CLÃ BOLSONARO SEGUE NO FOCO DA CRISE POLÍTICA, MAS OTIMISMO EXTERNO PODE AJUDAR

Blog, Cenário
A alta de mais de 3% do EWZ, principal fundo de índice brasileiro no pré-mercado em Nova York indica que os negócios locais devem ser favorecidos pelo bom humor no exterior diante da expectativa de reabertura de várias economias no mundo. Além disso, espera-se que dois dos principais bancos centrais do mundo - Federal Reserve e Banco Central Europeu - mantenham esta semana suas políticas de afrouxamento monetário, assim como fez o Banco do Japão (BoJ) mais cedo. No cenário local, em semana mais curta pelo feriado de sexta-feira, há menos motivos para otimismo, com a escalada da crise política e da disseminação do coronavírus pelo País. A saída de Sérgio Moro do Ministério da Justiça, com graves acusações a Jair Bolsonaro, deve seguir ecoando por um bom tempo. Mesmo depois de Moro acusar Bolsonaro de querer interferir na Polícia Federal, o presidente deve nomear dois amigos da família para a PF (o delegado Alexandre Ramagem) e para o lugar de Moro (o atual chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, ministro Jorge Oliveira). Em resposta no Facebook a uma seguidora que observou que Ramagem foi indicado pelo filhos do presidente, Bolsonaro respondeu: “E daí?”. As nomeações ainda não eram oficializadas no Diário Oficial da União. Já Oliveira é chamado de Jorginho pelo clã Bolsonaro, foi chefe de gabinete do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e também padrinho de casamento do parlamentar. Em carta aberta, a Associação dos Delegados de Polícia Federal pede 'distanciamento republicano' do presidente como forma de acabar com uma 'crise de confiança'. Essas nomeações são bem oportunas num momento em que seus filhos estão na mira da PF e do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o site The Intercept, o senador Flávio Bolsonaro (sem partido) teria financiado e lucrado com a construção ilegal de prédios erguidos pela milícia usando dinheiro público. A investigação é o que preocupa a família Bolsonaro, cujos advogados já pediram nove vezes que o processo fosse suspenso. Já o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) é apontado pela PF, segundo investigação sigilosa conduzida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, como um dos articuladores de esquema criminoso de fake news. E hoje o decano do STF, ministro Celso de Mello, deve autorizar nesta segunda-feira a abertura de um inquérito para apurar as declarações de Moro, que acusou Bolsonaro de interferir politicamente na PF para ter acesso a relatórios de inteligência. A ideia de impeachment, no entanto, pode não ter força, por enquanto, para avançar por falta de votos suficientes no Congresso e com Bolsonaro se aproximando do Centrão. O ministro da Economia, Paulo Guedes, também fica no radar diante de rumores recentes de que também poderia sair. A assessores, Guedes teria dito que botar recursos do Tesouro para financiar obras de infraestrutura, como prevê o programa é querer "sair do buraco cavando mais fundo". Na cena corporativa ficam no foco a confirmação da desistência da Boeing em comprar a divisão de aviação comercial da Embraer, além de balanços da Vale e Bradesco.   IPCA-15 e dados fiscais são esperados antes de feriado - A agenda local na semana prevê o IPCA-15 de abril (3ª feira), o IGP-M de abril e o resultado primário do Governo Central de março (4ª feira); além da PNAD Contínua e os dados de Política Fiscal, ambos de março (5ª feira). O Conselho Monetário Nacional reúne-se na quinta-feira. Vale (3ª feira), Santander e Santander e Bradesco (5ª feira) divulgam resultados do primeiro trimestre. A Petrobras informa dados de produção e vendas no primeiro trimestre nesta segunda-feira. Os mercados financeiros fecham, na sexta-feira, por causa do feriado do Dia do Trabalho no País. Nesta segunda-feira, a Câmara dos Deputados realiza sessão virtual, às 11h, e o Senado, às 16 horas.   