BOLSA SOBE COM EXTERIOR E PROMESSA REPETIDA DE GUEDES; BOLSONARO AFETA ATIVOS NO FIM

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Em um dia de agenda mais esvaziada, tanto aqui quanto no exterior, os mercados mostraram comportamentos díspares e o Ibovespa foi o único que realmente manteve a toada positiva dos últimos dias, emendando a sexta sessão consecutiva de ganhos. Além de ainda reverberar a vitória do democrata Joe Biden, mesmo que a transição com Donald Trump pareça cada vez mais difícil, a bolsa brasileira ecoou positivamente o que parece ser mais do mesmo: o ministro da Economia, Paulo Guedes, prometendo colocar as privatizações em marcha. Não por acaso a Eletrobras, citada nominalmente por ele, foi um dos destaques de alta, junto com os papéis da Petrobras, neste caso alinhados também ao avanço das cotações do petróleo. No fim, o principal índice acionário local terminou com ganho de 1,50%, aos 105.066,96 pontos - maior nível desde 29 de julho e a sequência positiva mais extensa desde a passagem de maio para junho. Enquanto isso, em Nova York, teve prosseguimento a troca de posições dos investidores diante das perspectivas positivas sobre a vacina da Pfizer: enquanto setores mais ligados a uma retomada sustentaram o avanço do Dow Jones, o de tecnologia, que mais ganhou espaço durante a quarentena, voltou a cair, deixando o Nasdaq no vermelho. Até porque, o diretor do Instituto de Alergias e Doenças Infecciosas dos EUA, Anthony Fauci, mostrou otimismo sobre a possibilidade de a vacina da Pfizer estar disponível em dezembro no país. Mas se o mercado acionário local manteve a toada recente, câmbio e juros futuros voltaram a se ater um pouco mais aos problemas internos. A curva de DIs acabou ganhando alguma inclinação, com as taxas curtas de lado e as longas novamente em alta, com os investidores ajustando posições após quatro sessões seguidas de queda e de olho na ausência de sinais em relação ao cenário fiscal, que é o grande problema do País e que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), diz que o está preocupando. Depois, na sessão estendida, os juros ganharam ainda mais tração, reagindo a declarações do presidente Jair Bolsonaro, que, em um discurso em que voltou a desafiar a pandemia, questionou: "se acaba o auxílio, como ficam quase 40 milhões de invisíveis, que perderam tudo?". Para os agentes ele sinalizou, contrariando o que a equipe econômica tem dito, que o auxílio emergencial pode continuar. Já o dólar teve mais um pregão de instabilidade diante do real, ora influenciado pelo apetite por risco que ainda predomina na cena internacional, ora reagindo às questões locais, como o alerta feito hoje por Guedes, ao chamar atenção para o risco de volta da hiperinflação caso não se resolva o problema da dívida interna, classificada por Maia como "explosiva". No fim, a divisa americana encerrou o dia praticamente estável no mercado à vista, a R$ 5,3930 (+0,02%).    
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  BOLSA   Mesmo em dia pouco firme em Nova York, sem direção única após o entusiasmo observado nas últimas sessões com a definição da eleição americana e o progresso na vacina da Pfizer, o Ibovespa emendou nesta terça-feira a sexta sessão de ganhos, estendendo a melhor série desde a passagem de maio para junho, e alcançando, na máxima intradia, o maior nível do ciclo de recuperação iniciado em abril na B3. Hoje, o índice de referência foi a 105.758,29 pontos, superando a marca de 105.703,62 pontos registrada em 29 de julho, que até aqui era a melhor desde o fundo de vale observado em março, mês em que acumulou perda de 29,90%.   Nesta terça-feira, o Ibovespa fechou em alta de 1,50%, aos 105.066,96 pontos, também o melhor nível de fechamento desde 29 de julho, então a 105.605,17 pontos, o mais alto desde a mínima de encerramento do ano, a 63.569,62 pontos, em 23 de março. Considerando o encerramento de hoje, foi a terceira vez em que o índice da B3 conseguiu fechar na casa de 105 mil pontos desde que superou o pior momento da crise global deflagrada pela pandemia - em 30 de julho, estava em 105.008,70 pontos. Considerando o fechamento de 23 de março, o Ibovespa acumula até aqui avanço de 65,27%, mas ainda acumula perda de 9,15% no ano.   