponta Edward Moya, da Oanda.

A Capital Economics é ainda mais categórica: a queda acentuada na oferta de empregos em fevereiro mostra que a demanda por mão de obra estava esfriando mesmo antes da recente turbulência bancária e fornece outro motivo para pensar que o ciclo de aperto do Fed está quase no fim. Além disso, o Deutsche Bank avaliou que o aperto das condições de empréstimos bancários nos EUA pode levar a uma redução no crescimento equivalente a dois ou três aumentos de 25 pontos-base nos Fed funds. Monitoramento do CME Group demonstrava maior probabilidade de manutenção nas taxas do Fed (59,3%) na reunião de maio, seguida por aposta de elevação dos juros em 25 pontos-base (40,7%).

Assim, no fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos recuava a 3,845%, o da T-note de 10 anos tinha baixa a 3,348%, perto da mínima em seis meses, e o do T-bond caía a 3,606%. Já o índice Dow Jones fechou em baixa de 0,59%, em 33.402,38 pontos, o S&P 500 caiu 0,58%, a 4.100,60 pontos, e o Nasdaq recuou 0,52%, a 12.126,33 pontos.

O BMO pondera que o cenário ainda é incerto e deve exigir contribuição de dados do payroll, divulgado nesta sexta-feira, e da inflação ao consumidor. Para o banco, dirigentes do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) estão "provavelmente tão divididos quanto os investidores, refletindo verdadeira dependência dos dados". Nesta tarde, a diretora do Fed Lisa Cook e a presidente da distrital de Boston, Susan Collins, não comentaram sobre política monetária em evento virtual.

Entre as commodities, o petróleo operou em volatilidade, com o WTI para maio encerrando em alta de 0,31%, a US$ 80,71, e o Brent para junho tendo ganho marginal de 0,01%, a US$ 84,94. Segundo o BMO, os possíveis choques na oferta a partir do corte produtivo da Opep+ lançam diversas incertezas. No radar do mercado de petróleo, o governo do Iraque e autoridades curdas chegaram a um acordo temporário para liberar exportações via oleoduto para o porto de Ceyhan, na Turquia.

No câmbio, o dólar recuou ante seus principais pares. Por volta das 17 horas (de Brasília), o dólar avançava a 131,63 ienes, o euro subia a US$ 1,0956, e a libra tinha alta a US$ 1,2497. O índice DXY, que mede a moeda americana ante uma cesta de rivais fortes, recuou 0,50%, aos 101,586 pontos.

As moedas europeias receberam suporte de dirigentes de bancos centrais regionais, que, ao contrário do Fed, mantém defesa sobre a necessidade de novas altas de juros. Hoje, o economista-chefe do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Huw Pill, ressaltou que a dependência de dados para decisões monetárias "não necessariamente" implica em uma pausa do aperto monetário. Já o dirigente do Banco Central Europeu (BCE) Gabriel Makhlouf declarou que as taxas devem ser mantidas em um nível restritivo para conter a demanda.

Durante a tarde, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, se pronunciou sobre a adição da Finlândia ao grupo, afirmando que o país irá "contribuir substancialmente" para a segurança dos membros. Stoltenberg ainda relatou que o grupo está aumentando a produção de armas e munição, tendo como foco o suporte à Ucrânia. (Letícia Simionato - [email protected] e Laís Adriana - [email protected])

BOLSA

O Ibovespa conseguiu sustentar leve alta nesta terça-feira, na contracorrente do sinal de Nova York, tocando os 103 mil pontos na máxima da sessão, vindo de perdas nos dois fechamentos anteriores, de 0,37% ontem e de 1,77% na sexta-feira. Ao fim, a referência da B3 mostrava ganho de 0,36%, aos 101.869,45 pontos, entre 101.504,82, mínima correspondente à abertura, e 103.055,92 na sessão. Fraco, o giro financeiro foi de R$ 20,4 bilhões nesta terça-feira. Na semana, o Ibovespa fica praticamente zerado (-0,01%) e, no ano, cai 7,17%.

O dia foi negativo para as ações de commodities, com o minério em baixa de 2% na China (Dalian), e o petróleo acomodado na sessão, após salto de 6% para o Brent e o WTI ontem. Vale ON cedeu 2,83% e Petrobras ON e PN fecharam, respectivamente, em baixa de 1,41% e 0,90%. Na siderurgia, o ajuste negativo chegou a 2,44% (Gerdau PN) no fim da sessão. O desempenho do setor de materiais, contudo, foi contrabalançado por avanço de outro segmento de peso, o financeiro, com ganhos entre as ações de grandes bancos indo a 2,26% (Bradesco PN).

