BOLSA E REAL ATINGEM MAIORES NÍVEIS EM MAIS DE 1 MÊS COM APOSTA EM FED MENOS DURO

Blog, Cenário

O noticiário de quinta-feira na cena externa consolidou a percepção de que o Federal Reserve será menos duro em seu processo de aperto monetário de agora em diante, o que causou uma corrida para ações e causou a queda global do dólar e dos juros. Depois das declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, ontem serem interpretadas como 'dovish' pelos agentes, os dados negativos do PIB dos Estados Unidos hoje corroboraram a cautela prescrita por ele com relação aos juros, afinal o processo que desaguará em uma desinflação pode já ter a ajuda da contração da demanda agregada. Tanto que na curva americana de juros, as apostas de alta de 0,50 ponto porcentual em setembro se cristalizaram de ontem para hoje e aquelas que projetam taxas acima de 3,25% a partir de meados de 2023 perderam gradativamente força. Esses sinais se somaram a um amplo noticiário positivo interno. A Petrobras mais uma vez reduziu a gasolina nas refinarias e anunciou R$ 87 bilhões em dividendos. O IGP-M mostrou índice abaixo do consenso enquanto resultado primário e Caged superaram as medianas. Assim, o Ibovespa terminou o dia aos 102.596,66 pontos (+1,14%), maior nível de encerramento desde 15 de junho. Petrobras (ON +2,12% e PN +3,00%) foi destaque de alta. O dólar à vista desceu aos R$ 5,1633 (-1,67%), menor cotação de fechamento desde 21 de junho. O ambiente de descompressão das tensões foi sentido também na renda fixa, com queda firme dos DIs. O Tesouro conseguiu pagar taxas menores no leilão de prefixados de mais cedo, mas a demanda ainda segue muito fraca em prazos mais longos. De volta ao exterior, os três principais índices de Nova York terminaram com alta firme, a despeito de alguns balanços ruins, como o da Meta (-5,22%), controladora do Facebook. O Dow Jones subiu 1,03%, S&P 500 ganhou 1,21% e Nasdaq avançou 1,08%.

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BOLSA

O Ibovespa emendou o segundo dia de ganho - ambos na casa de 1% - energizado pelo apetite por risco em Nova York, deflagrado pelos sinais sobre juros emitidos ontem pelo Federal Reserve. A indicação de que o ritmo de elevação da taxa de referência pode ser suavizado já na próxima reunião do Fed, em setembro, ganhou força hoje com a primeira leitura sobre o PIB do segundo trimestre nos Estados Unidos, em contração anualizada de 0,9%, vindo já de recuo nos primeiros três meses do ano. A possibilidade de recessão em enraizamento na maior economia do mundo contribui para corroborar a visão de que o Fed tende a segurar um pouco mais a mão, adiante.

Ainda pela manhã, o Ibovespa recuperou pontualmente a linha dos 102 mil pontos, firmada ao longo da tarde com a acentuação de ganhos em Nova York e por dados domésticos, como o superávit primário de R$ 14,433 bilhões para o governo central em junho - melhor leitura para o mês em 11 anos em valores corrigidos pela inflação, e, em termos nominais, a maior da série histórica para junho. Outro desdobramento positivo foi o Caged, com a criação de 277.944 vagas de trabalho formal em junho, avançando em relação à leitura de maio (274.582) e também acima da mediana das expectativas para o mês, de 234 mil, segundo o Projeções Broadcast.

Assim, refletindo fatores externos e internos favoráveis na sessão, o Ibovespa subiu nesta quinta-feira 1,14%, aos 102.596,66 pontos, como ontem no maior nível de fechamento desde 15 de junho (102.806,82). Entre a mínima e a máxima de hoje, oscilou dos 101.044,69 aos 102.685,67, saindo de abertura aos 101.436,76 pontos. Faltando apenas a sessão de amanhã para o encerramento do mês, o Ibovespa acumula ganho de 4,11% em julho, limitando a perda do ano a 2,12%. Na semana, o ganho está agora em 3,71%. O giro de hoje foi um pouco mais alto, a R$ 21,8 bilhões.

