BOLSA E REAL INTERROMPEM SEQUÊNCIA POSITIVA EM DIA VOLÁTIL, DE OLHO EM GUERRA E CHINA

Blog, Cenário

Depois de oito pregões positivos para Bolsa e real, chegou a hora de um pequeno ajuste em baixa, influenciado tanto pelo exterior vacilante quanto pelo espaço que havia para correção. O Ibovespa, até tentou contrariar o tombo do petróleo - e das ações da Petrobras, em meio a rumores de troca de comando na estatal - na hora final, mas acabou cedendo 0,29%, aos 118.737,78 pontos. O dia foi volátil tanto aqui quanto no exterior, em meio às incertezas em relação à guerra no Leste Europeu, mesmo com negociações marcadas para amanhã, e diante do aumento de número de casos de covid-19 na China. Neste último caso, o temor é de que novos lockdowns em cidades importantes do gigante asiático, como Xangai, tenham impacto na atividade global, inclusive na demanda por petróleo, por exemplo. Mesmo assim, as bolsas em Wall Street, que passaram grande parte da sessão sem firmeza, encerraram o com ganhos. Seja como for, o enfraquecimento das commodities puxou o dólar globalmente, inclusive diante do real. Na máxima, a moeda americana chegou a superar os R$ 4,80, mas acabou com ganho mais modesto, de 0,53%, a R$ 4,7726. Até porque, a leitura é de que por mais que o Banco Central brasileiro encerre o ajuste monetário na próxima reunião, com a Selic em 12,75%, e o Fed acelere o passo, o diferencial de juros interno e externo continuará atrativo para operações de carry trade. Na renda fixa, aliás, o fato de o presidente do BC, Roberto Campos Neto, ter reafirmado a estratégia de subir a Selic em apenas mais um ponto e a forte baixa do petróleo voltaram a sancionar a retirada de prêmios da curva a termo, com queda mais pronunciada dos DIs intermediários e longos.

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BOLSA

O Ibovespa inicia a última semana do mês acumulando ganho de 4,95% em março, com ajuste moderado nesta segunda-feira para a referência da B3 após sequência de oito ganhos, a mais longa desde a virada de maio para junho passado. Hoje, fechou em baixa de 0,29%, a 118.737,78 pontos, interrompendo avanço de 10.121,83 pontos observado até a última sexta-feira em relação ao encerramento de 15 de março. Nesta segunda, oscilou entre mínima de 118.060,65 e máxima de 119.444,42, saindo de abertura a 119.082,27. O giro foi de R$ 26,6 bilhões na sessão. No ano, o Ibovespa sobe 13,28%.

Assim como o Ibovespa, o dólar fez uma pausa nesta segunda-feira após série de oito sessões de recuo frente ao real. Hoje, a moeda americana fechou em alta de 0,53%, a R$ 4,7726, tendo oscilado entre mínima de R$ 4,7360 e máxima de R$ 4,8190 na sessão. O petróleo, por sua vez, teve forte queda, acima de 9%, com o Brent negociado na faixa de US$ 109 por barril no fim desta tarde, enquanto o mercado acompanha tanto os desdobramentos em torno do Leste Europeu, à espera de novas conversas marcadas para amanhã entre os países em conflito, como também a ressurgência de casos de Covid-19 na China, que recolocou Xangai em lockdown.

"Desde que a guerra começou, os preços das commodities têm ditado a dinâmica dos mercados como um todo, pelo efeito sobre a inflação global. O petróleo caiu, mas segue em patamar elevado", diz Artur Schneider, responsável por produtos na Monte Bravo Investimentos, chamando atenção, nesta semana, tanto para a divulgação do PCE, métrica preferida do Federal Reserve para a inflação ao consumidor nos Estados Unidos, que será conhecido na quinta-feira, como para os dados atualizados, referentes a março, sobre o mercado de trabalho americano, na sexta-feira.

"O movimento de alta dos juros nos Estados Unidos pode prejudicar esse fluxo (para Brasil) adiante, mas por ora a diferença entre os nossos 11,75% de Selic e o nível de 0,25%/0,50% de juro básico nos Estados Unidos segue bastante significativa, mesmo considerando o nível de inflação nos dois países", aponta Rachel de Sá, chefe de Economia da Rico Investimentos.

