BOLSA SOBE 2,5% NO MÊS, CURVA DO DI DESINCLINA E DÓLAR FECHA ABRIL ABAIXO DE R$ 5

Blog, Cenário

O mês de abril foi de ganhos para a maioria dos ativos brasileiros, que foram impulsionados tanto por uma disposição maior do investidor internacional a tomar risco quanto por questões internas. A reabertura econômica da China deu algum suporte às commodities, contrabalançando com as previsões de desaceleração econômica nos Estados Unidos - essas, por sua vez, alimentando a percepção de que o ciclo de ajuste monetário está perto do fim. Os temores com relação à crise bancária nos países desenvolvidos diminuíram também, a despeito de ainda estarem no radar. Internamente, a expectativa pelos detalhes do arcabouço fiscal guiou os negócios e, embora o mercado pondere que faltam regras mais duras em caso de descumprimento das metas e que ele é muito dependente de um aumento de receitas, a visão que fica é que ela é uma regra possível, o que acaba sendo marginalmente positivo. Houve também, em especial nesta última semana, a percepção de que o primeiro trimestre não foi tão ruim para o PIB brasileiro quanto se projetava. Esta conjunção de fatores fez o Ibovespa subir 2,50% no mês, após duas quedas consecutivas (março -2,91% e fevereiro -7,49%). No dia, o índice terminou na máxima da sessão, aos 104.431,63 pontos (+1,47%), apoiado nesta percepção melhor para o crescimento do País. Só que esse cenário acaba colocando mais pressão sobre o Banco Central, que seguiu com discurso duro em busca da ancoragem das expectativas inflacionárias. E apesar da alta hoje na parte longa da curva de juros, dado o temor fiscal com a política do salário mínimo, a estrutura desinclinou no cômputo mensal. Os DIs de curto prazo, aliás, agora projetam Selic a 12,50% no fim do ano, dada a resiliência da atividade econômica. No câmbio, entre outros pontos, o atrativo diferencial de juros ancorou a moeda americana abaixo dos R$ 5 no fechamento do mês. A divisa à vista terminou o dia em R$ 4,9874 (+0,14%), recuo mensal de 1,60%. Lá fora, as bolsas de Nova York avançaram e acumularam ganhos em abril, após balanços apontarem trimestre forte de petroleiras e techs, à exceção da Amazon. Dow Jones subiu 0,80% hoje e 2,48% no mês. S&P 500 ganhou 0,83% e 1,46%, respectivamente. E Nasdaq teve valorização de 0,69% e 0,04%.

•BOLSA

•JUROS

•CÂMBIO

•MERCADOS INTERNACIONAIS

BOLSA

O Ibovespa retomou a linha dos 104 mil pontos neste último fechamento de abril, impulsionado na sessão por ganho em torno de 2% para Petrobras (ON +2,30%, PN +1,85%). Em dia positivo para o Brent e o WTI, as ações da estatal encerraram o mês acumulando alta de 11,36% (ON) e de 13,02% (PN), superando o desempenho de outros papéis de primeira linha e de grande liquidez na B3. O principal índice da Bolsa obteve leve ganho de 2,50% em abril, que interrompe sequência de perdas em março (-2,91%) e fevereiro (-7,49%), após abertura de ano positiva (+3,37% em janeiro).

Assim, no ano, o Ibovespa ainda cede 4,83% no combinado dos quatro primeiros meses. Hoje, o índice tocou mínima do dia a 102.448,52 e encerrou em alta de 1,47%, aos 104.431,63 pontos, na máxima da sessão, em avanço de pouco mais de 1.500 pontos em relação à abertura, aos 102.922,70. O giro financeiro foi a R$ 25,1 bilhões, antes do feriado de segunda-feira, quando não haverá negócios na B3. Na semana, o Ibovespa zerou perda e obteve leve avanço de 0,06% no intervalo, após retração de 1,80% e salto de 5,41% nas duas semanas anteriores.

Na ponta do Ibovespa nesta sexta-feira, destaque para Gol (+9,03%), BRF (+8,93%) e Hapvida (+7,81%), com Eletrobras (PNB -1,14%), Locaweb (-1,13%) e Sabesp (-0,65%) no lado oposto. O dia foi de ganhos moderados mas bem distribuídos pelas ações de maior liquidez e peso no Ibovespa, com Vale em alta de 0,89% e os grandes bancos mostrando avanço entre 0,33% (BB ON) e 1,31% (Bradesco ON) na sessão.