“Tinha uma expectativa grande para o PIB dos Estados Unidos, após a possibilidade indicada ontem pelo presidente do Fed [Jerome Powell] de desaceleração do ritmo de alta dos juros. A interpretação que os investidores fizeram ontem foi a de que Powell indicou ser possível desacelerar o ritmo de alta dos juros a partir de setembro, e que talvez seja possível desacelerar a inflação ao consumidor sem promover um solavanco na economia com uma elevação de juros muito agressiva”, diz Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos.

Ela acrescenta que bem recentemente, até algumas semanas atrás, os investidores vinham precificando a taxa de referência do Fed a 4% no fim do ano, e agora se estima o nível de juros no fim de ciclo entre 3,25% e 3,50% - ontem, foi elevada para a faixa de 2,25% a 2,50%. “Em setembro, o ritmo de elevação deve ser reduzido (de 0,75) para 0,50 ponto porcentual”, diz a economista. “A primeira confirmação de que o Fed tende a seguir por esse caminho foi o dado do PIB [de hoje], que mostrou quadro de recessão técnica, com duas retrações consecutivas. E o segundo trimestre trouxe desaceleração no consumo das famílias, além de forte desaceleração no ritmo de importação. Há sinais de perda de fôlego da economia americana.”

“Com perspectiva de um ajuste monetário mais brando adiante nos Estados Unidos, os mercados globais reagiram positivamente, com bolsas subindo, juros de longo prazo caindo, e dólar perdendo um pouco de força frente a outras moedas”, aponta Rachel de Sá, chefe de economia da Rico Investimentos, ressalvando que “o bom humor não deve se sustentar por muito tempo”, em referência à persistência de outras incertezas, tanto domésticas como externas.

Hoje, além dos desdobramentos positivos em torno do Fed, a Petrobras anunciou queda de R$ 0,15 no preço do litro da gasolina nas refinarias a partir de amanhã, 29, o que contribui para aguardada acomodação do IPCA prevista para os próximos meses, desde que se iniciou a desoneração dos combustíveis. O novo preço da estatal será de R$ 3,71 por litro, 3,88% abaixo dos R$ 3,86 que vigorava desde a última redução, há nove dias. Antes da queda, o preço estava 2% acima dos preços internacionais, segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).

Apesar da nova redução dos preços da gasolina nas refinarias da Petrobras, as ações da empresa (ON +2,12%, PN +3,00%) puxaram hoje a fila de ganhos entre as ações de maior liquidez e peso no Ibovespa, bem à frente de Vale ON (+0,24%), no dia em que ambas as gigantes das commodities divulgam os respectivos balanços do segundo trimestre, após o fechamento da B3. Além da redução de preço, a Petrobras anunciou também R$ 87 bilhões em dividendos, adiantando os pagamentos também do terceiro e quarto trimestres.

Em outra frente, apesar de recepção mista aos números trimestrais do Santander (Unit +2,51%, máxima do dia no fechamento), a sessão também foi positiva para os bancos, segmento de maior peso no índice, com destaque também para BB ON (+1,86%). Na ponta do Ibovespa nesta quinta-feira, Qualicorp (+7,65%), Natura (+6,00%) e Petz (+4,75%), com Marfrig (-4,76%), Gol (-4,65%) e JBS (-3,32%) no lado oposto. (Luís Eduardo Leal - [email protected])

