BOLSA VAI A 110 MIL PONTOS COM PETROBRAS E FLUXO, DÓLAR RECUA A R$ 5,43 E DIS CAEM

Blog, Cenário

Após uma manhã volátil e de cautela, os ativos brasileiros deixaram o cenário externo vacilante de lado e engataram mais um dia positivo. Em dia em que o País recebeu convite para iniciar o processo de adesão à OCDE, o movimento ganhou tração na medida em que o petróleo passou a subir com mais intensidade, carregando os papéis da Petrobras para cima. Hoje, vale notar, a estatal questionou o Cade sobre inquéritos em relação a preços de combustíveis e gás. Mas não foi apenas isso. Os bancos seguem ajudando a Bolsa, na medida em que as projeções para este ano ganham tons positivos em meio à alta de juros. E com esses papéis atraindo fluxo externo, sobra até para a Vale, que chegou a recuar mais cedo e também virou para o azul, alinhada ao avanço dos preços do minério de ferro. O desempenho positivo dos três principais setores do mercado acionário brasileiro carregaram o Ibovespa para cima dos 110 mil pontos durante a tarde, com ganhos de 2,10%, aos 110.203,77 pontos - maior nível desde 20 de outubro de 2021. O comportamento da Bolsa esteve diretamente relacionado à queda do dólar ante o real. Afinal, operadores relatam fluxo de entrada de recursos para compra de ações, o que estimula ainda mais a desmontagem recente de posições defensivas contra o real, maximizando o recuo da divisa americana ante a brasileira, que hoje terminou em R$ 5,4352 (-1,24%). Para completar o ciclo virtuoso que tomou conta do mercado local nesta tarde, a desvalorização do dólar ajudou na retirada de prêmios das curva de juros futuros, mesmo com a alta dos yields dos Treasuries e a cautela antes do IPCA-15 de janeiro, amanhã cedo. Enquanto isso, Wall Street ameaçou repetir, em alguma medida, o roteiro da véspera, quando teve perdas elevadas pela manhã e se recuperou à tarde. Mesmo com a expectativa pelo Fed, amanhã, e com as tensões geopolíticas entre Ucrânia e Rússia, as bolsas até foram absorvendo o cenário negativo e algumas chegaram a subir na última hora de negócios, mas hoje o fechamento foi negativo para Dow Jones, S&P 500 e, sobretudo, para o Nasdaq, que tombou mais de 3% na mínima intraday e acabou com recuo de 2,28%.

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BOLSA

Em sessão volátil desde a manhã, o Ibovespa se desgarrou à tarde da cautela externa nesta véspera de reunião do Federal Reserve, conseguindo no intradia e também no fechamento retomar os 110 mil pontos, nível não visto desde outubro do ano passado. Mesmo com o prosseguimento da aversão a risco no exterior, marcada pela tensão entre Rússia e Ucrânia, que se estende a Estados Unidos e Europa ocidental, a referência da B3 operou acima dos 109,4 mil pontos, limiar importante para que o índice ganhe dinamismo e firme a tendência de recuperação observada em janeiro, mês em que retomou, até aqui, quase 5,4 mil pontos.

Ao fim desta terça-feira, mais uma vez com perdas para o S&P 500 (-1,22%) e Nasdaq (-2,28%), e um tanto mais leve para o Dow Jones (-0,19%), o Ibovespa subiu 2,10%, a 110.203,77 pontos, melhor nível de fechamento desde 20 de outubro passado (110.786,43), hoje entre mínima de 107.185,38 e máxima de 110.711,10 pontos, maior nível intradia desde 21 daquele mesmo mês (110.767,14), saindo de abertura aos 107.935,21 pontos nesta terça. O giro financeiro totalizou R$ 34,1 bilhões na sessão. Na semana, o índice avança 1,16% e, no mês, 5,13%.

A guinada em Petrobras, de perdas para ganhos acima de 3% no dia, foi fundamental para o avanço visto no Ibovespa na contramão do exterior. A empresa criticou o Cade por possível tentativa de atuar como regulador de preços. Segundo mostrou o Broadcast, em documento entregue na noite de ontem ao órgão antitruste, a estatal questionou os motivos que levaram à abertura de investigação, no dia 12 de janeiro, sobre eventual abuso de poder em relação ao mercado de gás natural.

