BOLSA CAI, DÓLAR ENCOSTA EM R$ 4,80 E DI SOBE COM IMPASSE DOS COMBUSTÍVEIS

Blog, Cenário

Os ativos brasileiros iniciaram a semana com desvalorização, à medida que o noticiário interno se sobrepôs à tendência de tímida tomada ao risco vista no exterior. Com a classe política buscando uma solução rápida e eficaz para os altos preços dos combustíveis, restou a pressão recair contra o ministro da Economia, Paulo Guedes. Ele teve reuniões com os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o relator do projeto que estabelece um teto de 17% do ICMS sobre combustíveis e energia, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), em busca de uma solução consensual que atenda governo, Estados e Parlamento. Por enquanto, a saída apresentada pelo chefe da equipe econômica passa por uma PEC para compensar os entes pela queda da alíquota. Enquanto as negociações esquentavam, até o presidente Jair Bolsonaro cobrou Guedes verbalmente e citou que há pressões para demiti-lo. Essa incerteza foi a senha para a venda do 'Pacote Brasil'. Com Petrobras mista (ON -0,06% e PN +0,07%), o Ibovespa cedeu aos 110.185,91 pontos, fechando com desvalorização de 0,82%. O dólar à vista superou os R$ 4,80 na máxima do dia, arrefecendo um pouco no fechamento (R$ 4,7957, alta de 0,36%). As taxas dos DIs também terminaram subindo. No caso do câmbio e dos juros, o cenário externo deu contribuição adicional. A inflação resiliente nos Estados Unidos e a expectativa pelos dados do índice de preços ao consumidor (CPI) na sexta-feira já embalaram dólar e rendimentos dos Treasuries. Há também expectativa em torno da decisão do Banco Central Europeu (BCE), na quinta-feira, quando é esperado que fique mais claro momento e intensidade de elevação dos juros no segundo semestre. As bolsas de Nova York até pegaram carona nas europeias, que espelhavam notícias otimistas para a atividade na China, mas o movimento foi perdendo força ao longo do dia. Dow Jones terminou com modesta alta de 0,05%, S&P 500 subiu 0,31% e Nasdaq avançou 0,40%.

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•CÂMBIO

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BOLSA

O Ibovespa perdeu a carona do exterior moderadamente positivo na sessão e iniciou a semana em baixa, após ter interrompido na anterior três semanas de ganhos consecutivos. Hoje, em retração pelo segundo dia, cedeu 0,82%, aos 110.185,91 pontos, bem mais perto da mínima (110.015,20), do começo da tarde, do que da máxima (111.934,78) da sessão, em que saiu de abertura a 111.102,32 - o nível de encerramento desta segunda-feira foi o menor desde 20 de maio (108.487,88). Bem enfraquecido, o giro financeiro ficou em R$ 17,0 bilhões nesta segunda-feira. Neste início de mês, o Ibovespa acumula perda de 1,05% em junho, avançando 5,12% no ano.

“A semana passada foi muito agitada, com dados relevantes como o PIB, aqui, e o payroll nos Estados Unidos. O descolamento do exterior tem ocorrido já há alguns dias, às vezes com o Ibovespa andando à frente do que se viu lá fora. Então é natural um ajuste, sem grandes novidades na sessão”, diz Rodrigo Natali, estrategista-chefe da Inv. “Alguns setores continuam a ter desempenho favorável, como as exportadoras, enquanto as empresas de menor capitalização - as small caps - e as de consumo, com exposição à economia doméstica, continuam a sofrer. Assim, com uns em alta e outros em baixa, o Ibovespa se mantém nesta faixa que temos visto, sem muita força.”

“Hoje, o número do Caged veio mais forte do que o esperado, e os dados sobre atividade no País têm vindo em geral acima do que o mercado imaginava no começo do ano. Mas a atuação vista sobre os preços no mercado têm refletido o que se espera para os juros nos Estados Unidos e agora na Europa, em meio à inflação muito alta em 12 meses - por outro lado, há também a reabertura na China, com efeito sobre as commodities. A reunião do BCE [Banco Central Europeu] deve ser relevante nesta semana, com expectativa de que comece a elevar juros [na zona do euro] em julho, com redução de balanço da instituição a partir do mesmo mês”, diz Daniel Miraglia, economista-chefe do Integral Group.