Divulgado pela manhã, o IBC-Br de fevereiro, tanto na margem (+3,32%) como na comparação com o mesmo mês do ano passado (+2,76%), trouxe bom desempenho, em sinalização favorável para o PIB do primeiro trimestre, de que as leituras mensais do índice de atividade são consideradas como indicadores antecedentes, observa Piter Carvalho, economista-chefe da Valor Investimentos. “Traz algum otimismo para os economistas que pensam que o crescimento do PIB deste ano pode ficar acima de 1%. Não é um ano fácil, mas o agro parece estar indo de vento em popa, e o setor de serviços permanece aquecido, gerando empregos”, acrescenta.

Nesta última semana de abril, o desempenho do Ibovespa ficou aquém do observado nas referências de Nova York, onde os ganhos semanais ficaram entre 0,86% (Dow Jones) e 1,28% (Nasdaq), em período que antecede a deliberação dos Federal Reserve sobre a taxa de juros dos Estados Unidos, na próxima quarta-feira. “Deve vir mesmo um aumento de 25 pontos-base”, aponta Dennis Esteves, sócio e especialista em renda variável da Blue3 Investimentos, após parte do mercado ter aventado a possibilidade de uma pausa nas elevações nesta reunião.

“O susto seria um aumento maior, de meio ponto, caso os mais recentes dados econômicos superassem as expectativas. Mas os dados, nos Estados Unidos e na Europa, têm vindo dentro ou abaixo da expectativa, mostrando economias mais fracas. Na semana, os bons resultados trimestrais apresentados pelas grandes empresas de tecnologia americanas foram o contraponto à decepção com os números da economia, como o PIB do primeiro trimestre nos Estados Unidos”, diz.

Em dólar, após ter chegado ao final do primeiro trimestre de 2023 aos 20.100,65 pontos, com a moeda americana em baixa de 2,99% em março frente ao real, o Ibovespa conclui abril perto dos 21 mil, aos 20.939,09 pontos, com recuo de 1,60% para o dólar ante a moeda brasileira no mês, na casa de R$ 4,98 no fechamento desta sexta-feira. Em fevereiro, o índice em dólar estava em 20.082,66 pontos, tendo encerrado janeiro aos 22.343,36 pontos e dezembro de 2022 aos 20.783,06.

A expectativa de queda para as ações no curtíssimo prazo saltou para mais de 30% no Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira. Entre os participantes, 33% disseram que a próxima semana deve ser de baixa para o Ibovespa, o dobro da fatia de 16,67% na pesquisa anterior. A percepção de alta, no entanto, manteve-se majoritária em 50,00%. Os que esperam estabilidade são 16,67%, de 33,33% no último Termômetro. (Luís Eduardo Leal - [email protected])

18:02

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 104431.63 1.46548

Máxima 104431.63 +1.47

Mínima 102448.52 -0.46

Volume (R$ Bilhões) 2.50B

Volume (US$ Bilhões) 5.00B

18:03

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 105200 0.76628

Máxima 105970 +1.50

Mínima 103880 -0.50

JUROS

Receios com o cenário fiscal e nova leva de indicadores econômicos sinalizando resistência da economia aos efeitos da política monetária mantiveram os juros futuros em alta durante toda a sexta-feira. Do lado fiscal, pesaram a "nova" política de valorização do salário mínimo e os dados do setor público consolidado. Já o IBC-Br veio muito acima do teto das estimativas, o que, juntamente com a leitura da Pnad Contínua, deixou o mercado mais cético sobre o espaço para queda firme da Selic nos próximos meses. A curva reverteu a perda de inclinação vista nos últimos dias, mas manteve no balanço do mês, com as taxas curtas acumulando alta e as longas, queda em relação ao encerramento de março.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou a 13,29%, de 13,22% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 subiu de 11,89% para 12,07%. O DI para janeiro de 2027 encerrou com taxa de 11,81%, de 11,66%, e a do DI para janeiro de 2029 ficou em 12,11%, de 12,00% ontem. Em 31 de março, estavam, respectivamente, em 13,19%, 12,00%, 12,07% e 12,51%.

Embora o ambiente externo tenha mostrado melhora ao longo do dia, as taxas locais não acompanharam, sob o peso da agenda e noticiário fiscal. O alívio ontem com a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de excluir benefícios tributários da base de cálculo de impostos federais hoje foi engolido pela reação negativa ao resgate da política de valorização do salário mínimo sob os parâmetros de inflação mais o PIB de dois anos antes. "A volta desse modelo de gatilho automático que vigorou nos anos de Lula e Dilma é perigoso do ponto de vista das contas públicas, pois o salário mínimo tem um poder multiplicador enorme", comentou a economista-chefe da MAG Investimentos, Patricia Pereira, para quem "Haddad [Fernando Haddad, ministro da Fazenda] saiu perdendo nessa".