Ela observa também que o Ibovespa ainda se encontra no "maior patamar de desconto dos últimos 15 anos em relação à Bolsa americana". "Para parte dos investidores estrangeiros, os preços baixos passam a compensar o risco de se investir por aqui, mesmo com os mesmos desafios domésticos observados no ano passado", acrescenta a economista, destacando que a composição do mercado brasileiro, com 40% de empresas de commodities e 24% do setor financeiro, atrai a "dinheirama da gringa".

O dia foi majoritariamente negativo para esses setores de maior peso no índice, à leve exceção de Vale (ON +0,12%) e de parte das siderúrgicas (Gerdau PN +0,43%, Usiminas PNA +0,57%). Petrobras ON e PN fecharam o dia, respectivamente, em baixa de 2,63% e 2,17%, em meio a informações de que o presidente da estatal, Joaquim Silva e Luna, deixaria o cargo por decisão do Planalto. Enquanto isso, as perdas entre os grandes bancos chegaram a 1,52% (Unit do Santander). Na ponta negativa do Ibovespa, Locaweb (-4,57%), Copel (-3,31%), Banco Pan (-3,30%) e Eztec (-2,85%). No lado oposto, Marfrig (+4,02%), Minerva (+3,66%), Ambev (+2,93%) e Assaí (+2,53%).

Na agenda doméstica, a Receita Federal anunciou hoje a arrecadação federal de fevereiro, a R$ 148,7 bilhões, abaixo da estimativa mediana do mercado (R$ 150,7 bilhões, pelo Projeções Broadcast), "mas praticamente em linha com a nossa projeção, de R$ 149,1 bilhões", aponta em nota o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez. "Dessa forma, a arrecadação continua vindo em patamar bastante forte e, mesmo que seja por fatores conjunturais, pode ser importante para uma continuação dos resultados positivos fiscais que estamos observando desde 2021", acrescenta. (Luís Eduardo Leal - [email protected])

17:32

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 118737.78 -0.28833

Máxima 119444.42 +0.31

Mínima 118060.65 -0.86

Volume (R$ Bilhões) 2.66B

Volume (US$ Bilhões) 5.55B

17:32

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 119465 -0.26298

Máxima 120225 +0.37

Mínima 118575 -1.01

MERCADOS INTERNACIONAIS

Na véspera das negociações entre Rússia e Ucrânia na Turquia, os mercados operaram com volatilidade, enquanto investidores avaliam os debates sobre energia na Europa. Sem resolução para o conflito, Moscou sinalizou que não irá enviar gás natural aos países que não pagarem em rublos. O G7 já rejeitou a exigência, segundo a Alemanha, enquanto grandes empresas do setor começam a apontar a inviabilidade do pagamento na moeda russa. O Reino Unido pressiona por mais sanções contra a Rússia e defende que essas não sejam retiradas até que as tropas rivais saiam da Ucrânia. Apesar das incertezas, o petróleo caiu no mercado futuro, pressionado pela alta do dólar ante rivais e aumento dos casos de covid-19 na China. Wall Street, por sua vez, fechou no positivo, enquanto os juros dos Treasuries ficaram mistos. Paralelamente, a Casa Branca apresentou orçamento de US$ 5,8 trilhões para o ano fiscal de 2023, com destaque para maior investimento na área de defesa, em meio à guerra no Leste Europeu.

Porta-voz da presidência da Rússia, Dmitry Peskov disse que dificilmente é "possível e aconselhável" que seu país se engaje em "caridade pan-europeia", ao se referir ao pagamento de gás em outra moeda que não o rublo. A demanda foi rejeitada por todos os ministros de energia do G7, no que chamaram de uma "ruptura unilateral clara dos contratos existentes". Afirmação parecida foi feita pela Eni, empresa italiana de energia, que afirmou ser "muito difícil" pagar em rublos russos, uma vez que não detém essa moeda.

Ainda em relação à divisa russa, o ministro das Finanças do Japão, Shunichi Suzuki, esclareceu hoje que o governo não pode confiscar reservas estrangeiras russas pelo banco central do país. A resposta foi dada em parlamento, quando questionado do por quê as reservas da Rússia não foram congeladas pelo Banco do Japão, reportou a Reuters. Autoridades britânicas, por sua vez, reiteraram ser necessário ampliar sanções para pressionar Rússia e que essas não devem ser retiradas até que as tropas do presidente Vladimir Putin deixem a Ucrânia. As exportações de petróleo russo já caíram 26% na semana, de acordo com a Bloomberg.