Mais uma vez bem reforçado, o giro financeiro desta terça-feira foi de R$ 51,2 bilhões, em sessão na qual o índice da B3 saiu de mínima a 103.452,64, com abertura a 103.516,37 pontos. No mês, ainda sem revés nestas seis primeiras sessões de novembro, o Ibovespa acumula ganho de 11,83%, superando o avanço de 10,25% em abril, até aqui o maior do ciclo de recuperação que se estendeu até o fim de julho. Na semana, o índice sobe 4,10%, superando Wall Street.   "A notícia de ontem (da Pfizer) era algo que o mercado precisava ouvir. Uma vacina tangível, próxima, melhora a perspectiva para a retomada global e a propensão do investidor a assumir risco maior, inclusive o estrangeiro. O modo volta a ser 'risk on', o que beneficia os emergentes", observa João Vitor Freitas, analista da Toro Investimentos.   "Nos EUA, há agora uma rotação de setores, o que pressiona em particular o Nasdaq, que reúne empresas que performaram bem ao longo deste ano de pandemia, as de tecnologia. Assim, as ações que haviam ficado um pouco largadas, como as industriais, voltam a ser procuradas, o que se reflete nesta recuperação do Dow Jones", acrescenta o analista. Neste começo de novembro, o índice blue chip de NY avança 11,02%, acima do desempenho de S&P 500 (+8,43%) e Nasdaq (+5,89%).   "O mercado está engatando em perspectiva de alta mesmo, com rotação de setores, que impacta positivamente aqui também. Na B3, a alta é bem heterogênea, favorecendo alguns setores, como bancos, shoppings, aviação, e não outros. Há assim uma rotação a partir de setores que estavam mais esticados no ano, como o de siderurgia, em direção a aqueles que avançaram menos", aponta Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Nova Futura.   No quadro doméstico, o mercado deixou em segundo plano novos ruídos políticos em torno da vacina da chinesa Sinovac, cujos testes foram suspensos ontem à noite por determinação da Anvisa, em razão de intercorrência considerada grave, mas não especificada, em participante. As autoridades de saúde de São Paulo reafirmaram hoje a segurança da vacina, desenvolvida em conjunto com o Instituto Butantan, e disseram que o evento não tem relação com o teste.   A princípio, a decisão da Anvisa foi tratada como uma vitória pessoal pelo presidente Jair Bolsonaro, em comentários em rede social, nos quais atribuiu efeitos como "morte" e "invalidez" à vacina. No início da tarde, a Anvisa afirmou que a decisão foi técnica, com base em informações incompletas sobre "evento adverso grave" que, uma vez esclarecido, permitirá a retomada dos testes, o que contribuiu para que o Ibovespa, que já subia em torno de 1,5%, elevasse os ganhos da sessão acima de 2% nos melhores momentos do dia.   Declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre a necessidade de colocar em movimento o programa de privatizações agradaram ao mercado, assim como comentários da noite anterior do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de que não há opção para 2021 que não seja a votação no Congresso da agenda de ajuste fiscal - uma combinação que contribuiu para que o Ibovespa levasse um pouco mais adiante o movimento de recuperação.   Como ontem, a retomada do petróleo impulsionou os ganhos em Petrobras ON (+7,95%) e PN (+6,80%), após avanço entre 9% e 10% nas ações da empresa no dia anterior, quando o Brent fechou em alta de 7,5% - hoje, o avanço da commodity foi relativamente moderado, ainda assim de 2,85% na referência global. Destaque também, como na segunda-feira, para outro segmento de peso, bancos, no qual os ganhos nesta sessão ficaram entre 4,52% (Itaú PN) e 7,66% (Santander), com os investidores mostrando apetite aguçado por ações ainda muito atrasadas no ano - em 2020, as perdas em Petrobras ON ainda estão em 25,38% e, entre os bancos, chegam a 33,21% (BB ON).   Na ponta do Ibovespa, Ultrapar fechou hoje em alta de 8,45%, à frente de Petrobras ON (+7,95%) e de Santander (+7,66%). No lado oposto, B2W cedeu 8,31%, seguida por Totvs (-6,81%) e Gerdau PN (-5,32%) - o dia foi negativo para as ações de mineração (Vale ON -0,05%) e siderurgia (CSN -4,49%, Usiminas -3,87%). (Luís Eduardo Leal - [email protected])     18:32   Índice Bovespa   Pontos   Var. % Último 105066.96 1.4991 Máxima 105758.29 +2.17 Mínima 103452.64 -0.06 Volume (R$ Bilhões) 5.11B Volume (US$ Bilhões) 9.53B         18:34   Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % Último 104850 1.54964 Máxima 105930 +2.60 Mínima 103395 +0.14     MERCADOS INTERNACIONAIS O ajuste de