CAUTELA PRÉ-ELEITORAL LIMITA GANHOS DA BOLSA E DO REAL, ALÉM DE IMPULSIONAR DIS

Blog, Cenário

A onda de otimismo com ativos de risco no mercado internacional encontrou nesta quarta-feira uma relativa barreira local, o que impediu um desempenho melhor da Bolsa e do real, além de ajudar a impulsionar os juros futuros. Pesa contra os ativos brasileiros a falta de clareza de como o candidato primeiro colocado nas pesquisas e com chances de vencer em primeiro turno, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), conduzirá a economia caso eleito. Falas dele e de assessores próximos contra o teto de gastos e a política de preços da Petrobras trazem ruídos. Nem mesmo os apoios de tucanos históricos e de economistas ortodoxos apagam as dúvidas dos investidores. Assim, o Ibovespa subiu tímidos 0,07%, aos 108.451,20 pontos, num dia em que as principais bolsas de Nova York saltaram ao redor de 2%. Petrobras cedeu (ON -0,70% e PN -1,35%) mesmo com avanço forte do petróleo e, por consequência, das petroleiras mundo afora. O dólar à vista caiu aos R$ 5,3497, recuo de 0,50%, porcentualmente bem menor que os 1,15% de queda do DXY. E os juros futuros avançaram de maneira firme, contrariando a queda dos rendimentos dos Treasuries. O alívio lá fora veio na esteira da ausência de comentários sobre política monetária por parte do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. Influencia também o anúncio de compras de títulos pelo Banco da Inglaterra (BoE), bem como de suspensão do aperto quantitativo (QT, na sigla em inglês), após sobressaltos recentes no mercado de dívida inglês.

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BOLSA

O Ibovespa permaneceu em faixa de variação restrita nesta quarta-feira de recuperação consistente em Nova York, onde os ganhos chegaram ou se aproximaram de 2% no fechamento. Aqui, oscilando entre leves perdas e ganhos na maior parte da sessão, o Ibovespa encerrou o dia perto da estabilidade (+0,07%), a 108.451,20 pontos, vindo de três perdas seguidas, duas das quais na casa de 2%. Hoje, entre mínima de 107.914,01 e máxima de 108.970,15 pontos, saiu de abertura a 108.376,50 pontos, com volume a R$ 26,2 bilhões no encerramento. Na semana, o índice da B3 cai 2,92%, colocando as perdas do mês a 0,98% e limitando os ganhos do ano a 3,46%.

Ao longo da tarde, o Ibovespa não se distanciou muito da faixa de 108,5 mil pontos apesar de ganhos que se acentuaram em Nova York no intervalo. Embora a percepção continue a ser de que o fluxo de notícias externas permanece como fiel da balança também para o mercado doméstico - com fatores de incerteza variada, velhos e novos, que chegaram nesta semana também à economia britânica, pressionando o câmbio e os juros futuros por lá -, a agenda interna tende a ganhar força em breve, especialmente se a disputa presidencial vier a ser definida no primeiro turno, domingo, como sugere parte das pesquisas de intenção de voto.

"Apesar da reta final das eleições, o cenário externo ainda é preponderante, com os ativos domésticos muito sujeitos ao fluxo de notícias que chega de fora, como a preocupação atual com a situação no Reino Unido. Independente de qual seja o resultado da eleição, o mercado aqui continuará muito voltado ao que está acontecendo lá fora, pelo impacto global", diz Carlos Belchior, economista-chefe da G5 Partners, chamando atenção para a Bolsa brasileira, ainda barata, e para prêmios que persistem também na curva de juros doméstica.

Assim, na eventualidade de uma definição do pleito presidencial já no domingo, tudo o mais constante inclusive no cenário externo, o "Kit Brasil" - câmbio, bolsa e juros futuros - pode ser beneficiado pela conclusão antecipada da eleição, um fator de incerteza a menos no horizonte, aponta o economista, para quem a possibilidade de efetiva contestação do resultado seria "cenário de cauda", portanto, improvável.