Em coletiva à imprensa, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, voltou a criticar Putin - depois de ter chamado o líder russo de "carniceiro". O democrata reforçou acreditar que Putin não deveria estar no poder e negou que suas declarações interfiram nas negociações democráticas.

Apesar de certo impulso garantido pela incerteza no setor de energia, o petróleo caiu nesta sessão. Em relatório, a Stifel observa que o aumento de casos na China, com sua estratégia de política zero-covid, continua impactando as cadeias de suprimentos. Hoje, o Fundo Monetário Internacional (FMI) estimou que os custos mais altos de entregas por navio em 2021 podem acarretar em alta de 1,5 ponto porcentual na inflação deste ano. Notícia de que a Organização de Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) deve se manter ao plano atual de oferta de petróleo em maio também esteve no radar. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI para maio caiu 6,97% (US$ 7,94), a US$ 105,96. Já o barril do Brent para junho recuou 6,71% (US$ 7,88), a US$ 109,49, na Intercontinental Exchange (ICE). Também hoje, a Organização Mundial de Comércio (OMC) fez um apelo para que haja uma ação coordenada para lidar com "forte alta" recente nos preços de commodities.

Com isso, ações de petroleiras e bancos caíram nesta sessão. A Tesla, porém, subiu 8,03%, depois de anunciar intenção de aumentar o numero de ações pelo desdobramentos de papéis. Amazon (+2,56%), Microsoft (+2,31%) e Meta (+0,80%) também ficaram no azul. O Dow Jones avançou 0,27%, o S&P 500, 0,71% e o Nasdaq, 1,31%.

Os juros dos Treasuries, por sua vez, ficaram mistos, com reações marginais ao leilão de US$ 50 bilhões em T-notes de 2 anos com yield (retorno) de 2,365% e o de US$ 51 bilhões em T-notes de 5 anos com yield de 2,543%. No fim da tarde em Nova York, o retorno da T-note de 2 anos subia a 2,336%, o da T-note de 10 anos cedia a 2,458% e o do T-bond de 30 anos tinha baixa a 2,551%.

Ainda nos EUA, a Casa Branca propôs orçamento de orçamento de US$ 5,8 trilhões para o ano fiscal de 2023. Em comunicado, Biden disse que isso reduziria o déficit fiscal em US$ 1,3 trilhão. O presidente destacou o investimento em defesa, em meio à guerra na Ucrânia. Analista da Oanda, Edward Moya diz que não há chance de tal proposta sem aprovada no Congresso e que Wall Street esperava que o democrata focasse no controle da inflação e não em atingir as pessoas mais ricas.

No câmbio, o dólar subiu ante rivais, com o índice DXY tendo alta de 0,30%, a 99,091 pontos. No horário citado, o dólar avançava a 123,87 ienes, enquanto o euro caía a US$ 1,0979 e a libra, a US$ 1,3088. (Ilana Cardial - [email protected])

CÂMBIO

Após oito pregões consecutivos de baixa, em que acumulou desvalorização de 7,98%, o dólar subiu hoje no mercado doméstico, com investidores aproveitado a alta da moeda americana no exterior e o tombo do petróleo para ajustar posições e realizar lucros. O barril tipo Brent, referência para a Petrobras, caiu mais de 9% e voltou a ser negociado abaixo da marca de US$ 110.

Além da perspectiva de uma aceleração de ritmo de alta dos juros nos Estados Unidos, que fortalece o dólar no exterior, contribuem para a pausa no movimento de apreciação do real medidas restritivas em Xangai, na China, para conter novo surto de covid-19, embora o minério de ferro tenha subido 3,53% no porto chinês de Qingdao. Alta de juros nos países desenvolvidos, sobretudo nos EUA, e uma eventual piora da atividade na China avivam temores de desaceleração da economia global. O mercado também mostra cautela diante do desenrolar da guerra na Ucrânia, com negociações de paz programadas para amanhã, na Turquia.

