O noticiário político local mais uma vez se sobrepôs à tendência externa na sessão desta terça-feira. A percepção dos agentes é de as pesquisas divulgadas ontem e hoje mostram a interrupção no movimento de subida do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas intenções de voto, fato que, na semana passada, provocou um rali a determinados ativos dado o viés mais liberal da equipe econômica atual. O mercado espera sinais do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a condução da economia, além de considerar como insuficientes os recados já dados (como o de responsabilidade fiscal mesmo se houver fim do teto de gastos). Desta forma, novamente, ações das estatais Petrobras (ON -1,50% e PN -2,10%) e Banco do Brasil (ON -1,72%) tiveram baixas expressivas, ainda que em intensidade menor do que o recuo de ontem. O Ibovespa terminou o dia aos 114.625,59 pontos, recuo de 1,20% e na mínima do dia. Em rota oposta, o dólar à vista subiu a R$ 5,3168 (+0,26%), contrariando a tendência externa para a moeda. Lá fora, o DXY caiu aos 110,950 pontos, recuo atribuído à visão de que o Federal Reserve poderá, em breve, moderar o ritmo de aperto monetário. Os juros dos Treasuries acompanharam esse movimento, o que também deu fôlego aos mercados acionários. Impulsionam ainda as expectativas de bons resultados de companhias do setor de tecnologia, com balanços concentrados nesta semana. O Nasdaq subiu 2,25%, o Dow Jones avançou 1,07% e o S&P 500 ganhou 1,63%. De volta ao Brasil, os juros futuros fecharam de lado, resistindo à influência da forte queda das taxas no exterior e mesmo o IPCA-15 de outubro acima da mediana das expectativas teve efeito limitado na curva, sem qualquer impacto nas expectativas para a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) amanhã.
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BOLSA
Após ter encerrado a última sexta-feira bem perto dos 120 mil pontos, com um ganho semanal de 7% que o reaproximou dos melhores níveis do ano, vistos no começo de abril, o Ibovespa recuou hoje pela segunda sessão, em ajuste mais discreto do que a perda de 3,27% colhida ontem, a maior desde novembro passado. Ainda assim, nesta terça-feira, a referência da B3 fechou na mínima do dia, aos 114.625,59 pontos, em queda de 1,20% na sessão, na qual o giro financeiro foi a R$ 34,0 bilhões.
Na mesma sessão, os ganhos em Nova York chegaram a 2,25%, no Nasdaq. Na semana, o Ibovespa cede agora 4,42%, limitando o avanço do mês a 4,17%. No ano, o Ibovespa sobe 9,35%. Aqui, a incerteza sobre o desfecho da eleição, que tende a ser definido no domingo por margem apertada, soma-se à cautela com relação à economia chinesa, que ainda suscita dúvidas mesmo com a recente leitura sobre o PIB do país.
"A concentração de poder de Xi Jinping, visível na renovação de mandato, desperta dúvidas quanto a uma orientação ainda mais nacionalista, controladora e restritiva para empresas e a economia em geral, em especial daquelas listadas no exterior. É um fator de atenção por aqui, na medida em que setores como o de mineração e siderurgia, com peso na B3, têm exposição ao país", aponta Felipe Moura, sócio e analista de investimentos da Finacap.
Mas, para além do contexto externo em semana que traz agenda movimentada, com decisão de política monetária na zona do euro e divulgação do PIB americano, essas duas primeiras sessões do intervalo mostraram dinâmica própria na B3, desconectada em ambos os dias do sinal positivo que prevaleceu na segunda e terça-feira nos Estados Unidos e na Europa.
"Ainda que a semana tenha dados econômicos e balanços importantes, deve haver muita cautela nos próximos dias, para a eleição. O nome do jogo tende a ser volatilidade", acrescenta Moura, destacando a revogação parcial do otimismo do mercado visto na semana passada, momento em que o presidente Jair Bolsonaro parecia ganhar fôlego para a decisão do próximo domingo, dia 30.
"É improvável que isso aconteça, mas se houvesse sinal sobre quem seria o ministro da Fazenda de eventual governo Lula, isso poderia tranquilizar os investidores nesses dias que faltam para a eleição. Um nome como o do Meirelles agrada muito ao mercado (Henrique Meirelles, ex-presidente do BC e ex-ministro da Fazenda)", observa Moura.
