BOLSA SOBE E DIS CAEM NA SESSÃO, MÊS E NO TRI, COM MEIRELLES E FIM DE CICLO DA SELIC

Blog, Cenário

A Bolsa deu um salto de 2% e os juros futuros cederam mais de 10 pontos nos prazos intermediário e longo nesta última sessão antes do primeiro turno das eleições gerais. Além dos tradicionais ajustes de carteira - uma vez que o pregão representa também o fim do mês e do trimestre -, agentes receberam com otimismo uma notícia da Veja que diz que Henrique Meirelles teria acertado com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que ocuparia o Ministério da Fazenda num eventual novo governo petista. Por mais que Meirelles tenha negado esse convite, o mercado manteve a aposta de certa moderação na condução da economia em caso de vitória do PT, emulando o comportamento de 19 de setembro, quando o ex-ministro manifestou apoio oficial a Lula. Esse dia foi, aliás, um daqueles do mês em que o mercado local mostrou sua resiliência frente à volatilidade externa. Lá fora, o aperto monetário dos países avançados causou, em todo o mês, temor de que a atividade econômica será golpeada, tudo isso em um ambiente com a tensão da Guerra da Ucrânia no ar. Aqui, o adiantado ciclo de ajuste dos juros (encerrado em setembro) reforçou a visão de desinflação à frente, por mais que o Banco Central tenha tentado segurar as apostas de queda da Selic já no primeiro trimestre de 2023. Neste cenário, o Ibovespa terminou o dia aos 110.036,79 pontos, alta diária de 2,20%, mensal de 0,47% e trimestral de 11,66%. O DI para janeiro de 2025 recuou mais de 10 pontos hoje, quase 40 pontos em setembro e mais de 110 no trimestre. O dólar, porém, encerrou o dia estável (R$ 5,3946, em leve baixa de 0,02%), subiu 3,71% no mês e 3,05% no tri. Lá fora, Dow Jones caiu 1,71%, 8,84% e 6,66% respectivamente; S&P 500 cedeu 1,51%, 9,34% e 5,28%; e Nasdaq recuou 1,51%, 10,50% e 4,11%.

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BOLSA

Mesmo com o sinal negativo em Nova York acentuado ao longo da tarde, o Ibovespa buscou, recuperou e reteve a linha dos 110 mil pontos no fechamento desta última sessão da semana, do mês e do trimestre, auferindo leve ganho de 0,47% em setembro. Hoje, saindo de abertura aos 107.664,35 pontos, o índice subiu 2,20%, aos 110.036,79 pontos, chegando na máxima da sessão a 110.502,20 - na mínima, pela manhã, tocou os 107.315,15 pontos. Em porcentual, foi o melhor desempenho para o Ibovespa desde a sessão de 19 de setembro (+2,33%).

Com o leve avanço de 0,47% reconquistado nesta última sessão de setembro, a série positiva chega ao terceiro mês, vindo o Ibovespa de ganho de 6,16% em agosto e de 4,69% em julho, após tombo de 11,50% em junho. Na semana, a perda de 1,50% sucede recuperação parcial, de 2,23%, no período anterior, quando o Ibovespa vinha de ajuste negativo de 2,69% no intervalo precedente. O giro financeiro nesta última sessão do mês foi a R$ 33,0 bilhões.

No terceiro trimestre, o Ibovespa recuperou cerca de 11,5 mil pontos após ter fechado junho aos 98.541,95 pontos. Em porcentual, avançou 11,66% no intervalo, após o pior mês de junho desde 2002, que contribuiu decisivamente para a retração de quase 18% no segundo trimestre, a maior desde o tombo de cerca de 37% entre janeiro e março de 2020, no começo da pandemia.

