BOLSA DESTOA DE CAUTELA EM EXTERIOR E DEMAIS ATIVOS DOMÉSTICOS, COM POLÍTICA NO RADAR

Blog, Cenário

O noticiário político se impôs na sessão desta quarta-feira nos negócios do mercado acionário, fazendo-o ir na contramão das bolsas americanas e dos demais ativos domésticos. A percepção dos investidores é que o saldo das pesquisas desta semana é de uma aproximação gradual entre Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva na corrida presidencial, com algumas pesquisas mostrando inclusive empate no limite da margem de erro. Uma vez que o atual presidente é aberto à discussão da privatização da Petrobras, as ações da empresa têm sido o termômetro deste rali. Hoje, a ON subiu 3,71% e a PN, 3,54%. Na semana, acumulam ganho de 5,98% e 7,67%. Dado o peso do papel da petroleira no índice, o Ibovespa conseguiu se deslocar das bolsas de Nova York. O indicador acionário brasileiro subiu 0,46%, aos 116.274,24 pontos, enquanto os americanos cederam entre -0,85%(Nasdaq) e 0,33% (Dow Jones). Lá fora, dados os recentes discursos de dirigentes do Federal Reserve, tem sido reforçada a percepção de que o Banco Central dos Estados Unidos vai prosseguir com o seu aperto. A divergência no Livro Bege entre mercado de trabalho (que segue apertado, segundo os distritos do Fed) e a atividade econômica (que cresce modestamente) até estancou pontualmente um pouco as perdas da bolsa e a elevação dos Treasuries e o dólar. Ao fim, o DXY marcava 112,984 pontos (+0,76%) e a T-note de 10 anos avançava a 4,123%, nos maiores níveis na última década. As tendências desses dois mercados acabaram prevalecendo em seus semelhantes aqui no Brasil. Assim, o dólar à vista avançou aos R$ 5,2742 (+0,37%) e os juros futuros longos chegaram a subir mais de 10 pontos.

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•MERCADOS INTERNACIONAIS

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BOLSA

Estendendo movimento que havia se acentuado em direção ao fechamento de ontem, as ações de Petrobras (ON +3,71%, PN +3,54%) voltaram a carregar o Ibovespa nesta quarta-feira, hoje em parte do dia sem o apoio de BB e dos demais bancos, que acabaram por virar para o positivo no fim da tarde (Banco do Brasil ON +0,31%, Bradesco ON +0,72%, Itaú PN +0,03% no encerramento), à exceção de Santander (Unit -0,16%). Mesmo sem a contribuição do setor financeiro na maior parte da sessão, as ações da petroleira já andavam o suficiente para descolar a referência da B3 do dia negativo em Nova York, onde as perdas chegaram hoje a 0,85% (Nasdaq) no fechamento.

Entre mínima de 115.264,36 e máxima de 116.459,14, o índice fechou nesta quarta-feira em alta de 0,46%, aos 116.274,24 pontos, após ter encerrado ontem bem perto do pico do dia, com estatais como Banco do Brasil indo então às máximas da sessão, em alta superior a 5% nos papéis da instituição financeira. Na semana, o Ibovespa avança agora 3,75%; no mês, 5,67% e, no ano, 10,92%. O giro financeiro ficou em R$ 26,7 bilhões nesta sessão, em que o índice da B3 subiu pelo terceiro dia seguido.

Leitura do mercado de que as mais recentes pesquisas de intenção de voto, parte das quais mostrando um encurtamento da distância entre Lula e Bolsonaro, contribuem para manter sobre a mesa um cenário de eventual continuidade do governo - e mesmo de retomada de pautas como a das privatizações - animaram ontem o mercado no fim do dia e, hoje, ainda ajudaram o Ibovespa a se descolar da cautela externa.

"Esse movimento visto especialmente nas ações de estatais é um tanto exagerado, trazendo distorção no curto prazo. A cautela lá fora ainda dá o tom, com muitos fatores de incerteza, e o Ibovespa, depois de um impulso inicial do resultado do segundo turno, vinha acompanhando ultimamente o sinal externo. Acho que essa mudança vista nas pesquisas pode estar sendo exagerada", diz André Luzbel, head de renda variável da SVN Investimentos.

