BOLSA TEM MAIOR NÍVEL DESDE NOVEMBRO E DÓLAR CAI AO MENOR VALOR EM UM ANO

Cenário

A combinação de um cenário externo favorável com um pano de fundo doméstico mais positivo abriu o apetite por Brasil. Na volta do feriado de Corpus Christi, o Ibovespa registrou a sexta alta consecutiva e a entrada do índice em território de "bull market". Ao final da sessão, o índice marcou 117.019,48 pontos (+1,33%), nível mais alto de fechamento desde 4 de novembro. Na semana, ganhou 3,96%. Já o dólar à vista encerrou em queda de 0,97%, cotado a R$ 4,8763 - abaixo de R$ 4,90 pela primeira vez desde 15 de maio e no menor valor de fechamento desde 7 de junho de 2022. A moeda recuou em cinco dos últimos seis pregões, com baixa de 1,54% na semana. A liquidez foi reduzida, mas houve relatos de fluxo cambial positivo. Na renda fixa, os juros futuros recuaram, num movimento mais intenso nos contratos intermediários, que nas mínimas da sessão chegaram a baixar mais de 20 pontos-base. No acumulado da semana, as taxas desabaram de forma generalizada. Os vencimentos de curto prazo já embutem probabilidade marginal de que o Copom inaugure o ciclo de corte da Selic em agosto com uma dose de 50 pontos-base. Do exterior, a contribuição ao mercado interno veio da aposta em pausa no aperto monetário do Federal Reserve e da expectativa por estímulos na China. Em Nova York, as bolsas ampliaram os ganhos após o S&P 500 entrar em "bull market" ontem, garantindo ganhos na semana. Os rendimentos dos Treasuries e o dólar, no entanto, apontaram para cima, com expectativas de que o Fed possa retomar o aperto monetário, após a decisão da semana que vem, e no aguardo de dado de inflação ao consumidor dos Estados Unidos, na terça-feira.

•BOLSA

•CÂMBIO

•JUROS

•MERCADOS INTERNACIONAIS

BOLSA

O Ibovespa computou fortes ganhos na sessão desta sexta-feira, 9, a sexta seguida de elevação e a que marcou a entrada do índice em território de "bull market" (mercado de alta). Foi também a sétima subida semanal consecutiva da Bolsa (+3,96%), igualando-se à sequência registrada em dezembro de 2020. Perspectivas de redução em breve da Selic, aposta em pausa no aperto monetário do Federal Reserve e expectativa por estímulos na China apoiaram a nova rodada de compra de ações. Ao fim da sessão, o índice estava em 117.019,48 pontos (+1,33%), mais alta marca de fechamento desde 4 de novembro.

Logo nos primeiros minutos da sessão de hoje, o Ibovespa atingiu o "bull market", ou seja, a valorização de 20% do seu mais recente piso os 96.996,84 pontos, vistos em 23 de março - dia seguinte à reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em que o Banco Central endureceu o tom em relação à desancoragem das expectativas e foi alvo de críticas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

O mercado acionário brasileiro vem ganhando força nas últimas semanas, à medida que diminuíram incertezas no cenário local e externo. O pessimismo com as primeiras medidas do governo Lula 3 e a retórica do Planalto contra o Banco Central deu lugar à desinflação mais forte do que a projetada, ao andamento célere do arcabouço fiscal no Congresso e à aposta de corte já em agosto da Selic. Lá fora, a crise bancária foi arrefecida com medidas do Federal Reserve ao mesmo tempo que a aposta em pouso suave da economia dos Estados Unidos (soft landing) cresceu.

"O fluxo anda bem positivo, ainda com surpresas decorrentes de PIB e inflação menor. Primeiro, as small caps, que estavam descontadas, subiram. Agora é a vez de ativos de peso relevante no índice, como bancos, Petrobras e Vale, buscando essa performance que estamos vendo no Ibovespa", afirma o head de análise e sócio da Levante Investimentos, Enrico Cozzolino.

Na sessão de hoje, Bradesco ON subiu 2,25%, Itaú Unibanco PN avançou 1,39% e Petrobras saltou 4,81% (ON) e 4,88% (PN). No ano até agora, esses papéis acumulam altas de 12,36%, 12,69%, 33,14% e 38,20%.

