BOLSA VAI ALÉM DE PARES NO EXTERIOR COM AJUDA DO PETRÓLEO E TEM GANHO DE 4% NA SEMANA

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CENÁRIO-2: BOLSA VAI ALÉM DE PARES NO EXTERIOR COM AJUDA DO PETRÓLEO E TEM GANHO DE 4% NA SEMANA

O Ibovespa teve trajetória própria e voltou a subir, descolado da volatilidade e cautela vista nos pares externos e na maioria dos ativos. Assim, o avanço do petróleo, que puxou as ações de Petrobras, além dos ganhos de papéis de bancos, impulsionou a Bolsa brasileira para os 106.927,79 pontos no fechamento, com alta de 1,33%. Na semana, o índice se descolou das bolsas internacionais e subiu 4,10%, deixando o avanço no ano em 2,01%. Não que alguma razão muito forte venha direcionando o comportamento. Mas a ausência de fatos ou dados ruins tem deixado espaço para o investidor recompor algumas posições no mercado acionário brasileiro, que ficou muito descolado dos pares em 2021. Em Wall Street, por outro lado, o cenário é de volatilidade. Depois de os principais índices terminaram o ano passado com avanços na casa dos dois dígitos, há muito sobe-desce diante do iminente aperto da política monetária pelo Fed. Nem indicadores fracos da economia norte-americana, conhecidos mais cedo, aliviaram a visão de que o combate à inflação é prioridade. Até porque, dirigentes do Fed voltaram a reforçar o discurso 'hawkish' contra a alta de preços. Assim, as principais bolsas em Nova York tiveram mais um dia instável e de fechamento misto, com o Nasdaq e o S&P migrando para o azul no fim do pregão. Já no câmbio, o dólar passou boa parte do dia em alta diante do real, assim como em relação a diversas moedas emergentes. Na reta final, no entanto, a divisa americana perdeu fôlego ante a brasileira e acabou com baixa de 0,29%, a R$ 5,5132 - menor valor desde 16 de novembro e engatando o quarto pregão seguindo de desvalorização. Na semana, perdeu 2,10%. Assim como no caso da bolsa, o real também vinha performando pior do que muitas divisas pares e aproveita alguns fatos positivos para engatar essa correção, incluindo captações de empresas brasileiras no exterior e a volta do apetite do investidor estrangeiro por operações de carry trade (que exploram o diferencial entre juros internos e externos). Por fim, na renda fixa, os juros futuros terminaram praticamente estáveis, uma vez que o viés de alta, que chegou a ser trazido pelos Treasuries e risco fiscal, foi abrandado pelo alívio no câmbio. Na semana, a curva desinclinou, com aumento do spread negativo entre longos e curtos.

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•MERCADOS INTERNACIONAIS

•CÂMBIO

•JUROS

BOLSA

Mesmo com Nova York, na maior parte da sessão, dando prosseguimento à tendência negativa que se instalou desde os sinais de guinada 'hawkish' na política monetária dos Estados Unidos, no dia 5, o Ibovespa conseguiu fechar na casa dos 106 mil pontos pela primeira vez no ano, atingindo assim seu melhor nível de fechamento desde 17 de dezembro (107.200,56 pontos), em dia favorável tanto no câmbio, com o dólar em baixa de 0,29%, a R$ 5,5132 no fechamento, como na curva de juros doméstica. No melhor momento, raspou e depois retomou os 107 mil pontos, em patamar não visto desde 20 de dezembro, quando saiu de 107.171,21 naquela abertura.

Assim, a referência da B3 subiu hoje 1,33%, aos 106.927,79 pontos, entre mínima de 105.028,27 e máxima de 107.061,73 pontos, com abertura a 105.530,43 pontos. O giro foi de R$ 31,4 bilhões e, na semana, o Ibovespa acumulou ganho de 4,10%, vindo de perdas de 2,01% e de 0,07% nas duas anteriores, e de 2,15% e de 0,52% nas duas últimas de 2021 - ao todo, quatro semanas de retração.

Agora, teve o melhor desempenho semanal desde o intervalo entre 1º e 5 de março de 2021, quando havia avançado 4,70%. No mês e no ano, o Ibovespa acumula ganho de 2,01%, fechando a primeira quinzena de janeiro no positivo, após largada bem negativa em 2022, com perdas nas três primeiras sessões.