Na ponta do Ibovespa, destaque para Rede D´Or (+4,55%), Prio (+4,48%), Hypera (+4,04%) e TIM (+3,40%). No lado oposto, CVC (-5,37%), Via (-4,42%), 3R Petroleum (-3,54%) e Gol (-3,43%). O índice de materiais básicos caiu hoje 1,77%, enquanto o de consumo, mais correlacionado à economia doméstica, subiu 1,12% nesta terça-feira.

Por diversos critérios, os ativos na B3 seguem muitos descontados, seja pela razão Preço/Lucro a 7 vezes - em nível ainda semelhante ao visto na crise global de 2008 -, seja quando se contrapõem os atuais preços de mercado aos respectivos preços-alvo das ações, entre outros parâmetros, observa Marco Noernberg, líder de renda variável da Manchester Investimentos.

"Há muito valor na Bolsa, mas precisa ser destravado", acrescenta, mencionando fatores externos e domésticos, dentre os quais o arcabouço fiscal, uma ideia que ainda precisa ser "comprada" pelo mercado - não apenas sobre como a proposta será implementada, mas também quanto ao formato final em que emergirá da tramitação pelo Congresso, que tem assistido disputa entre os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sobre o modelo de tramitação de medidas provisórias pelo Congresso, com ou sem comissões mistas.

Hoje, contudo, "acompanhando melhora lá fora nos rendimentos dos Treasuries após dados de emprego mais acomodados nos Estados Unidos, a ponta longa da curva de juros seguiu o sinal aqui, contribuindo para a alta do Ibovespa na sessão", aponta Noernberg. "Os dados oficiais sobre o mercado de trabalho em março, da sexta-feira (7 de abril), serão muito importantes para a próxima decisão de juros nos Estados Unidos, em maio, quanto ao Federal Reserve elevar em 25 pontos-base ou esperar um pouco pra ver, quem sabe com uma pausa [no aumento de juros]."

O relatório JOLTS de fevereiro, divulgado hoje - e que costuma ser monitorado de perto pelo Federal Reserve -, sugere uma menor disponibilidade de vagas em aberto nos Estados Unidos - ou seja, um mercado mais ajustado, com menos espaço para os trabalhadores buscarem incremento de renda, cuja evolução vinha contribuindo, entre outros fatores, para pressionar a inflação. Dados eventualmente mais fracos na sexta-feira, com relação ao ganho salarial médio ou a geração de vagas em março, podem tirar pressão do Fed que, na última reunião, ainda mostrou mais preocupação com a inflação do que com os problemas vistos em parte do sistema bancário.

Se por um lado dados econômicos mais fracos como os desta terça-feira - não só os de trabalho, mas também os referentes a encomendas à indústria nos EUA, em queda de 0,7% em fevereiro ante janeiro, superior à que se projetava (-0,6%) -, por outro, reforçam a percepção, assim como a derivada de leituras recentes sobre a economia chinesa, de uma desaceleração global, o que afeta ações de setores correlacionados à demanda externa, como o de mineração e siderurgia, bem como as exportadoras em geral, aponta Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos.

"Para outros setores, acaba sendo positivo de certa forma, na medida em que tira parte da pressão sobre os juros lá fora, o que se reflete aqui, internamente, com os juros mais longos fechando", acrescenta Moliterno, referindo-se também ao arcabouço fiscal. "Há muitos economistas falando, dizendo se o arcabouço fiscal fica de pé ou não, mas o mercado tenta ver o copo ainda meio cheio, de forma positiva", diz. "Temos algo [proposta de arcabouço] para se discutir. Se é exequível ou não, é o que se verá para frente, quando o texto for apresentado e tramitar [no Congresso]", acrescenta. (Luís Eduardo Leal - [email protected])

18:02

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 101869.45 0.35788

Máxima 103055.92 +1.53

Mínima 101504.82 -0.00

Volume (R$ Bilhões) 2.03B

Volume (US$ Bilhões) 4.01B

18:03

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 102310 0.53555

Máxima 103315 +1.52

Mínima 101785 +0.02

JUROS

A curva de juros desinclinou nesta terça-feira, com as taxas de curto e médio prazos oscilando durante o dia perto dos ajustes de ontem e as longas em queda. O desenho foi determinado principalmente pelo exterior, com dados mais fracos do mercado de trabalho nos Estados Unidos reforçando a percepção de pausa no aperto monetário no país. Os yields dos Treasuries recuaram e as taxas longas na B3 foram junto. Internamente, com o noticiário e a agenda escassos, o mercado manteve o foco nas discussões em torno do arcabouço fiscal que será enviado ao Congresso na próxima semana.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em 13,25%, de 13,20% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 passou de 11,97% para 12,01%. O DI para janeiro de 2027 também fechou com taxa de 12,01%, de 12,05% ontem no ajuste. E a taxa do DI para janeiro de 2029 caiu de 12,47% para 12,42%%.