Em meio à indefinição eleitoral, os gestores de recursos continuaram nesta terça-feira a reduzir a exposição das carteiras a Petrobras e Banco do Brasil, estatais cujas ações haviam saltado entre 9% e 10% na semana passada com a expectativa de uma virada de Bolsonaro. Hoje, Petrobras ON e PN fecharam, respectivamente, em baixa de 1,50% e 2,10%, acumulando até aqui perda de 11,24% e 11,11% nessas duas primeiras sessões da semana - na anterior, haviam avançado, respectivamente, 11,87% e 12,87%.
Banco do Brasil ON, por sua vez, encerrou o dia em baixa de 1,72%, como ontem na ponta negativa entre as ações das maiores instituições financeiras. Nesta segunda e terça-feira, as perdas acumuladas por BB ON chegam agora a 11,57%, após terem avançado 14,10% ao longo da semana passada.
Na ponta positiva do Ibovespa nesta terça-feira, destaque para Magazine Luiza (+5,15%), Yduqs (+4,61%), Embraer (+4,20%), Méliuz (+3,74%), Cogna (+2,78%) e MRV (+1,21%). No lado oposto, BRF (-11,24%), IRB (-7,22%), Azul (-7,06%), Carrefour Brasil (-5,95%) e Gol (-5,66%). Entre as blue chips, Vale zerou o leve ganho que sustentou em boa parte da sessão e fechou sem variação, cotada a R$ 71,93 no encerramento, em dia em geral negativo para as ações de siderurgia, à exceção de Usiminas (PNA +0,53%).
"O mercado externo segue em rali de alta iniciado no dia 13 de outubro, com os investidores atentos à temporada de resultados (corporativos). Aqui, o dólar segue com 3% de alta na semana, o que demonstra um clima de aversão ao risco local, descolando dos pares emergentes na reta final da corrida presidencial no Brasil", observa Leandro De Checchi, analista da Clear Corretora.
Na agenda doméstica, o destaque do dia seria o IPCA-15 de outubro, divulgado pela manhã, que, embora acima do esperado, não chegou a ganhar muita atenção, com o foco do mercado voltado nesta semana para a política. Prévia da inflação oficial do mês, o IPCA-15 surpreendeu ao subir 0,16% em outubro - ante mediana de 0,09% na pesquisa Projeções Broadcast -, mas é compatível com a expectativa de desinflação gradual à frente, na avaliação do Itaú Unibanco, que reiterou a projeção de IPCA de 5,5% em 2022, com um viés "ligeiramente positivo".
"Destacamos a queda menor do grupo de Transportes em relação ao mês anterior. Os preços defasados da gasolina e do diesel no Brasil em relação ao mercado internacional e a expectativa de manutenção ou de um possível aumento da cotação do petróleo devem reverter esse quadro deflacionário dos combustíveis nos próximos meses", observa em nota Rafael Perez, economista da Suno Research. (Luís Eduardo Leal - [email protected])
17:27
Índice Bovespa Pontos Var. %
Último 114625.59 -1.19565
Máxima 116203.11 +0.16
Mínima 114625.59 -1.20
Volume (R$ Bilhões) 3.39B
Volume (US$ Bilhões) 6.40B
17:30
Índ. Bovespa Futuro INDICE BOVESPA Var. %
Último 116305 -1.47819
Máxima 118670 +0.53
Mínima 116200 -1.57
CÂMBIO
A cautela pré-eleitoral impediu o real de se beneficiar da rodada de enfraquecimento da moeda americana em relação a divisas fortes e emergentes nesta terça-feira (25), em meio ao aumento das apostas de que o Federal Reserve pode reduzir o ritmo de aperto monetário a partir de dezembro após divulgação de resultado abaixo do esperado da confiança do consumidor americano em outubro. Por aqui, a alta de 0,16% do IPCA-15 em outubro, às vésperas da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) e acima da mediana de Projeções Broadcast (0,09%) foi monitorada, mas não teve papel relevante na formação da taxa de câmbio.
Após instabilidade e troca de sinais pela manhã e no início da tarde, o dólar se firmou em terreno positivo nas últimas horas de negócios e encerrou o dia em alta de 0,26%, cotado a R$ 5,3168 - maior valor desde 30 de setembro, último pregão antes do primeiro turno da eleição, quando fechou a R$ 5,3946. Na máxima de hoje, a divisa alcançou R$ 5,3572. A moeda acumula valorização de 3,28% na semana e perdas de 1,44% em outubro.
"O mercado ainda está digerindo as notícias do fim de semana. Os ativos brasileiros 'outperformaram' (tiveram desempenho superior) na semana passada e ontem houve uma redução grande de posições em Brasil", afirma o CIO da Alphatree Capital, Rodrigo Jolig, que acredita em um bom desempenho do real no médio prazo seja qual for o resultado do pleito presidencial, em razão dos indicadores de atividade e da taxa de juros real em nível bem elevado.