Mesmo que algum ruído venha a ocorrer, ao fim "quem perder deve conceder", diz Belchior, e a própria mobilização recente em torno da defesa da democracia e das instituições, em espectro variado da sociedade, de juristas a economistas liberais e empresários de porte, limitaria as chances de contestação do resultado, qualquer que venha a sê-lo.

No quadro mais amplo, que envolve o cenário externo, o dia foi de recuperação para as bolsas globais, após terem fechado majoritariamente em queda no dia anterior, aponta Letícia Sanches, especialista em renda variável da Blue3, que menciona cenário ainda marcado pelos temores quanto à possibilidade de recessão global, em meio ao processo de elevação das taxas de juros para conter a inflação.

A analista destaca o desempenho positivo das ações de construtoras, como Cyrela (+8,15%) e MRV (+7,52%), entre as maiores altas do Ibovespa nesta quarta-feira, junto a outros papéis com exposição à economia doméstica, como Yduqs (+11,38%), Positivo (+6,89%), Cogna (+3,90%) e Magazine Luiza (+3,59%). O desempenho das construtoras ainda é favorecido por recentes alterações nos limites das faixas de renda do programa Casa Verde e Amarela como também pela redução da inflação do custo de construção, o que estimula novas vendas, diz Letícia.

Por outro lado, as "incertezas políticas" contribuíram para que as ações de Petrobras (ON -0,70%, PN -1,35%) tivessem descolamento do novo dia de recuperação da commodity, com o Brent se reaproximando de US$ 90 por barril, e de alguma retomada do apetite por risco no exterior, em reação a comentários do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a política de preços da estatal.

Contudo, o ganho de fôlego em Nova York ao longo da tarde, com os três índices (Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq) chegando a atingir alta superior a 2% durante a sessão, mitigou os efeitos das ações de Petrobras sobre o Ibovespa, em dia de avanço para Vale (ON +0,95%) e também para a maioria dos grandes bancos, embora bem moderado no fechamento (Bradesco ON +0,37%, Santander +0,13%, Itaú PN -0,04%), o que acabou deixando o Ibovespa no zero a zero nesta quarta-feira. Na ponta negativa do Ibovespa, destaque para BB Seguridade (-4,30%), Minerva (-3,63%) e Marfrig (-3,03%). (Luís Eduardo Leal - [email protected])

17:27

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 108451.20 0.06906

Máxima 108970.15 +0.55

Mínima 107914.01 -0.43

Volume (R$ Bilhões) 2.62B

Volume (US$ Bilhões) 4.89B

17:28

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 108940 -0.16496

Máxima 109490 +0.34

Mínima 108055 -0.98

CÂMBIO

Após uma manhã de instabilidade e troca de sinais, o dólar se firmou em baixa no mercado doméstico de câmbio ao longo da tarde, em sintonia com o aprofundamento das perdas da moeda americana no exterior. Sem indicadores econômicos de peso, ativos de risco se recuperaram com alívio nos mercados de renda fixa na esteira de intervenção do Banco da Inglaterra (BoE) via compra temporária de títulos de longo prazo. Também contribuiu para o bom humor dos investidores o fato de o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, não ter feito comentários sobre a política monetária em evento pela manhã.

Com recuperação parcial da libra esterlina e do euro dos tombos recentes, o índice DXY - termômetro do desempenho do dólar frente uma cesta de seis moedas fortes - desceu do patamar de 114,000 pontos para operar ao redor dos 112,600 pontos. Como raras exceções, o dólar caiu em bloco frente a divisas emergentes e de exportadores de commodities. As taxas dos Treasuries, que vinham pressionadas, recuaram e tocaram mínimas à tarde, alinhadas ao desafogo nos títulos britânicos (gilts).

Por aqui, o dólar registrou mínima a R$ 5,3237 (-0,98%) na segunda etapa de negócios, cerca de dez centavos abaixo da máxima (R$ 5,4233). No fim do dia, a divida era negociada a R$ 5,3497, em baixa de 0,50%. Apesar do refresco hoje, a moeda ainda acumula alta de 1,93% na semana - o que leva os ganhos em setembro a 2,85%. No ano, o dólar apresenta perdas de 4,06%.