O comportamento da commodity, em alta na casa de 2% para o Brent e o WTI, também contribuiu para o dinamismo visto à tarde em Petrobras ON (+3,32%) e PN (+3,26%), em dia que se mostrou ao fim moderadamente positivo para Vale (ON +0,23%) e bem favorável às ações de grandes bancos, com Santander (Unit +6,25%) à frente. Na ponta do Ibovespa, destaque para Qualicorp (+7,52%), Locaweb (+6,44%) e Cielo (+6,34%). Na face oposta, Suzano (-2,59%), CSN (-2,04%) e Alpargatas (-1,60%).

No meio da tarde, a notícia de que o Brasil recebeu carta para participar do processo de adesão à Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), um clube integrado essencialmente por países ricos considerados ciosos de boas práticas de governança, contribuiu para dar algum impulso ao Ibovespa. Para Enrico Cozzolino, head de análise e sócio da Levante, a notícia é levemente positiva, na medida em que traz visibilidade ao País.

"Comparo com quando uma ação de determinada empresa entra na Bolsa. É mais visibilidade para a empresa. As coisas vão mudar na companhia? Não, mas é um selo que atende a alguns critérios. E acho que é a mesma coisa em relação à OCDE", avalia Cozzolino.

No cenário mais amplo, "a escalada das tensões entre EUA e Rússia sobre a Ucrânia intensifica a cautela dos investidores, mais do que contrabalançando números fortes da temporada de balanços (a IBM superou expectativas de receita após o pregão de ontem)", aponta em nota a Guide Investimentos. Depois do fechamento desta terça-feira, a ação da Microsoft caía 4% no pós-mercado de Nova York, após divulgação de balanço trimestral.

"O S&P 500 - um dos principais índices americanos - segue em território de correção, ou seja, mostrando aí uma queda de quase 10% desde a máxima histórica (mais recente)", observa Pietra Guerra, especialista em ações da Clear Corretora.

"A volatilidade do mercado permanece elevada. Os investidores ainda estão nervosos com a situação muito tensa entre a Ucrânia e a Rússia, uma série de questões inflacionárias que incluem Fed potencialmente agressivo, e um problema global de (oferta de) chips, que simplesmente não vai melhorar", diz em nota Edward Moya, analista da OANDA em Nova York. (Luís Eduardo Leal - [email protected] e Maria Regina Silva - [email protected], com Amélia Alves)

18:21

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 110203.77 2.09998

Máxima 110711.10 +2.57

Mínima 107185.38 -0.70

Volume (R$ Bilhões) 3.41B

Volume (US$ Bilhões) 6.21B

18:25

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 110870 1.70627

Máxima 111330 +2.13

Mínima 107625 -1.27

CÂMBIO

Após uma manhã de troca de sinais e oscilação entre margens estreitas, o dólar à vista não apenas se firmou em queda ao longo da tarde como rompeu o piso de R$ 5,45, renovando sucessivas mínimas até tocar, pontualmente, o patamar de R$ 5,42. Operadores atribuíram a onda de apreciação do real a pelo menos três fatores: fluxo expressivo de estrangeiros para a Bolsa - que atingiu os 110 mil pontos na etapa vespertina em meio à alta do petróleo -, convite do Brasil para entrar na OCDE e leve redução da aversão ao risco no exterior.

Com máxima de R$ 5,5220 e mínima a R$ 5,4287 (na reta final do pregão), o dólar à vista encerrou a sessão em queda de 1,24%, a R$ 5,4352. Com isso, a moeda já acumula desvalorização de 2,52% em janeiro. Com o feriado de aniversário de São Paulo, operadores afirmam que os negócios no mercado spot foram limitados, o que pode ter feito com que fluxos específicos tivessem mais peso na formação da taxa de câmbio.

Entre as divisas emergentes, o dólar avançava contra o peso mexicano, caía em relação ao peso chileno e operava ao redor da estabilidade frente ao rand sul-africano. O índice DXY - que mede o desempenho do dólar frente a seis divisas fortes - seguia em terreno positivo, mas desacelerava os ganhos, abaixo da linha de 96,000 pontos.