17:27

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 102596.66 1.14227

Máxima 102685.67 +1.23

Mínima 101044.69 -0.39

Volume (R$ Bilhões) 2.17B

Volume (US$ Bilhões) 4.17B

17:31

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 103375 0.87334

Máxima 103380 +0.88

Mínima 101630 -0.83

CÂMBIO

Em mais um dia marcado por apetite ao risco, o dólar à vista rompeu o piso de R$ 5,20 e encerrou a sessão desta quinta-feira (28) em baixa de 1,67%, cotado a R$ 5,1633 - no menor valor de fechamento desde 21 de junho. As mínimas do pregão foram registradas na última hora de negócios, quando a divisa desceu até R$ 5,1603, em sintonia com o comportamento da moeda americana no exterior. Foi o quarto pregão seguido de perda do dólar, que já recua mais de 6% na semana e passa a apresentar queda acumulada de 1,37% em julho. Esse movimento se dá em momento de recuperação de preços das commodities, em meio a notícias de estímulos ao setor imobiliário na China, e de reavaliação sobre a intensidade e a magnitude do aperto monetário nos Estados Unidos.

Aos sinais de moderação do processo de alta de juros emitidos ontem pelo presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, somou-se hoje a retração de 0,9% (taxa anualizada) do PIB americano no segundo trimestre (primeira leitura), contrariando a previsão de crescimento de 0,4%. Como houve queda de 1,6% no primeiro trimestre, a economia americana estaria em recessão técnica, configurada quando há dois trimestres consecutivos de baixa da atividade.

Hoje à tarde, a ex-presidente do Fed e atual secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, tratou de pôr panos quentes na retração do PIB. Para Yellen, a economia americana desacelera, mas não está em recessão, uma vez que a demanda está aquecida e o mercado de trabalho, forte. Ontem, Powell disse que a taxa de juros está próxima do nível neutro e que seria apropriado moderar o ritmo de alta, depois de o Fed comunicar elevação dos juros em 75 pontos-base, para a faixa entre 2,25% e 2,50%. A probabilidade de um aumento de 50 pontos-base na taxa Fed Funds em setembro subiu a 80%, de acordo com monitoramento do CME Group.

"O Fed sinalizou que vai desacelerar a elevação de juros. Isso só não vai ocorrer se os índices de preços de julho e agosto permanecerem próximos dos níveis de maio e junho, mas espero desaceleração", afirma o economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho. "Powell também afirmou que a taxa já está no nível neutro. Com isso, o Fed poderia aumentar os juros de forma mais moderada, pois a partir de setembro o juro já estaria no patamar deflacionista", acrescenta Velho, ressaltando que vê o juro neutro em nível mais elevado, na faixa entre 2,75% e 3%.

Na aparente ausência de pressão de um aperto severo e rápido da política monetária americana, investidores voltaram a mostrar apetite por ativos de risco. O dólar caiu na comparação com pares fortes (à exceção do euro) e com as principais divisas emergentes e de países exportadores de commodities, incluindo pares do real como o peso mexicano e o chileno. O minério de ferro negociado em Qingdao, na China, subiu 6,87%, com perspectiva de retomada de siderúrgicas chinesas. Já os contratos futuros de cobre avançaram mais de 1%.

O economista-chefe do Instituto Finanças internacionais (IIF), Robin Brooks, observou, no Twitter, que as moedas emergentes sofreram desde o início de junho com a mudança de discurso do Fed e a aceleração do ritmo de alta da taxa de juros em 75 pontos-base. "Essa mudança 'hawkish' terminou ontem e os dados fracos do PIB de hoje só reforçam esse quadro. A liquidação em moedas emergentes acabou e o real é o principal beneficiário", escreveu Brooks.

A volta do apetite ao risco no exterior turbina o movimento de redução de posições defensivas no mercado de câmbio doméstico, com investidores já se movimentando para a formação da última taxa Ptax de julho, amanhã, e a rolagem dos contratos futuros de dólar. Até a sexta-feira passada, quando se aproximou de R$ 5,50, a divisa acumulava alta superior a 5% em julho, depois de ter subido 10,15% em junho. Havia, portando, amplo espaço para realização de lucros e reposicionamento dos agentes. Dados da corretora Renascença mostram que os investidores estrangeiros reduziram as posições compradas (que ganham quando o dólar sobe) em 16.600 contratos ontem, passando a ter a "menor posição comprada desde fevereiro de 2022".

