BOLSA E REAL TÊM SEMANA DE ALÍVIO COM RISCO RECESSÃO AMENIZADO, MAS FISCAL PESA EM DI

Blog, Cenário

Os ativos domésticos encerram a semana, a primeira completa em julho, com movimentos mistos. Após um junho amargo, Bolsa e real terminam com alívio, mas as taxas da renda fixa tiveram dia e semana de altas. Hoje, o dólar emplacou o segundo pregão consecutivo de perdas ante o real, recuando aos R$ 5,2680 no fechamento após ter atingido o pico intraday de R$ 5,46 na quarta-feira. Além do dia positivo para commodities - o barril do Brent encerrou negociado em alta de 2,26% -, a percepção é de que a moeda americana encontrou espaço para recuperação com a procura pelo dólar tendo cedido no exterior com a amenização dos temores de recessão global. Assim, terminou o dia em queda de 1,44% e a semana, com recuo de 1,00%. O movimento, contudo, não foi suficiente para acalmar os DIs. O sentimento de aversão a risco que imperou nos últimos dias e sinais persistentes de inflação global, além dos temores domésticos sobre o fiscal, levaram as taxas a uma semana de alta. Mesmo os dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) abaixo do consenso em junho foram deixados de lado, com o DI para 2025 tendo terminado a sessão regular próximo dos 13%. Já o Ibovespa conseguiu sustentar o segundo dia acima dos 100 mil pontos, apesar das perdas na sessão. Hoje, encerrou em queda de 0,44%, aos 100.288,94 pontos. Na semana, ainda sustenta alta de 1,35%. O índice responde à cautela local, com a ainda resiliente inflação doméstica, e externa, com os dados acima do esperado de emprego (payroll) nos Estados Unidos alimentando apostas ainda mais ousadas para o Federal Reserve (Fed). Chances de alta de até mesmo 100 pontos-base passaram a aparecer na curva. Assim, os Treasuries foram impulsionados, com a curva ainda invertida entre os retornos da T-note de 2 e 10 anos. Já os índices americanos terminaram o dia próximos da estabilidade, sem direção única.

•CÂMBIO

•JUROS

•BOLSA

•MERCADOS INTERNACIONAIS

CÂMBIO

Com aprofundamento das perdas nas duas últimas horas de negócios, o dólar emendou na sessão desta sexta-feira (8) o segundo pregão consecutivo de queda firme e encerrou a semana com recuo de 1%, voltando a ser negociado abaixo da linha de R$ 5,30. No momento de mais estresse na semana, na quarta-feira (6), a divisa chegou a tocar R$ 5,46 e fechou acima da linha de R$ 5,40, níveis de fins de janeiro.

Segundo operadores, o ambiente de recuperação de preços de commodities e a diminuição da busca pela moeda americana no exterior, dada a redução dos temores de recessão nos EUA, abriram espaço para ajustes e realização de lucros no mercado doméstico de câmbio. Também haveria redução das incertezas fiscais com a perspectiva de aprovação da PEC dos Benefícios na Câmara dos Deputados na semana que vem sem inclusão de mais benesses em relação ao texto que saiu do Senado.

Afora uma alta pontual pela manhã, na esteira da divulgação de dados fortes do mercado de trabalho dos EUA em junho, o dólar operou com sinal negativo ao longo de toda a sessão. Entre mínima a R$ 5,2606 e máxima a R$ 5,3691, a moeda fechou cotada a R$ 5,2680, em baixa 1,44%. Apesar de acumular queda de 2,83% nos dois pregões de ontem e hoje e ter encerrado a semana com perda de 1%, o dólar ainda acumula valorização, ainda que modesta, em julho (+0,63%).

"O real tenta se recuperar hoje após beliscar R$ 5,46 na semana com receios em relação ao quadro fiscal brasileiro. O cenário é de muita volatilidade, mas o câmbio naquelas bandas estava bastante exagerado e poderia sofrer um ajuste a qualquer momento", afirma, em nota, o diretor de produtos de câmbio da Venice, André Rolha. "Parece que R$ 5,45 é uma barreira técnica para o dólar buscar patamares mais elevados como vimos em dezembro de 2021".

No exterior, o índice DXY - que mede o desempenho do dólar frente a seis divisas fortes - passou a tarde em leve queda, mas ainda em níveis elevados, no limiar dos 107,000 pontos. Em relação a divisas emergentes e de países exportadores de commodities, o dólar teve comportamento misto, com o real ostentando os maiores ganhos.