Ele observa também que, embora o mercado se anime com a possibilidade de um segundo mandato para Bolsonaro, as consequências de tal cenário tendem a ser não lineares para os ativos. "O mercado olha com muito bons olhos a simpatia do Guedes (ministro da Economia, Paulo Guedes) em mexer na 'casca' da Petrobras. Uma privatização silenciosa de certa forma já vem ocorrendo há algum tempo, como nas refinarias e na venda de um ativo como a BR Distribuidora. Há expectativa de que, se continuar, o governo possa oferecer ações de forma a deixar de ter participação majoritária. Qualquer fração de Petrobras envolve muito dinheiro", diz Luzbel.

Tal viés otimista se combinou na sessão de hoje com recuperação dos preços do petróleo, após queda da commodity no dia anterior - tanto a referência global (Brent) como a americana (WTI) registraram ganhos acima de 2% na sessão. Assim, as ações de Petrobras tiveram impulso extra, com os futuros do Brent negociados em torno de US$ 92 por barril.

Os estoques de petróleo nos Estados Unidos tiveram queda de 1,725 milhão de barris, a 437,357 milhões de barris, na semana encerrada em 14 de outubro, informou hoje o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) do país. O resultado surpreendeu analistas consultados por The Wall Street Journal, que esperavam alta de 1,7 milhão de barris no período.

Dessa forma, com a recuperação das cotações da commodity, as ações ON e PN da estatal se mantiveram na ponta do Ibovespa ao longo do dia, ao lado de nomes como 3R Petroleum (+5,96%), TIM (+4,68%), PetroRio (+3,72%), Telefônica Brasil (+3,38%), BRF (+2,72%) e Copel (+2,47%). No lado oposto, Americanas (-6,81%), Qualicorp (-6,65%), Yduqs (-5,62%), Via (-4,40%), Gol (-3,18%) e Petz (-3,13%). O dia foi negativo também para Vale (ON -1,18%) e para a siderurgia (CSN ON -2,20%, Usiminas PNA -2,00%, Gerdau PN -1,53%).

Destaque na agenda externa desta tarde, "o livro Bege dos EUA - relatório divulgado pelo Fed sobre as condições econômicas do país - indicou que as perspectivas para a atividade econômica ficaram mais pessimistas por conta das crescentes preocupações com o enfraquecimento da demanda", observa o economista Rafael Perez, da Suno Research. "O nível de atividade teve expansão modesta em relação ao último relatório. O mercado imobiliário tem sido bastante afetado e os empréstimos bancários também vêm caindo com a alta dos juros (nos EUA)", acrescenta o economista.

Mesmo antes da divulgação do sumário sobre as condições americanas, o sinal do exterior já era negativo, com perdas, ainda que moderadas, observadas desde a sessão asiática à da Europa e também dos Estados Unidos. "O mercado externo recuou devido a dados de inflação na Europa que sugerem mais aperto monetário à frente. E também a alta no preço do petróleo, que pressiona ainda mais a inflação global. Os juros americanos voltaram a subir forte, e pressionaram os ativos de risco", diz Leandro De Checchi, analista da Clear Corretora. (Luís Eduardo Leal - [email protected])

17:27

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 116274.24 0.45892

Máxima 116459.14 +0.62

Mínima 115264.36 -0.41

Volume (R$ Bilhões) 2.66B

Volume (US$ Bilhões) 5.05B

17:29

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 118190 0.41631

Máxima 118555 +0.73

Mínima 117140 -0.48

MERCADOS INTERNACIONAIS

O Livro Bege trouxe sinais mistos, ao destacar crescimento de preços ainda elevado, mas também "algum alívio em vários distritos". O sumário de opiniões que embasa as decisões de política monetária do Federal Reserve (Fed) mostrou também, nesta tarde, que a atividade nos EUA se expandiu "modestamente" desde o Livro Bege anterior, enquanto o mercado de trabalho seguia "apertado" e com expectativas de salários mais altos. As bolsas de Nova York reduziram um pouco suas perdas após o relatório do BC americano, mas seguiram em baixa até o fechamento, com foco na perspectiva de aperto monetário e em balanços. Pesou nas bolsas o avanço dos juros dos Treasuries, que prosseguiu à tarde, com retornos renovando máximas em mais de uma década. No câmbio, o índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, manteve-se em alta. O dólar forte não impediu, porém, ganhos de mais de 2% para o petróleo, mesmo com a liberação das reservas estratégicas dos EUA e a pressão do governo americano para conter os preços.