Com o petróleo em alta nesta sexta-feira, o desempenho de Petrobras (ON +2,10%, PN +3,73%) mais uma vez deu impulso à referência da B3, apoiada também no avanço das ações de bancos, como BB ON (+2,56%) e Bradesco PN (+1,61%). À tarde o índice ganhou ímpeto, renovando inicialmente máximas acima de 1% na sessão, com Vale revertendo ao positivo (ON +0,58%), enquanto o setor de siderurgia também limitava perdas e em parte passava ao positivo (Usiminas PNA +0,49%).

Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta hoje, encerrando semana de ganhos para o barril, marcada por menor preocupação com os impactos da variante Ômicron do coronavírus para a demanda. No atual estágio, nova liberação de reservas é discutida por países consumidores, com destaque para a China, que registrou um aumento nas importações de petróleo em dezembro.

Aqui, "o mercado seguiu descolado de Nova York, acompanhando dados de varejo pela manhã, melhores do que a expectativa, e também com certa acalmada na questão econômica, com reflexo nos juros, a curva fechando um pouquinho. E as ações de bancos, que estavam muito depreciadas, subiram hoje com resultados de bancos americanos, alguns um pouco melhores, mas em geral mistos - nossa temporada de balanços começa no final desse mês", diz Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos, que chama atenção para a diminuição do fluxo vendedor, principalmente dos fundos.

"Houve diminuição daquela onda de resgates que vimos no final do ano passado, o que tira um pouco da pressão. Como nossa Bolsa vem com um desconto bastante expressivo, está dando essa oportunidade de melhorar", acrescenta.

"O descolamento brasileiro veio da surpresa positiva do varejo, com crescimento acima do esperado, e que, embora pequeno, de 0,6% (em novembro ante outubro), resulta em otimismo na Bolsa, enquanto o exterior segue em ajuste, especialmente no setor de tecnologia", diz Davi Lelis, sócio da Valor Investimentos.

Ao fim, S&P 500 (+0,08%) e Nasdaq (+0,59%) mudaram de sinal em Nova York, mas ainda acumulando perdas de 2,17% e 4,80%, respectivamente, no mês.

No Brasil, a melhora no desempenho do varejo na passagem de outubro para novembro fez o volume de vendas ficar 1,2% acima do nível de fevereiro de 2020, no pré-pandemia. No varejo ampliado, que inclui as atividades de veículos e material de construção, as vendas operam 1,9% aquém do pré-pandemia. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na ponta do Ibovespa nesta sexta-feira, destaque para Banco Inter (Unit +7,92%), BR Malls (+7,01%), Banco Pan (+6,13%) e WEG (+6,04%). No lado oposto, Locaweb (-4,11%), Positivo (-3,87%) e Alpargatas (-3,31%).

O quadro das expectativas do mercado para o desempenho das ações no curtíssimo prazo ficou menos pessimista no Termômetro Broadcast Bolsa, em relação à pesquisa da semana passada. Entre os participantes, a percepção de ganho para o Ibovespa na semana que vem manteve-se em 57,14%, enquanto a fatia dos que esperam queda recuou de 28,57% para 14,29%. Para 28,57%%, o índice fechará o período de 17 a 21 de janeiro com variação neutra. No Termômetro anterior, eram 14,29%. (Luís Eduardo Leal - [email protected])

18:21

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 106927.79 1.32502

Máxima 107061.73 +1.45

Mínima 105028.27 -0.47

Volume (R$ Bilhões) 3.14B

Volume (US$ Bilhões) 5.67B

18:27

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 107920 1.54787

Máxima 107965 +1.59

Mínima 105700 -0.54

MERCADOS INTERNACIONAIS

Wall Street fechou mista, com os papéis de bancos pressionados pelo aumento iminente de juros nos EUA, enquanto investidores digerem os balanços de gigantes como JPMorgan e Citigroup e aguardam a nova rodada de resultados na próxima semana, que terá Morgan Stanley, Bank of America e Goldman Sachs. Os retornos dos Treasuries e o dólar avançaram, acompanhando falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed) que reforçam o aperto monetário nos próximos meses. O petróleo também subiu e acumulou mais de 5% de alta na semana, de olho na oferta apertada e conversas entre China e EUA para liberação de estoques. Ainda sem impacto nos mercados, as tensões entre EUA e Rússia se ampliaram, tendo a Ucrânia no centro da crise.