Por aqui, o mercado absorve declarações de ontem do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reiterando que o Copom está pronto para encerrar o ciclo de alta dos juros com elevação da Selic em 1 ponto porcentual maio, para 12,75% ao ano - um nível que, segundo Campos Neto, seria "capaz de levar a inflação à meta no horizonte relevante" da política monetária.

Mesmo se o BC decidir estacionar a taxa Selic em 12,75% e o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) acelerar o passo, o diferencial de juros interno e externo será enorme, estimulando o carry trade, dizem analistas. O juro real doméstico elevado tende a servir de anteparo à moeda brasileira, ao encarecer operações de hedge e posições compradas em dólar (que ganham quando a moeda americana sobe).

Com pressão compradora mais forte pela manhã, o dólar chegou a superar a barreira de R$ 4,80 e correr até a máxima de R$ 4,8190 (+,1,39%). Já no início da tarde a divisa desacelerava os ganhos, para a casa de R$ 4,78. No fim dos negócios, era cotada a R$ 4,7726, alta de 0,53%. No mês, o dólar ainda acumula queda de 7,43%. Em 2022, a baixa é de 14,41%.

No exterior, o índice DXY - que mede a variação do dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes - subia cerca de 0,40%, na casa dos 99,100 pontos, com ganhos de mais de 1% frente ao iene, após recompra de títulos pelo BC japonês. Em relação a divisas emergentes e de exportadores de commodities, os maiores ganhos eram em relação ao rand sul-africano e o real.

Para Nicolas Farto, especialista da Renova Invest, o pregão de hoje foi marcado por uma realização natural de lucros, após uma sequência forte de queda da moeda americana. "A alta do dólar lá fora tem uma relação grande com a inversão da curva de juros americana, que deixa o mercado com menor tolerância ao risco. A inflação elevada pode levar a juros maiores nos Estados Unidos, o que aumenta a atratividade do dólar", diz Farto, em referência ao fato do retorno da T-note 10 anos estarem abaixo da taxa do título de 5 anos.

A economista-chefe da Armor Capital, Andrea Damico, observa que dados recentes de manufatura e serviços nos Estados Unidos mostram que "possivelmente" a guerra na Ucrânia terá mais impacto sobre a inflação do que a atividade. Ela trabalha com quatro altas dos juros americanos em 0,5 ponto porcentual, o que levaria a taxa rapidamente para o nível neutro. Em seguida, o Fed poderia reduzir o ritmo para 0,25 ponto para calibrar o quão restritiva será a política monetária. "Vislumbramos juros terminais de, no mínimo, 3,5% nos EUA, dado o enorme desafio imposto pelo processo de desinflação com salários e preços de commodities elevados", afirma Damico, em relatório.

A economista vê a entrada de fluxos externos para a Bolsa doméstica e possivelmente para a renda fixa, dado o diferencial de juros, como vetores predominante da alta recente do real. Modelos que buscam estabelecer o preço justo da moeda no curto prazo "sugerem patamares ainda mais apreciados que o atual", observa Damico. "Porém, a convergência plena para o preço justo de forma consistente e perene depende do endereçamento do equilíbrio fiscal de médio prazo por meio de regras fiscais confiáveis e reformas macro e microeconômicas", afirma.

Dados da Renascença DTVM mostram que na sexta-feira (25) houve movimentação relevante dos agentes no mercado futuro de câmbio, o que ajuda a explicar o tombo do dólar na semana passada. Os investidores estrangeiros reduziram sua posição comprada (que ganham quando o dólar sobe) em 23.235 mil contratos (US$ 1,16 bilhão). Já os fundos locais aumentaram as posições vendidas em 8.075 contratos (US$ 403 milhões). (Antonio Perez - [email protected])

17:32

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 4.77260 0.5329 4.81900 4.73600

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL 4774.500 0.49463 4825.000 4740.500

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4822.500 0.82584 4851.000 4782.500

JUROS

As declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e a queda forte do petróleo forneceram combustível para mais um dia de queda firme dos juros futuros, em especial nos contratos médios e longos. As taxas até reduziram um pouco o ritmo de baixa no período da tarde, mas mesmo assim o recuo foi superior a dez pontos-base nos vértices além de cinco anos.