PIB dos EUA, FED e BCE em destaque na semana - A agenda internacional traz a primeira leitura do Produto Interno Bruto do 1º trimestre de 2020 dos Estados Unidos, na quarta-feira. além dos PIBs da Zona do euro , França,Itália e México, na quinta-feira. Hoje, o destaque é o índice de produção manufatureira de abril (11h30). As decisões de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), na quarta-feira, e do Banco Central Europeu (BCE), na quinta-feira, também estão programadas. Divulgam resultados do 1º trimestre: Goldman Sachs, Deutsche Bank, Boeing, Microsoft e Facebook, na quarta-feira, (4ª feira); Amazone e Apple, na quinta-feira; e ExxonMobil , na sexta-feira. Na China, está previsto o índice PMI da indústria de transformação de abril, na quarta-feira.   MPF apura intervenção política de Bolsonaro no Exército - Sob suspeita de ingerência na Polícia Federal, o presidente Jair Bolsonaro entrou agora na mira do Ministério Público Federal (MPF) por indícios de violar a Constituição ao interferir em atos de exclusividade do Exército. O desdobramento do caso pode levar a uma ação de improbidade na Justiça Federal ou à abertura de um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF).   Moro abala resiliência de Bolsonaro na direita - A conturbada saída de Sérgio Moro do Ministério da Justiça foi altamente reprovada por apoiadores do presidente, indica pesquisa do Instituto Travessia realizada com exclusividade para a Coluna do Estadão. De acordo com o levantamento, 77% dos brasileiros avaliaram de maneira negativa a demissão. Entre os que se declararam eleitores de Jair Bolsonaro, a desaprovação chegou a 81% (apenas 16% nesse grupo disseram aprovar a saída de Moro).   Para 67% da população saída de Moro será negativa para governo - A ruidosa demissão do ex-juiz de primeira instância Sérgio Moro do comando do Ministério da Justiça e Segurança Pública na sexta-feira, 24, trará impactos negativos para a gestão Jair Bolsonaro, de acordo com 67% de um universo de 800 pessoas que responderam a uma pesquisa de opinião feita pela XP Investimentos/Ipespe. Para 57% dos entrevistados, sem Moro, o combate à corrupção será impactado negativamente a partir de agora no País.   Governo vai permitir cessão de trabalhadores - O governo vai permitir a cessão de trabalhadores entre empresas durante o período da calamidade pública provocada pelo novo coronavírus. Uma medida provisória, com vigência imediata, está sendo elaborada pela equipe econômica. Segundo apurou o Estadão/Broadcast, uma empresa poderá ceder um trabalhador a outra companhia por até 120 dias, prorrogáveis por igual período, desde que o País ainda esteja em calamidade pública - o decreto que declarou esta situação prevê vigência até 31 de dezembro de 2020.   Embraer e Boeing elegeram corte no distrito sul dos EUA para eventual litígio - Um dos maiores litígios do globo da década, entre a brasileira Embraer e a norte-americana Boeing, se confirmado, terá como palco a Justiça dos Estados Unidos, em particular o Distrito Sul de Nova Iorque, conforme as partes definiram no memorando de entendimentos, firmado há mais de dois anos e que foi obtido pelo Broadcast. A fabricante brasileira de aeronaves convocou investidores para uma teleconferência para hoje, às 9h, quando deverá elevar o tom contra a Boeing, depois de a companhia ter cancelado o negócio de US$ 5,2 bilhões.   Fipe: IPC acelera queda a 0,13% na 3ª quadrissemana de abril - O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo, caiu 0,13% na terceira quadrissemana de abril, acelerando a deflação ante a queda de 0,03% observada na segunda quadrissemana deste mês, segundo dados publicados hoje pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).   SINAIS MISTOS   Bolsas europeias e futuros de NY avançam - As bolsas europeias e os índices futuros das bolsas de Nova York sobem, com investidores atentos aos planos de reabertura econômica mais adiante em países europeus e alguns estados norte-americanos. Na Europa, França, Itália e Espanha já começam a relaxar algumas restrições. Além disso, agradou o compromisso do Banco do Japão (BoJ) de comprar uma quantidade ilimitada de bônus para apoiar a economia do país asiático, o que por sua vez apoiou as bolsas daquele continente. Há expectativas ainda pelas decisões de juros do Fed e BCE, com possível manutenção da postura acomodatícia das instituições, o que tende a ajudar os mercados acionários. Às 7h27, a Bolsa de Londres subia 1,39%, Frankfurt avançava 2,48% e Paris, 1,90%. Nos mercados futuros em Nova York, o Dow Jones futuro subia 1,01%, o Nasdaq avançava 1,17% e o S&P 500, 0,95%. O euro estava a US$ 1,0848 , ante US$ 1,0813 no fim da tarde de sexta-feira. A libra subia a US$ 1,2436, ante US$ 1,2369 no fim da tarde de sexta-feira.   