posições nas bolsas de Nova York continuou à tarde, com oscilações nos índices acionários, que fecharam sem direção única. De um lado, as perspectivas positivas para uma vacina contra a covid-19 impulsionam ações de empresas que seriam favorecidas pela reabertura total da economia, como a Boeing, que saltou mais de 5% hoje e sustentou o Dow Jones. De outro, papéis dos setores de tecnologia lideram as perdas, já que as big techs foram as mais beneficiadas pelas quarentenas adotadas para conter a pandemia. No mercado de Treasuries, a menor busca por segurança levou a uma inclinação da curva, com os juros em alta. O dólar ficou perto da estabilidade, depois da valorização de ontem sobre o iene e o franco suíço. Já o petróleo foi mais uma vez beneficiado pelo apetite por risco. Em Washington, o mercado acompanha a transição para o governo de Joe Biden, apesar de o presidente Donald Trump ainda não ter reconhecido a derrota na eleição.   O diretor do Instituto de Alergias e Doenças Infecciosas dos EUA, Anthony Fauci, afirmou hoje que as primeiras doses da vacina experimental para covid-19 desenvolvida pela Pfizer em parceria com a BioNTech podem ser liberadas no país em dezembro. O imunizante, que está nas fases finais de teste, apresentou 90% de eficácia contra o coronavírus. A notícia repercute nos mercados financeiros desde ontem e gerou um ajuste de posições do mercado acionário americano.   "Notícias positivas sobre vacinas continuam a agir como um catalisador para os mercados neste ano, mas ainda pode haver desafios operacionais em torno da produção e distribuição", ponderam analistas da corretora americana LPL Financial. De qualquer forma, os investidores começaram a se posicionar para o novo cenário. As bolsas de Nova York oscilaram entre altas e baixas durante o dia, e acabaram fechando sem direção única.   O Dow Jones subiu 0,90%, a 29.420,92 pontos, sustentado principalmente pela Boeing, que avançou 5,20%. A fabricante de aviões seria beneficiada pelo fim das restrições de voos e aumento da demanda que se seguiriam ao controle da pandemia.   O S&P 500, por outro lado, caiu 0,14%, a 3.545,53 pontos, pressionado pelo subíndice de tecnologia (-1,94%). O Nasdaq, que também tem grande peso de ações do setor, cedeu 1,37%, a 11.553,86 pontos. Os papéis da Microsoft caíram 3,36% e os da Amazon, que também foi prejudicada por uma acusação de práticas anticompetitivas por parte da União Europeia, recuaram 3,46%.   A redução da busca por segurança no mercado levou a uma inclinação na curva de juros dos Treasuries. No final da tarde em Nova York, o rendimento da T-note de 2 anos subia a 0,180% e o da T-note de 10 anos avançava a 0,954%. "O rendimento da T-note de 10 anos caiu drasticamente após as eleições [dos EUA], já que o mercado começou a precificar um governo dividido e um pacote de estímulo potencialmente mais fraco. Mas as notícias positivas sobre as vacinas na segunda-feira nos lembraram que a eleição não é a única história", dizem os analistas da LPL Financial.   Nos EUA, o mercado acompanha a transição para o governo de Joe Biden, presidente eleito, embora Trump tenha lançado uma ofensiva jurídica para tentar reverter a derrota. Em discurso hoje, Biden prometeu ampliar a cobertura de saúde dos americanos. O secretário de Estado, Mike Pompeo, contudo, endossou a resistência de Trump e disse que haverá transição para um segundo mandato do republicano.   Dirigentes do Federal Reserve que discursaram hoje, por sua vez, voltaram a enfatizar a necessidade de o governo fornecer mais estímulos à economia. O tamanho do próximo pacote fiscal, porém, pode ser estabelecido apenas em janeiro, quando o controle do Senado nos EUA será definido por duas disputas de segundo turno na Geórgia.   Entre as moedas, o dólar operou perto da estabilidade e com oscilações hoje, depois de ter se valorizado ontem sobre o iene e o franco suíço, moedas também consideradas seguras e que perderam espaço com o cenário mais positivo. O índice DXY, que mede a variação da divisa dos EUA ante outras seis rivais, avançou 0,03%, a 92,749 pontos, pressionado principalmente pela libra, que subia a US$ 1,3253 no final da tarde em Nova York.   O petróleo, por sua vez, voltou a ser beneficiado pelo apetite por risco e a expectativa de que os países produtores da commodity energética atuarão para estabilizar o mercado. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o WTI para dezembro fechou em alta de 1,07%, a US$ 41,36 o barril. Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para janeiro subiu 2,85%, a US$ 43,61 o barril. (Iander Porcella - [email protected]) Volta   JUROS Após quatro sessões consecutivas de queda, os juros futuros cumpriram trajetória de alta nesta terça-feira, na contramão do bom desempenho dos demais ativos de risco domésticos. No fechamento da sessão regular, as taxas de curto e médio prazos rondavam a estabilidade e as longas avançavam, configurando ganho de inclinação para a curva. Na etapa estendida, porém, houve um estresse generalizado, com máximas em todos os vértices, com o mercado reagindo negativamente a declarações do presidente Jair Bolsonaro, sobre auxílio emergencial.   Durante a etapa regular, os investidores aproveitaram a agenda e noticiários fracos e o leilão de NTN-B para ajuste nas posições, respaldados ainda pela ausência de sinalização em relação ao cenário fiscal, que está preocupando o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). A recomposição de prêmios teve ainda a seu favor a abertura da curva americana, mas foi limitada pelo aumento na confiança no lançamento de uma vacina antes do estimado e ainda a repercussão positiva da eleição de Joe Biden nos Estados Unidos.   Na estendida, porém, as preocupações com o quadro fiscal se acentuaram com a fala do presidente, em evento sobre a retomada do setor de turismo, lidas como possibilidade de extensão do pagamento do auxílio emergencial em 2021, que já havia sido negada anteriormente pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. "Acaba o auxílio, como ficam quase 40 milhões de invisíveis, que perderam tudo?", afirmou Bolsonaro. "O mercado azedou depois disso", disse o gestor de renda fixa da Sicredi Asset Cassio Andrade Xavier.   A correção das taxas se deu em meio a um giro fraco. O vencimento para janeiro de 2022, normalmente o mais líquido, movimentou cerca de 242 mil contratos de Depósito Interfinanceiro (DI), ante média diária de 467 mil nos últimos 30 dias. Fechou a estendida com taxa de 3,320%, de 3,30% na regular e 3,295% ontem no ajuste. O DI para janeiro de 2023 fechou com taxa de 4,87% (4,82% na regular e 4,815% ontem no ajuste) e a do DI para janeiro de 2025 subiu de 6,424% no ajuste e 6,50% na regular para 6,58% na estendida. A taxa do DI para janeiro e 2027 encerrou na máxima de 7,36%, de 7,163% ontem no ajuste e 7,24% na regular.   "Após uma sequência de sessões positivas, é natural haver uma perda de fôlego especialmente num dia de agenda esvaziada", disse Xavier, acrescentando ainda que a terça-feira foi de rendimento dos Treasuries em alta. "A curva americana está mais elevada, ainda não atrapalha tanto os ativos de risco, mas afeta em alguma medida aqueles que estavam mais descontados", completou.   A equipe da JF Trust destaca que, sem as aprovações de pautas fiscais relevantes, o fôlego de queda dos DIs é restrito. "Não deveremos esperar por votações dos projetos fiscais em novembro e, sobretudo, sem o dispositivo na PEC Emergencial referente ao gatilho para cumprir o teto dos gastos, há limites para queda dos juros médios e longos", afirma relatório da gestora, que tem como Eduardo Velho como sócio e economista-chefe.   Ontem, Rodrigo Maia voltou a criticar a obstrução da base do governo nas sessões da Câmara e disse que "o Brasil vai explodir em janeiro se as matérias não forem votadas”, em entrevista à CNN Brasil.   Passado o leilão de NTN-B no fim da manhã, as taxas, especialmente no miolo da curva, começaram a ter alívio, reduzindo a alta, e as mais curtas passando a rondar a estabilidade. O Tesouro vendeu 1,325 milhão de títulos, ou quase todo o lote de 1,350 milhão ofertado. A maior demanda (928 mil), como esperado, ficou com o papel mais curto, para 15/5/2025. O DV01 (risco do leilão) foi em R$ 2,96 milhões, de cerca de R$ 4,5 milhões na operação anterior.   