Neel Kashkari, do Fed de Minneapolis, descartou moderar o aperto monetário antes que o núcleo da inflação desacelere. Já James Bullard, do Fed de St. Louis, considerou que a política monetária atual é a correta e disse que as expectativas de inflação parecem "no lugar". O Livro Bege trouxe pouco respiro na inflação, com preços ainda elevados em geral, segundo o sumário de opiniões coletadas pelo Fed, mas também foi anotado "algum alívio entre vários distritos". O documento ainda destaca o impacto negativo dos juros e preços mais altos no setor imobiliário, enquanto os gastos no varejo estiveram "relativamente estáveis".

Nos mercados, a reação ao Livro Bege foi modesta. Os juros dos Treasuries mantiveram a força de mais cedo, renovando máximas em mais de uma década, no caso dos retorno dos bônus com vencimento de 10 e 30 anos. O BMO Capital diz que o movimento foi detonado por leituras de inflação mais forte no exterior, em dia de dados nessa linha no Reino Unido e na zona do euro. O banco de investimentos ainda comenta que uma alta de 100 pontos-base em novembro ainda não parece uma alternativa realista para o Fed, com a aposta amplamente majoritária do mercado em uma elevação de 75 pontos-base nos juros. Mas o BMO acredita que o quadro eleva a chance de outra alta de 75 pontos-base de dezembro "e mesmo de uma taxa terminal mais alta" neste ciclo atual. No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos subia a 4,541%, o da T-note de 10 anos avançava a 4,123% e o do T-bond de 30 anos tinha alta a 4,124%.

Nas bolsas de Nova York, o tom negativo de mais cedo se manteve, sem muito impulso. O Dow Jones fechou em baixa de 0,33%, em 30.423,81 pontos, o S&P 500 recuou 0,67%, a 3.695,16 pontos, e o Nasdaq caiu 0,85%, a 10.680,51 pontos. Os índices chegaram a reduzir um pouco das perdas após o Livro Bege. Entre ações em foco por balanços recentes, Netflix subiu 13,09%, United Airlines teve ganho de 4,97% e Procter & Gamble, de 0,96%.

No câmbio, o dólar esteve apoiado pela perspectiva de aperto monetário. O índice DXY avançou 0,76%, a 112,984 pontos. No horário citado, o dólar avançava a 149,87 ienes, o euro caía a US$ 0,9770 e a libra tinha baixa a US$ 1,1221. A Western Union afirmou que a divisa americana era apoiada pelo avanço dos retornos dos Treasuries hoje, com o dólar renovando máximas em 32 anos frente ao iene. O yuan chinês negociado no mercado offshore atingia mínima recorde frente ao dólar segundo a Bloomberg, nesse contexto.

Entre as commodities, o dólar forte não impediu ganhos para o petróleo. O contrato do WTI para dezembro fechou em alta de 2,98%, em US$ 84,52 o barril, na Nymex, e o Brent para o mesmo mês avançou 2,64%, a US$ 92,41 o barril, na ICE. Os estoques do óleo nos EUA recuaram 1,725 milhão de barris na semana, o que contrariou a expectativa de alta de 1,7 milhão de barris dos analistas. Além disso, o presidente americano, Joe Biden, confirmou que liberará 15 milhões de barris da reserva de petróleo estratégica dos EUA, acrescentando ainda que pode disponibilizar mais barris se necessário. Ao analisar o quadro nesse mercado, a Capital Economics diz em relatório que, mesmo caso se confirmem os temores de recessão global, o crescimento na demanda por petróleo "deve estagnar", sem grande queda, dentro de um ano ou mais. (Gabriel Bueno da Costa - [email protected])

JUROS

Alinhados à cautela do ambiente internacional, os juros futuros subiram nesta quarta-feira nos prazos intermediários e longos, enquanto os curtos novamente fecharam estáveis. O risco de aperto monetário mais acentuado pelos bancos centrais na Europa e nos Estados Unidos voltou a acuar os mercados, após dados de inflação alarmantes na zona do euro e Reino Unido e sinalizações do Federal Reserve. Nesse cenário, as taxas dos Treasuries bateram máximas em mais de 10 anos. No Brasil, a agenda esteve esvaziada e o noticiário eleitoral continua sob monitoração, com os investidores de olho nas medidas do governo e pesquisas de intenção de votos.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em 12,865%, de 12,822% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 subiu de 11,60% para 11,67%. A taxa do DI para janeiro de 2027 encerrou em 11,53%, de 11,45%.

A sessão novamente foi marcada pelo giro fraco de contratos, com o mercado atento ao exterior e sem agenda doméstica relevante. Após oscilarem com viés de alta pela manhã, as taxa assumiram uma trajetória mais firme na etapa vespertina, na medida em que os yields dos Treasuries aceleraram o avanço para as máximas da sessão. A da T-Note de dez anos bateu nos maiores níveis desde 2011 e a taxa de 2 anos chegou a tocar 4,56%.