A situação da Vale foi um pouco distinta. Mais cedo, o papel ON subiu seguindo o minério de ferro em meio à percepção dos agentes que a China pode lançar mão de estímulos diante da fraqueza de dados de inflação, que por sua vez refletem a falta de impulso da atividade chinesa. Mas a ação cedeu à pressão de realização a partir do meio da tarde e terminou o dia com baixa de 0,45%. No ano, o recuo é de 21,40%.

Esse movimento da Vale ajudou a tirar ímpeto do Ibovespa na etapa da tarde. O índice distanciou-se da máxima de 117.602,97 pontos, mas ainda assim teve ganho muito maior que os pares americanos (Dow Jones +0,13%, S&P 500 +0,11% e Nasdaq +0,17%).

Cozzolino, da Levante, aponta para resistências maiores dos investidores às ações e ao índice à medida que a recomposição de preços se impõe.

"Olhando para o Ibovespa, a faixa de 108 mil a 114 mil pontos faz mais sentido tanto do ponto de vista técnico quanto por fundamento. Falar de uma bolsa barata aos 100 mil, 108 mil pontos é uma coisa. Quando a gente começa a se aproximar dos 114 mil, é outra. Em 120 mil ainda é uma bolsa barata, mas não tão favorável, há riscos", avalia o sócio da Levante.

Cozzolino avalia que é preciso ficar atento às movimentações dos bancos centrais globais na próxima semana, ponderando que o cenário ainda é de condições monetárias apertadas.

Na quarta-feira, o BC dos EUA decide juros e, após dados de auxílio-desemprego ontem, a chance de uma pausa nas altas é calculada na curva dos Fed Funds em 70%, segundo o CME Group. Na quinta-feira, é a vez de o Banco Central Europeu subir juros. E na madrugada de sexta-feira, o Japão deve deixar inalterada a sua política monetária ultrafrouxa.

Também para a próxima semana, cresceu o otimismo do mercado financeiro sobre o desempenho das ações no curtíssimo prazo. No Termômetro Broadcast Bolsa, 55,56% dos respondentes avaliam que a próxima semana será de alta para o Ibovespa, ante 44,44% na pesquisa anterior. Os que esperam estabilidade são 22,22% e os que acreditam em queda, também 22,22%. Na pesquisa anterior, a expectativa de baixa tinha 11,11% do total e a de variação neutra, 44,44%.

Em termos de liquidez, o Ibovespa teve giro hoje de R$ 29,1 bilhões, acima dos R$ 25 bilhões de média no ano até a quarta-feira, 7. A maior alta do índice foi da Gol (+7,28%) e a maior queda, do Iguatemi (-2,17%). Dos 86 papéis que compõem o indicador acionário, 60 subiram. (Mateus Fagundes - [email protected])

18:02

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 117019.48 1.32595

Máxima 117602.97 +1.83

Mínima 115488.91 0.00

Volume (R$ Bilhões) 2.91B

Volume (US$ Bilhões) 5.96B

18:03

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 117175 0.98246

Máxima 117850 +1.56

Mínima 116315 +0.24

CÂMBIO

O dólar à vista encerrou a sessão desta sexta-feira, 9, em queda de 0,97%, cotado a R$ 4,8763 - abaixo de R$ 4,90 pela primeira vez desde 15 de maio e no menor valor de fechamento desde 7 de junho de 2022. Operadores relataram entrada de fluxo comercial e financeiro, tanto para ações domésticas quanto para a renda fixa. Na volta dos negócios após a pausa ontem em razão do dia de Corpus Christi, a liquidez foi contida, com o contrato de dólar futuro para julho movimentando pouco mais de US$ 10 bilhões. A moda recuou em cinco dos últimos seis pregões e, com baixa de 1,54% na semana, já acumula desvalorização de 3,88% em junho.

O real se beneficiou da onda de apetite ao risco no exterior em meio à perspectiva de interrupção da alta de juros nos EUA no encontro de política monetária Federal Reserve (Fed, o BC americano) na semana que vem e de adoção de estímulos pelo governo Chinês. Divisas emergentes e de países exportadores de commodities subiram em bloco, embora dois pares do real (peso chileno e colombiano) tenham destoado. Referência do comportamento do dólar frente a seis divisas fortes, o índice DXY teve leve alta, com ganhos frente ao iene e ao euro, em um ajuste após a queda de ontem, quando voltou a ser negociado abaixo da linha dos 104,000 pontos.

