BOLSAS TOMBAM COM JURO EMPINADO NOS EUA E BC TORRA US$ 1,5 BI, MAS DÓLAR E DIS SOBEM

Blog, Cenário
A disparada dos juros de longo prazo nos Estados Unidos, em meio a temores sobre a inflação no país, provocou forte aversão ao risco ao redor do mundo e bateu no mercado brasileiro num momento em que crescem as desconfianças em relação à política fiscal. O resultado não poderia ser outro: novo dia de inclinação da curva de juros, dólar em forte alta no mundo e acima de R$ 5,50 aqui, mesmo com o Banco Central queimando reservas, e Bolsa cedendo 2,95%. Hoje, ainda que dirigentes do Fed continuem insistindo que a inflação não é uma preocupação e que as políticas acomodatícias devem continuar, o rendimento da T-note de 10 anos alcançou a marca de 1,5%, no maior nível em um ano. Isso fez os investidores liquidarem suas posições nas Bolsas em Nova York, que caíram mais de 1,5%, com o Nasdaq no maior recuo porcentual desde outubro, e fugirem de moedas emergentes. E não foi diferente com o real: o BC vendeu US$ 1,5 bilhão no mercado à vista e, para alguns, "enxugou gelo", visto que, num dia de piora global, o dólar terminou o pregão com alta de 1,72% no mercado à vista, a R$ 5,5140, o nível mais alto desde 5 de novembro de 2020. A força da moeda americana ante a brasileira, que já é uma das principais razões para a pressão atual sobre os preços, continuou jogando as taxas do DIs de curto prazo para cima, reforçando apostas em uma alta de 0,50 ponto porcentual da Selic em março. Mas os juros longos, alinhados à curva americana e diante do risco de fatiamento e desidratação da PEC Emergencial, cuja apreciação foi adiada para a próxima semana, subiram ainda mais. Nesse ambiente global e local de cautela e fuga do risco, as ações que compõem o Ibovespa tiverem queda praticamente generalizada, incluindo os papéis de Petrobras, mesmo após o resultado recorde da véspera, e Vale, que divulga seus números hoje. A Bolsa, que variou mais de 4.500 pontos no dia, terminou mais perto das mínimas, ao cair 2,95%, aos 112.256,36 pontos.  
  • MERCADOS INTERNACIONAIS
  • JUROS
  • CÂMBIO
  • BOLSA
  MERCADOS INTERNACIONAIS A apreensão dos investidores com a alta dos juros de títulos soberanos de longo prazo cresceu e desencadeou uma liquidação nas bolsas de Nova York. Com o temor de aperto nas condições financeiras, os índices acionários americanos recuaram entre 1,8 e 3,5%. O Nasdaq teve a maior queda porcentual desde outubro de 2020. A ação da GameStop, pivô dos movimentos especulativos de janeiro, disparou 19%. A volatilidade levou o índice VIX, o "medidor do medo" em Wall Street, a saltar 37% no pregão. No mercado de Treasuries, o rendimento da T-note de 10 anos alcançou a marca de 1,5%, no maior nível em um ano. O dólar, por sua vez, se desvalorizou ante os pares, pressionado pelo tom dovish adotado por dirigentes do Federal Reserve. Ao longo da sessão, contudo, as perdas se reduziram, já que juros maiores tornam a moeda dos Estados Unidos mais atrativa.   Com uma combinação de expectativas de mais expansão fiscal nos EUA e progresso na vacinação contra a covid-19, a curva de juros dos Treasuries seguiu em inclinação, refletindo o aumento das expectativas inflacionárias. No final da tarde em Nova York, o rendimento da T-note de 2 anos subia a 0,171%, o da T-note de 10 anos avançava a 1,532% e o do T-bond de 30 anos tinha ganho a 2,302%.   Um leilão de T-notes de 7 anos, realizado pelo Departamento do Tesouro, também ajudou a impulsionar o movimento, que recebeu o aval de mais dirigentes do Fed hoje. Líder da distrital de St. Louis, James Bullard afirmou que a alta no retorno da T-note de 10 anos é "apropriada", diante da perspectiva de mais crescimento econômico dos EUA. O comentário do dirigente ecoou o tom adotado pelo presidente da instituição, Jerome Powell, em discurso no Congresso nesta semana. Chefe da regional de Kansas City, Esther George disse que a inclinação da curva não demanda resposta da política monetária.   