Se a típica volatilidade que costuma preceder eleições presidenciais não compareceu até aqui neste ano, o quadro externo tem mantido o apetite por risco na defensiva, em meio às incertezas globais sobre a inflação e o grau de elevação dos juros para contê-la. Uma combinação que afeta diretamente o ritmo de atividade em contexto já fragilizado pela desaceleração chinesa e a guerra na Ucrânia, a qual tem afetado o fornecimento de gás para a Europa e recoloca, agora, o risco de escalada militar, após anexação "formal" de regiões ao leste do país pela Rússia.

Por outro lado, os ativos brasileiros têm mostrado alguma resiliência e, em certos momentos, até descolamento da perspectiva desafiadora para a economia global, favorecidos pelo fim do ciclo de elevação de juros no País, que havia sido iniciado bem antes da correção ora vista nos custos de crédito nos principais mercados. A percepção é de que os múltiplos, os preços com descontos na B3, ainda atraem interesse, inclusive externo, para as ações brasileiras.

No quadro doméstico, a aproximação de Henrique Meirelles à candidatura Lula na reta final da campanha foi recebida com bons olhos pelos investidores - um complemento ao vice, Geraldo Alckmin, como possíveis esteios fiscalistas em eventual terceiro governo Lula. Hoje, contudo, Meirelles negou haver convite para assumir a Economia caso o petista vença a eleição.

Pesquisa realizada entre 28 e 29 de setembro pela BGC Liquidez com 212 players institucionais, sobre o que esperam no pós-eleição, aponta que na eventualidade de Lula vencer, seja em primeiro ou segundo turno, tende a escolher para o comando das finanças alguém com inclinação à esquerda mas que tenha, a seu lado, "nomes que sejam amigáveis ao mercado". Tal convicção foi expressa por 78% dos que participaram da pesquisa, enquanto 12% esperam um nome totalmente identificado ao mercado, em sentido puro, e outros 10%, alguém da esquerda, sem conexões.

Entre as idas e vindas do noticiário, esta última sessão do mês e do trimestre foi de ajuste nas carteiras, com salto em ações de elevada liquidez, como Vale ON, que fechou o dia em alta de 5,28%, passando a leve ganho no ano (+0,60%) com a recuperação de 11,69% ao longo deste setembro. Em situação distinta, Petrobras ON e PN subiram hoje, respectivamente, 1,25% e 1,67%, ao fim de um mês de correção em que cederam, pela ordem, 11,00% e 10,32%, mas ainda acumulando forte desempenho no ano, em alta entre 55% e 56% em 2022.

Na ponta do Ibovespa nesta sexta-feira, destaque para Magazine Luiza (+10,62%) e Via (+8,50%): a primeira subiu 4,92% no mês, mas ainda cede quase 38% no ano, enquanto a segunda ainda fechou o mês no negativo (-0,93%), com perdas na casa de 39% no ano. Nesta sexta-feira, o índice de consumo (ICON) encerrou em alta de 1,68%, enquanto os ganhos no de materiais básicos (IMAT) chegaram a 3,59% no fechamento. Na ponta negativa do Ibovespa na sessão, destaque para Carrefour Brasil (-2,77%), Embraer (-2,51%) e Assaí (-2,23%).

Pela manhã, o mercado mostrava "compasso de espera para a eleição no domingo, um tanto leve, esperando mais informação para voltar a montar posição, mas aparentemente já começando a precificar com mais força uma vitória do Lula, nas últimas semanas", aponta Wagner Varejão especialista da Valor Investimentos. Ao longo da tarde, contudo, o Ibovespa ganhou dinamismo, reconquistando e firmando-se acima dos 110 mil pontos na contramão dos índices externos, com o impulso proporcionado pelas ações de commodities, especialmente Vale, observa Letícia Sanches, especialista em renda variável da Blue3.