Ao cenário externo favorável soma-se um pano de fundo doméstico mais positivo, que combina desaceleração da inflação, melhora das expectativas de crescimento e redução do risco de trajetória explosiva do endividamento público, com a tramitação acelerada da proposta de novo arcabouço fiscal no Congresso. Houve também diminuição de ruídos políticos, tendo em vista menor número de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à condução da política monetária e sinais de entrosamento entre o ministério da Fazenda e o Banco Central.

O economista-chefe do Banco Pine, Cristiano Oliveira, observa que, de maneira geral, as divisas de mercados emergentes se valorizaram nos últimos dois dias em razão de uma combinação de indicadores americanos e chineses. O real, que vinha sofrendo mais que seus pares, apresentou hoje, na volta aos negócios, o melhor desempenho entre as moedas emergentes mais relevantes.

Ontem, foi divulgado que os novos pedidos de auxílio desemprego nos EUA, na semana encerrada dia 3, cresceram 28 mil, para 261 mil, bem acima da previsão de analistas, de 240 mil. Já na China houve leitura abaixo do esperado do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) e deflação do índice de preços ao produtor (PPI), ambos referentes a maio.

"O mercado precifica que Fed manterá taxa de juros inalterada na próxima semana e que a China pode promover mais easing (afrouxamento)", afirma Oliveira, que mantém previsão de que a taxa de câmbio local oscile entre R$ 4,85 e R$ 4,95 nos próximos meses, voltando a se "estabilizar em R$ 5,00 no fim do ano".

Oliveira prevê que o Comitê de Política Monetária (Copom) comece a reduzir os juros em agosto e que a inflação seja "sensivelmente menor do que a média dos economistas estima", de acordo com o Boletim Focus. Ele ressalta que o PIB cresce muito mais que a demanda agregada, o que resulta em um quadro de desinflação.

Apesar das expectativas de redução da taxa Selic ao longo do segundo semestre, analistas ouvidos pelo Broadcast afirmam que o Brasil continuará a ter uma taxa real elevada - o que atrai estrangeiros, estimula a internalização de recursos por exportadores e torna cara a manutenção de apostas contra o real no mercado de derivativos.

Outro ponto destacado por operadores é a diminuição da volatilidade da taxa de câmbio nas últimas semanas, apesar do repique no fim de maio. Isso deixa os investidores mais confortáveis para operações de "carry trade". Mesmo com eventual nova alta a taxa básica pelo Fed e corte da Selic, o diferencial de juros seguirá elevado no curto prazo.

O economista André Galhardo, consultor econômico da Remessa Online, observa que, apesar da surpresa com o aumento de juros pelos bancos centrais do Canadá e da Austrália nesta semana, a perspectiva ainda é de que Fed não anuncie nova elevação da taxa básica americana. "Os dados de novos pedidos de seguro desemprego vieram fortes ontem, quando foi feriado no Brasil. Isso endossa a possibilidade de o Fed fazer uma pausa no aumento de juros na semana que vem, o que ajuda moedas como o real", afirma Galhardo, para quem a tendência ainda é de queda do dólar no mercado doméstico. (Antonio Perez - [email protected])

JUROS

A volta do mercado doméstico após o Corpus Christi foi marcada por forte queda nos juros futuros, em especial nos contratos intermediários, que nas mínimas da sessão chegaram a recuar mais de 20 pontos-base. Num dia de agenda e noticiário locais esvaziados, o movimento foi determinado pelo aumento do apetite ao risco no exterior, onde a percepção de que o espaço para aperto de juros em nível global está se fechando alimentou o fluxo para ativos emergentes. A liquidez, contudo, foi abaixo do padrão. De todo modo, a ponta curta já embute probabilidade marginal de que o Copom inaugure o ciclo de corte da Selic em agosto com uma dose de 50 pontos-base. No acumulado da semana, as taxas desabaram de forma generalizada.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 encerrou a 13,02%, menor nível de fechamento desde 22/3/2023 (13,00%), de 13,092% no ajuste de quarta-feira, chegando a tocar 13,00% na mínima. A do DI para janeiro de 2025 terminou a 11,07%, no menor nível desde 7/2/2022 (11,02%), de 11,25% no último ajuste. A taxa do DI para janeiro de 2027 fechou em 10,50% (de 10,64% no ajuste anterior) e a do DI para janeiro de 2029, em 10,84% (de 10,94%). Na semana, a ponta curta teve alívio em torno de 20 pontos e a intermediária, de 40 pontos. As taxas longas cederam cerca de 25 pontos.