EUA: Diamond offshore pede concordata - A Diamond Offshore Drilling, empresa americana responsável pela produção de sondas de perfuração para produção de petróleo, protocolou uma reestruturação nos termos do capítulo 11 do Código de Falências dos Estados Unidos. Segundo a companhia, a medida é uma reação à crise no setor, que "piorou precipitadamente" com a queda nos preço do petróleo em meio ao impacto do coronavírus na demanda e à guerra de preços entre Rússia e a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), de acordo com documentos protocolados na Justiça americana.   Reino Unido admite ser improvável que vacina contra coronavírus seja anunciada em 2020 - O Reino Unido admitiu ontem ser “improvável” que um anúncio efetivo de uma vacina contra o coronavírus ocorra em 2020. Em uma entrevista à rede de televisão Sky, o secretário de Estado, Dominic Raab, que está no comando do país, disse que a fabricação de uma vacina ainda “levará tempo”.   Bolsas da Ásia fecham em alta - As bolsas asiáticas fecharam em território positivo hoje, com investidores monitorando sinais de reabertura econômica e também as medidas do Banco do Japão (BoJ), que anunciou decisão de política monetária. Em Tóquio, o índice Nikkei subiu 2,71%. Na China, a Bolsa de Xangai fechou em alta de 0,25%. Em Hong Kong, o índice Hang Seng registrou ganho de 1,88%. Na Coreia do Sul, o índice Kospi avançou 1,79%. Na Oceania, a Bolsa de Sydney subiu 1,50%. Às 7h30, o dólar estava a 107,12 ienes, ante 107,39 ienes no fim da tarde de sexta-feira.   China: nova regra pode reduzir atrasos nas exportações de equipamentos médicos - A China ofereceu uma nova rota para que produtores de equipamentos médicos obtenham aprovações para exportar, um movimento que pode ajudar a reduzir os atrasos no envio de máscaras, kits de testagem e outros equipamentos essenciais na luta contra o coronavírus para os Estados Unidos e para outros países.   Hong Kong: manifestantes pró-democracia se reúnem apesar do isolamento social - Manifestantes se reuniram em um shopping de Hong Kong neste domingo mesmo com medidas de distanciamento social que proíbem encontros públicos de mais de quatro pessoas. Policiais, incluindo a polícia de choque com escudos, entraram no shopping Cityplaza, em Tai Koo, para dispersar a multidão pouco depois. As demonstrações acontecem após 15 ativistas pró-democracia serem presos, no último final de semana.   BOJ mantém taxa básica de juros em -0,10% - Na mesma reunião nesta segunda-feira em que decidiu manter a sua taxa básica de juros, a de depósitos, em -0,10%, o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) anunciou que vai quase triplicar as dívidas corporativas em seu balanço para 20 trilhões de ienes (US$ 186 bilhões) para facilitar o financiamento para companhias afetadas pelo novo coronavírus, e projetou uma contração acentuada da economia neste ano fiscal. A meta para o rendimento do JGB com vencimento de 10 anos foi mantida em torno de 0%.   BOJ/Kuroda: adotaremos mais medidas, se necessário, e podemos cortar juros - O presidente do Banco do Japão (BoJ), Haruhiko Kuroda, afirmou hoje que o impacto da pandemia de coronavírus sobre a economia e o financiamento das companhias do país pode ser mais severo do que na crise financeira global de 2008. Nesse quadro, Kuroda afirmou que o BoJ pode adotar mais medidas de relaxamento, se necessário, e também que os dirigentes ainda veem cortes de juros como alternativa nesse sentido.   Petróleo volta a recuar - Os contratos futuros de petróleo operam em queda, em meio a temores sobre o excesso de oferta em um quadro de demanda muito fraca, graças à pandemia de coronavírus. Na semana passada, o contrato do WTI para maio chegou a ser negociado em território negativo, com o problema da falta de estoques mais grave nos EUA. Às 7h30, o petróleo WTI para junho recuava 16,41%, a US$ 14,16 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para julho, contrato agora mais líquido, cedia 4,31%, a US$ 23,74 o barril, enquanto o Brent para junho, que vence na quinta-feira, recuava 4,43%, a US$ 20,48 o barril.  
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