CHANCE DE FED CORTAR 0,75PP EM 2024 CONDUZ NY A RALI E BOLSA À10ª ALTA SEGUIDA

Cenário

Mesmo com números mais fortes do que o previsto na inflação ao produtor dos Estados Unidos (PPI), o mercado seguiu se concentrando na inesperada deflação da inflação ao consumidor (CPI) divulgada ontem e, assim, aumentou a visão de que o Federal Reserve cortará 0,75 ponto porcentual da taxa de juros neste ano. Ao fim da tarde, essa chance aparecia como a maioria das apostas (51%). Nesse embalo, as bolsas de Nova York tiveram um rali - suavizado, a bem da verdade, no fechamento. De todo modo, os índices Dow Jones e S&P 500 fecharam muito perto das máximas históricas. O Ibovespa aproveitou o embalo e marcou a décima alta seguida, encerrando o dia em 128.896,98 pontos (+0,47% na sessão e 2,08% na semana). É a maior sequência de ganhos desde a virada de 2017 para 2018. Nem mesmo ruídos políticos, como o impasse entre Fazenda e Senado sobre o Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e falas duras do ministro Fernando Haddad contra a "elite" do País, desanimaram os operadores da Bolsa. Essa resistência das ações ajudou o câmbio a virar à tarde, em sintonia também com a baixa do dólar ante outras divisas latino-americanas. A moeda americana terminou o dia em R$ 5,4311, queda diária de 0,21% e semanal de 0,57%. Nos juros, a curva perdeu inclinação na semana, mas o dia foi de alta, com questões fiscais no radar e mais um dado forte de atividade - hoje, o volume de serviços.

MERCADOS INTERNACIONAIS

BOLSA

O índice Dow Jones voltou a renovar máximas intraday históricas pela primeira vez desde maio, impulsionado pela recuperação do setor de tecnologia e pelo desempenho das small caps, que sobem desde a leitura da inflação ao consumidor (CPI) americana em junho, divulgada ontem. S&P 500 e Nasdaq acompanharam os ganhos, embora os papéis do Citigroup, JPMorgan e Wells Fargo tenham após darem início à temporada de balanços de gigantes bancários no segundo trimestre. Hoje, investidores consolidaram apostas por cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed) em setembro, e as expectativas por reduções de 75 pontos-base ganharam força após a leitura da inflação ao produtor (PPI) dos EUA. Com isso, os retornos das T-notes de 2 e 10 anos atingiram mínimas desde o início de março, e o dólar continuou sua desvalorização contra moedas desenvolvidas, com a libra atingindo o maior valor contra a moeda americana em um ano. No petróleo, os preços recuaram levemente hoje, enquanto o mercado assumia posições para o plenário da China que acontece na semana que vem.

No primeiro dia de publicação de balanços do segundo trimestre de grandes bancos americanos, os resultados desagradaram o mercado, com as ações dos três grandes bancos Wells Fargo, JPMorgan e Citigroup recuando no fechamento. Para a analista do City Index Fiona Cincotta, a régua está um pouco mais elevada para os resultados trimestrais dos três meses encerrados em junho. "As expectativas são de que os lucros do S&P 500 cresçam 10,1% no segundo trimestre em comparação com o ano anterior", avalia ela, ao pontuar, porém, que o setor financeiro deve registrar ganhos um pouco abaixo da média, em torno de 6,5%.

Apesar dos balanços aquém da expectativa hoje, os índices acionários subiram, com Dow Jones voltando a ficar acima dos 40 mil pontos pela primeira vez desde maio. Hoje, as small caps - que vinham performando abaixo da média neste ano - estenderam a alta de ontem, mas as ações de tecnologia se recuperaram da queda e voltaram a subir. As techs fecharam com ganhos de mais de 1% no S&P 500. No fechamento, o índice Dow Jones teve alta de 0,62%, aos 40.000,90 pontos; o S&P 500 subiu 0,55%, aos 5.615,35 pontos; e o Nasdaq teve alta de 0,63%, aos 18.398,45 pontos.

Com as apostas por cortes de 75 pontos-base pelo Fed passando de 50% no monitoramento do CME Group, os dados da inflação ao consumidor e ao produtor americano em junho consolidaram as expectativas por reduções de corte de juros neste ano. A Capital Economics pontua que a leitura do PPI de hoje foi "melhor do que o esperado" e mantém na mesa, inclusive, um primeiro corte de juros já na reunião de julho. Após os dados de hoje, os retornos dos Treasuries computaram perdas, com o juro da T-note de 2 e de 10 anos atingindo o valor mais baixo desde o começo de março. Por volta das 17h00 (de Brasília), a taxa da T-note de 2 anos caía a 4,450%, a da T-note de 10 anos recuava a 4,178%, e a do T-bond de 30 anos caía a 4,391%.