Pela manhã, o relatório de emprego nos EUA (payroll) mostrou criação de 372 mil vagas em junho, bem acima do esperado (275 mil vagas). Com a pujança do mercado de trabalho, tornou-se quase unânime a aposta de que o Federal Reserve vai promover nova alta de 75 pontos-base na taxa básica americana em seu encontro neste mês. Por outro lado, reduziram-se os temores de uma degringolada da atividade nos EUA.

Não por acaso, o apetite ao risco começou a se recuperar após o BC americano não mencionar em sua ata, divulgada na quarta-feira (6), a palavra recessão. A mensagem foi reiterada ontem por dirigentes do Fed, como o presidente da distrital de St. Louis, James Bullard, que vê grandes chances e um "pouso suave" da economia americana.

A sensibilidade ao tema é tamanha que o mercado chegou a azedar pontualmente no início da tarde após o presidente do Fed de Nova York, John Willians, dizer que o "forte compromisso" do BC americano é levar a inflação à meta de 2% e alertar que o crescimento deve desacelerar "de modo considerável" neste ano.

Para a economista-chefe da Armor Capital, Andrea Damico, o real surpreendeu nesta semana ao ter um desempenho relativo melhor que seus pares, em meio a um ambiente ainda de dólar forte no exterior, com o índice DXY acima dos 106,00 pontos. A moeda brasileira, avalia, pode ter se beneficiado de uma recuperação marginal das cotações das commodities, que ainda acumulam queda "razoável" no período de 30 dias. Além disso, o fato de a Câmara não ter incorporado novos gastos ao texto da PEC dos Benefícios não deixa de ser uma "notícia um pouco melhor, em um mar de notícias ruins para o risco fiscal".

"Pode ter tido algum fluxo potencializando a recuperação relativa do real. Mas é algo de curto prazo. A tendência estrutural ainda é de depreciação, seja pelo dólar forte no exterior, seja pelo cenário doméstico de elevação do risco fiscal", afirma Damico, que vê a taxa de câmbio voltando ao patamar de R$ 5,30 e "eventualmente" até R$ 5,40.

Por aqui, as atenções estiveram voltadas à divulgação do IPCA de junho, que registrou alta de 0,67%, abaixo da mediana de Projeções Broadcast (0,71%). No ano, o IPCA avança 5,49%. Em doze meses, o índice acumula alta de 11,89%. Com as desonerações de tributos sobre combustíveis, como a imposição de um teto para o ICMS, analistas esperam que o IPCA apresente em julho a primeira deflação desde maio de 2020. (Antonio Perez - [email protected])

17:28

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.26800 -1.4424 5.36910 5.26060

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5297.000 -1.46033 5402.000 5293.500

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5433.493 06/07    

JUROS

Os juros futuros tiveram alta consistente nesta sexta-feira, encerrando uma semana dominada pela aversão ao risco no exterior e temores da área fiscal. Apenas a sessão de ontem foi de baixa. O IPCA de junho abaixo do consenso teve hoje efeito residual sobre a curva no começo do dia, com o mercado reagindo mais aos sinais emitidos pela abertura do indicador e, principalmente, acompanhando a pressão da curva dos Treasuries. Os dados fortes do payroll de junho reforçaram as apostas num Federal Reserve agressivo na condução da política monetária, enquanto, por aqui, vai ficando cada vez mais apertado o espaço para o Copom encerrar o ciclo de alta de juros em agosto e iniciar ainda no ano que vem o processo de reversão. No balanço da semana, a curva perdeu inclinação.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 subiu de 13,76% ontem a 13,78% hoje. O janeiro 2024 foi de 13,516% a 13,63%. O janeiro 2025 saltou de 12,799% a 12,96%. E o janeiro 2027 avançou de 12,73% a 12,845%.

Com o movimento acumulado da semana, as taxas, em especial as de curto e médio prazo, terminaram o dia perto das máximas do ano. Em relação à última sexta-feira, enquanto as longas abriram em torno de 25 pontos-base, as curtas subiram cerca de 30 pontos. O diferencial negativo entre os contratos para janeiro de 2027 e janeiro de 2024 abriu de -71,5 pontos na sexta passada para -78,5 hoje.