A sessão não teve destaques, com o mercado buscando alguma referência no exterior, o que deve ser a tônica da semana encurtada pelo feriado da Páscoa. As taxas até chegaram a ensaiar alta pela manhã, mas o sinal não se sustentou ante a virada dos retornos dos Treasuries para baixo na esteira de dados econômicos piores do que o esperado nos Estados Unidos, sobretudo o relatório Jolts. O documento mostrou abertura de 9,931 milhões de postos de trabalho em fevereiro, ante 10,563 milhões em janeiro.

O economista Rafael Rondinelli, do Banco Modal, destaca que é a primeira vez que a geração mensal de vagas fica abaixo de 10 milhões desde 2021, em mais um sinal de arrefecimento da atividade. "Em teoria, os dados são uma proxy do que poderá ser o payroll na sexta-feira. O mercado de trabalho é uma das principais fontes de preocupação do Federal Reserve", disse. Antes do payroll na sexta (7), saem amanhã os números da ADP, sobre o mercado de trabalho no setor privado.

Somada ainda a percepção de fraqueza do mercado de crédito, a aposta de manutenção do juro no encontro do Fed em maio voltou a ser majoritária. Os rendimentos dos Treasuries engataram queda firme, com a taxa da T-Note de dez anos em 3,348% - perto do piso em seis meses - no fim da tarde e a da T-Note de 2 anos na casa de 3,84%.

Para Rondinelli, o alívio trazido pela apresentação do arcabouço fiscal continuou contribuindo para o fechamento da ponta longa, enquanto o mercado aguarda a evolução dos trâmites do texto no Congresso. Embora haja desconfiança sobre as receitas, os agentes valorizam o fato de a equipe econômica ter conseguido convencer o governo a elaborar um plano que tenha limite de aumento para os gastos. "Ainda que não seja um cenário benéfico, há um norte de que não haverá descontrole fiscal e de que o governo vai perseguir resultados positivos. Isso reduz a incerteza", disse.

De acordo com a ministra do Planejamento, Simone Tebet, o texto deverá chegar à Câmara até terça-feira (11).

Em entrevista ao Estadão/Broadcast, o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, afirmou que o arcabouço vai ajudar a ancorar as expectativas de inflação. "É um ruído que não faz sentido você imaginar que vai persistir até 2026. A curva de juros (juros de mercado) vai fechar naturalmente", disse. Ceron afirmou que o desenho da regra proporciona um ajuste nas contas públicas mesmo que o governo não atinja o aumento de arrecadação almejado pelo ministro Fernando Haddad, entre R$ 110 bilhões e R$ 150 bilhões.

Na gestão da dívida pública, o Tesouro trouxe um lote menor de NTN-B no leilão desta terça-feira, com 1,2 milhão de títulos e risco para o mercado (DV01) de US$ 447 mil, ante 1,8 milhão na semana passada (risco de US$ 789 mil). A instituição vendeu quase tudo, 1,144 milhão. Só não foi integralmente aceita a oferta de 150 mil NTN-B para 2050 - foram colocadas 94 mil.

No Twitter, o especialista em renda fixa Alexandre Cabral considerou o leilão "excelente", com taxas mais baixas do que na precificação da Anbima, sendo as dos papéis para 15/8/2026 (5,6788%) e 15/8/2050 (6,1999%) as menores do ano. A da NTN-B 15/5/2033 (6,6080%) foi a segunda menor no ano, disse. (Denise Abarca - [email protected])

CÂMBIO

O dólar à vista encerrou a sessão desta terça-feira, 4, cotado a R$ 5,0823, em alta de 0,22%, em dia negativo para a maioria das divisas emergentes e de países exportadores de commodities. Operadores atribuem o escorregão do real a um ajuste natural, com realização de lucros e retomada parcial de posições defensivas, dado que a moeda americana caiu em seis dos últimos sete pregões, período em que acumulou desvalorização de 4,14%.