"O mercado estava em compasso de espera pela fala do Powell na parte da manhã. Mas o discurso dele foi bem neutro, sem comentar sobre política monetária. Com isso, mercado aproveitou para realizar um pouco depois das altas do dólar nos últimos dias", diz o economista da Valor Investimentos Paulo Duarte.

O real, que costuma se destacar entre pares em episódios de recuperação do apetite ao risco, desta vez teve um desempenho relativo modesto. Moedas emergentes como o rand sul-africano e o peso mexicano subiram mais de 1% frente ao dólar. A falta de fôlego da moeda brasileira foi atribuída por profissionais de mercado à postura defensiva dos agentes às vésperas do primeiro turno da eleição presidencial.

Parece ter se esvaído nos últimos dias o tal "efeito Meirelles", alusão ao apoio do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, líder nas pesquisas de intenção de voto. Promessas de responsabilidade na gestão das contas públicas feitas pelo petista ontem em jantar com grandes empresários não foram capazes de reduzir as incertezas sobre qual será a âncora fiscal em caso de volta de Lula ao Planalto, dizem operadores.

"O cenário poderia ser de dólar mais para baixo, porque o Brasil já fez a lição de casa na política monetária e tem algum crescimento. O real acaba sofrendo com essa questão eleitoral, que deixa o investidor bem arisco", afirma o economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni. "Se houver uma sinalização positiva sobre o gasto público, o dólar vem para baixo de R$ 5. O Brasil está melhor que outros emergentes e o investidor estrangeiro não tem para onde ir".

O Banco Central informou hoje à tarde que o fluxo cambial foi negativo em US$ 2,274 bilhões na semana passada (de 19 a 23), com saída de US$ 812 milhões no canal financeiro e de US$ 1,462 bilhão via comércio exterior. Em setembro (até o dia 23), o saldo é negativo em US$ 3,895 bilhões, sobretudo em razão do lado financeiro (-US$ 2,479 bilhões). Em 2022, o fluxo total se mantém positivo em US$ 17,290 bilhões.

O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública do Tesouro Nacional, Luis Felipe Vital, observou, em entrevista coletiva hoje à tarde, que a participação de investidores estrangeiros na dívida pública federal é a menor desde dezembro de 2009. Vital destacou que o atual cenário externo é de menor liquidez global e juros mais altos em várias economias, o que inibe fluxo para ativos de países emergentes. Ele ressaltou, contudo, que não vê um cenário negativo para os chamados investidores não residentes, dado que o Brasil está mais adiantado no processo de ajuste da política monetária. "Com melhora fiscal, naturalmente teremos fluxos mais constantes e positivos de estrangeiros".

De acordo com dados divulgados hoje pelo Tesouro Nacional, a parcela dos investidores não residentes no Brasil no estoque da Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) passou de 9,01% em julho para 8,84% no mês passado. (Antonio Perez - [email protected])

17:28

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.34970 -0.4985 5.42330 5.32370

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL 5364.000 -0.38072 5426.500 5325.000

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5400.000 -0.49751 5460.000 5365.000

Volta

JUROS

Na contramão do bom desempenho da Bolsa e do real, os juros futuros fecharam a sessão em alta, de cerca de 20 pontos-base nos vencimentos longos, justamente os que mais refletem os riscos externo e político. Do exterior, a curva doméstica foi contagiada pela crise no mercado de bônus no Reino Unido, após intervenção do Banco da Inglaterra (BoE, pela sigla em inglês). Internamente, há cautela com o processo eleitoral às vésperas do primeiro turno.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em 12,895%, de 12,777% no ajuste de ontem, e a do DI para janeiro de 2025 subiu de 11,586% para 11,74%. O DI para janeiro de 2027 terminou em 11,715%, de 11,543% ontem no ajuste.