O JPMorgan tombou 6,15% hoje, depois de ter informado lucro 14% menor no quarto trimestre de 2021 em comparação a igual período do ano anterior, apesar de superar as expectativas do mercado. As ações do Citigroup, cujo ganho no mesmo intervalo foi 26% menor, caíram 1,25%. Goldman Sachs (-2,52%), Bank of America (-1,74%) e Morgan Stanley (-3,58%) acompanharam o movimento. Entre os principais bancos americanos, o Wells Fargo foi o único que subiu, 3,68%, depois de surpreender com ganhos do último trimestre 86% maiores que o mesmo período de 2020.

Analista da Oanda, Edward Moya afirma que os investidores em Nova York estão buscando uma direção sobre quanto o crescimento vai desacelerar e que os balanços dos bancos, divulgados hoje começam a dar algumas dessas informações. Apesar dos avanços nesta sessão, o economista observa que as ações das chamadas 'big techs' estão sendo vendidas "drasticamente" à medida que cresce a percepção de que os juros básicos nos EUA subirão neste ano ainda mais do que o previsto.

Presidente do Fed da Filadélfia, Patrick Harker reafirmou que três ou quatro altas devem ser necessárias em 2022. Na distrital de Minneapolis, Neel Kashkari disse que eles e seus colegas estão surpresos com quão alta e persistente está a inflação e como ainda é incerto quando problemas de oferta voltarão à normalidade. No Fed de Nova York, o presidente John Williams destacou os impactos pela cepa Ômicron do coronavírus e disse que a inflação deve desacelerar a 2,5% neste ano e ficar perto à meta de 2% em 2023. Sem firmar uma data, o dirigente disse que "está se aproximando" o momento para alta de juros. De acordo com monitoramente do CME Group, as apostas para elevação na reunião monetária de março chegaram a 86,1%.

No Banco Central Europeu (BCE), a dirigente Isabel Schanbel também reafirmou o compromisso da instituição no combate à inflação. Em entrevista ao jornal Süddeutsche Zeitung, realizada no dia 10 e publicada hoje, afirmou que as autoridades veem "com certa preocupação" a trajetória de preços, que estão mais altos do que o previsto.

Neste cenário, o Dow Jones caiu 0,56%, a 35.911,81 pontos, enquanto o S&P 500 subiu 0,08%, a 4.662,85 pontos, e o Nasdaq avançou 0,59%, a 14.893,75 pontos. Na semana, o recuo acumulado foi de 0,88%, 0,30% e 0,28%, respectivamente. Na renda fixa, por sua vez, os retornos dos Treasuries foram impulsionados. No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos subia a 0,956%, o da T-note de 10 anos avançava a 1,779% e o do T-bond de 30 anos tinha alta para 2,115%.

Analista da Western Union, Joe Manimbo disse, em nota, que muitos estão repensando a perspectiva para a economia americana, uma vez que uma série de altas de juros pelo Fed poderia desacelerar o crescimento e permitir que economias rivais se destacassem. Assim, o índice DXY, que mede o dólar ante seis moedas competitivas, caiu 0,58% na semana, apesar do avanço de 0,40%, a 95,165 pontos, hoje. No horário citado, o euro caía a US$ 1,1417 e a libra, a US$ 1,3682.

Com a menor preocupação sobre a Ômicron e seu impacto na demanda, os ativos de petróleo subiram no mercado futuro. O petróleo WTI para fevereiro fechou em alta de 2,07% (US$ 1,70), a US$ 83,82 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), enquanto o Brent para março subiu 1,88% (US$ 1,59), a US$ 86,06 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). Na semana, os contratos mais líquidos acumularam ganho de 6,23% e 5,27%, respectivamente. A Reuters publicou hoje que a China irá liberar suas reservas de petróleo próximo ao feriado do ano novo lunar, que tem início em 1 de fevereiro, como parte do esforço coordenado pelos EUA para reduzir os preços da commodity.