Na B3, na ponta do índice nesta segunda-feira, destaque para Raia Drogasil (+2,68%), CSN Mineração (+1,94%), Locaweb (+1,69%) e Embraer (+1,16%). Na ponta oposta, Hapvida (-6,15%), Positivo (-6,13%) e Méliuz (-6,11%). Entre as blue chips, o dia foi majoritariamente negativo, à moderada exceção de Vale ON (+0,10%) e de Petrobras PN (+0,07%). As perdas entre as ações de grandes bancos chegaram a 1,24% (BB ON), e Bradesco PN (+0,10%) foi a exceção. Na siderurgia, destaque para CSN (ON -3,51%) e Usiminas (PNA -2,14%).

No quadro doméstico, em meio a pressões do Planalto e da base aliada para que a equipe econômica encontre logo solução para equacionar a questão dos combustíveis, o mercado volta a ponderar o lado fiscal à medida que se aproxima nova reunião do Copom, na próxima semana, e o calendário eleitoral começa a ganhar dinamismo, em meio a negociações entre governo, Congresso e Estados sobre como reduzir os preços dos combustíveis e da energia elétrica.

Hoje, o presidente Jair Bolsonaro admitiu haver pressões para que substitua Paulo Guedes na Economia, e que espera solução do ministro nos próximos dias para o problema. Guedes esteve reunido nesta segunda-feira com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), uma das lideranças do Centrão que consideram essencial resposta aos preços dos combustíveis e da energia para que o governo chegue vivo a 2023, com as mais recentes pesquisas eleitorais mostrando chance de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vencer ainda no primeiro turno.

Em lista apresentada a lideranças políticas, o governo contabiliza que 11 entre 14 países da Europa optaram por reduzir os tributos sobre combustíveis como mecanismo para enfrentar o impacto da alta de preços de petróleo na economia. Nos Estados Unidos, vários estados, entre eles Nova York, estão suspendendo ou congelando a cobrança dos tributos que incidem sobre os combustíveis, relata a jornalista Adriana Fernandes, do Estadão em Brasília.

Há quase três meses sem reajuste (87 dias), a gasolina nas refinarias da Petrobras já registra uma defasagem de preço em relação ao mercado internacional de 20%, patamar que não registrava desde meados de maio, reporta do Rio de Janeiro a jornalista Denise Luna, do Broadcast.

Ainda que tenha sido flexibilizado para cobrir demandas de países como Hungria, República Checa e Eslováquia, o embargo da União Europeia (UE) a importações de petróleo da Rússia manterá os preços da commodity elevados ao menos até o fim deste ano, impondo mais pressão sobre a inflação global e com consequências para o crescimento econômico e a política monetária de nações desenvolvidas, segundo avaliam analistas consultados pelo Broadcast, informa o jornalista Gabriel Caldeira, de São Paulo.

Em relatório mensal, a Âmago Capital observa que três fatores prevaleceram sobre a percepção pessimista do mercado em maio: a história de crescimento da China acabou; a guerra da Ucrânia será eterna; e empresas de alto crescimento estão fadadas ao fracasso na nova realidade econômica.

A casa observa que “as restrições à mobilidade tiveram um grande efeito na economia chinesa, levando o governo a adotar uma série de medidas de estímulos, que podem ter um efeito positivo relevante nos próximos meses”. Por outro lado, a guerra na Ucrânia será “longa e causará problemas de oferta por muito tempo”, aponta a Âmago. “Um terceiro consenso do mercado é que empresas de tecnologia e de crescimento devem ser evitadas e que tais empresas devem renunciar ao crescimento em busca de melhora de suas margens operacionais”, acrescenta.

A gestora mantém a “visão positiva para commodities devido à falta de investimentos na última década, o que deverá permitir que muitas empresas brasileiras retornem aos acionistas cerca de 20% do valor de mercado apenas em 2022”. E observa que o setor financeiro, “devido aos juros e inflação altos em um ambiente ainda de crescimento econômico”, deve ser também favorecido. A casa mantém visão positiva para as “empresas que possuem crescimento autossustentável e com 'valuation' atrativo”, que “deverão ganhar participação de mercado devido à menor competição”. “Além disso, empresas que cresçam 20% ou mais ao ano em um momento desafiador de mercado poderão reverter a compressão de múltiplos recente.” (Luís Eduardo Leal - [email protected])

17:27

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 110185.91 -0.82483

Máxima 111934.78 +0.75

Mínima 110015.20 -0.98

Volume (R$ Bilhões) 1.69B

Volume (US$ Bilhões) 3.53B

17:30

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 110570 -1.04265

Máxima 112725 +0.89

Mínima 110255 -1.32

CÂMBIO

O real tentou avançar sobre o dólar no início do pregão, mas sucumbiu a uma série de incertezas externas e internas e perdeu força ao longo do dia. Assim, a moeda americana terminou a sessão à vista em alta de 0,36%, aos R$ 4,7957.