Para piorar, o déficit do setor público consolidado de março, de R$ 14,182 bilhões, veio muito abaixo do esperado, até do piso das estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast, que iam de déficit de R$ 11,9 bilhões a superávit de R$ 9,850 bilhões, com mediana de saldo negativo de R$ 1,050 bilhão. A surpresa veio dos governos regionais, com déficit de R$ 4,625 bilhões no mês.

Para a Warren Rena, os resultados mostram uma situação bastante preocupante no quadro das contas públicas. Mesmo com o novo arcabouço fiscal - e considerando que possa ser aprimorado no Congresso Nacional - a tendência é de déficits ainda por alguns anos, avaliam em nota os economistas Felipe Salto, Josué Pellegrini e Fernanda Castro. "A única possibilidade de reverter esse quadro com maior rapidez seria o ingresso de receitas novas e em volume elevado. Não vemos esse quadro, por ora, como mais provável", afirmam.

O relator da proposta do arcabouço na Câmara, Claudio Cajado (PP-BA), que esteve reunido ontem e hoje com pesos pesados do mercado, sugeriu que pode tentar ampliar as travas ao aumento das despesas no texto que enviará ao Congresso, segundo relatos de participantes ao repórter Cícero Cotrim. O deputado teria se mostrado receptivo às pautas do mercado, mas não se comprometeu com mudanças específicas no texto.

Enquanto o risco fiscal puxava para cima a ponta longa, os demais vértices eram pressionados pela percepção de resiliência da atividade aos efeitos da Selic elevada. O IBC-Br saltou 3,32% em fevereiro, na margem, superando o teto das expectativas de alta de 2%. Com 147,49 pontos na série dessazonalizada, atingiu o maior patamar desde março de 2014 (147,79 pontos). O carrego estatístico é positivo em 2,18% para o indicador no primeiro trimestre, a terceira maior taxa para o mês desde 2004.

Na esteira do Caged forte ontem, hoje a Pnad Contínua mostrou que a taxa de desemprego ficou em 8,8% no trimestre encerrado em março, pouco abaixo da mediana de 8,9%, mas acima dos 8,6% até fevereiro. Nos dados dessazonalizados pelo Itaú Unibanco, porém, a taxa ficou estável em 8,5%.

Os agentes mantêm a percepção de que atividade vai desaquecer ao longo do ano, respondendo ao aperto monetário, que também deve chegar ao mercado de trabalho em algum momento, ainda que com menos intensidade do que se poderia imaginar. Enquanto isso, durante a semana, o mercado reduziu as chances de corte da Selic para o Copom de junho, que em meados de abril chegou a ser de 60% para uma queda de 25 pontos-base. Nesta tarde, segundo cálculos da BlueLine Asset, eram de apenas 20% na precificação da curva, contra 80% de probabilidade de manutenção. Para o Copom da semana que vem, está consolidada a aposta de taxa inalterada no nível de 13,75%. Para o fim de 2023, a projeção é de 12,50% e para o fim de 2024, de 11%. (Denise Abarca - [email protected])

CÂMBIO

O dólar à vista operou em terreno positivo ao longo de todo o pregão em sintonia com o exterior, devolvendo parte da queda expressiva de ontem (-1,52%), mas se manteve abaixo da linha de R$ 5,00 no fechamento. O comportamento da moeda americana no mercado local sofreu forte influência da disputa técnica para formação da última Ptax de abril e pela rolagem de posições no segmento futuro de câmbio.

No noticiário doméstico, analistas viram forças distintas atuando sobre a precificação do dólar. Dados positivos da economia brasileira, como avanço de 3,32% do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) em fevereiro, favorecem ao real, ao mostrar perspectivas melhores para atividade e possível manutenção da taxa Selic em 13,75% por longo período. De outro lado, pesam dúvidas ainda sobre o controle das contas públicas. Após impacto positivo ontem da decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) favorável ao governo na questão tributária, houve certo desconforto com a definição da nova política de reajuste do salário mínimo.

Com máxima a R$ 5,0183, na primeira hora de negócios, e mínima a R$ 4,9795, à tarde, o dólar encerrou a sessão desta sexta-feira, 28, cotado a R$ 4,9874, em alta de 0,14%. Na semana, graças sobretudo ao tombo de ontem, a moeda recuou 1,40%, terminando abril com perda de 1,60%. No ano, o dólar acumula baixa de 5,54%. Com a rolagem de posições no mercado futuro, o contrato da moeda para liquidação em junho, que passa a ser o mais líquido, teve giro forte, acima de US$ 17 bilhões.