Operadores ressaltam que há também fluxo de estrangeiro para ações domésticas. Houve ingresso líquido de investimento estrangeiro na B3 nos últimos sete pregões (até o dia 26), somando mais de R$ 2 bilhões. Não há dados até julho do fluxo cambial total, dado que o Banco Central ainda está atualizando os indicadores que ficaram defasados em razão da greve dos servidores.

Especialista em renda fixa da Blue 3, Nicolas Giacometti nota, por outro lado, que parece não haver uma demanda forte estrangeiros por títulos públicos brasileiros. Em leilão realizado hoje, o Tesouro vendeu 115 mil Notas do Tesouro Nacional -Série F (NTN-F), papel preferido pelo estrangeiro, de uma oferta total de 300 mil. "Não temos os números do fluxo cambial, mas olhando para os leilões do Tesouro, parece que não tem muito apetite do estrangeiro", afirma.

Foi divulgado à tarde que o governo central registrou superávit primário de R$ 14,433 bilhões em junho, o melhor para o mês desde 2011 e acima da mediana de Projeções Broadcast (R$ 12,70 bilhões). O resultado do mês passado inclui o bônus de concessão da Eletrobras e um forte recolhimento de dividendos. No acumulado do primeiro semestre, o Governo Central registrou superávit de R$ 53,614 bilhões, o melhor resultado desde 2013.

O secretário do Tesouro Nacional, Paulo Valle, disse que há "possibilidade real de superávit primário" do Governo Central de 2022, que seria o primeiro desde 2013. Nas mesas de operação, comenta-se que a foto das contas públicas é positiva, mas que há muita incerteza sobre a política fiscal a partir de 2023, dadas as manobras para furar o teto de gastos. (Antonio Perez - [email protected])

17:31

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.16330 -1.6683 5.27390 5.16030

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5165.500 -1.56265 5275.500 5161.000

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5213.000 -1.53003 5320.000 5209.000

JUROS

A curva de juros continuou descarregando prêmios de risco nesta quinta-feira, com taxas em baixa consistente desde que o resultado negativo do PIB nos Estados Unidos confirmou a recessão técnica no país e o mercado entendeu a postura mais dovish ontem do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, ao comentar ontem sobre a política monetária. O vetor externo hoje prevaleceu, mas internamente a quinta-feira também foi de notícias e agenda favoráveis que em tese contribuem para a correção das altas recentes na curva. Entre elas, o IGP-M e o resultado do governo central melhores do que o consenso, anúncio de novas quedas nos preços de combustíveis e a decisão da Petrobras de pagar R$ 87,8 bilhões em dividendos do segundo trimestre, valor recorde. E o Tesouro conseguiu pagar taxas menores no leilão de prefixados, mas com demanda ainda muito fraca nos prazos mais longos.

Os principais vencimentos na B3 fecharam com taxas nas mínimas do dia. A do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 fechou em 13,83% (mínima), de 13,887% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2024 caiu de 13,681% para 13,50%. O DI para janeiro de 2025 terminou com taxa de 12,84% (mínima), de 13,065% ontem. A do DI para janeiro de 2027 recuou 20 pontos-base, de 12,96% para 12,76%.

Desde a última quinta-feira, a curva devolveu entre 50 pontos (ponta curta) e 65 pontos (ponta longa) em prêmios. A desinclinação ampliou o spread negativo na comparação entre vários vencimentos, sendo que o diferencial entre os DI para janeiro de 2027 e janeiro de 2024 passou de -58,50 para -74 pontos no período.

A queda de 0,9% do PIB dos Estados Unidos no segundo trimestre (primeira leitura) surpreendeu os analistas, que esperavam alta de 0,4%. E, diante da também retração, de 1,6%, no primeiro trimestre, o país entrou em "recessão técnica". Ontem, Powell evitou se comprometer com o ritmo de aumentos futuros, atrelando-os a dados e à perspectiva da economia dos Estados Unidos.