Na política americana, o presidente Joe Biden voltou a defender seu plano Build Back Better e afirmou que seus investimentos devem otimizar as cadeiras de suprimentos e diminuir custos. Nas questões externas, a Casa Branca reiterou sua preocupação com possível invasão da Rússia à Ucrânia. A secretária de Imprensa, Jen Psaki, disse que o governo americano e aliados "estão profundamente preocupado" com os ataques cibernéticos registrados na Ucrânia nesta sexta-feira. No entanto, evitou sinalizar que a Rússia seria responsável pelo ocorrido. (Ilana Cardial - [email protected])

Volta

CÂMBIO

Após trabalhar em leve alta durante praticamente toda a sessão, o dólar à vista perdeu força no fim do dia e emendou nesta sexta-feira (14) o quarto pregão consecutivo de queda. Lá fora, a moeda americana subiu frente a pares fortes, em correção após as baixas recentes, e apresentou comportamento misto na comparação com divisas emergentes. Com renovação de sucessivas mínimas na última hora de negócios, quando tocou momentaneamente a linha de R$ 5,50 (R$ 5,5087), a moeda fechou com perda de 0,29%, a R$ 5,5132 - menor valor de fechamento desde 16 de novembro (R$ 5,4997). Assim, o dólar encerra esta semana com desvalorização de 2,10%.

Analistas veem a perda de fôlego global da moeda americana ao longo desta semana como principal catalisador da apreciação real. Declarações do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, e o índice de inflação ao consumidor (CPI) em dezembro em linha com o esperado desarmaram apostas mais pessimistas em torno do ritmo de normalização da política monetária americana. O BC dos EUA vai encerrar o programa de compra de ativos e, provavelmente, iniciar a alta de juros em março, promovendo entre três e quatro elevações em 2022. Mas a eventual redução do balanço patrimonial da instituição, que representa retirada de liquidez do sistema, deve ficar apenas para o fim deste ano. Embora tenha subido hoje, o índice DXY - que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes - desceu, nos últimos dias, de um patamar superior a 96 mil pontos para algo ao redor dos 95,200 pontos.

Por aqui, pesaram a favor do real, segundo analistas, as captações de empresas com emissão de títulos no exterior, a internalização de recursos por exportadores e a volta do apetite do investidores estrangeiros por operações de carry trade (que exploram o diferencial entre juros internos e externos). Além de aumentar a atratividade da renda fixa local, a taxa de juros doméstica mais elevada também aumenta o custo do hedge e desencoraja apostas mais contundentes contra o real.

"Hoje é um dia bem interessante. Com as bolsas em Nova York caindo e o Ibovespa subindo. Tem muito capital mal alocado em ativos estrangeiros que pode acabar voltando para cá", afirma o diretor de Inversa Publicações, Rodrigo Natali, ressaltando que o estoque de posições de brasileiros em BDRs (recibos de ações de empresas estrangeiras negociados na B3) e em fundos de BDRs fechou 2021 em R$ 32 bilhões. "As pessoas criaram a percepção de que comprar ação lá fora não tem risco. Mas o risco é duplo, da ação e cambial. Não deixa de ser uma posição comprada em dólar (que ganha quando a moeda americana sobe)".

Natali também nota o retorno do interesse de estrangeiros por operações de carry trade, dados os juros domésticos elevados e uma diminuição da volatilidade da taxa de câmbio. "Talvez porque o mercado americano, que está operando de lado, não ofereça mais tantas oportunidades. Podemos ver o real voltar a ter uma boa performance", diz Natali, acrescentando que não há mais a pressão do overhedge dos bancos e que os exportadores podem voltar a internalizar recursos.

Se não são suficientes ainda para fazer o dólar trabalhar abaixo de R$ 5,50, esses fatores impedem, por ora, que a taxa de câmbio se situe perto de R$ 5,70. Não fossem a questões fiscais domésticas, com demanda do funcionalismo por reajuste salarial, e a aparente inviabilidade de uma candidatura da terceira via no pleito presidencial, o real poderia se fortalecer ainda mais, dizem analistas.

Em campanha por reajuste salarial, servidores dos Três Poderes programaram paralisação para a próxima terça-feira, dia 18. Segundo fontes ouvidas pelo Broadcast, o ministério da Economia quer "segurar a chave do cofre" até o dia 4 de abril, a partir de quando, pela lei eleitoral, segundo parecer da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), fica vedada a concessão de reajustes.

"A pressão pelo reajuste dos salários dos servidores e consequente impacto fiscal deve continuar no radar dos mercados e pode prejudicar esse alívio momentâneo que estamos vendo no câmbio", afirma a economista Cristiane Quartarolli, especialista em câmbio do Banco Ourinvest, acrescentando que pode haver também nova rodada de pressão contra divisas emergentes, diante da expectativa de alta dos juros nos EUA.

Entre os indicadores domésticos, o IBGE informou que as vendas do comércio varejista subiram 0,6% em novembro ante outubro (com ajuste sazonal). O resultado veio perto do teto do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que esperavam desde uma queda de 2,8% a alta de 0,7%, com mediana estável (0,0%).