O fator externo acabou prevalecendo na curva local ante o efeito do IPCA, de queda das taxas, que ficou restrito à primeira meia hora de negócios quando o mercado viu que o índice de 0,67% tinha vindo abaixo da mediana das estimativas (0,71%). Mas assim que começaram leituras mais detalhadas dos preços de abertura, o recuo das taxas foi perdendo força, com núcleos e preços de serviços acima do consenso. A avaliação de que o impacto das medidas do PLP 18 e PEC dos Combustíveis pode levar o índice à deflação em julho e as novas revisões em baixa para o IPCA em 2022 não convenceram o mercado a reduzir prêmio de risco.

"O mercado aguarda os efeitos das medidas para ver o que será do IPCA de 2022 e o que será transportado para 2023, quando acabam as desonerações", comenta Igor Cavaca, head de gestão de investimentos da Warren Asset, lembrando ainda dos efeitos defasados da política monetária. "O que a curva mostra é um BC por mais tempo com a Selic parada em nível elevado", afirma, em relação ao trecho curto da curva.

Os vencimentos mais longos têm sido penalizados pela piora de risco fiscal e externo, hoje com a repercussão do relatório de emprego nos EUA nas curvas globais. A taxa da T-Note de dez anos se aproximou de 3,10% e a de 2 anos já rompeu tal marca, negociada a 3,14% no meio da tarde, com o mercado embutindo já alguma chance de o Federal Reserve reforçar a dose de aumento de juros, com 100 pontos-base no encontro de julho. A criação de 372 mil vagas de trabalho no mês passado, bem acima da mediana de 275 mil, endossou a mensagem recente dos diretores minimizando o risco de recessão no país.

A equipe da MCM Consultores destaca que a geração média mensal de postos nos Estados Unidos tem recuado gradualmente, mas permanece em patamar duas vezes superior ao registrado antes da pandemia, e que, num ritmo de crescimento mais lento, a massa salarial ainda está num patamar elevado em comparação com a alta da inflação no mesmo período. "Adicionalmente, o desequilíbrio entre demanda e oferta de mão de obra permanece intenso", observam os economistas da instituição. Para eles, por ora, não há ainda espaço para "refrescos". "Em nossa visão, o cenário mais provável continua a incluir um novo ajuste de 75 pontos base da taxa básica de juros na próxima reunião do Fomc." (Denise Abarca - [email protected])

17:28

 Operação   Último 

CDB Prefixado 31 dias (%a.a) 13.25

Capital de Giro (%a.a) 6.76

Hot Money (%a.m) 0.63

CDI Over (%a.a) 13.15

Over Selic (%a.a) 13.15

BOLSA

A resiliência dos dados oficiais de inflação no Brasil em junho e a geração de empregos acima do esperado para o mesmo mês nos Estados Unidos contribuíram para que o Ibovespa replicasse a cautela vista também em Nova York, em boa parte desta última sessão de semana na qual se acumularam ganhos moderadamente, aqui como em Wall Street. Hoje, o avanço no período foi aparado por desempenho negativo do Ibovespa, em baixa de 0,44%, aos 100.288,94 pontos, conseguindo preservar pelo segundo dia a linha dos seis dígitos que, até ontem, não era vista em encerramento desde o último dia 28.

Entre a mínima e a máxima desta sexta-feira, o índice oscilou dos 99.958,49 aos 101.576,67, saindo de abertura aos 100.731,54 pontos. Após alguma recuperação ontem, o giro financeiro voltou a ficar bem fraco nesta véspera de fim de semana, limitado a R$ 17,4 bilhões. O ganho de 1,35% na semana vem após o de 0,29% no intervalo anterior, que havia interrompido série de quatro perdas. No mês, o Ibovespa avança 1,77%, ainda cedendo 4,32% no ano.

À exceção de Petrobras (ON +0,91%, PN +1,12%) e ao fim dos bancos (BB ON +0,97%, Bradesco ON +0,35%), o dia se mostrava majoritariamente negativo para ações e setores de maior peso no índice, que ontem haviam avançado em bloco e passaram, em boa parte, a acumular ganhos na semana - situação estendida hoje aos papéis de Petrobras, que subiram respectivamente 0,29% e 0,95% no agregado de segunda a sexta. Na ponta do Ibovespa na sessão, destaque para Azul (+6,23%), Cielo (+5,13%) e Via (+3,40%). No lado contrário, Hapvida (-4,37%), CVC (-4,28%) e Sul América (-3,17%). Vale ON cedeu 2,31% nesta sexta-feira, ainda avançando 0,40% na semana.