Nos mercados financeiros, contudo, a apreensão não deu trégua. Os investidores temem os impactos de custos de financiamento maiores, o que se refletiu principalmente nas ações. Nas bolsas de Nova York, o índice Dow Jones recuou 1,75%, a 31.402,01 pontos, o S&P 500 caiu 2,45%, a 3.829,34 pontos, e o Nasdaq registrou perda de 3,52%, a 13.119,43 pontos, no maior queda porcentual do índice desde outubro de 2020. Em um retorno dos movimentos especulativos de investidores de varejo, o papel da GameStop saltou 19,02%, depois de ter disparado mais de 100% no pregão anterior.   "Continuamos positivos em relação às ações, em vez dos títulos, mas o sentimento pode estar ficando um pouco quente agora. Então, não ficaríamos surpresos em ver um aumento da volatilidade”, diz o estrategista-chefe de mercado da LPL Financial, Ryan Detrick. Na sessão de hoje, o índice VIX, o "medidor do medo" em Wall Street, chegou a saltar 37%.   As bolsas da Europa, cuja alta no começo do pregão refletia o otimismo com balanços e indicadores macroeconômicos, devolveram a maior parte dos ganhos após a abertura em NY. Em Londres, o índice acionário FTSE 100 recuou 0,11%, a 6651,96 pontos. O DAX, de Frankfurt, por sua vez, caiu 0,69%, a 13879,33 pontos.   "Embora o aumento dos rendimentos dos EUA tenha atraído mais atenção, também estamos vendo algumas evidências de um aperto nas condições financeiras aqui na Europa, com aumentos acentuados nos custos de empréstimos de governos, da Alemanha até a Grécia", diz o analista Michael Hewson, da CMC Markets.   No câmbio, as sinalizações de que o Fed manterá a política monetária acomodatícia prejudicaram o dólar, que recuou em relação aos pares. A fraqueza da moeda dos EUA, contudo, diminuiu ao longo do pregão, à medida que a inclinação da curva de juros aumentava. Isso ocorreu porque os rendimentos mais altos tornam a divisa mais atrativa. No fechamento, o índice DXY, que mede a variação do dólar ante seis rivais, caiu 0,05%, a 90,134 pontos.   O petróleo, por sua vez, fechou sem direção única, após ganhos de 2% na sessão anterior. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do WTI para abril avançou 0,49%, a US$ 63,53. O do Brent para o mesmo mês cedeu 0,24%, a US$ 66,88, na Intercontinental Exchange (ICE).   O foco dos investidores agora deve se voltar para o pacote fiscal de US$ 1,9 trilhão do presidente americano, Joe Biden. De acordo com a presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, a proposta deve ser aprovada no plenário nesta sexta-feira, 26. (Iander Porcella - [email protected])   Volta   JUROS A nova escalada do retorno dos Treasuries continuou penalizando a curva de juros brasileira e hoje também as moedas emergentes com o dólar superando os R$ 5,50. Com a T-Note de dez anos atingindo 1,50% no intraday e, aqui, com o noticiário negativo sobre o andamento da PEC Emergencial, a curva seguiu bastante inclinada, sem espaço para reações positivas aos dados fiscais melhores do que a mediana das estimativas. Na avaliação dos profissionais, tudo conspira para o Banco Central começar imediatamente o ciclo de contração da Selic com aumento de 0,50 ponto porcentual, aposta que já aparece com 80% de probabilidade para o Copom de março na curva. Nesse cenário de estresse no exterior, o Tesouro reduziu drasticamente a oferta de prefixados longos no leilão.   A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 fechou em 3,66% (regular) e 3,625% (estendida), de 3,523% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2023 subiu de 5,307% para 5,46% (regular) e 5,45% (estendida). O DI para janeiro de 2025 terminou com taxa de 7,17% (regular) e 7,14% (estendida), de 7,005%, e a do DI para janeiro de 2027 passou de 7,694% para 7,84% (regular) e 7,80% (estendida).   No fim da tarde, as taxas a partir de 2025 tinham alta próxima a 20 pontos-base, após já terem subido quase isso ontem e hoje pelo mesmo motivo: a forte abertura da curva americana, refletindo o temor de reflação nos Estados Unidos, visto como risco para o plano do Federal Reserve de manter a política monetária superestimulativa nos próximos anos. Amanhã, será divulgado o índice de preços dos gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), a medida de inflação preferida do Fed.   Para Paulo Nepomuceno, operador de renda fixa da Terra Investimentos, a curva americana sobe com o mercado "tentando adivinhar por quanto tempo o juro fica nos atuais níveis" na medida em que avançam as negociações e a pressão do Congresso pelo pacote fiscal de US$ 1,9 trilhão. "O Fed está tentando ganhar no discurso, mas não está conseguindo", disse.   