Em agosto, com o dólar em leve alta de 0,53% no mês, o Ibovespa foi aos 21.056,01 pontos, na moeda americana, e agora em setembro, com ganho de 3,71% para o dólar no mês, bem superior ao visto no Ibovespa, o índice de ações retrocedeu para 20.397,58 pontos - ainda assim, em patamar mais alto, na moeda americana, do que na virada do primeiro para o segundo semestre, vindo de 19.937,90 pontos em julho e de 18.824,39 pontos no encerramento de junho.(Luís Eduardo Leal - [email protected])

17:32

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 110036.79 2.20355

Máxima 110502.20 +2.64

Mínima 107315.15 -0.32

Volume (R$ Bilhões) 3.30B

Volume (US$ Bilhões) 6.11B

17:44

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 110650 2.29269

Máxima 110930 +2.55

Mínima 107530 -0.59

JUROS

Nesta última sessão do mês, do trimestre e antes do primeiro turno das eleições, os juros tiveram queda firme, sobretudo nos vencimentos longos, mais sensíveis ao risco político. O principal vetor de alívio nos prêmio foi a informação extraoficial de que membros da campanha do PT deram como certo que o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles voltaria ao cargo caso o ex-presidente Lula seja eleito, o que pode ocorrer já neste domingo. Ele negou que tenha sido convidado, tirando um pouco do fôlego de baixa das taxas. No balanço do mês, os juros de curto e longo prazos fecharam em torno de 20 pontos-base, mas os do miolo da caíram bem mais.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 encerrou em 12,78%, de 12,863% ontem no ajuste e a do DI para janeiro de 2025 caiu de 11,717% para 11,58%. O DI para janeiro de 2027 encerrou em 11,535%. Ao longo de setembro, as taxas que mais caíram foram as intermediárias, perto de 40 pontos, em meio ao debate sobre o timing de queda para a Selic após o fim de ciclo de alta.

De maneira geral, o mercado de juros resistiu bem ao exterior negativo nesta sexta-feira, por sua vez na esteira do desconforto com dados dos gastos com consumo americano em agosto, inflação recorde na zona do euro e aumento da tensão geopolítica, com a Rússia confirmando a anexação de quatro regiões ucranianas. Internamente, o mercado ficou em compasso de espera pelo primeiro turno, com o debate ontem entre os candidatos a presidente tendo efeito neutro na curva. Porém, a informação sobre Meirelles, publicada pela coluna Radar Econômico, no site da revista Veja, colocou as taxas em rota de queda.

O economista-chefe do Modalmais, Felipe Sichel, afirma que, diante da falta de clareza sobre a equipe econômica e detalhes do plano de governo numa eventual gestão do PT, a especulação em torno do nome do ex-ministro de Temer e ex-presidente do Banco Central no governo Lula, acaba fazendo preço. "No limite, a indicação dele seria uma sinalização mais para o centro, dada a sua postura moderada, reduzindo riscos mais heterodoxos", diz. Como PT já indicou que a ideia é refazer o arcabouço fiscal que atualmente tem por base o teto de gastos, Meirelles seria um nome "que traz credibilidade para se chegar a uma nova fórmula".

Meirelles, porém, negou ter sido convidado. "Não conversamos ainda. Portanto, não recebi convite", afirmou ao <b>Broadcast Político</b> o ex-ministro. Ele comentou que o mais importante agora é votar e aguardar se a eleição será decidida no primeiro turno, destacando que sempre teve "relação muito boa com Lula e Mercadante". De todo modo, depois da negativa, as taxas desaceleraram o ritmo de queda, em movimento que coincidiu com a virada dos rendimentos dos Treasuries para cima, com a taxa de 10 anos rompendo 3,80% e a de dois anos mirando 4,25%.

Segundo a Média Estadão Dados, que agrega resultados de pesquisas eleitorais, Lula tem 52% dos votos válidos e o presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição pelo PL, tem 35%. Para os gestores da Warren, independentemente de quem venha a governar, a regra do teto deverá ser substituída por uma outra "crível e previsível" e debatida com o Congresso, ainda que seja mais efetiva a partir de 2024, para comportar algum aumento de gasto social como renovação do Auxílio Brasil em 2023.