As taxas já abriram para cima, com os agentes digerindo a intervenção no mercado de títulos pelo BoE, que emitiu um sinal negativo. A autoridade monetária anunciou que fará compras temporárias de bônus do governo britânico - os chamados gilts - de longo prazo, que tiveram forte reação ao plano de corte de impostos e aumento de gastos. No primeiro leilão, nesta quarta, o BoE comprou 1 bilhão de libras em bônus, no âmbito do novo programa. Pela iniciativa, disse que compraria até 5 bilhões de libras em bônus por dia, "na escala que for necessária", em um esforço para restaurar a ordem no mercado.

Além disso, o BC inglês também decidiu adiar as vendas de Gilts que teriam início na próxima semana, como parte de um processo de aperto quantitativo. "A mensagem que o Reino Unido está passando é que vão tolerar inflação por mais tempo e, com isso, a assimetria de risco piorou", diz um gestor, que classificou o pacote fiscal como "barbeiragem". "O externo está pesando por aqui, com o risco de recessão entrando na mira", avalia.

A medida do BoE conseguiu reverter a expressiva alta nas taxas dos gilts, com repercussão também nos Treasuries, cujos rendimentos tombaram nesta quarta. Ainda, fortaleceu a libra em detrimento do dólar, que teve queda generalizada, fechando, no Brasil, em baixa de 0,50%, aos R$ 5,3497.

"Num determinado momento, o dólar chegou a ganhar força e a zerar os ganhos, mas voltou a cair. Na curva local, porém, a questão do Reino Unido gera preocupação sobre contágio para ativos mais arriscados, como títulos de países emergentes", diz o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno.

Com espaço para recompor prêmios nas taxas após a queda de ontem, a atitude defensiva do mercado também é em parte explicada pelo risco eleitoral, com postura econômica considerada inconsistente e até heterodoxa manifestada pelo PT, que lidera com certa folga a corrida presidencial, com chance de liquidar o pleito já no domingo (2).

"Lula adota um discurso para agradar, mas que na prática se sabe impossível, com promessas que são incompatíveis com disciplina fiscal se não houver reformas, como por exemplo a administrativa", diz Rostagno, citando como exemplos afirmações sobre a necessidade de elevação de gastos sociais e a volta de ganhos reais para o salário mínimo, sem aumento de carga tributária.

Ainda que o jantar do candidato petista ontem à noite com a chamada "nata do PIB brasileiro" tenha sido considerado "construtivo", sinalizações emitidas pelo assessor econômico do PT, Guilherme Mello, desagradam ao mercado. Em entrevista ao Estadão, ele disse que se Lula vencer haverá revogação do teto de gastos com criação de novo arcabouço fiscal, adiantando apenas que a regra teria de compatibilizar sustentabilidade fiscal, recuperação do investimento público e aumento dos gastos sociais. Deixou em aberto o que será feito da política de preços da Petrobrás e disse que não haveria aumento na carga tributária, apenas mudanças na composição.

Nesta quinta-feira, o Banco Central terá mais uma oportunidade de tentar convencer o mercado a desfazer apostas que considera precoces de queda da Selic. Antes da abertura, às 8h, será divulgado o Relatório de Inflação (RI) do terceiro trimestre, para o qual a maior expectativa é o detalhamento da questão do hiato do produto. Na sequência, às 11h, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e o diretor de Política Econômica, Diogo Guillen, vão participar da coletiva de imprensa. (Denise Abarca - [email protected])

17:26

 Operação   Último 

CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 13.66

Capital de Giro (%a.a) 6.76

Hot Money (%a.m) 0.63

CDI Over (%a.a) 13.65

Over Selic (%a.a) 13.65

MERCADOS INTERNACIONAIS

As bolsas de Nova York fecharam em alta forte, ganhando fôlego ao longo do dia. A ação da Netflix esteve entre os destaques, com analistas otimistas sobre o papel, mas os ganhos foram generalizados. Entre os setores, o de energia esteve entre os que mais subiram, sustentado pelo avanço robusto do petróleo. A commodity foi apoiada pelos efeitos da passagem do furacão Ian na região produtora do Golfo do México, enquanto a União Europeia se mobilizava para impor mais sanções contra a Rússia, almejando inclusive um teto para o petróleo do país. O recuo do índice DXY do dólar também ajudou o óleo, com a libra em alta após o Banco da Inglaterra (BoE) anunciar compra de bônus (Gilts) de longo prazo. Entre os Treasuries, os juros recuaram, em meio a declarações de vários dirigentes, mas sem novidades do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que não tratou de política monetária em declarações veiculadas hoje.