"Os juros lá fora estão subindo e gerando ruídos em todos os mercados, mas tanto o real quanto a curva de juros aqui apresentam uma certa resiliência. Estão bem comportados", avalia o economista-chefe da Necton Investimentos, André Perfeito.

Os receios sobre os riscos para a economia advindos do ciclo de aperto monetário pelo Federal Reserve ampararam a postura defensiva, com dados de inflação fortes na Europa e sinalizações da autoridade monetária americana. O índice de inflação ao consumidor no Reino Unido (CPI, em inglês) mostrou inflação de 10,1%, a mais elevada dos últimos 40 anos e a taxa anual do CPI da zona do euro atingiu nova máxima histórica de 9,9% em setembro.

Nos Estados Unidos, o Livro Bege trouxe que a alta de juros já impacta a venda de imóveis e que as condições do mercado de trabalho seguem apertadas. Ainda, o presidente da distrital de Minneapolis do Fed, Neel Kashkari disse que não será possível pausar a alta de juros nos EUA antes que o núcleo da inflação no país não pare de subir.

Internamente, a movimentação do cenário eleitoral tem produz pouco efeito no mercado de juros, ao contrário do que se vê nas ações de estatais negociadas na B3, mas ainda assim merece atenção. Nos últimos dias, diante da melhora do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) nas pesquisas de intenção de votos, cresceu a percepção de que o pleito será decidido por uma margem apertada, gerando um terreno fértil para eventuais contestações.

Na pesquisa Genial/Quaest de hoje, o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece com 47%, contra 42% de Bolsonaro. Lula oscilou 2 pontos porcentuais para baixo e Bolsonaro, 1 ponto para cima, em comparação com a pesquisa realizada no dia 13. Ainda nesta quarta-feira, serão conhecidos os resultados do Datafolha.

Para Perfeito, a espera pelo segundo turno e o período pré-Copom tendem a deixar o mercado, que já opera com pouca liquidez, ainda mais travado. Seja qual for o resultado, diz, a curva do DI não teria muito espaço para avançar, dada a Selic em níveis elevados, mesmo com o risco fiscal. "Em 12 meses, o juro médio pago pelo Brasil foi de 12,35%, contra o nível de 8% do México. É um patamar de juro que ainda aguenta bastante desaforo", afirma. O Copom tem decisão de política monetária na próxima quarta-feira (26).

Entre as promessas de campanha a pressionar as contas públicas, a prorrogação para 2023 das desonerações sobre os combustíveis e do Auxílio Brasil em R$ 600 - prometidos por Lula e Bolsonaro - aumentam a probabilidade de descumprimento das regras fiscais no próximo ano, na avaliação da Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado. O Governo Central pode ter um rombo de até R$ 103 bilhões em 2023, bem superior à meta de déficit de R$ 65,9 bilhões estabelecida na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Pelos cálculos da IFI, o déficit no próximo ano seria bem menor, de apenas R$ 4,5 bilhões, se medidas originalmente temporárias de fato se encerrassem ao fim deste ano. (Denise Abarca - [email protected])

17:26

 Operação   Último 

CDB Prefixado dias (%a.a) 13.66

Capital de Giro (%a.a) 6.76

Hot Money (%a.m) 0.63

CDI Over (%a.a) 13.65

Over Selic (%a.a) 13.65

CÂMBIO

O dólar encerrou a sessão desta quarta-feira (19) em alta moderada no mercado doméstico de câmbio, em dia marcado por fortalecimento da moeda americana no exterior e avanço das taxas dos Treasuries para os maiores níveis em uma década. Leituras ruins de índices de preços na Europa mostram que a inflação global não dá trégua e sugerem mais aperto monetário nos países desenvolvidos, com proeminência do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA).

Espelhando a busca global pela moeda americana, o dólar abriu por aqui em alta firme e esboçou superar o teto de R$ 5,30 na primeira hora de negócios, ao tocar máxima a R$ 5,2985 (+0,83%). A mínima da sessão, a R$ 5,2559, veio no fim da manhã, quando a divisa operou pontualmente em terreno positivo, sob efeito de leilões de linha do Banco Central. Foram US$ 3 bilhões em rolagem e US$ 1 bilhão em dinheiro novo, destinado a suprir demanda pontual no mercado spot, segundo operadores.