A sexta-feira teve agenda carregada, mas sem força para influenciar os negócios. Os dados do setor público trouxeram déficit em agosto de R$ 30,2 bilhões, pouco pior do que a mediana das estimativas, de déficit de R$ 27,3 bilhões. A Pnad Contínua mostrou taxa de desemprego de 8,9% no trimestre até agosto, em linha com o consenso dos analistas.

O mercado também digeriu sem sobressaltos as declarações da diretora de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos do Banco Central, Fernanda Guardado, que votou no Copom por um aumento da Selic de 25 pontos-base. Durante participação no HSBC's virtual Global Emerging Markets Fórum, ela afirmou que o BC ainda não está pensando em cortar a Selic e que é necessário observar como será o processo de desinflação. Admitiu que a alta de expectativas do mercado para a inflação de 2024 certamente é algo que o BC não gostaria de ver, mas enfatizou que as ações do Copom mostram o compromisso da autoridade monetária com a convergência para a meta no horizonte relevante. (Denise Abarca - [email protected])

17:41

 Operação   Último 

CDB Prefixado 31 dias (%a.a) 13.66

Capital de Giro (%a.a) 6.76

Hot Money (%a.m) 0.63

CDI Over (%a.a) 13.65

Over Selic (%a.a) 13.65

CÂMBIO

No último pregão antes do primeiro turno da eleição presidencial, especulações em torno da condução da política econômica a partir de 2023 agitaram o mercado doméstico de câmbio. Notícia da revista "Veja" dando conta de que o ex-presidente do BC Henrique Meirelles é nome certo na equipe econômica de um eventual governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez o real encontrar forças para se descolar, em boa parte da segunda etapa de negócios, da tendência de depreciação de divisas emergentes e de países exportadores de commodities.

Após uma manhã de muita volatilidade, em meio à assimilação de dados da economia americana e à disputa técnica pela formação da taxa Ptax, o dólar operava no início da tarde acima de R$ 5,41, quando a informação sobre Meirelles começou a circular nas mesas de operação. Foi a senha para uma onda vendedora que levou rapidamente a moeda a perder cerca de nove centavos e descer até a mínima de R$ 5,3291 (-1,23%), em sintonia com a aceleração dos ganhos do Ibovespa, que superou os 110 mil pontos.

Ao Broadcast Político, Meirelles negou que já tenha sido convidado para assumir o Ministério da Fazenda em novo governo Lula, caso o petista vença o pleito. "Não conversamos ainda. Portanto, não recebi convite", disse. Além do pregão desta sexta-feira, o real também havia se descolado do mau humor externo no último dia 19, justamente quando Meirelles declarou seu apoio formal a Lula em evento.

Com o aprofundamento das perdas das bolsas americanas e a negativa de Meirelles, o dólar foi se afastando das mínimas e, nos últimos minutos da sessão, chegou a tocar pontualmente terreno positivo. No fim do dia, era cotado a R$ 5,3946, com variação de apenas -0,02%. Assim, a divisa acumulou alta de 2,78% na semana e de 3,71% em setembro. No ano, porém, o dólar ainda recua 3,25% - o que faz do real, ao lado do peso mexicano, o principal destaque entre as divisas globais em um período marcado por fortalecimento generalizado da moeda americana.

"A cautela com as eleições e o fechamento do mês, com a disputa da ptax, trouxeram mais volatilidade para o câmbio", afirma a economista Cristiane Quartaroli, do Banco Ourinvest, em referência a formação da última taxa ptax de setembro e do terceiro trimestre, que vai servir para liquidação de contratos derivativos e confecção de balanços corporativos.

O sócio e head de câmbio da Nexgen Capital, Felipe Izac, também viu grande influência técnica sobre a dinâmica da taxa de câmbio, sobretudo até a formação da Ptax, no início da tarde. Em seguida, o mercado aproveitou a notícia sobre Meirelles para vender dólares, apoiado na perspectiva de menor risco fiscal, já que o ex-ministro é conhecido defensor do controle das contas públicas. "Mas o comportamento do dólar na semana esteve muito mais ligado a fatores externos, como a expectativa para novas altas da taxa de juros americana", afirma.