O câmbio respondeu a um dia de dólar mais fortalecido lá fora, tanto ante moedas fortes quanto frente aos pares do real, com os investidores no aguardo de uma semana cheia de indicadores, com dados de inflação aqui e nos Estados Unidos, além de decisão de juros na Europa. Tanto que o índice DXY - que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes - operou em alta na segunda etapa do pregão, na casa dos 102,400 pontos.

Internamente, pesa a discussão fiscal e política em torno de uma possível solução para a alta nos preços dos combustíveis, com o mercado prevendo um novo subsídio, com custo para as contas públicas. Pela manhã, o presidente Jair Bolsonaro citou, inclusive, pressões políticas para que ele demita o ministro Paulo Guedes. O chefe da Economia reagiu com um périplo pelo Legislativo, com reuniões com os presidentes do Senado e da Câmara, para tratar do projeto do ICMS dos combustíveis.

"Na ausência de uma notícia positiva que possa contrabalançar o exterior, o dólar sobe pela inércia [que acompanha o movimento lá fora], mas também por essas questões fiscais, com a possibilidade de o governo trazer algum tipo de subsídio", aponta Nicholas Farto, especialista em renda variável da Renova Invest.

Lá fora, o dia foi de abertura das taxas das Treasuries, na expectativa de dados importantes essa semana, que colocaram os investidores em compasso de cautela. O mercado aguarda os números de inflação aqui (quinta-feira) e nos Estados Unidos (sexta-feira) e de juros na Europa (quinta-feira).

Considerado atrasado no movimento de alta dos juros, o Banco Central Europeu (BCE) deve sinalizar o fim do programa de compras de ativos, mas a grande expectativa é sobre os indícios para a elevação nas taxas. Sobretudo após a presidente da autoridade monetária, Christine Lagarde, ter mudado o discurso, passando a defender uma alta nos juros a partir de julho.

"Tem bastante agenda para um câmbio um pouco mais defensivo. E ainda não vimos fluxo maior de estrangeiro. O estrangeiro tem voltado, mas não na velocidade do começo do ano", aponta Luciano Costa, economista-chefe da Monte Bravo.

Além disso, os dados do índice de preços ao consumidor (CPI) americano, na sexta-feira, ajudam o mercado a calibrar o tamanho do ímpeto do Federal Reserve (Fed) no aperto monetário.

"Há um pouco de tensão em relação aos dados de inflação nos Estados Unidos, o mercado começa a colocar isso no preço, o que tem sido normal. Na dúvida, o mercado começa a colocar no preço uma alta mais acelerada nos juros nos EUA, o que costuma ser um gatilho para alta do dólar", completa Farto.

Com todos esses fatores externos e internos colocando o investidor em modo de espera, as notícias de uma reabertura mais ampla na China, com anúncio de relaxamento de medidas contra o covid-19, até favoreceram um bom humor na abertura, mas não foram suficientes para manter o real positivo. Globalmente, na verdade, foram lidos como uma possível retomada na demanda, que serviu, na prática, para fortalecer o dólar. (Bárbara Nascimento - [email protected])

17:30

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 4.79570 0.3662 4.79620 4.79570

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL 4832.500 0.40515 4842.500 4785.000

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4862.744 23/03    

JUROS

Os juros fecharam em alta, pressionados principalmente pela preocupação com o cenário fiscal em meio às incertezas sobre o pacote de combustíveis em discussão no Congresso, que já vinha trazendo cautela no fim da semana passada. O exterior também pesou, via rendimento dos Treasuries e aumento do dólar, com a taxa da T-Note de dez anos voltando a rodar acima de 3%. O saldo do Caged acima da mediana das estimativas, embora não tenha tido efeito direto sobre as taxas, não deixa de ser mais um potencial fator de pressão sobre a inflação de curto prazo, mas o destaque da semana será o IPCA de maio, na quinta-feira.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 fechou a sessão regular em 13,445%, de 13,43% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2024 avançou de 13,026% para 13,075%. O DI para janeiro de 2025 encerrou com taxa de 12,475%, de 12,435% no ajuste anterior, e a do DI para janeiro de 2027 terminou em 12,395%, de 12,31%.