Segundo profissionais do mercado, a reação violenta do ex-deputado federal Roberto Jefferson à ordem de prisão do Supremo Tribunal Federal (STF) ainda contamina os preços dos ativos domésticos. Por mais que Jair Bolsonaro tente se distanciar de Jefferson, outrora tido como aliado de primeira hora, o comportamento do deputado joga contra a reeleição do presidente e, por tabela, o apetite dos investidores por empresas estatais e apostas a favor do real.
Há também quem veja no entrevero entre Jefferson e a Polícia Federal um prenúncio de possível reação violenta de bolsonaristas à eventual derrota no domingo, uma vez que o presidente sempre pôs em xeque a segurança das urnas eletrônicas. Em entrevista a podcast conservador do EUA hoje, Bolsonaro afirmou que as forças armadas, que integram comissão de transparência eleitoral, dizem que "é impossível dar um selo de credibilidade" ao sistema.
Enquanto a recondução de Bolsonaro ao cargo é vista como continuidade da agenda liberal e eventual privatização da Petrobras, a eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva representa, aos olhos do mercado, incertezas sobre a condução da política econômica, apesar dos acenos moderados do petista. Após se reunir com economistas de viés liberal ontem, incluindo o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, Lula criticou hoje o teto de gastos, mas defendeu a responsabilidade fiscal. Pesquisa Ipespe-Abrapel divulgada hoje traz petista na liderança, com 53% dos votos válidos contra 47% de Jair Bolsonaro. Ontem à noite, pesquisa Ipec (ex-Ibope) mostrou Lula com 54% contra 46% do atual presidente (considerando votos válidos).
O economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Vellloni, afirma que investidores dão continuidade hoje ao movimento de realização de lucros na Bolsa e busca por proteção no dólar iniciado ontem, na esteira da diminuição das apostas em virada de Bolsonaro na corrida presidencial após o episódio envolvendo o ex-deputado Roberto Jefferson.
"Existe muita incerteza sobre como vai ser a política econômica e a gestão da Petrobras se o outro candidato (Lula) ganhar, enquanto Bolsonaro representa continuidade com Paulo Guedes (ministro da Economia)", diz o Velloni, para quem o real tem espaço para se apreciar após as eleições caso o vencedor dê sinais claros sobre a condução da economia, o que, no caso de Lula, poderia ser feito com anúncio do futuro ministro da Fazenda. "O dólar tem espaço para cair, com um primeiro suporte em R$ 5,07. Mas nesta semana deve ficar volátil, com eleição e a definição da última taxa Ptax de outubro na sexta-feira".
No exterior, o índice DXY - que mede o desempenho do dólar frente a seis divisas fortes - operou em queda firme, rompendo o piso de 111,000 pontos, com perdas fortes ante o euro e a libra, favorecida pelo recuo das taxas dos gilts com a posse do novo primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, que sinalizou com recuo dos planos fiscais de sua antecessora, Liz Truss. O mercado também ajusta posições à espera da decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) na quinta-feira (27) e ao sabor das apostas para o ritmo de alta de juros nos Estados Unidos.
Segundo pesquisa divulgada pela manhã pelo Conference Board, o índice de confiança do consumidor nos EUA caiu de 108 em setembro para 102,5 em outubro, abaixo da expectativa (queda a 106,3). Ao lado de indicadores fracos do mercado imobiliário e declarações recentes de dirigentes do Fed, a baixa da confiança do consumidor reforça a perspectiva de que o BC americano vai desacelerar o ritmo de alta da taxa básica para 50 pontos-base em dezembro, após eventual elevação de 75 pontos-base no próximo mês. (Antonio Perez - [email protected])
17:30
Dólar (spot e futuro) Último Var. % Máxima Mínima
Dólar Comercial (AE) 5.31680 0.2621 5.35720 5.27770
Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0
DOLAR COMERCIAL FUTURO 5319.500 0.23554 5362.500 5281.500
DOLAR COMERCIAL FUTURO 5359.000 0.28069 5385.000 5323.500
MERCADOS INTERNACIONAIS
As bolsas de Nova York fecharam em alta, com o Nasdaq puxando os ganhos, em quadro de expectativa por balanços importantes. O quadro geral nos mercados internacionais foi de maior apetite por risco, com avaliações de que o Federal Reserve (Fed) pode moderar o ritmo do aperto monetário em dezembro. Essa expectativa levou os juros dos Treasuries para baixo, e no câmbio o índice DXY do dólar estendeu perdas à tarde - neste caso também com a libra apoiada pela posse de Rishi Sunak como premiê do Reino Unido e a confirmação já feita de que Jeremy Hunt seguirá como ministro das Finanças local. O petróleo, por sua vez, reverteu a baixa de mais cedo e subiu ajudado pelo dólar mais fraco, porém com impulso limitado.