"Mesmo com o DXY levemente mais forte lá fora, o dólar caiu aqui, movimento que se intensificou à tarde com a melhora do ambiente externo e a notícia que a OCDE formalizou o convite para o Brasil entrar no bloco. Isso teve reflexo imediato no câmbio", afirma o economista-chefe da Integral Group, Daniel Miraglia.

A tese nas mesas de operação é que os ativos locais, por estarem com preços muito "descontados", são beneficiados pelo rodízio de carteiras promovido pelos investidores estrangeiros, diante da expectativa pela decisão de política monetária do Federal Reserve amanhã (24), com provável aceno de alta inicial de juros em março. Lá fora, contudo, ainda pesa contra os ativos de risco a crise geopolítica entre o Ocidente e a Rússia, cujas tropas estão na fronteira com a Ucrânia.

O gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, pondera que ausência de notícias mais negativas vindas de Brasília, após a sanção presidencial ao Orçamento de 2022, deixa o mercado com mais apetite ao risco. "Tem entrada forte de estrangeiro para Bolsa para aproveitar pechinchas. E muito investidor também vem por causa do nosso juro alto, explorando o diferencial com as taxas lá fora", afirma Galhardo, que observa uma diminuição da demanda por posições defensivas.

Além do apetite por ações domésticas, operadores notaram continuidade do movimento de desmonte de posições defensivas no mercado futuro de câmbio. Os juros locais em níveis elevados, afirmam analistas, encarecem o custo do hedge. À espera do IPCA-15 de janeiro amanhã, o mercado mantém a expectativa de alta da Selic em 1,5 ponto porcentual no encontro do Copom na semana que vem.

O economista-chefe do Instituto Finanças internacionais (IIF), Robin Brooks, afirma que, ajustado pelo risco, o real se destaca entre as demais moedas emergentes, dado o nível dos juros locais, que são superados apenas por Turquia, Ucrânia, Egito e Casaquistão. "Você pode até apostar contra o real o quanto quiser, mas tem de considerar isso", afirma Brooks, no Twitter.

Miraglia, da Integral, observa que, além dos problemas geopolíticos, o azedume mais forte lá fora refletia pela manhã certa apreensão em torno da reunião da decisão de política monetária do Fed. Parte do mercado embutia nos preços a possibilidade de o BC americano acenar com quatro altas de juros neste ano e trazer uma mensagem explícita sobre a intenção de reduzir seu balanço patrimonial, o que, na prática, significa tirar dinheiro do sistema. "Nós entendemos que o Fed vai vir com o discurso de três altas, começando em março, e não vai falar em redução de balanço. É ainda muito cedo", afirma o economista.

Para economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, o mercado já havia assimilado em dezembro a perspectiva de, pelo menos, três altas de juros nos EUA neste ano. "Desde então, vem precificando a possibilidade de mais altas além dessas três. Isso vai ser dado pelos indicadores econômicos. O CPI de dezembro bateu e máxima em quatro décadas", diz Abdelmalack, acrescentando que já tem casas no exterior prevendo que o Fed tenha que elevar a taxa de juros em todas as reuniões após março. "Talvez o comunicado não seja suficiente para dar o tom do ajuste". (Antonio Perez - [email protected])

18:25

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.43520 -1.2356 5.52200 5.42870

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5448.500 -0.82818 5528.500 5435.000

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5491.000 -1.02322 5559.000 5485.500

JUROS

Na véspera de uma quarta-feira de agenda lotada e em meio ao feriado em São Paulo - que encolheu a liquidez, apesar do funcionamento do mercado -, os juros futuros terminaram com queda suave, em leves ajustes de posições. A baixa do dólar ante o real também contribuiu para o viés de recuo da curva.

Amanhã, no momento da abertura, o investidor conhecerá o IPCA-15 de janeiro, que deve trazer uma desaceleração forte da inflação na margem. Pesquisa do Projeções Broadcast aponta uma redução dos 0,78% em dezembro a 0,45% este mês (mediana). Preços administrados e serviços devem puxar o alívio da taxa de inflação.

A despeito disso, a aposta para alta de 1,5 ponto porcentual da Selic na semana que vem é quase unânime na curva de juros (96%, de acordo com modelo do professor Alexandre Cabral). Isso porque o mercado não viu mudanças na comunicação do Banco Central, que prescreveu mais um aumento dessa magnitude no comunicado da mais recente reunião de política monetária.