No câmbio, o dólar estendeu as perdas de ontem e recuou contra divisas desenvolvidas. No Reino Unido, as expectativas de que a força da economia britânica permita que o Banco da Inglaterra (BoE) proceda em seu relaxamento monetário com mais cautela deram forças à libra, que atingiu o valor mais alto contra o dólar em um ano. Já contra o iene, a Oanda afirma em relatório que uma intervenção cambial pelo governo japonês não é descartada, mas que é difícil mensurar se houve interferência no curto prazo. Hoje, a moeda japonesa continuou se fortalecendo contra o dólar após atingir mínimas desde a década de 80. Há rumores de que uma nova intervenção pode ter acontecido hoje, mas autoridades legais não confirmam, nem negam. Perto do fechamento de Nova York, o índice DXY, que mede a força do dólar teve queda de 0,32%, aos 104,093 pontos. O dólar recuou a 157,83 ienes; o euro subiu a US$ 1,0910; e a libra teve ganhos a US$ 1,2985.

Entre commodities, o petróleo recuou levemente hoje e acumulou perdas semanais, enquanto investidores se posicionam para o Terceiro Plenário do Partido Comunista Chinês, que acontece na próxima semana e quando são esperados uma série de anúncios de incentivos à demanda e à produção. A Pantheon afirma que, durante o evento, o governo chinês deve reforçar a emissão de títulos para fomentar a economia a crescer "perto de 5% ao ano", tal qual a meta definida pelo país no início do ano. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o WTI para agosto encerrou a sessão em baixa de 0,50% (ou US$ 0,41), a US$ 82,21 por barril. Já na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para setembro perdeu 0,43% (ou US$ 0,37), a US$ 85,03. Os contratos tiveram quedas semanais de 1,14% e 1,74%, respectivamente.

BOLSA

Em paralelo à acentuação de ganhos nos índices de ações em Nova York no meio da tarde, e acompanhando a virada do dólar frente ao real (em baixa de 0,21%, a R$ 5,4311 no fechamento), o Ibovespa flertou com os 129 mil pontos na máxima do dia, encerrando aos 128.896,98 pontos, em alta de 0,47% na sessão. Foi o quarto avanço semanal consecutivo para o índice da B3, que sobe agora 4,03% no mês, cedendo ainda 3,94% no ano. O giro desta sexta-feira ficou em R$ 17,6 bilhões na B3.

Nessas duas primeiras semanas de julho, o Ibovespa subiu em todas as sessões: uma sequência de 10 altas, a mais longa desde a série de 11 entre 20 de dezembro de 2017 e 8 de janeiro de 2018, quando o dólar estava em R$ 3,23 e o Ibovespa chegava então aos 79.378,53 pontos. Na semana que chega ao fim nesta sexta-feira, o índice avançou 2,08%, ganho semelhante ao do primeiro intervalo de julho (+1,91%).

Na máxima desta sexta-feira, o Ibovespa foi aos 129.014,75, saindo de abertura a 128.293,46 pontos, com mínima aos 128.002,39 na sessão. O nível de fechamento foi o mais alto desde 8 de maio, então perto dos 129,5 mil pontos - no intradia, o nível de 129 mil não era visto desde 10 de maio.

Em relação à mínima de fechamento do ano, tocada em 17 de junho, aos 119.137,86, a retomada se aproxima de 9,8 mil pontos, ou 8,19% em relação ao ponto em que estava naquela data. Ante a máxima histórica de fechamento, em 27 de dezembro passado, então aos 134.193,72, o Ibovespa permanece a uma distância correspondente, na prática, à variação de

uma semana: hoje, a diferença entre os dois níveis é de 4,1% e, na abertura da semana, de 6,1% para a marca do fim do ano passado.

O quadro político, notadamente o impasse entre Executivo e Legislativo sobre a CSLL de instituições financeiras, continua a chamar atenção do mercado, especialmente após o ministro Fernando Haddad se queixar do tratamento de que tem sido alvo no Senado. "Chega a ser inusitado ver parlamentares da base ameaçando o próprio governo, pedindo mais espaço. Este é um governo que distribuiu os cargos do jeito que vocês nunca viram na vida. Nunca vi uma distribuição de cargos tão farta como a que foi feita, e não vejo disposição para ajudar", disse o ministro.

"A questão da CSLL está atrapalhando bastante a curva de juros, que reagiu mal na quarta-feira ao problema, na mesma proporção de quanto a inflação ao consumidor nos EUA foi recebida bem pelo mercado. Ontem, a curva voltou a subir, mas o ajuste de hoje ficou apenas nas taxas mais curtas, sem atrapalhar a Bolsa", diz Claudia Moreno, economista do C6 Bank. "A grande expectativa da semana estava nos índices de inflação nos Estados Unidos, tanto CPI quanto PPI, que vieram melhores do que o esperado. Com isso, o mercado voltou a ver a possibilidade de um corte de 75 pontos-base nos juros ainda este ano", observa ela.

Em sentido contrário, a curva de juros apresentou forte ajuste em baixa para os vértices longos, com a taxa do DI para janeiro de 2030 passando de 10,98% no ajuste de ontem a 10,90% na sexta-feira. A questão fiscal, após as novas desonerações concedidas pelo governo sobre a gasolina, foi tema de cautela entre investidores ao longo da semana, ainda que dados fortes de atividade no Brasil, como as vendas no varejo e, hoje, o volume de serviços, tenham fortalecido expectativas positivas sobre o quadro econômico.

No lado corporativo, os destaques do dia foram as ações da Magazine Luiza, subindo 2,83% (ON), enquanto MRV subiu 3,75%. Na ponta contrária, a Via Varejo caiu 2,51%, enquanto as ações da Marfrig perderam 2,04%.


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