Paulo Nepomuceno, operador de renda fixa da Mirae Asset, acredita que o discurso do Fed mostra que o número de hoje já era sabido pelos diretores e a comunicação se deu em função disso. "Do contrário, o mercado estaria muito ruim hoje. Com esse baixo crescimento, não dá para ser hawkish. E aqui, vamos na esteira dos Treasuries", afirmou. No fim da tarde, a taxa da T-Note de dez anos estava em 2,68% e a de 2 anos, em 2,88%, ambas caindo em torno de 10 pontos-base em relação aos níveis de ontem, espelhando a dissipação das apostas num aperto monetário agressivo nos Estados Unidos.

Como os prêmios da curva, principalmente do miolo em diante estão elevados, a trajetória baixista das taxas aqui é amplificada. "Os prêmios estão altos muito por conta do risco institucional de hoje até as eleições", explica Nepomuceno.

No front local, uma série de notícias positivas avalizou também o fechamento da curva. Na agenda, o IGP-M de 0,21% em julho veio bem abaixo do consenso das estimativas (0,30%), enquanto a Petrobras anunciou redução nos preços de 3,88% nos preços da gasolina, nos preços médios do querosene de aviação (QAV) em 2,6%, da gasolina de aviação (GAV) em 5,7% e do asfalto em 4,5%.

No campo fiscal, o superávit do governo central em junho somou R$ 14,4 bilhões, ante consenso de R$ 12,7 bilhões e o Conselho de Administração da estatal aprovou a distribuição de dividendos na ordem de R$ 87,8 bilhões, recorde para a companhia, em um "adiantamento" dos valores a serem pagos em todo o ano de 2022. É um fluxo com o qual o governo conta para bancar as benesses da PEC dos Benefícios e ajuda a engordar o caixa do Tesouro, num momento de dificuldade para a emissão de dívida.

A instituição mantém o discurso de que o colchão de liquidez de R$ 1,2 trilhão, suficiente para a cobertura de quase dez meses sem emitir no pior cenário, dá conforto para períodos como esse de volatilidade. De todo modo, no leilão desta quinta, o último antes do período de hiato dos dealers, conseguiu vender 9.011.500 LTN, da oferta de 9,5 milhões. Nas NTN-F, não aceitou nada na oferta de 150 mil para 2029 e 115 mil das 150 mil ofertadas para 2033.

O especialista em renda fixa e professor ligado a Mercado Financeiro na B3, na Anbima e FIA, Alexandre Cabral, destacou nas NTN-F, pelo lado positivo, que as taxas caíram relação ao leilão de semana passada, mas o volume de R$ 95,9 milhões colocado "para gringo é dinheiro de pinga". Já o leilão de LTN, diz, foi bem melhor, com todas as taxas em queda ante a operação passada e bom volume de R$ 6,4 bilhões. "Pode ser, somente pode ser, bancos e fundos apostando no fechamento das taxas nos próximos meses", comentou, via Twitter. (Denise Abarca - [email protected])

17:31

 Operação   Último 

CDB Prefixado dias (%a.a) 13.53

Capital de Giro (%a.a) 6.76

Hot Money (%a.m) 0.63

CDI Over (%a.a) 13.15

Over Selic (%a.a) 13.15

MERCADOS INTERNACIONAIS

As bolsas de Nova York ganharam fôlego no decorrer da tarde e seus principais índices terminaram o pregão com ganhos superiores a 1%. O mercado voltou o foco à possibilidade de que o aumento de juros nos EUA seja moderado, após o segundo trimestre seguido de contração do PIB americano este ano. Autoridades do governo americano rejeitaram a hipótese de que os EUA já entraram em recessão, em argumento similar ao que disse o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, ontem. De olho na perspectiva monetária, os juros dos Treasuries recuaram. No câmbio, o euro depreciou ante o dólar apesar do enfraquecimento geral da divisa americana ante rivais, repercutindo temores de que a zona do euro entre em recessão. Por fim, o petróleo encerrou o dia misto, após sessão volátil em que observou riscos à demanda após o PIB americano fraco.