Hoje, uma das últimas casas a ainda prever alta de 1 ponto da Selic semana que vem mudou sua projeção para 1,5 pp: o Bank of America (BofA). O chefe de Economia no Brasil e de Estratégia para América Latina do banco, David Beker, citou a ausência de sinais de moderação do ritmo de aperto pelo BC.

"Inicialmente, esperávamos que o BC desacelerasse seu ritmo de alta para 1,0 ponto em fevereiro, dado que a inflação já atingiu o pico em novembro, as expectativas para 2023 estão próximas da meta, as projeções de inflação do BC para 2023 estão abaixo da meta, a atividade econômica está desacelerando e o foco da política monetária vai continuar mudando de 2022 para 2023", escreveu Beker, que acredita que haverá um último aumento da Selic em março, de 0,50pp.

Essa consolidação das apostas sobre a Selic se traduziu em um comportamento quase estável da curva de juros nos vencimentos sensíveis à política monetária. Dos vencimentos intermediários adiante, o dólar, que cedeu a R$ 5,4352 no mercado à vista (-1,24%), foi determinante para a queda - acentuada na sessão estendida.

O recorde da arrecadação de 2021 (R$ 1,878 trilhão, segundo a Receita Federal, em linha com o consenso do mercado) foi assimilado sem maiores surpresas, uma vez que os desafios fiscais brasileiros são de médio e longo prazo.

Assim, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 passou de 11,821% no ajuste de ontem para 11,835% (regular e estendida). O janeiro 2025 caiu de 11,098% para 11,03% (regular, mínima) e 10,995% (estendida). O janeiro 2027 cedeu de 11,202% a 11,17% (regular) e 11,13% (estendida). E o janeiro 2029 foi de 11,371% a 11,36% (regular) e 11,30% (estendida, mínima).

Agentes citaram ainda o baixo volume mais baixo de liquidez para justificar os ajustes suaves nas taxas. O DI janeiro 2023 movimentou 430 mil contratos hoje, ante 465 mil na terça-feira passada; o janeiro 2025, 147 mil, ante 218 mil; o janeiro 2027, 102 mil, ante 98 mil; e o janeiro 2029, 19 mil, ante 24 mil.

"Amanhã é o dia que [o DI] vai mexer mais, com toda a agenda prevista. Nesta véspera, o mercado optou por aguardar as definições. A volatilidade tem estado grande nos últimos tempos", afirmou o economista e operador da Nova Futura Investimentos, André Alírio.

O profissional vê ainda o mercado de olho esperando definições quanto à variante Ômicron, que se espalhou pelo mundo e tem causado recordes de contaminações de covid-19 em diversos países, entre os quais o Brasil.

"Tem um pouco de argumento tanto para quem acredita que a Ômicron é deflacionária, com o encolhimento da atividade, quanto quem acredita que ela é inflacionária, causando mais restrição da oferta", disse Alírio.

Neste aspecto, a decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto do Federal Reserve (Fomc) ganha atenção redobrada. O BC dos EUA tem se mostrado preocupado com os impactos da Ômicron, mesmo reforçando um tom duro em sua política monetária. Nada que envolvam taxas de juros deve mudar amanhã, mas é esperada uma indicação do início da alta em março.

Além disso, a agenda traz os dados do setor externo de dezembro, o Relatório Mensal da Dívida Pública e o Plano Anual de Financiamento do Tesouro (PAF). (Mateus Fagundes, com Cícero Cotrim - [email protected])

18:23

 Operação   Último 

CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 10.18

Capital de Giro (%a.a) 6.76

Hot Money (%a.m) 0.63

CDI Over (%a.a) 9.15

Over Selic (%a.a) 9.15

MERCADOS INTERNACIONAIS

Wall Street fechou no vermelho, com o Nasdaq tendo recuado mais de 3% no intraday. O Dow Jones tentou se firmar no positivo ao fim do pregão, mas o movimento não se sustentou. A temporada mista de balanços segue no radar dos investidores: a American Express subiu 9%, enquanto a General Electric recuou 6% durante a sessão, após publicarem seus resultados. No fim da tarde, os juros dos Treasuries subiam, enquanto operadores se posicionam na véspera da decisão monetária do Federal Reserve (Fed). A expectativa é que a política monetária siga inalterada, mas haja sinalizações para uma alta dos juros básicos em março. Com a escala de tensões na região da Ucrânia, os Estados Unidos buscam plano de segurança energética na Europa. Nesse cenário, o petróleo subiu 2% no mercado futuro, enquanto o dólar ficou misto ante suas principais rivais. Também hoje, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) formalizou a abertura de processo de inclusão de seis novos membros, entre eles o Brasil.