Em relatório, a Renascença lembra que no próximo dia 16 haverá pagamento de cupom de NTN-B de anos ímpares, o que deve ter impacto na demanda por títulos públicos. "Com o IPCA fechado de 0,86%, serão pagos R$ 99,57 por papel que totalizaria o recebimento pelo mercado de cerca de R$ 12,9 bilhões", afirma o estrategista de Renda Fixa da instituição, Fernando Cevi Ferez, que assina o texto. O estoque destes papéis é de aproximadamente 135 milhões, ou 46% de toda a curva. (Denise Abarca - [email protected])     18:40   Operação   Último CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 1.92 Capital de Giro (%a.a) 5.33 Hot Money (%a.m) 0.60 CDI Over (%a.a) 1.90 Over Selic (%a.a) 1.90   CÂMBIO O dólar teve novo dia de volatilidade, mas hoje com oscilações um pouco mais contidas que ontem. A moeda americana vem recuperando no exterior parte das perdas pós-vitória de Joe Biden e, com isso, se fortalece ante divisas emergentes. No Brasil, os profissionais das mesas de câmbio comentam que o risco fiscal é um limitador importante para uma valorização mais firme do real. Nesse ambiente, novas declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre avanço das reformas e privatizações agradaram, mas o dólar foi as máximas do dia, R$ 5,41, quando ele alertou para o risco da volta rápida da hiperinflação caso não se resolva o problema da dívida interna, classificada como "explosiva" pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que vê chance de o dólar ir a R$ 7,00. No fechamento, o dólar à vista encerrou perto da estabilidade (+0,02%), cotado em R$ 5,3930.   No final da tarde, com o mercado à vista já fechado, declarações de Jair Bolsonaro sobre o auxílio emergencial causaram desconforto, quando questionou como ficam os 40 milhões de "invisíveis" que perderam tudo, com o fim destas medidas, o que sinaliza sua intenção de continuar com elas. No mercado futuro, o dólar para liquidação em dezembro, que operava praticamente estável passou a subir, renovando as máximas do dia. Fechou em alta de 0,55%, aos R$ 5,4200. O volume de negócios foi mais fraco hoje comparado a ontem, somando US$ 15 bilhões.   "O dólar recuperou parte do terreno perdido na semana passada na sequência da eleição de Biden, enquanto a poeira assenta no posicionamento pós-eleitoral", observa a estrategista do Rabobank, Jane Foley. Mas se já há mais clareza no mercado externo, com o resultado da eleição americana conhecido, o mesmo não se pode dizer do cenário fiscal brasileiro, em que persistem as incertezas, observa o grupo financeiro holandês, prevendo o dólar a R$ 5,45 ao final deste ano.   O economista da JF Trust Gestão de Recursos, Eduardo Velho, observa que a questão fiscal impõe limite de melhora aos ativos brasileiros. Neste ambiente de incerteza fiscal, que só tende a ficar mais claro após as eleições municipais, o dólar deveria convergir mais para os R$ 5,50 do que para os R$ 5,00 ou abaixo. Ontem, no piso, caiu a R$ 5,22, o que rapidamente atraiu compradores. A JF não espera votações de projetos fiscais este mês. Ao mesmo tempo, persistem as dúvidas sobre como o governo vai financiar seu novo programa social, ressalta Velho. Guedes disse hoje que um novo programa de renda é uma promessa de campanha de Bolsonaro e afirmou ainda que se sente "bastante frustrado" de até agora não ter conseguido privatizar nenhuma empresa.   Na abertura do Bradesco Day, o economista-chefe do banco, Fernando Honorato Barbosa, ressaltou que a piora fiscal brasileira fez o real se descolar de outras moedas emergentes e a curva de juros a termo ficar mais inclinada, com as taxas longas projetando juros perto de 10% no Brasil. "Se formos capazes de avançar na agenda mínima de reformas, esses riscos se reduzem", disse ele, citando medidas como a PEC Emergencial, o Pacto Federativo e a manutenção do teto de gastos. "A divida é manejável, temos condições de conduzi-la para patamares menores."   Grandes investidores reduziram ontem posições contra o real, segundo traders, em um movimento de ajuste após a moeda brasileira ter se descolado dos pares emergentes. Estrangeiros diminuíram em 13.695 contratos, ou US$ 685 milhões, as apostas compradas em dólar futuro, ou seja, que ganham com a valorização da moeda, de acordo com dados da B3 monitorados pela corretora Renascença. Já os fundos nacionais aumentaram posição vendida (apostam na queda do dólar) em 8.135 contratos, ou US$ 407 milhões. (Altamiro Silva Junior - [email protected])     18:32   Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima Dólar Comercial (AE) 5.39300 0.0241 5.41050 5.33630 Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0 DOLAR COMERCIAL FUTURO 5420.000 0.54726 5423.000 5338.500 DOLAR COMERCIAL 5409.000 1.1028 5410.000 5407.000              
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