"Vimos hoje o efeito positivo em torno do nome de Meirelles, que já havia acontecido antes quando ele declarou apoio formal ao petista", afirma Gabriel Cunha, especialista em mercados internacionais do C6 Bank, ressaltando que a moeda americana subiu contra a maioria das divisas nesta sexta-feira, em especial a de exportadores de commodities.

Pela manhã, além da disputa em torno da taxa ptax, o mercado assimilou dados da economia americana e as expectativas para a extensão do aperto monetário nos Estados Unidos. Medida de inflação preferida pelo Federal Reserve, o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) subiu 0,3% em agosto ante julho. O núcleo, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, avançou 0,6%, acima do esperado (0,5%). Na comparação anual, o PCE subiu 6,2% em agosto e seu núcleo aumentou 4,9%. Os gastos do consumo subiram 0,4% em agosto, superando as expectativas (0,3%). Nota positiva para a redução das expectativas de inflação em 12 meses (de 4,8% em agosto para 4,7% em setembro) e em cinco anos (de 2,9% para 2,7%) em pesquisa da Universidade de Michigan.

"O PCE mostrou que a inflação continua pressionada. Os dirigentes do Fed têm mantido a posição de que vão subir os juros até o nível necessário para controlar a inflação. A taxa terminal [do ciclo de aperto] pode ficar próxima de 5% ou até acima disso. Há temor de recessão nos Estados Unidos", diz Izac, da Nexgen Capital.

Lá fora, o índice DXY - que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes - operou entre leve queda e estabilidade na maior parte do dia, em nova rodada de recuperação da libra. Mesmo assim, o DXY segue em níveis elevados, ao redor dos 112,000 pontos. Na comparação com divisas emergentes e de commodities, o dólar subiu em bloco, à exceção do real e do peso mexicano. A taxa anual de inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) na zona do euro acelerou de 9,1% em agosto para 10% em setembro, novo recorde histórico, em meio à crise energética provocada pela disparada dos preços do gás com dúvida sobre fornecimento pelos russos.

"Colaboraram para o desempenho do dólar no exterior os dados de inflação nos EUA e na Europa, que mostram uma alta de preços resistente e disseminada, o que obrigará que a política monetária dessas regiões continue em patamar contracionista por mais tempo", diz Cunha, do C6 Bank. (Antonio Perez - [email protected])

17:44

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.39460 -0.0167 5.42750 5.32910

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL 5407.000 0.15745 5413.500 5378.000

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5435.000 -0.0184 5465.000 5367.000

MERCADOS INTERNACIONAIS

Mais dois dirigentes do Federal Reserve (Fed), Mary Daly (São Francisco) e Tom Barkin (Richmond), reforçaram hoje a necessidade de aperto monetário para conter a inflação. Após a vice do BC americano, Lael Brainard, falar na mesma linha mais cedo, os juros dos Treasuries ganharam fôlego à tarde, embora o retorno da T-note de 2 anos tenha oscilado perto da estabilidade. No câmbio, o índice DXY do dólar reduziu perdas nas horas finais da sessão, mas ainda caiu, com a libra apoiada após perdas recentes e frente a sinalizações de mais aperto monetário do Banco da Inglaterra (BoE). O euro, por sua vez, teve perda modesta, em quadro de certa cautela com a guerra na Ucrânia, após a Rússia anexar quatro regiões do país invadido e o governo ucraniano solicitar entrada na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Entre as commodities, o petróleo recuou mais de 2%, com a expectativa de que na próxima semana a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) discuta um possível corte na produção.