Após o pregão de ajuste na última quarta-feira, quando as taxas curtas tiveram apenas um viés de baixa e as longas subiram, hoje a curva retomou logo cedo sua tendência considerada "natural" de queda, acompanhando os eventos externos e ignorando a abertura da curva dos Treasuries.

O estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, viu hoje no mercado local um "catch up" à reação dos ativos ontem ao forte aumento dos pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos na última semana, que ajudou a fortalecer as apostas na manutenção dos juros pelo Federal Reserve na reunião de junho, que tinham sido abaladas com a decisão inesperada do Canadá de apertar sua política monetária. Além disso, ontem à noite saíram dados de inflação na China abaixo do esperado, reforçando a ideia de que a demanda mundial está menor.

"É um cenário de maior desaceleração global que reduz a preocupação com a próxima decisão do Fed. Ao olhar pelo lado do juro, o mercado está precificando o copo meio cheio", comentou. Ele ressalva que a magnitude da queda das taxas hoje pode ter sido amplificada pela liquidez reduzida. De todo modo, é um cenário que atrai fluxo para mercados emergentes, como se vê também no câmbio. O dólar fechou abaixo de R$ 4,90, aos R$ 4,8763.

Para o Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês) os Estados Unidos terão um "pouso suave", projetando crescimento de 1,0% em 2023, o que pressupõe que o PIB ficará basicamente estagnado nos próximos meses. O instituto espera um declínio da inflação PCE mais rápido que o projetado pelo Fed, em um movimento que tende a beneficiar o fluxo para mercados emergentes, apesar de riscos específicos. Só em maio, instituto estima que essas economias atraíram cerca de US$ 10,4 bilhões em capitais.

Com papel determinante na queda da inflação, a ajuda do real valorizado e o recuo nos preços das commodities encorajam o mercado a não só consolidar a expectativa de que a temporada de afrouxamento da Selic começará no Copom de agosto, como agora já aparecem na curva apostas na redução de 50 pontos-base. Segundo Rostagno, os DIs precificam 26 pontos-base de queda, o que representa 4% de chance de um corte de 50 pontos, contra 96% de que a dose seja de 25 pontos. Para setembro, a expectativa de 50 pontos está praticamente consolidada pela precificação de -46 pontos. Para o fim de 2023, a curva projeta taxa de 11,81%.

Para o Copom de junho, precificação é de manutenção nos atuais 13,75%, mas se o BC estiver alinhado com o pensamento do mercado de que em agosto já é possível começar a baixar a Selic, provavelmente este mês fará um ajuste na sua comunicação para deixar a porta aberta para começar a reduzir a taxa.

Além do exterior, o sócio-gestor e economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho, lembra que a nova política de preços da Petrobras deve continuar favorecendo o recuo da inflação. "Pela perspectiva do preço médio do barril e no cenário 'mais alargado' de reajustes internos dos combustíveis e da intervenção do governo nesses preços, há probabilidade mais elevada de que a inflação atinja uma taxa inferior a 5,5% em 2023. Nossa previsão foi revista para baixo em função exatamente dessa mudança estrutural na política de preços pela Petrobras", afirmou. (Denise Abarca - [email protected])

MERCADOS INTERNACIONAIS

Após o índice S&P 500 entrar em estado de bull market ontem, os mercados acionários em Wall Street fecharam em alta nesta sexta-feira e firmaram ganhos semanais. Investidores consolidaram expectativas por manutenção dos juros pelo Federal Reserve (Fed) na semana que vem, ao menos enquanto aguardam pelo relatório de inflação ao consumidor dos EUA, a ser divulgado na terça-feira. Esta perspectiva voltou a oferecer suporte para os rendimentos dos Treasuries na ponta curta e para o avanço do dólar ante boa parte dos rivais. A alta da moeda americana no exterior ampliou a pressão sobre commodities, após dados da inflação chinesa renovarem temores sobre o ritmo de recuperação econômica da China e suas implicações para a demanda global.