A Oanda comentou que o mercado acionário americano foi apoiado hoje por uma rodada de balanços "razoáveis" e por indicadores econômicos que perdiam fôlego, dando mais argumento para um aperto um pouco menos duro pelo Fed adiante. A pesquisa da S&P Corelogic Case-Shiller mostrou queda nos preços de casas nos EUA em agosto ante julho, com desaceleração na alta anual. Já o índice de confiança do Conference Board recuou mais que o previsto em outubro.
Na avaliação do Citi sobre este último dado, a tendência de baixa não é surpreendente, diante da postura do Fed, e a tendência geral deve continuar no próximo ano, "conforme crescem temores de uma recessão e, mais importante ainda, de perda do emprego". A Pantheon, por sua vez, via o cenário na pesquisa do Conference Board "consistente com um mercado de trabalho mais fraco". Já o Wells Fargo dizia que o esforço do Fed para conter a inflação pesará na demanda, prevendo "alguma deterioração no mercado de trabalho", o que imporá pressão de baixa sobre a confiança do consumidor "por algum tempo".
Após os dados, o monitoramento do CME Group mostrava praticamente um empate na chance de uma elevação de 50 ou 75 pontos-base nos juros pelo Fed em dezembro, no fim desta tarde. Já levando-se em conta que a alta de 75 pb amplamente esperada para 2 de novembro se concretize, a chance da elevação de 75 pb em dezembro estava em 50,5%, de 47,5% para uma de 50 pb.
Nesse contexto, as bolsas de Nova York tiveram avanço robusto: o índice Dow Jones fechou em alta de 1,07%, em 31.836,74 pontos, o S&P 500 avançou 1,63%, a 3.859,11 pontos, e o Nasdaq, 2,25%, a 11.199,12 pontos. Entre ações em foco por balanços, General Motors registrou alta de 3,70% e Coca-Cola, de 2,47%, enquanto General Electric caiu 0,53% e 3M subiu 0,09%. A ação do Twitter registrou alta de 2,45%, com expectativa por balanço e após a Bloomberg reportar que Elon Musk podia fechar o acordo para adquirir a empresa até esta sexta-feira.
Entre os Treasuries, os retornos caíram, com as ponderações sobre o Fed em foco. No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos caía a 4,457%, o da T-note de 10 anos tinha baixa a 4,074% e o do T-bond de 30 anos, a 4,234%.
No mercado cambial, o índice DXY do dólar recuou 0,93%, a 110,950 pontos, também com a política monetária americana no radar. No horário citado, o dólar caía a 147,91 ienes, o euro avançava a US$ 0,9968 e a libra tinha alta a US$ 1,1467. No caso da divisa britânica, houve apoio com a posse de Rishi Sunak como premiê, com Jeremy Hunt seguindo como esperado à frente do Ministério das Finanças. Já no dólar, o ANZ via também realização de lucros após ganhos recentes como justificativa para o movimento no dia. O yuan também esteve em foco, após o Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) ter fixado mais cedo a moeda no menor nível desde a crise de 2008. Para o ING, o BC da China parece deixar o mercado influir mais na cotação do yuan, o que segundo o banco holandês, a partir de quadros similares anteriores, tende a apoiar o dólar.
Entre as commodities, o petróleo WTI para dezembro fechou em alta de 0,87%, em US$ 85,32 o barril, na Nymex, e o Brent para janeiro avançou 0,58%, a US$ 91,74 o barril, na ICE. A commodity chegou a cair, ainda com sinais de demanda mais fraca na China, mas reagiu apoiada pelo dólar mais fraco e por um ambiente de maior apetite por risco em geral. Para a Stifel, o consumo de petróleo deve crescer mais em 2023, e a oferta insuficiente deve resultar em volatilidade e pressões sobre os preços. (Gabriel Bueno da Costa - [email protected])
JUROS
Os juros futuros fecharam a terça-feira de lado, resistindo à influência da forte queda das taxas no exterior e mesmo o IPCA-15 de outubro acima do consenso teve efeito limitado na curva, sem qualquer impacto nas expectativas para a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) amanhã. A lateralidade reflete o compasso de espera pelo resultado das eleições, o que tende a deixar o mercado mais travado ao longo da semana, diante do cenário ainda em aberto e sinais de que a disputa será acirrada. O leilão de NTN-B teve aumento nos lotes e risco maior para o mercado, mas sendo absorvido integralmente.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em 12,940%, de 12,872% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 passou de 11,81% para 11,84%. O DI para janeiro de 2027 encerrou com taxa de 11,67%, de 11,70%.