Com o adiamento do envio do texto do novo arcabouço fiscal ao Congresso para próxima semana e a expectativa pela bateria de indicadores relevantes nos Estados Unidos nos próximos dias, cujo ápice será o relatório de emprego (payroll) de março na sexta-feira, 7, investidores não se animaram a assumir apostas mais contundentes. Tirando uma queda na primeira hora do pregão, quando registrou mínima a R$ 5,0522 (-0,37%), o dólar operou em alta moderada ao longo do restante do dia, com máxima a R$ 5,0998 (+0,57%) no início da tarde.

"O clima é de compasso de espera. A agenda interna esta esvaziada, uma vez que o texto do arcabouço só deve ser enviado ao Congresso na semana que vem", afirma a economista-chefe da B. Side Investimentos, Helena Veronese, para quem os impactos da apresentação dos principais parâmetros da nova regra fiscal já estão refletidos nos preços dos ativos. "A expectativa é pelo payroll de sexta-feira e pelo CPI (índice de preços ao consumidor) no EUA na semana que vem, que serão decisivos para balizar a próxima decisão do Federal Reserve". Como os mercados locais estarão fechados na sexta-feira, em razão do feriado da Sexta-feira Santa, os impactos do payroll nos ativos domésticos ocorrerão apenas na segunda-feira, 10.

Termômetro do comportamento do dólar frente a uma cesta de divisas fortes, o índice DXY recuou hoje, operando ao redor do 101,593 pontos. Segundo o relatório Jolts do Departamento de Trabalho dos EUA, a abertura de vagas no país caiu de 10,563 milhões em janeiro (dado revisado hoje, de 10,8 milhões antes informado) a 9,931 milhões no mês de fevereiro. As taxas dos Treasuries recuaram, com a T-note de 2 anos voltando a ficar abaixo da linha de 4%. Já as cotações do petróleo, que subiram mais de 6% ontem com anúncio de corte de produção pela Opep+, ficaram perto do zero a zero hoje.

Veronese vê perspectiva de dólar fraco no curto prazo aqui e lá fora. Após a crise dos bancos regionais americanos e do aperto das condições de crédito, afastou-se o cenário de taxa de juros terminal nos EUA entre 5,5% e 6%. "O Fed deve optar por uma pausa ou uma alta final de 25 pontos-base. Com a China se recuperando e a nossa taxa de juros ainda alta, mesmo que haja ambiente para corte no segundo semestre, a perspectiva é de dólar fraco", afirma a economista, que compartilha visão de uma ala considerável de economistas que vê a regra fiscal baseada em aumento das receitas e com metas de superávit primário otimistas. "Mas, em todo caso, temos uma regra fiscal, um plano, o que trouxe algum alívio ao mercado".

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse hoje que não tem "plano B" para as medidas para combater os chamados "jabutis tributários" que o governo vai tomar com o objetivo de garantir o cumprimento das metas da proposta do novo arcabouço fiscal. Entre as medidas que serão enviadas ao Congresso, está a regulamentação das subvenções federais a investimentos na apuração do IRPJ e da CSLL, barrando o uso em custeio. Pelos cálculos da equipe econômica, o potencial de arrecadação será de R$ 85 bilhões a R$ 90 bilhões.

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou à tarde que o arcabouço fiscal é a "bala de bronze" do governo para garantir a estabilidade da dívida pública e criar um ambiente para redução da taxa básica de juros. Mas a "verdadeira bala de prata" para a retomada do crescimento econômico é a reforma tributária. Segundo a ministra, é possível reduzir o déficit público pela metade neste ano.

Apesar de o dólar ter voltado a se aproximar do piso de R$ 5,00, o BTG Pactual mantém previsão de que a taxa de câmbio encerre 2023 em R$ 5,30. Em relatório assinado pelos economistas Leonardo Paiva e Arthur Mota, o banco afirma que há fatores externos e internos que podem jogar o dólar para cima. Lá fora, apesar da "reprecificação do cenário dos juros nos EUA", após a crise dos bancos regionais, não está garantido um corte nas taxas neste ano. Por aqui, há "difíceis discussões" ao longo do ano, como arcabouço fiscal e reforma tributária. Esse conjunto deve "direcionar o real para patamar um pouco mais depreciado do que o observado 'na tela' neste momento". (Antonio Perez - [email protected])

18:02

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