As bolsas de Nova York chegaram a flertar com o território negativo no começo desta tarde, mas se recuperaram e encerraram no azul. Dessa forma, o índice S&P 500 fechou a semana consolidando a entrada no bull market. Na visão da Capital Economics, este rali e posição de bull market no mercado de ações dificilmente se estenderão por muito tempo neste ano. A consultoria avalia que o espaço para novas altas significativas tem diminuído, assim como projeções de lucros corporativos e bônus de risco. "E se a economia se contrair no final deste ano, como ainda pensamos, podem ser tempos ainda mais difíceis para as ações", pontua a Capital.

O índice Dow Jones fechou em alta de 0,13%, a 33.876,78 pontos; o S&P 500 ganhou 0,11%, a 4.298,86 pontos, na pontuação mais alta desde agosto; e o Nasdaq subiu 0,14%, a 13.257,59 pontos. Na semana, os ganhos foram de 0,34%, 0,39% e 0,13%, respectivamente. Foi a sétima semana seguida de valorização para o Nasdaq.

Entre as ações de destaque, a Tesla subiu 4,06%, depois que a empresa anunciou um acordo com a General Motors (+1,06%) para compartilhamento de carregadores para veículos elétricos, semanas após fechar um acordo semelhante com a Ford (+1,18%).

Também em foco, houve consolidação de expectativas de uma pausa no aperto monetário do Federal Reserve (Fed), na próxima quarta-feira, 14. No horário citado, a ferramenta de monitoramento do CME Group exibia 73% de chance de manutenção dos juros, contra 27% de nova alta de 25 pontos-base.

A Oxford Economics analisa que poucos dados seriam capazes de mudar a estratégia indicada por dirigentes do Fed nas últimas semanas, de pausar em junho e abrir maior flexibilidade nos ajustes monetários. "Mesmo que o núcleo da inflação salte, as autoridades do Fed estão prestando mais atenção à tendência, que provavelmente será de queda no segundo semestre, já que os efeitos [da política monetária restritiva] funcionam a seu favor", observa. Porém, a Oxford projeta que o mercado de trabalho e gastos de consumo ainda fortes nos EUA devem justificar nova alta em julho.

Esta perspectiva deu fôlego para os rendimentos dos Treasuries e para o dólar ante boa parte dos rivais ao longo desta sexta-feira. Por volta das 17h (de Brasília), o retorno da T-note de 2 anos subia a 4,623%, o da T-note de 10 anos avançava a 3,742% e o do T-bond de 30 anos aumentava a 3,886%. No horário citado, o dólar avançava a 139,47 ienes, o euro recuava a US$ 1,0746 e a libra tinha alta a US$ 1,2577. O índice DXY, que mede o dólar contra uma cesta de seis rivais fortes, subia 0,21%, aos 103,557 pontos, mas registrava queda de 0,44% na semana.

Entre moedas emergentes, o dólar subia 82,485 rublos - na esteira da decisão do Banco Central da Rússia de manter as taxas na faixa atual, a 7,50% - e recuava a 23,3413 liras turcas. A lira chegou a recuar ante a moeda americana mais cedo, em meio a notícias de que o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, nomeou Hafizer Gaye Erkan como presidente do BC turco, a primeira mulher a liderar a instituição.

A força do dólar nesta sessão ampliou a pressão sobre commodities, somada aos temores de que a recuperação da China ainda deve demorar a ganhar força. Nesta sexta-feira, o Escritório Nacional de Estatísticas informou que a inflação ao consumidor teve apenas leva alta em maio, enquanto o índice de preços ao produtor apresentou nova queda acentuada. Em evento, o presidente do Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês), Yi Gang, assegurou que o crescimento da economia será "relativamente alto" no segundo trimestre deste ano devido a efeitos de base, e a inflação ao consumidor aumentará na segunda metade do ano.

Diante de incertezas sobre demanda e oferta global, o petróleo recuou mais de 1%. No fechamento, o petróleo WTI para julho fechou em queda de 1,57% (US$ 1,12) A US$ 70,17 por barril, na Nymex, e o Brent para agosto recuou 1,54% (US$ 1,17), a US$ 74,79 o barril, na ICE. Na comparação semanal, o WTI caiu 2,19% e o Brent teve baixa de 1,76%. (Laís Adriana - [email protected])

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