O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 caiu de 12,761% para 12,73. O janeiro 2024 foi de 12,081% a 12,025. O janeiro 2025 recuou de 11,460% a 11,41%. E o janeiro 2027 cedeu de 11,375% a 11,265%.

O principal drive foi a reiteração, por parte de Campos Neto, do plano de voo do BC. Em entrevista à TV Bandeirantes, gravada na sexta-feira à tarde e exibida ontem à noite, o presidente da autarquia repetiu a intenção de parar o ciclo de alta da Selic em maio, quando a taxa deve atingir 12,75%, mas ele deixou a porta aberta para voltar atrás na avaliação e continuar subindo os juros na reunião seguinte do Comitê de Política Monetária (Copom), em caso de escalada da guerra na Ucrânia. "Se houver impacto da guerra, podemos mudar [...] Mas entendemos que 12,75% seria taxa capaz de levar a inflação à meta no horizonte relevante [da política monetária]", disse.

A fala veio na sequência de declarações de igual teor de Campos Neto, na quinta-feira, e da ata do mais recente Copom, divulgada na terça-feira. "O bom comportamento da curva de juros depois dos documentos oficiais da semana passada o 'liberaram' [Roberto Campos Neto] para ser ainda mais claro nos eventos públicos seguintes", escreveram os economistas do Banco Original Marco Caruso (economista-chefe), Lisandra Barbero e Eduardo Vilarim.

A declaração de Campos Neto ajudou a tirar ainda mais prêmio da curva - e não apenas no curto prazo. De certa forma, o mercado dá uma espécie de benefício da dúvida para o BC e, embora os departamentos econômicos apontem para uma Selic mais alta, nas mesas de operação houve uma a consolidação das apostas de uma alta de 1 ponto porcentual em maio, que seria a última do atual ciclo monetário.

Para o Copom de maio, a curva embute 99% de chance de Selic a 12,75% e apenas 1% a 13%. Para junho, a aposta majoritária (83%) é de taxa a 12,75%, com residual (17%) em 13%. Os cálculos foram feitos a partir de modelo do professor Alexandre Cabral.

Para o economista e operador de renda fixa da Nova Futura Investimentos, André Alírio, o reforço da linha 'dovish' do BC pegou uma parte do mercado de surpresa. "Havia uma parcela que estava considerando a possibilidade de o aperto da Selic ir até a ancoragem das expectativas de inflação. Não é o que o BC está sinalizando no momento. Dessa forma, houve uma quebra de expectativa, que agora está nos preços", afirmou.

A baixa forte no petróleo na sessão de hoje também ajudou a descomprimir as taxas futuras. Os contratos futuros da commodity encerraram a sessão de hoje em queda forte, superior a 6%, com a decretação de lockdown em Xangai. A percepção dos investidores é que um novo alastramento da doença pode levar a uma nova rodada de restrições de circulação de pessoas, o que afetaria o crescimento econômico e, em grande medida, a demanda pelo óleo.

"A questão da covid na China é, sem dúvida, um evento que tem impacto que não pode ser desprezado sobre a atividade, a princípio. Mas é claro que é necessário ficar vigilante com a inflação", acrescenta Alírio.

Na cena econômica doméstica, os dados da arrecadação de fevereiro um pouco abaixo da mediana (R$ 150,70 bilhões pelo Projeções Broadcast) não chegaram a fazer preço. A coleta de impostos e contribuições federais somou R$ 148,664 bilhões no mês passado. O resultado representa um aumento real (descontada a inflação) de 5,27% na comparação com o mesmo mês de 2021.

O mercado também monitorou os atrasos em divulgações do Banco Central, por causa de paralisações de servidores. Hoje, por exemplo, o Focus somente saiu às 10h. Em tempo: os funcionários do BC aprovaram greve por tempo indeterminado a partir de 1º de abril.

Amanhã, na gestão da dívida pública, o Tesouro faz leilão de LFT para 1º/3/2025 e 1º/3/2028 e de NTN-B para 15/5/2027, 15/5/2035 e 15/8/2060. (Mateus Fagundes - [email protected])

17:32

 Operação   Último 

CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 11.65

Capital de Giro (%a.a) 6.76

Hot Money (%a.m) 0.63

CDI Over (%a.a) 11.65

Over Selic (%a.a) 11.65

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