Na contramão do desempenho negativo da Bolsa e da volatilidade do câmbio, os juros parecem ter digerido o impacto sobre cenário eleitoral do ataque do ex-deputado Roberto Jefferson a policiais federais, e as taxas alternaram altas e baixas moderadas ao longo da sessão, sem firmar tendência clara. "A verdade é que o DI não acompanhou nem o que acontecia aqui nem o exterior, esperando resultados das pesquisas eleitorais e a própria eleição em si", afirmou a economista-chefe da B.Side Investimentos, Helena Veronese.
Na pesquisa Ipec (ex-Ibope) de ontem à noite, o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, tinha 54% dos votos válidos contra 46% do candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL). Na pesquisa Ipespe/Abrapel, divulgada hoje, Lula teve 53% dos votos válidos e Bolsonaro, 47%. Em ambas, não houve variação dos porcentuais ante as edições anteriores. Na avaliação dos players, diante do quadro do primeiro turno, quando o desempenho de Bolsonaro foi melhor do que apontavam as pesquisas, é prematuro antecipar qualquer tipo de cenário, até em função da possibilidade de eventos inesperados, como foi o "episódio Jefferson".
No exterior, o clima de apetite ao risco, com alívio nos juros dos Treasuries, não conseguiu dar impulso às taxas locais. O dado da confiança do consumidor norte-americano mostrando queda acima da esperada endossa os discursos dovish de dirigentes do Federal Reserve na semana passada, e trouxe otimismo quanto a uma desaceleração do ritmo de aperto de 0,75 para 0,50 ponto. Na Europa, os juros dos Gilts britânicos também cederam. O mercado computou a posse de Rishi Sunak como novo primeiro-ministro do Reino Unido como positiva para desanuviar o cenário econômico ao menos no curtíssimo prazo. Em seu primeiro discurso como premiê, ele disse que foi eleito para "consertar os erros" de sua antecessora, Liz Truss.
Na agenda do dia, o IPCA-15 de outubro ficou em 0,16%, acima da mediana das estimativas do mercado, de 0,09%. Em setembro, o índice tinha caído 0,37%. Na curva, o efeito foi limitado a alguns contratos de curto prazo, como o DI para janeiro de 2024, que subiu 7 pontos-base. O mercado relativizou a surpresa altista em boa medida em função do desvio ter sido causado por itens voláteis, com destaque para passagens aéreas (+28,2%). "O comportamento dos núcleos de inflação - em particular o recuo do núcleo de 'serviços subjacentes' - permite uma leitura benigna do IPCA-15, a despeito da surpresa com o headline", avaliam os economistas da Terra Investimentos, segundo os quais "serviços subjacentes" caíram de 0,57% em setembro para 0,41% em outubro.
De todo modo, o dado de inflação não foi capaz de mexer com o quadro das apostas de Selic para o Copom de amanhã, consolidadas em torno da estabilidade em 13,75%. Para Veronese, o que poderia gerar alguma expectativa é uma eventual sinalização sobre o ciclo de cortes, mas nem isso deve ficar claro no comunicado. "A decisão está dada e não deveremos ter pistas sobre o timing para a queda. Antes da eleição o cenário ainda é de muita incerteza", disse.
O mercado aceitou bem o leilão de NTN-B, que surpreendeu pelo tamanho do lote - 2,3 milhões, sendo 2 milhões no vencimento 15/5/2027 -, vendido integralmente. Na semana passada, a oferta havia sido de 925 mil, com 829 mil efetivamente vendida. O risco para o mercado em DV01 ficou em US$ 843,8 mil, de US$ 276,4 mil na semana passada, segundo dados da Warren Renascença.
Para o especialista em renda fixa Alexandre Cabral, o leilão foi "muito bom", com o volume de R$ 9,4 bilhões sendo o segundo maior do ano, abaixo apenas da operação de 16 de agosto, de R$ 11,22 bilhões. Ele ressalta que o papel 15/5/2027 teve volume de R$ 8,21 bi, "provavelmente bancos apostando no fechamento da taxa de juros no médio prazo". (Denise Abarca - [email protected])
08:26
Operação Último
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