Entre as principais divisas emergentes e de exportadores de commodities, o real foi a única moeda, ao lado do peso mexicano, a se apreciar frente ao dólar no mês. Divisas menos relevantes do leste europeu, como florim húngaro e zloty polonês, também se destacaram. Termômetro do comportamento do dólar frente a seis divisas fortes, o índice DXY operou em alta comedida hoje, acima da linha dos 100,600 pontos, mas encerrou a semana com leve baixa e acumulou recuo de quase 1%.

Segundo o economista-chefe da Western Asset, Adauto Lima, a safra recente de indicadores domésticos (serviços, varejo e mercado de trabalho) mostra que a economia não está desacelerando no ritmo em que se previa, o que sugere que não há espaço para que o Banco Central inicie um processo de corte de juros ainda no primeiro semestre, como esperado por uma ala dos investidores.

"Os dados de atividade consolidam a visão de que o BC vai demorar a reduzir juros. Outro fator importante no curto prazo é que a balança comercial continua bastante positiva, com a parte agrícola. Isso tudo ajuda na dinâmica do câmbio", afirma Lima. "Se o país conseguir fazer a coisa certa na questão fiscal, o real pode se apreciar mais, porque a moeda não está valorizada".

A perspectiva de manutenção de taxa Selic elevada por mais tempo, aliada à visão de que o aperto monetário nos EUA está perto do fim e de que o juro terminal por lá não vai chegar a 6%, tende a dar suporte a moeda brasileira ao manter um diferencial elevado de taxas. Nos EUA, o índice de preços de gastos ao consumo (PCE) avançou 0,1% em março e seu núcleo - que exclui alimentos e energia - subiu 0,3%, em linha com as expectativas. Monitoramento da CME mostram que as chances de alta dos FedFunds em 25 pontos-base na próxima semana, dia 3, ultrapassaram novamente 90%.

Por aqui, é unânime a aposta de que o Comitê de Política Monetária (Copom) vai anunciar, também no dia 3, manutenção da taxa Selic em 13,75%. As dúvidas giram em torno da possibilidade de aceno para início de um ciclo de corte à frente. Ontem, em debate sobre os juros no Senado, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, embora tenha elogiado os esforços do ministério da Fazenda na área fiscal, falou duro ao dizer que as projeções de inflação do BC "pioraram e estacionaram em nível alto e distante da meta".

"Para o estrangeiro está cada vez mais difícil querer vender real para comprar dólar, principalmente em decorrência do aumento nas taxas de juros locais. A favor do real também pesa a internalização de dólares pelos exportadores, atraídos pela remuneração gorda da renda fixa", afirma o CEO do transferbank, Luiz Felipe Bazzo.

No front fiscal, a expectativa é pelo parecer do relator da proposta do novo arcabouço fiscal na Câmara, deputado Claudio Cajado (PP-BA). Segundo apurou o Broadcast, em reuniões com integrantes mercado financeiro deste ontem, Cajado sugeriu que pode tentar ampliar as travas ao aumento das despesa públicas no texto que vai apresentar.

"Há sinais de que o relator e o Centrão querem pôr mais limites aos gastos, mas vamos ver como o governo vai reagir a isso. O dólar passou a trabalhar mais baixo depois da proposta do arcabouço, porque tirou os riscos que vinham com a PEC da Transição, que foi muito ruim. Mas a proposta é muito dependente da receita, não tem punição para descumprimento e vai provocar aumento da carga tributária", diz Lima, da Western Asset. (Antonio Perez - [email protected])

18:02

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 4.98740 0.1446 5.01830 4.97950

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5001.000 0.24053 5018.000 4982.000

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5017.500 0.04985 5049.500 5009.500

MERCADOS INTERNACIONAIS

A percepção de que os problemas do First Republic Bank são mais idiossincráticos do que representativos de todo o sistema bancário blindou Wall Street do noticiário negativo sobre o futuro do banco. As bolsas de Nova York avançaram e acumularam ganhos em abril, após balanços apontarem trimestre forte de petroleiras e techs. O ambiente ameno também favoreceu o petróleo, que subiu mais de 2% no dia. Mas o movimento não presume o desaparecimento completo das incertezas sobre o setor financeiro. Afinal, o Federal Reserve (Fed) sinalizou a necessidade de mais regulação após um exercício de revisão dos eventos que culminaram no colapso do Silicon Valley Bank. Nesse quadro ambíguo, o dólar oscilou sem ímpeto ao longo do dia e os retornos dos Treasuries recuaram, com a desaceleração dos preços medidos pelo PCE, de um lado, e avanço das expectativas de inflação nos EUA, do outro. Após o fechamento dos mercados, a <i>Reuters</i> informou que os reguladores estavam se preparando para assumir o controle do First Republic.