Na tarde de hoje, o CME Group calculava probabilidade de 76% de que o Fed opte por um aumento de 50 pontos-base do juro nos EUA em setembro, marcando uma desaceleração no ritmo de aperto monetário, após duas reuniões seguidas em que subiu a taxa dos Fed funds em 75 pontos-base.

Para dezembro, as estimativas majoritárias, com 48,2%, indicam que o juro básico nos EUA terminará o ano na faixa de 3,25% a 3,50%, enquanto há 39,9% de chance de juro entre 3,00% a 3,25% - ontem, o CME indicava apenas 28,6% de chance de juro nesta faixa, enquanto o patamar de 3,50% a 3,75% tinha chance de 22,4%, ante 11,3% agora.

Houve mudança também na expectativa para a reunião do Fed de julho de 2023, último período monitorado pelo CME Group. Ontem, havia probabilidade de 29,7% de que o juro básico esteja em nível superior a 3,25%. Este porcentual reduziu pela metade hoje, a 16,5%.

O movimento ocorreu em resposta à contração de 0,9% do PIB dos EUA no segundo trimestre, marcando a segunda queda do ano, critério técnico que define uma recessão. O presidente Joe Biden e a secretária do Tesouro, Janet Yellen, no entanto, argumentaram que a economia ainda não está em recessão, uma vez que o mercado de trabalho segue forte.

De qualquer forma, a perspectiva de que o Fed modere o aperto monetário nos próximos meses deu fôlego às bolsas de Nova York, com o índice Dow Jones fechando em alta de 1,03%, o S&P 500 subindo 1,21% e o Nasdaq com ganho de 1,08%.

Em movimento contrário mas também em resposta à expectativa monetária, os juros dos Treasuries caíram. No fim da tarde em Nova York, o retorno da T-note de 2 anos baixava a 2,875%, o da T-note de 10 anos cedia a 2,676% e o do T-bond de 30 anos caía a 3,027%.

A "esperança" do mercado de que o Fed moderará seu aperto monetário soa prematura para a Capital Economics, de acordo com relatório da consultoria. O mercado tomou como uma "mensagem forte" quando Powell disse, ontem, que seria natural altas mais brandas pelo BC em breve, destaca a casa. Desta forma, algumas das principais tendência do ano até agora, como a apreciação do dólar, devem retomar logo, conclui a Capital.

Nesta tarde, a divisa americana recuou ante a maioria de suas moedas rivais, com exceção do euro, que cedia a US$ 1,0187 no período citado, diante de riscos de que a economia do bloco monetário entre em recessão.

Os preços do gás natural são apontados como o principal fator a deteriorar a demanda na zona do euro. Para o ING, um cenário de recessão por conta da crise energética já é certo, e a questão principal está na eventual dimensão do recuo da atividade. O banco holandês destaca que a redução de 15% da demanda por gás planejada pela União Europeia (UE) não deve ser suficiente para conter os preços, já que a Rússia também tem reduzido suas entregas, principalmente pelo gasoduto Nord Stream 1, ligado à Alemanha.

Entre commodities, o petróleo operou volátil hoje e encerrou a sessão sem direção única, com o barril do WTI para setembro em baixa de 0,86% na Nymex, a US$ 96,42, e o do Brent para outubro em alta de 0,16% na ICE, a US$ 101,83.

"O cenário de curto prazo para a demanda por petróleo tem ficado mais vulnerável", segundo o analista Edward Moya, da Oanda. Ele pontua, contudo, que pressões de baixa "significativas" aos preços devem ser evitadas, já que a economia dos EUA não deve enfretar uma "recessão severa". (Gabriel Caldeira - [email protected])

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