Investidores seguem acompanhando os resultados trimestrais de empresas americanas. A American Express avançou 8,93% nesta sessão, depois de informar salto anual de 20% no lucro do quarto trimestre de 2021. Johnson & Johnson (+2,86%) e 3M (+0,55%) também tiveram ganhos. Já a General Electric teve baixa de 5,98%, depois de ter revertido lucro e registrado prejuízo no mesmo período, e a Verizon cedeu 0,11%. Após o fechamento dos mercados em Nova York, é a vez da Microsoft divulgar seu balanço.

O Stifel avalia que o mercado de capitais americano tem registrado "oscilações francamente selvagens", à medida que os acionistas tentam equilibrar uma série de riscos internacionais, a possibilidade de uma política monetária mais agressiva pelo Fed, inflação mais alta em quatro décadas e um perfil econômico em desaceleração, de volta aos níveis de atividade pré-pandemia. Ainda assim, apesar dos riscos negativos, a empresa prevê que o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) não deve especificar nenhuma linha do tempo para sua política, mas sim garantir de forma genérica que irá controlar a inflação.

Para o Nordea, por sua vez, o Fed deve traçar um caminho para elevar a taxa básica de juros em março, mas deve fazê-lo criando certa flexibilidade. O FOMC deve ainda dispensar a especulação de uma alta de juros em 50 pontos-base, avalia o banco dinamarquês. "Não vemos um tapering mais rápido e esperamos poucas novidades no aperto quantitativo (QT, na sigla em inglês). Isso poderia contribuir para um breve alívio do mercado", dizem analistas.

No fechamento, o Dow Jones caiu 0,19%, o S&P 500 teve perda de 1,22% e o Nasdaq caiu 2,28%. No mesmo horário, o juro da T-note de 2 anos ganhava a 1,028%, o da T-note de 10 anos tinha alta para 1,778% e o do T-bond de 30 anos subia a 2,122%.

O possível conflito com a Rússia permanece no noticiário internacional. O premiê britânico Boris Johnson reforçou que não hesitará em impor sanções contra Moscou, caso esta invada a Ucrânia. Já nos EUA, o presidente Joe Biden ameaça usar um novo controle de exportação que prejudicaria setores estratégicos russos, como a inteligência artificial, dizem autoridades do governo. A informação é do Washington Post.

Biden também estuda um plano de segurança energética para seus aliados europeus, caso a Rússia reduza suas exportações de petróleo e gás, reportou a CNBC. A Alemanha, que participa com a Rússia do projeto do gasoduto Nord Stream 2, já expressou ser contrária ao fornecimento de armas à Ucrânia. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI com entrega prevista para março subiu 2,75% (US$ 2,29), a US$ 85,60 o barril, enquanto o Brent para igual mês avançou 2,24% (US$ 1,93) na Intercontinental Exchange (ICE), a US$ 88,20 o barril.

No câmbio, o dólar ficou misto ante suas principais rivais, com o índice DXY fechando em estabilidade. Analista da Western Union, Joe Manimbo afirma que as tensões na Europa pesaram sobre o euro e projeta que o dólar pode se fortalecer caso o Fed sinalize uma preocupação especial com a alta inflação. No horário citado, o euro caía a US$ 1,1304, a libra tinha alta para US$ 1,3510 e o dólar cedia a 113,90 ienes.

Depois de uma solicitação feita pelo governo de Michel Temer, em 2017, o Brasil recebeu seu convite para abrir o processo de entrada na OCDE. A entidade informou hoje que Argentina, Bulgária, Croácia, Peru e Romênia também começam a debater sua adesão à organização. Um processo de avaliação e confirmação de valores alinhados ainda deve ser feito. (Ilana Cardial - [email protected])

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