Com os descontos que começaram a aparecer em abril e se aprofundaram em junho após a leve recuperação de maio, os investidores aos poucos voltam a olhar oportunidades de compra, não apenas em ações mais líquidas como também nas que ficaram bem para trás no ano. O otimismo do mercado sobre o comportamento das ações no curtíssimo prazo teve impulso no Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta. Nenhum dos participantes disse esperar queda para o Ibovespa na próxima semana, com as expectativas divididas entre alta (76,92%) e estabilidade (23,08%), o que não ocorria desde a primeira semana de dezembro de 2021. No último Termômetro, 42,86% diziam esperar ganhos esta semana; outros 42,86%, variação neutra; e 14,29%, baixa.

Ainda assim, o cenário macro permanece enevoado pela resiliência da inflação no País, enquanto em Brasília se encaminha com dificuldade a votação, na próxima semana, da PEC dos Benefícios, com ampliação de transferências em meio às dificuldades de renda na população. Ontem, o baixo quórum fez com que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), aliado do governo, decidisse não colocá-la em votação, transferida para a próxima terça (12). Enquanto a ampliação de gastos não vem, economistas monitoram a inflação, ainda forte em junho.

"A inflação (pelo IPCA) atingiu 11,89% em junho, seguindo bem longe da meta do Banco Central para o ano. Apesar da aceleração no mês, os dados indicam um início bem gradual do enfraquecimento da alta de preços", aponta Rachel de Sá, chefe de economia da Rico Investimentos, apesar do avanço em 12 meses em relação ao observado em maio (11,73%), com o IPCA acumulando alta de 5,5% desde janeiro, acima portanto da meta para o ano todo, de 3,50%.

"Ponto positivo foi a queda da difusão, que passou de 0,72% para 0,67%", observa Tatiana Nogueira, economista da XP. "À frente, com a sanção do PLP 18, medida que diminui impostos de energia elétrica, gás natural, combustíveis, telecomunicações e transportes coletivos, o IPCA deve entrar em campo deflacionário. Estimamos deflação de -0,81% em julho e IPCA de 7,0% no ano."

Para Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, os dados tenderam a ser bem recebidos pelo mercado, na medida em que vieram um pouco abaixo da mediana das projeções para o mês, apesar do avanço ante maio. "Sabíamos que haveria pontos mais específicos (com efeito no mês), como o reajuste de planos de saúde", diz o estrategista, antecipando que o IPCA deve convergir para patamar mais baixo em julho, com as reduções de ICMS já anunciadas por vários Estados.

No exterior, o destaque da agenda nesta última sessão da semana foram os dados oficiais sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos, com geração de vagas acima do esperado para o mês. "O payroll de junho tende a reforçar a percepção do mercado de que o Federal Reserve estará mais inclinado a elevar a taxa de juros de referência em 0,75 ponto porcentual (na próxima reunião, em julho), com o mercado de trabalho americano ainda bastante aquecido", avalia Cruz. Ele destaca, além da geração de vagas, a taxa de desemprego, que permaneceu em 3,6% pelo terceiro mês seguido, e números ainda "mostrando ganho salarial relevante" por hora trabalhada.

"O processo de acomodação dos ativos de risco está na metade do caminho. Ainda há volatilidade no segundo semestre para acontecer, e por um motivo simples: o mercado ainda não encontrou nem a taxa de juros nominal nos Estados Unidos que fará com que a economia americana esfrie o suficiente para trazer a inflação de volta ao centro da meta, nem quanto a economia precisará desacelerar para que isso aconteça", diz Daniel Miraglia, economista-chefe do Integral Group. (Luís Eduardo Leal - [email protected])

17:27

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 100288.94 -0.43759

Máxima 101576.67 +0.84

Mínima 99958.49 -0.77

Volume (R$ Bilhões) 1.74B

Volume (US$ Bilhões) 3.27B

17:28

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 101555 -0.84456

Máxima 102815 +0.39

Mínima 101135 -1.25

MERCADOS INTERNACIONAIS

Ainda digerindo o forte resultado do payroll, as bolsas de Nova York operaram com volatilidade nesta tarde, e terminaram mistas. O presidente do Federal Reserve (Fed) de Nova York, John Williams reforçou o comprometimento em combater a alta inflação nos Estados Unidos e prevê que haja desaceleração considerável da economia americana neste e no próximo ano. Os comentários vieram na esteira da sinalização por outros dirigentes de elevar os juros básicos em 75 pontos-base em julho. Os juros dos Treasuries subiram nesta sessão, com a curva ainda invertida entre os retornos da T-note de 2 e 10 anos. As commodities, incluindo petróleo, avançaram hoje, mas acumularam perdas semanais diante da força da divisa americana ante rivais. No Reino Unido, o ex-ministro das Finanças, Rishi Sunak se candidatou para substituir Boris Johnson como premiê.