Mais dirigentes do Fed se pronunciaram hoje, ao final de uma semana com muitos discursos em linha similar, enfatizando o compromisso para levar a inflação de volta à meta de 2%. Barkin disse que vê "sinais promissores" que apontam para moderação da inflação, mas também lembrou que leva algum tempo até as altas nos juros e a redução no balanço se refletirem nos dados. Daly, em linha similar, disse que "começa a ver os benefícios" do aperto, mas enfatizou que "não vencemos de maneira alguma" a batalha para a inflação ser controlada. Daly previu mais altas neste ano, mas sem se comprometer com um nível para os juros, com o argumento de que isso dependerá dos próximos indicadores. A leitura do índice de preços de gastos com consumo (PCE) em alta de 0,6% em agosto ante julho, um pouco acima do avanço de 0,5% projetado por analistas ouvidos pelo Wall Street Journal, reforçou a expectativa de manutenção da postura hawkish do BC.

O monitoramento do CME Group mostrava, no fim desta tarde, um aumento na chance de uma alta de 75 pontos-base em 2 de novembro, a 55,2% (de 53,2% ontem). O Goldman Sachs afirma que seu cenário-base é de uma alta de 75 PB em novembro, de 50 PB em dezembro e outra de 25 PB em fevereiro. A Stifel, por sua vez, argumentava que a volatilidade no exterior mantém o BC americano "em trajetória agressiva". Nesse quadro, os juros dos Treasuries ganharam fôlego ao longo do dia. No fim da tarde em Nova York, o retorno da T-note de 2 anos subia a 4,204%, o da T-note de 10 anos avançava a 3,795% e o do T-bond de 30 anos, a 3,764%.

No câmbio, o índice DXY do dólar chegou a subir em parte do dia, mas terminou em baixa modesta, com a libra em alta ante a perspectiva de mais aperto do BoE, diante dos planos de gastos fiscais do governo do Reino Unido. O DXY registrou queda de 0,12%, a 112,117 pontos. Na comparação semanal, o DXY recuou 0,95%, mas após ter avançado mais de 3% na semana anterior. No horário citado, o dólar subia a 144,76 ienes, o euro recuava a US$ 0,9804, praticamente estável, e a libra tinha alta a US$ 1,1168. A Capital Economics diz que o comportamento do dólar nesta semana foi também influenciado pelas intervenções do BoE e do Banco do Povo da China (PBoC).

Nas bolsas americanas, o quadro chegou a ser misto em parte do dia, mas o sinal negativo prevaleceu, com piora na reta final. O aperto monetário do Fed pesava e quase todos os setores caíram, com tecnologia, serviços de comunicação e financeiro em baixa de mais de 1%. O Dow Jones fechou em queda de 1,71%, em 28.725,51 pontos, o S&P 500 caiu 1,51%, a 3.585,62 pontos, e o Nasdaq recuou 1,51%, a 10.575,62 pontos.

Na Europa, o Conselho Europeu chegou a um acordo para várias medidas comuns a fim de reduzir a demanda por eletricidade e recolher lucros excedentes do setor. A guerra no continente também era monitorada, com o governo da Ucrânia pedindo adesão "acelerada" à Otan e a União Europeia e os EUA recusando-se a reconhecer a votação nas quatro regiões ucranianas que, segundo Moscou, decidiram passar a fazer parte do território russo.

Entre as commodities, o petróleo WTI para novembro fechou em baixa de 2,14%, em US$ 79,49 o barril, na Nymex, e o Brent para dezembro caiu 2,34%, a US$ 85,14 o barril, na ICE. Notícias de que a Opep+ pode decidir na próxima semana reduzir sua produção para apoiar os preços influíram. O ANZ lembra que o próprio grupo já sinalizou essa disposição para intervir e acredita que haverá anúncio de corte. Para o banco, um corte de menos de 500 mil barris por dia seria visto como pouco pelo mercado, e o ANZ vê "chance significativa" de um corte de até 1 milhão de barris por dia. (Gabriel Bueno da Costa - [email protected])

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