Quartaroli observa que os dados acima do esperado das vendas no varejo em novembro reforçam a expectativa de continuidade do ritmo de alta da taxa Selic na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em fevereiro (dias 1º e 2) - o que, em tese, é positivo para o real. (Antonio Perez - [email protected])

18:27

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.51320 -0.2948 5.55310 5.50870

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5553.500 0.09913 5572.000 5526.500

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5583.500 13/01    

JUROS

Os juros futuros terminaram praticamente estáveis a sessão desta sexta-feira. O viés de alta predominou na maior parte do dia, mas foi quase apagado na maioria dos contratos no fechamento dos negócios, na medida em que o dólar se firmava em baixa ante o real, para fechar a R$ 5,51. O mercado ponderou fatores em várias direções, como a recomposição dos juros dos Treasuries, dados fracos da economia americana, o câmbio aqui bem comportado e o risco fiscal, além das vendas do varejo acima do consenso, embora nenhum deles tenha se destacado para dar uma direção firme para as taxas.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 fechou em 11,94% (regular) e 11,95% (estendida), de 11,927% ontem, e a do DI para janeiro de 2025 passou de 11,183% para 11,225% (regular) e 11,255% (estendida). A taxa do DI para janeiro de 2027 fechou a regular estável em 11,13%, mas subiu a 11,18% na estendida. No balanço da semana, o spread negativo entre os contratos de longo e curto prazos se acentuou, configurando desinclinação da curva. O diferencial de taxas entre o DI para janeiro de 2027 e janeiro de 2023 fechou hoje em -77 pontos, de -66 pontos na sexta-feira passada.

Na primeira etapa, o sinal de alta das taxas era mais firme, com a curva acompanhando a avanço do dólar e dos juros dos Treasuries, mas o movimento perdeu força quando saíram os indicadores da indústria e varejo abaixo do esperado nos Estados Unidos no fim da manhã. Por aqui, ao contrário, as vendas do varejo em novembro, a exemplo do que foram ontem os Serviços, surpreendeu positivamente, mostrando expansão perto do teto das estimativas, quando as medianas apontavam para retração no caso do varejo ampliado e estabilidade para o restrito. O varejo restrito em novembro, na margem, subiu 0,6%, e o ampliado, 0,5%, perto do teto de 0,7% para ambos.

Contudo, não mudaram substancialmente a perspectiva para a atividade nem cenário de apostas para a Selic. Ambos os indicadores, na melhor das hipóteses, devem melhorar o viés pessimista para o PIB do quarto trimestre. "Apesar do número cheio ter superado boa parte das previsões, olhando o qualitativo, há apreensão e não altera a expectativa futura", resumiu Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos.

"A boa notícia na atividade de novembro ainda deve ser vista com cautela. Importante ressaltar que o mês de novembro conta com o efeito da Black Friday, que pode ter impulsionado temporariamente o consumo. Além disso, a melhora do quadro pandêmico deve ter colaborado para o crescimento do setor de serviços no mês", afirma o time de economistas do Safra.

Para Abdelmalack, o mercado de juros operou mais a partir da dinâmica externa e com as preocupações fiscais. "Temos os juros dos Treasuries acelerando com os discursos do Fed confirmando a iminência da elevação dos juros e promovendo abertura da curva aqui, além da cautela com as paralisações de servidores na próxima semana", comentou.

Está previsto um ato político na terça-feira (18) em frente ao prédio do Banco Central, reunindo várias categorias do funcionalismo público, que querem o mesmo tratamento dado aos policiais federais, que tiveram espaço no Orçamento para reajustes salariais em 2022.

Um parecer da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) a que o Broadcast teve acesso mostra que a equipe econômica consultou o órgão para se assegurar do que é permitido pela legislação eleitoral em relação a reajustes. Diante de brechas apontadas pela Procuradoria, a Economia se agarra agora à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) para blindar o Orçamento, com o objetivo de segurar a chave do cofre até 4 de abril, a partir de quando, pela lei eleitoral e no entendimento da PGFN, fica vedada a concessão de aumentos. (Denise Abarca - [email protected])

18:27

 Operação   Último 

CDB Prefixado 31 dias (%a.a) 9.73

Capital de Giro (%a.a) 6.76

Hot Money (%a.m) 0.63

CDI Over (%a.a) 9.15

Over Selic (%a.a) 9.15

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