Foram 372 mil postos de trabalho criados nos EUA em junho. O resultado "parece zombar" das alegações de que a maior economia do mundo está entrando em uma recessão, avalia a Capital Economics. O argumento de um mercado de trabalho robusto foi usado pelo diretor do Fed Christopher Waller (vota) e o presidente da distrital de St. Louis, James Bullard (vota), para defender as expectativas de um "pouso suave" para a economia. Ou seja, com alívio de inflação, sem que haja recessão. Ambos os dirigentes disseram que devem apoiar alta de 75 pontos-base nos juros básicos neste mês, comentário reforçado pelo presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, nesta manhã.

Já Williams (vota) reafirmou, em evento, que o foco do banco central americano é combater a inflação e levá-la de volta à meta de 2%. O presidente do Fed de Nova York projeta que o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA crescerá "menos de 1%" em 2022 e "cerca de 1,0% a 1,5%" em 2023. O economista-chefe do JPMorgan, Bruce Kasman, também espera que haja uma moderação da economia americana, mas não recessão, conforme disse a investidores em teleconferência. Sua expectativa é que o Fed repita a alta de 75 pontos-base nos juros. Ferramenta do CME Group mostra, porém, que agora existe 4,6% de probabilidade de alta de 100 pontos-base já na próxima reunião.

Na próxima semana, os operadores devem voltar a atenção para o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), ao produtor (PPI, na sigla em inglês) e dados de varejo nos EUA.

Hoje, as bolsas de Nova York ficaram sem sinal único. O Dow Jones caiu 0,14%%, a 31.339,53 pontos, o S&P 500 perdeu 0,08%, a 3.899,37 pontos, enquanto o Nasdaq teve alta de 0,12%, a 11.635,31 pontos. Na semana, os ganhos acumulados foram de 0,77%, 1,94% e 4,56%, respectivamente. No entanto, na comparação anual, as perdas ficam em 8,36%, 9,75% e 20,09%, nessa ordem.

Os juros dos Treasuries, por sua vez, avançaram nesta sessão, com parte da curva ainda invertida - o que é entendido por alguns analistas como sinal de uma possível recessão. No fim da tarde em Nova York, o retorno da T-note de 2 anos subia a 3,102%, o da T-note de 10 anos, a 3,077% e o do T-bond de 30 anos ganhava a 3,258%. A Oxford Economics ressalta que as negociações de títulos nesta semana foram permeadas pela incerteza quanto a crescimento econômico, inflação e política do Fed.

No mercado cambial, o dólar ficou misto ante suas principais rivais. No horário citado, a divisa americana tinha leve alta a 136,05 ienes, enquanto o euro subia a US$ 1,0181 e a libra ficava quase estável a US$ 1,2028. Depois de ter atingidos as máximas em cerca de 20 anos nesta semana, o índice DXY fechou em baixa de 0,11%, a 107,007 pontos.

Entre mergentes, o peso argentino voltou a recuar ante o dólar e, segundo a imprensa local, operadores acreditam que o governo do presidente Alberto Fernández prepara uma desvalorização no câmbio, depois da troca no comando do Ministério da Economia. O Ámbito Financiero diz que o mercado avalia que a desvalorização pode ser de 80%, a julgar pelas negociações atuais de dólar futuro. No horário citado, o dólar avançava a 126,7824 pesos, de 126,5424 no fim da tarde de ontem. Já o dólar no mercado paralelo ("blue") era vendido a 273 pesos, informava o mesmo jornal.

Neste cenário, o petróleo WTI para agosto fechou em alta de 2,00% (US$ 2,06), a US$ 104,79 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para setembro subiu 2,26% (US$ 2,37), a US$ 107,02 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). Na comparação semanal, o contrato do WTI caiu 3,36% e o do Brent teve baixa de 4,13%.

Em questões geopolíticas, o presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou ainda não ter decidido sobre a possibilidade de suspensão de tarifas comerciais à China. Já no Reino Unido, o ex-ministro das Finanças, Rishi Sunak, que integrou a debandada que levou à renúncia de Boris Johnson, se candidatou para ocupar a posição de líder do Partido Conservador e primeiro-ministro britânico. (Ilana Cardial - [email protected])

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