Em um pregão bastante volátil, fatores externos e domésticos ditaram o ritmo dos ativos locais, com alguns deles, como a bolsa, se descolando do movimento positivo visto em Nova York. Por aqui, a demissão de Luiz Henrique Mandetta, até então ministro da Saúde, no fim da tarde ajudou a acelerar a queda da Bolsa e coincidiu com o dólar nas máximas. Mas o anúncio do substituto, o oncologista Nelson Teich, que já mostrou compromisso público com a manutenção do distanciamento social como melhor estratégia para lidar com a disseminação do novo coronavírus, limitou os movimentos. Prevaleceram, então, outros motivos: no caso do Ibovespa, a queda das ações dos bancos, em meio a críticas do secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, pesou e o índice recuou pelo segundo dia consecutivo, hoje em 1,29%, aos 77.811,85 pontos. O dólar, por sua vez, influenciado pelo cenário externo, em meio a novos dados negativos sobre a economia global, engatou o quarto pregão de alta diante do real, ao encerrar com valorização de 0,29%, a R$ 5,2567, mais de R$ 0,16 mais caro do que o fechamento da última sexta-feira, quando estava em R$ 5,0942. Em meio ao avanço do câmbio, os juros curtos terminaram com viés de alta, enquanto os longos, mesmo diante do aumento do ruído político, tiveram queda firme, o que resultou em nova desinclinação da curva de juros. E a razão para tal movimento é bastante particular: a aprovação, pelo Senado, da PEC do Orçamento de Guerra, com autorização para o Banco Central comprar títulos de empresas. E apesar de algumas travas impostas pelos senadores, a manutenção das debêntures na lista de títulos privados a serem negociados foi considerada positiva. Além disso, o cancelamento dos leilões de NTN-F nesta quinta-feira também retirou pressão da curva. Enquanto isso, em Nova York, depois da cautela que preponderou ao longo da maior parte do dia, os principais índices de Wall Street ganharam força nos minutos finais e terminaram com ganhos, diante da expectativa por novidades sobre a reabertura da economia americana. Hoje, o presidente do país, Donald Trump, buscou mostrar otimismo sobre as perspectivas para essa retomada. Às 19h, ele deve detalhar os planos do governo federal, após videoconferência com governadores.
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