Múltiplos veículos da imprensa estrangeira indicaram que, no momento, o destino do First Republic parece estar limitado a duas alternativas: a compra por uma outro banco ou uma intervenção direta de reguladores. Segundo a <i>CNBC</i>, o resultado mais "provável" agora é a Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC) assumir o controle da empresa, em uma medida semelhante à que fechou Silicon Valley Bank (SVB) e Signature Bank em março. O Fed, aliás, admitiu erros no trabalho de supervisão do SVB, embora tenha culpado a gestão da companhia pela quebra.

Em meio às especulações, o papel do First Republic despencou mais de 40%, depois de ter as negociações paralisadas diversas vezes ao longo dia. No entanto, Goldman Sachs e JPMorgan subiram 0,54% e 0,87%, respectivamente, em um indício de que os temores de um contágio disseminado arrefeceram. "A crise bancária ainda não acabou, mas parece que não levará a um problema sistêmico que paralisará a economia dos EUA", resume o analista Edward Moya, da Oanda.

A avaliação menos pessimista ajudou a manter os três principais índices acionários no azul: o Dow Jones avançou 0,80%, a 34.098,16 pontos; o S&P 500 ganhou 0,83%, a 4.169,48 pontos; e o Nasdaq se elevou 0,69%, a 12.226,58 pontos. No mês, houve ganhos de 2,48%, 1,46% e 0,04%., respectivamente. Chevron (+0,98%) e Exxon Mobil (+1,29%) estiveram entre os destaques do pregão, depois que as duas empresas informaram lucro no primeiro trimestre, apesar da recente queda nos preços de petróleo. Por outro lado, Amazon cedeu 3,98%, em meio a preocupações sobre a divisão de computação na nuvem, ainda que as receitas tenham avançado nos três primeiros meses.

Os números da gigante varejista fundada por Jeff Bezos contrastou com os dados das gigantes de tecnologia, que enfrentaram bem o contexto de desaceleração da maior economia do planeta. Para o Rabobank, os Estados Unidos terão que entrar em recessão para aplacar de vez a alta da inflação. Hoje, o Departamento do Comércio do país revelou que O índice de preços de gastos com consumo (PCE), medida inflacionária preferida do Fed, desacelerou do avanço anual de 5,0% em fevereiro a 4,2% em março. Já a Universidade de Michigan confirmou a continua aceleração das expectativas de inflação.

Diante disso, o Rabobank acredita que o único evento que poderia impedir uma alta de 25 pontos-base nos juros do Federal Reserve (Fed) na semana que vem seria uma deterioração muito acentuada nos riscos bancários. Monitoramento do CME Group aponta cerca de 80% de chance de uma elevação nessa magnitude na quarta-feira, mas também indica probabilidade cada vez maior de corte de juros no final deste ano. "A probabilidade de um pouso suave caiu ainda mais agora que o Fed depende do aperto de crédito", resume o banco.

Com o horizonte econômico incerto, os rendimentos dos Treasuries recuaram: no fim da tarde em Nova York, o da T-note de 2 anos cedia a 4,027%; o da T-note de 10 anos, a 3,430%; e o do T-bond de 30 anos, a 3,662%. Já o dólar teve comportamento misto ante pares, em alta ante euro, mas em baixa frente à libra. O índice DXY, que mede a moeda americana ante seis rivais fortes, avançou0,15%, a 101,659 pontos. O dólar também aumentava ante o peso colombiano, após o BC da Colômbia subir juros em 25 pontos-base, a 13,25% ao ano. "Com base em nossas perspectivas de inflação, expectativas de inflação e atividade econômica até a próxima decisão de política monetária (30 de junho), acreditamos que esta foi a última alta do ciclo", pontua o TD Securities.

Com o câmbio sem direcionamento claro, o petróleo reagiu a dados que indicaram sentimento do consumidor resiliente nos EUA. Ainda assim, a commodity perdeu mais de 1% na semana. Na sessão de hoje, o barril do WTI para junho avançou 2,70%, a US$ 76,78, e o do Brent para julho ganhou 2,70%, a US$ 80,33. (André Marinho - [email protected])

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