Ao fator externo, somou-se a frustração com o andamento da PEC do auxílio emergencial, cuja votação no Senado era esperada para hoje, mas foi adiada para quarta-feira (3). Cresce ainda a pressão pelo fatiamento da proposta, que dê prioridade ao pagamento do benefício antes da definição das contrapartidas fiscais. O secretário do Tesouro Nacional, Bruno Funchal, explicou que a abertura de um crédito extraordinário para o pagamento do benefício exige a suspensão de regras fiscais por meio da aprovação da PEC. “É preciso atacar o teto, suspender a meta de primário e lidar com a regra de ouro. Para isso, é preciso aprovar a PEC Emergencial e só então andar com o processo”, respondeu. O secretário-adjunto do Tesouro, Otávio Ladeira, acrescentou que “não há espaço” para se fazer isso de forma diferente.   Nesse contexto, as boas notícias do dia ficaram em segundo plano. A arrecadação de R$ 180,221 bilhões de janeiro superou a mediana das estimativas, de R$ 175 bilhões, e também o superávit do governo central, de R$ 43,219 bilhões em janeiro, veio melhor do que o consenso de R$ 39,7 bilhões.   Com os juros domésticos amarrados às curvas globais, por sua vez reféns das Treasuries, é difícil imaginar o que possa romper a espiral negativa no curto prazo, a não ser uma surpresa positiva e forte do lado fiscal ou, daqui a duas semanas, quando o Copom deverá abrir o ciclo de ajuste da Selic. Tal medida tem potencial para desinclinar a curva, a depender da magnitude da alta e também do tom da sua comunicação. "Já passou a discussão sobre se sobe em março ou maio. É março. A dúvida é se será 0,25 ou 0,5 ponto", disse um economista. Na curva, a precificação é de 45 pontos-base, ou 80% de chance de elevação de 0,5 ponto e 20% de probabilidade de 0,25 ponto.   A aversão a ativos de risco levou o Tesouro a reduzir a oferta de NTN-F para 300 mil papéis, de 2 milhões na semana passada. Em compensação, elevou o lote de LTN, de 14 milhões para 19,5 milhões. Tudo foi colocado integralmente, até mesmo o lote de até 500 mil LFT. (Denise Abarca - [email protected])     18:22   Operação   Último CDB Prefixado 32 dias (%a.a) 2.08 Capital de Giro (%a.a) 5.17 Hot Money (%a.m) 0.56 CDI Over (%a.a) 1.90 Over Selic (%a.a) 1.90     CÂMBIO O câmbio teve novo dia de tensão, lembrando o pregão da última segunda-feira. A diferença é que naquele dia a moeda americana subiu influenciada pela ingerência do governo na Petrobras, enquanto hoje a valorização foi basicamente reflexo do exterior muito ruim. A moeda dos Estados Unidos subiu forte nos emergentes, e o real nem foi a pior divisa hoje, por conta da elevação da taxa de retorno (yields) dos títulos do Tesouro americano, que bateu em 1,5%, o maior valor em um ano, diante da perspectiva de aceleração de crescimento da economia americana e da volta da inflação. O Banco Central fez duas intervenções, vendendo US$ 1,5 bilhão no mercado à vista.   No fechamento, o dólar comercial à vista encerrou em alta de 1,72%, a R$ 5,5140, nível mais alto desde 5 de novembro (R$ 5,54). No mercado futuro, o dólar para março, que vence amanhã, subia 2,25% às 18h15, a R$ 5,5270. Assim como na segunda-feira, o dia teve forte giro de negócios, perto de US$ 21 bilhões.   O BC fez dois leilões pela tarde, oferecendo dólar à vista. No primeiro vendeu US$ 920 milhões e no segundo, US$ 615 milhões. Alguns participantes do mercado criticaram a ação em dia em que o exterior estava muito ruim. O ex-tesoureiro e sócio da Armor Capital, Alfredo Menezes, comentou que atuação ocorreu com várias moedas piores que o real e sem indicadores técnicos do mercado local muito pressionados. "Está muito claro que o BC está mais pró-ativo no câmbio", escreveu no Twitter. Menezes especula algumas razões, que podem incluir pressão política, preocupação com inflação e que o dólar neste nível interessa ao BC vender reservas para reduzir a dívida bruta.   "Hoje o movimento foi totalmente externo, real esteve até melhor que vários pares, com movimentos muito fortes dos Treasuries levando a ajuste no câmbio pelo mundo", avalia um diretor de tesouraria. "Notícias locais não fizeram preço no dia", ressalta, lembrando que o noticiário local segue preocupante, sobretudo com possibilidade de desidratação na PEC Emergencial, para recriar o auxílio emergencial sem corte de gastos. Nesta tarde, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MDB-MG), confirmou que a votação do texto, prevista para hoje, foi adiada para a próxima quarta-feira.   A elevação dos yields trouxe de volta a preocupação da volta do episódio de 2013 conhecido como "Taper Tantrum", quando houve forte estresse no mercado com o temor de que o Federal Reserve fosse reduzir os estímulos extraordinários. Por isso, as bolsas caíram forte hoje em Nova York e o dólar disparou em alguns emergentes, subindo 3% na África do Sul, 2,2% no Chile e na Turquia, e 2% no México.   O chefe global de mercados do ING Group, Chris Turner, ressalta em áudio que os emergentes foram os mais penalizados em 2013, especialmente os na época chamados "cinco frágeis", por terem desequilíbrios em conta corrente e/ou fiscais: Brasil, Índia, Indonésia, África do Sul e Turquia. Agora, estão no geral melhores que naquele ano, mas seguem no radar. Já a África do Sul, continua com conta corrente muito ruim, mantendo sua dependência do capital externo para se financiar. Não à toa, o rand foi a moeda que mais sofreu hoje. Naquele ano, as moedas destes países chegaram a perder 17% a 18% ante o dólar, mas se houver novo episódio do tipo este ano, as perdas podem ser menores, ressalta Turner.   O estrategista do Morgan Stanley, Andrew Sheets, afirma não estar tão preocupado com a elevação dos yields neste momento, porque elas estão ocorrendo por conta da visão de que a economia americana vai se acelerar. "Há muitas evidências de que os mercados podem ficar bem caso os yields subam por causa da economia indo melhor", comenta em áudio do banco. O Morgan Stanley prevê que Joe Biden vai conseguir aprovar o pacote fiscal até meados de março, e Sheets conta que, com essa visão, tem aumentado o questionamento dos clientes sobre os yields. Ele ressalta que instrumentos de mercado sobre o comportamento futuro da inflação não estão prevendo descontrole dos preços, mas taxas perto dos objetivos do Fed. (Altamiro Silva Junior - [email protected])   cgi     18:23   Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima Dólar Comercial (AE) 5.51400 1.7212 5.53820 5.41940 Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0 DOLAR COMERCIAL FUTURO 5537.000 2.4801 5541.000 5418.500 DOLAR COMERCIAL 5544.000 2.45796 5546.000 5425.000     BOLSA A recuperação ensaiada pelo Ibovespa nas duas sessões anteriores foi interrompida nesta quinta-feira, véspera de encerramento do mês, em dia no qual a progressão dos rendimentos dos Treasuries adicionou pressão sobre as moedas de emergentes, contribuindo com a incerteza fiscal doméstica para levar o real a R$ 5,5382 na máxima, em dia de duas atuações do BC no câmbio - às 15h37, foi realizado o segundo leilão, no mercado à vista, o que não impediu que a moeda americana fechasse além do limiar de R$ 5,50, a R$ 5,5140 (+1,72%). Assim, o índice da B3 encerrou em queda de 2,95%, aos 112.256,36 pontos, entre mínima de 111.764,30 e máxima de 116.506,22 pontos, pela manhã. O giro foi de R$ 45,5 bilhões e, faltando apenas a sessão de amanhã para o encerramento de fevereiro, o Ibovespa volta a acumular perda no mês, de 2,44%, cedendo 5,21% na semana - em 2021, recua 5,68% até esta quinta-feira.   "O Ibovespa devolveu os ganhos da manhã, acompanhando movimento de Nova York, que ampliou queda, por conta do aumento dos rendimentos dos títulos americanos, que continua no radar do mercado. O dólar foi além dos R$ 5,50, e mesmo a atuação do BC, à tarde, foi insuficiente para conter este movimento de alta, que reflete também o receio do mercado com relação à questão fiscal. A votação da PEC Emergencial deve ser adiada para a próxima semana, e com provável fatiamento", observa Stefany Oliveira, analista da Toro Investimentos.   