O mercado acionário de Nova York começou o dia misto, com expectativa pelas declarações de Powell. Além disso, a ação da Apple, que caiu 1,27% hoje, estava em foco, após a notícia de que a empresa desistiu de planos para ampliar a produção do iPhone, segundo a Bloomberg. Ao longo do dia, porém, o quadro melhorou. O presidente do Fed não tratou de política monetária, em evento sobre bancos comunitários. A ação da Netflix se destacou (+9,29%), com analistas avaliando que a receita da empresa será impulsionada com uma opção de assinatura com anúncios. Alguns outros papéis de peso também mostraram força, como Meta, em alta de 5,36%, Boeing (+4,65%) e Amazon (+3,15%). Nesse quadro, o índice Dow Jones fechou com ganho de 1,88%, em 29.683,74 pontos, o S&P 500 subiu 1,97%, a 3.719,04 pontos, e o Nasdaq avançou 2,05%, a 11.051,64 pontos.

O setor de energia esteve entre os destaques, com Chevron em alta de 3,38% e ExxonMobil, de 3,64%. Colaborou neste caso a força do petróleo, ajudado pelo câmbio, pelo dado de estoques na semana nos EUA e pela mobilização da União Europeia para impor mais sanções à Rússia, inclusive com um teto para o preço do óleo do país. A passagem do furacão Ian pelo Golfo do México também era monitorada, com parte da produção local parada. O contrato do WTI para novembro fechou em alta de 4,65%, em US$ 82,15 o barril, na Nymex, e o Brent para dezembro avançou 3,75%, a US$ 88,05 o barril, na ICE. O TD Securities comenta que "as estrelas se alinharam", com vários motivos para a alta de hoje, mas vê riscos para os preços, como o de desaceleração global "severa" e o aperto monetários dos bancos centrais, embora também mencione que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) pode cortar a produção para apoiar o quadro.

O dólar fraco colaborou para o movimento do petróleo. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, recuou 1,32%, a 112,604 pontos, após ter chegado a subir mais cedo. No fim da tarde em Nova York, o dólar recuava a 144,14 ienes, o euro subia a US$ 0,9733 e a libra avançava a US$ 1,0889. A moeda britânica avançou após o BoE anunciar um programa temporário de compra de Gilts - no dia de hoje o BC comprou 1 bilhão de libras em bônus. Economista-chefe da Galápagos Capital, Jaime Valdívia avalia que as ações do BoE atrapalham o esforço contra a inflação, ao aumentar a liquidez. Para ele, o BC britânico deve elevar os juros em ao menos 75 pontos-base na próxima reunião, em novembro, ou mesmo em 100 pontos-base. "Os erros fiscais serão pagos com a inflação maior, taxas de juros elevadas e menor crescimento econômico", adverte em comentário, ao mencionar os planos fiscais anunciados pelo governo do Reino Unido na semana passada.

Entre os Treasuries, o dia foi de queda nos retornos. Entre os dirigentes do Fed, Charles Evans (Chicago) afirmou esperar que o pico da taxa dos Fed funds seja atingido em março de 2023, no atual ciclo de altas nos juros. No horário citado, o juro da T-note de 2 anos caía a 4,106%, o da T-note de 10 anos recuava a 3,711% e o do T-bond de 30 anos, a 3,762%. O BMO Capital nota que o anúncio do BoE foi decisivo hoje para o mercado de Treasuries, e lembra que pode haver no restante da semana movimentos de ajuste de carteiras antes do fim do trimestre. (Gabriel Bueno da Costa - [email protected])

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