No caso dos vencimentos longos, mais sensíveis ao noticiário relativo às contas públicas, as taxas completaram a quarta sessão consecutiva de alta. Para o economista-chefe da Western Asset, Adauto Lima, a indefinição sobre o projeto para reduzir preços administrados é o principal fator de pressão sobre a curva, que também tem sofrido mais do que os outros ativos. "A depender do que for definido, pode começar a pegar mais no câmbio também", disse.

De acordo com ele, o prêmio de risco tem aumentado em função das frequentes mudanças na proposta, frente às resistências que o texto tem enfrentado no Senado, onde a influência dos governadores é mais forte. "Muda a toda hora e não se sabe mais o que está valendo", disse.

O senador Fernando Bezerra (MDB-PE), relator do projeto de lei que estabelece um teto de 17% para o ICMS sobre os chamados bens essenciais, ainda negocia detalhes do texto. Para endossar a compensação da perda de receitas a Estados e municípios aprovada pela Câmara, o governo propôs que os entes regionais aceitem uma redução ainda maior da alíquota, ou até zero, temporariamente até o fim do ano. Para zerar o tributo, cálculos preliminares apontam necessidade de compensação de pelo menos R$ 22 bilhões, que é o limite que o governo topa bancar. Os governadores ficaram de apresentar uma contraproposta.

O Congresso corre contra o tempo nesta época de festas juninas, quando muitos parlamentares do Norte e Nordeste voltam às suas bases, e também porque depois do recesso em julho as atenções de senadores e deputados estarão concentradas nas eleições.

O presidente Jair Bolsonaro disse que espera que o ministro da Economia, Paulo Guedes, resolva a questão dos combustíveis na seara da tributação nos próximos dias e disse que sofre pressões para demiti-lo.

Já a questão do reajuste aos servidores parece ter subido no telhado. A reserva de R$ 1,7 bilhão no Orçamento para o aumento do funcionalismo será usada para abater o volume necessário de contingenciamento para cumprir o teto de gastos neste ano. E o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, avisou aos sindicatos que representam os servidores do órgão que a categoria não terá reajuste, segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), Fábio Faiad, ao Broadcast. Faiad ainda acrescentou que entendeu que o "reajuste zero" seria para todos os servidores federais.

Das influências externas, prevaleceu a abertura da curva dos Treasuries, com a T-Note de dez anos marcando 3,08% no fim da tarde, em detrimento da queda dos preços do petróleo. Lima, da Western, afirma que os títulos americanos passam por um processo de correção à medida em que já não é mais tão claro um cenário de recessão nos EUA, especialmente após o relatório de emprego na sexta-feira.

A economista-chefe do Banco Inter, Rafaela Vitória, afirma que as notícias sobre aumento de gastos vêm mantendo os juros pressionados, apesar dos ótimos resultados fiscais. "O mercado se preocupa com uma possível flexibilização da regra do teto", afirmou, no podcast da instituição. Nos últimos dias, cresceram os rumores de que o governo poderá decretar estado de calamidade para abrir espaço à redução dos preços de combustíveis ou mesmo elevar o valor do Auxílio Brasil.

Depois da surpresa com a queda da taxa de desemprego maior do que a esperada na Pnad, hoje o saldo do Caged apontou criação líquida de 196.966 vagas em abril, acima da mediana das estimativas de 170.328 postos, reforçando a percepção positiva sobre a economia. "A atividade mais forte mantém a pressão inflacionária acesa e o IPCA de maio poderá dar o tom na próxima reunião do Copom", afirmou a economista, sobre o encontro do colegiado no dia 15.

Depois de um mês de ausência, o Banco Central publicou hoje o Boletim Focus. A mediana das expectativas para o IPCA de 2022 ficou em 8,89% considerando projeções atualizadas até sexta-feira (3), contra 7,89% na última divulgação da pesquisa, em 2 de maio. A estimativa de IPCA para 2023, foco principal da política monetária, ficou em 4,39%, contra 4,10% no último Focus (referente a 30 de abril). (Denise Abarca - [email protected])