Após trabalhar ao redor de R$ 5,27 ao longo da tarde, o dólar encerrou o dia cotado a R$ 5,2742, em alta de 0,37%, reduzindo as perdas acumuladas na semana a 0,91%. A liquidez foi bastante reduzida com o contrato de dólar futuro para novembro, termômetro do apetite por negócios, girando ao redor de US$ 10 bilhões. Em outubro, o dólar ainda acumula baixa de 2,23%, sobretudo em razão das perdas de 3,38% na primeira semana do mês, após o primeiro turno das eleições.

"O comportamento do câmbio foi bem escorado hoje no mercado internacional com aversão ao risco em razão do ambiente inflacionário. As taxas dos Treasuries de 2 anos e 10 anos abriram mais de 10 pontos, o que prejudica emergentes", afirma o diretor de produtos de câmbio da Venice Investimentos, André Rolha, acrescentando que o real tende a sofrer menos que seus pares, em razão de crescimento mais forte e do diferencial de juros. "As pesquisas eleitorais trazendo Bolsonaro mais perto de Lula também têm um efeito positivo sobre o mercado local, principalmente na bolsa".

Pesquisa Ipespe divulgada no fim da tarde mostrou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com 49% dos votos totais, contra 43% de Bolsonaro. Como a margem de erro é de 3 pontos para mais ou para menos, os candidatos aparecem em empate técnico. Divulgada hoje pela manhã, pesquisa Genial/Quaest traz Lula com 48% e Bolsonaro com 42% (margem de erro dois pontos porcentuais). Lula oscilou 2 pontos porcentuais para baixo e Bolsonaro, 1 ponto para cima, em comparação com a pesquisa realizada no dia 13.

Dados do BC divulgados hoje à tarde mostraram que na semana passada (10 a 14) houve saída líquida de US$ 1,615 bilhão pelo canal financeiro. Na semana encerrada dia 7 de outubro, na sequência do primeiro turno da eleição, a conta financeira havia sido positiva em US$ 889 milhões. Em outubro (até dia 17), o fluxo cambial total (comercial e financeiro) é negativo em US$ 2,017 bilhões.

No exterior, o índice DXY - que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes - operou em alta firme ao longo do dia, tendo superado a faixa dos 113,000 pontos na máxima, com perdas ao redor de 1% da libra e do euro. O iene atingiu hoje o menor patamar em relação ao dólar desde 1990. O presidente do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) disse que "movimentos excessivos e unilaterais" do iene são desfavoráveis à economia japonesa, mas reafirmou a política de relaxamento monetário.

A taxa da T-note de 2 anos, mais ligada à perspectiva para a magnitude do ciclo total de alta de juros nos EUA, subiu mais de 12 pontos, e tocou máxima aos 4,5627%. As cotações do petróleo avançaram, com o tipo Brent para dezembro em alta de 2,64%, a US$ 92,41 o barril, na esteira de queda de 1,725 milhão de barris dos estoques dos Estados Unidos na semana passada.

A taxa anual de inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro acelerou de 9,1% em agosto para 9,9% em setembro, ligeiramente abaixo das expectativas (10%), mas no maior nível da história. No Reino Unido, o CPI anual atingiu de 10,1% em setembro, acima do esperado (9,9%) e no patamar mais elevado desde 1982. A perspectiva é que o Banco Central Europeu (BCE) promova nova elevação da taxa básica de juros em 75 pontos-base, apesar do enfraquecimento da economia europeia, que sofre com os efeitos da guerra na Ucrânia.

Divulgado à tarde, o Livro Bege, sumário de opiniões que embasa as decisões do Federal Reserve, mostrou que o mercado de trabalho segue apertado e há expectativa de alta salarial. O documento diz que a atividade nacional se expandiu "modestamente", com crescimento de preços ainda elevado, mas alívio na inflação em alguns distritos.

O presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, afirmou que não é possível moderar o ritmo de aperto monetário antes que haja desaceleração do núcleo da inflação. Risco de subir os juros menos que o necessário "é mais sério" do que exagerar no aperto, observou. "Meu melhor 'chute' agora é de que poderemos parar de subir os juros em algum momento do ano que vem", disse.

"A inflação é um problema global e os números na Europa estão fazendo preço no mercado de moedas. Não dá para dizer que a inflação nos EUA já chegou ao pico", afirma a economista Bruna Centeno, especialista em renda fixa da Blue 3, ressaltando que os dirigentes do Fed mantém o tom duro contra a inflação. (Antonio Perez - [email protected])

17:29

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.27420 0.3711 5.29850 5.25590

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

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