À tarde, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), confirmou que a votação da PEC, prevista para hoje, foi adiada para a próxima quarta-feira. "É o tempo mais curto para amadurecer o debate", disse. Na Câmara, por sua vez, a urgência assegurada à chamada "PEC da Impunidade", que limita as situações em que parlamentares podem ser presos ou afastados do mandato, não contribui para firmar a primeira impressão, de uma inflexão em direção a reformas sob Arthur Lira (PP-AL).   Em Nova York, as perdas nos principais índices acionários ficaram nesta quinta-feira entre 1,75% (Dow Jones) e 3,52% (Nasdaq). "No último mês, houve progressão nos rendimentos dos Treasuries que os coloca agora em um nível de desconforto para o mercado, acima da marca de 1,40% para o yield da T-note de 10 anos. Desde o fim do ano passado, ocorreu grande rotação, do setor de tecnologia, o mais beneficiado pela pandemia, para as ações da economia real, segmento que tende a responder ao avanço da vacinação. O momento agora é de volatilidade, o que dificulta fazer uma boa leitura - ainda mais complicada, em Nova York, onde o investidor de varejo responde por 20% a 25% do volume", observa Scott Hodgson, gestor de renda variável na Galapagos.   "O yield de 10 anos nos EUA, no maior nível desde fevereiro do ano passado, eleva o prêmio exigido pelo mercado para a tomada de risco na renda variável e, consequentemente, reduz o potencial de valorização das ações. Com boa parte das bolsas nas máximas, esse aumento da percepção de risco culmina em realização de lucros, com os investidores em busca de melhor nível de preço para ter um risco/retorno adequado", aponta Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora. Ele acrescenta que o Ibovespa permanece com "viés de baixa no curtíssimo prazo", ao voltar a "esbarrar" hoje na faixa de 116 mil pontos que havia sido o "último fundo perdido na segunda", quando o índice cedeu 4,87%, chegando a 111.650,26 pontos na mínima daquela sessão.   Ante a incerteza quanto a uma correção induzida a partir dos EUA, onde o avanço dos yields corresponde a uma expectativa de inflação maior no país - o que pode tirar o Fed da zona de conforto, em meio à retomada econômica que tende a ser potencializada pelos estímulos monetários e fiscais, bem como pela vacinação -, o saldo do investimento estrangeiro na B3 passou de positivo a negativo no mês, movido também pelas preocupações que prevaleceram desde a última sexta-feira, sobre interferência política na Petrobras.   No dia seguinte à saída nominal recorde de R$ 6,850 bilhões em recursos estrangeiros (segunda-feira), foram sacados outros R$ 2,347 bilhões em 23 de fevereiro, anteontem, quando o Ibovespa fechou em alta de 2,27%, com giro financeiro fortalecido a R$ 48,1 bilhões. Em fevereiro, o fluxo estrangeiro para a B3 está negativo em R$ 4,644 bilhões, interrompendo a sequência mensal positiva observada entre novembro e janeiro. No ano, a Bolsa ainda acumula ingresso líquido de R$ 18,902 bilhões em recursos externos.   Neste contexto menos favorável, as perdas na B3 voltaram a se espalhar nesta quinta-feira por empresas e setores. Na ponta negativa do Ibovespa, destaque para WEG (-8,30%), à frente de Ultrapar (-7,52%) e de CSN (-6,70%). Apenas duas ações do Ibovespa conseguiram se descolar do dia amplamente negativo para auferir modestos ganhos: Multiplan (+0,45%) e Telefônica Brasil (+0,29%). Entre as blue chips, Petrobras ON e PN cederam respectivamente 3,87% e 4,96%, enquanto Vale ON caiu 2,27%. As perdas entre os bancos ficaram entre 2,37% (Bradesco PN) e 3,02% (Santander) e, na siderurgia, entre 3,76% (Gerdau PN) e CSN (-6,70%). (Luís Eduardo Leal - [email protected], com Felipe Laurence)     18:21   Índice Bovespa   Pontos   Var. % Último 112256.36 -2.94933 Máxima 116506.22 +0.72 Mínima 111764.30 -3.37 Volume (R$ Bilhões) 4.55B Volume (US$ Bilhões) 8.34B         18:23   Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % Último 111850 -3.53601 Máxima 116725 +0.67 Mínima 111845 -3.54              
Gostou do post? Compartilhe:

Pesquisar

Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Categorias

Newsletter

Captcha obrigatório
Seu e-mail foi cadastrado com sucesso!

Posts relacionados

Receba nossos conteúdos por e-mail
Captcha obrigatório
Seu e-mail foi cadastrado com sucesso!

Copyright © 2023 Broker Brasil. Todos os direitos reservados

Abrir bate-papo
Olá!
Podemos ajudá-lo?