17:30

 Operação   Último 

CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 12.99

Capital de Giro (%a.a) 6.76

Hot Money (%a.m) 0.63

CDI Over (%a.a) 12.65

Over Selic (%a.a) 12.65

MERCADOS INTERNACIONAIS

Em dia de agenda global modesta, um dado visto como positivo da atividade na China apoiou as bolsas europeias, mas em Nova York o quadro foi de volatilidade e fechamento com leves ganhos, com a ação do Twitter em baixa ante o risco de que Elon Musk possa desistir da compra da empresa. Na seara política, o premiê do Reino Unido, Boris Johnson, sobreviveu a uma moção de desconfiança e segue no posto. Enquanto aguardavam notícias importantes, como a decisão do Banco Central Europeu (BCE), na quinta-feira, e o índice de preços ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos, no dia seguinte, investidores continuavam a esperar alta de 50 pontos-base neste mês pelo Federal Reserve (Fed), em quadro de inflação forte e persistente, o que levou para cima os retornos dos Treasuries. O índice DXY do dólar oscilou, mas encerrou o dia com ganho. Com notícias do setor no radar, o petróleo alternou igualmente entre altos e baixos, terminando com queda modesta, com investidores vendo incertezas do lado da oferta, mas também nas perspectivas para a demanda.

Na China, o índice de gerentes de compras (PMI) subiu de 37,2 em abril a 42,2 em maio, ainda distante da marca de 50 que separa contração da expansão na pesquisa, mas exibindo melhora. A High Frequency Economics destacava mais cedo que, no fim de semana, boa parte dos moradores de Xangai tiveram suas restrições à circulação relaxadas, enquanto a consultoria também advertia para um ritmo provavelmente desigual na abertura. Para o Goldman Sachs, a recuperação atual do país será menos forte que a de 2020, com menos estímulo agora e ganho de impulso gradual.

No mercado acionário americano, os índices chegaram a ensaiar alta robusta, contudo logo perderam força, oscilando perto da estabilidade. Algumas notícias corporativas receberam atenção, com o papel do Twitter em queda de 1,47%, após Musk reforçar pedido por informações sobre o número de contas de spam nas redes sociais e ameaçar desistir da compra da empresa. Um porta-voz do Twitter disse que a companhia continua a colaborar e pretende fechar os negócios nos termos já anunciados. O índice Dow Jones fechou em alta de 0,05%, em 32.915,78 pontos, o S&P 500 subiu 0,31%, a 4.121,43 pontos, e o Nasdaq avançou 0,40%, a 12.061,37 pontos.

Entre os Treasuries o fôlego dos retornos foi maior, ante a perspectiva de aperto monetário. O BMO Capital comenta que esse mercado tem como focos nesta semana leilões e também o CPI dos EUA, com os dirigentes do BC americano já no período de silêncio antes da reunião da próxima semana. No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 subia a 2,716%, o da T-note de 10 anos avançava a 3,038% e o do T-bond de 30 anos, a 3,877%.

No câmbio, o índice DXY do dólar subiu 0,29%, a 102,437 pontos. No horário citado, o dólar avançava a 131,88 ienes, o euro recuava a US$ 1,0695 e a libra tinha alta a US$ 1,2540. Para a Western Union, o dado da China apoiou a venda de dólares, mas esse movimento não teve muito fôlego, enquanto o euro chegou a subir no início de semana com decisão do BCE, para depois igualmente inverter o sinal.

No Reino Unido, o premiê Boris Johnson conseguiu apoio suficiente (211 votos a 148) para seguir no posto, em votação na noite local no Parlamento. Antes da votação, a Eurasia dava este resultado como o mais provável, enquanto a Capital Economics dizia que investidores não estavam posicionados para a saída do líder, com a consultoria vendo um "prêmio de risco" nesse assunto "relativamente pequeno" e os ativos locais mais propensos a reagir ao quadro econômico global e menos à política local. Nas bolsas europeias, Londres subiu 1,00% e Frankfurt, 1,34%.

Entre as commodities, o petróleo WTI para julho fechou em baixa de 0,31%, a US$ 118,50 o barril, na Nymex, e o Brent para agosto recuou 0,18%, a US$ 119,51 o barril, na ICE. Os contratos chegaram a subir, na esteira do dado de atividade da China, em meio a notícias do setor, mas o quadro foi de volatilidade. A Arábia Saudita elevou preços de suas exportações para Ásia e Europa, enquanto foi também informado que os EUA avaliam liberar a venda de petróleo da Venezuela ao continente europeu e que a Índia pretende dobrar as importações de petróleo da russa Rosneft. O Barclays revisou em alta suas projeções para o preço do petróleo em 2022 e 2023, a US$ 111 o barril nos dois casos, citando sanções contra a Rússia por causa da guerra na Ucrânia. (Gabriel Bueno da Costa - [email protected])

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