Sinais de que a propagação do coronavírus estaria desacelerando em vários países europeus embalam altas firmes nas bolsas internacionais e também do dólar nesta segunda-feira. Mas o petróleo cai ao redor de 4%, após tombar mais de 7% na madrugada, com o adiamento, de hoje para 5ª feira, da reunião da Opep+ para discutir eventual corte na oferta. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, alertou que o país deve enfrentar o pico da pandemia de coronavírus "nos próximos dias", enquanto o governador de Nova York, Andrew Cuomo, afirmou que o pico de Covid-19 deve chegar em 7 dias a Nova York. Os Estados Unidos têm 312 mil infectados e 8.500 mortes, e no mundo, há um total de 1.113.758 casos e 62.784 mortes, de acordo com a OMS. No Brasil, que registra 11.130 contaminados e 486 mortes pela Covid-19, os ativos financeiros podem se beneficiar da melhora externa, mas de forma comedida. Em meio à espera do IPCA de março na semana, que será mais curta pelo feriado da Páscoa no País, Europa e EUA, na sexta-feira, o investidor deve repercutir hoje sinais do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de que a Selic pode seguir estável, em vez de cair como espera a maioria no mercado. Campos Neto afirmou em teleconferência no sábado que "o que se leva em consideração para (decidir sobre) juros é valor esperado para o ajuste fiscal", disse. Ele e o ministro da Econômica, Paulo Guedes, falaram no fim de semana em teleconferências sobre o "empoçamento" nos bancos dos R$ 1,2 trilhão destinados pelo governo para manter a liquidez no mercado durante a pandemia e prometeram meios para que o dinheiro chegue diretamente a famílias e empresas, como o uso de maquininhas de pagamentos. Já o Banco Central sinalizou nova liberação de compulsórios e o direcionamento de novos créditos para micro e pequenas empresas (MPEs). Fica no radar ainda outro possível mal-estar diplomático com a China. Ontem, em transmissão nas redes sociais, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, insinuou que a China vai sair "fortalecida" da crise atual causada pelo novo coronavírus, apoiada por seus "aliados no Brasil", associando a origem da covid-19 ao país asiático. Há menos de um mês, em 18 de março, o deputado federal Eduardo Bolsonaro culpou a China pela pandemia do novo coronavírus e causou um incidente diplomático. A embaixada chinesa no Brasil respondeu a Weintraub dizendo que “tais declarações têm cunho fortemente racista e objetivos indizíveis, tendo causado influências negativas no desenvolvimento saudável das relações bilaterais China-Brasil”. O acirramento com o país asiático agora é preocupante, porque o Brasil depende da importação de equipamentos e suprimentos de saúde para apoiar o combate à doença e a China concentra mais de 90% da produção desses suprimentos em todo o mundo. A postura irredutível do presidente Jair Bolsonaro contra o isolamento social também não ajuda. Ele disse a apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada ontem que "algo subiu na cabeça" de alguns de seus subordinados, mas que a "hora deles vai chegar". "A minha caneta funciona", afirmou. Questionado pelo Broadcast/Estadão cerca de uma hora após as declarações, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que ainda não tinha visto a frase.
IPCA, varejo e serviços na agenda local - No Brasil, hoje é IGP-DI de março (8h00), dia de boletim Focus (8h25), dados de produção de veículos da Anfavea (10h30). Amanhã saem as vendas no varejo de fevereiro. Na quarta-feira, é a vez da pesquisa mensal de serviços de fevereiro. Na quinta-feira será conhecido o IPCA de março. Na sexta-feira, o feriado de Sexta-feira Santa mantém os mercados fechados.
Ata do Fed e CPI dos EUA no radar externo - Destaque nos Estados Unidos esta semana ao índice de preços ao consumidor (CPI) de março, na sexta-feira, e no Reino Unido e nos EUA, o feriado de Sexta-feira Santa mantém os mercados fechados. Na quinta-feira, nos EUA, tem os pedidos de auxílio-desemprego e a prévia de abril do Índice de Sentimento do Consumidor da Universidade de Michigan, além do índice de preços ao produtor (PPI) de março. Na China tem o CPI de março. Na quarta-feira, o Federal Reserve divulga ata. Na terça-feira, é dia de produção industrial da Alemanha em fevereiro. Hoje é dia de índice de tendência de emprego do Conference Board nos EUA (11h00) e o Partido Democrata inicia prévias em Wiscounsin.
Câmara conclui votação do Orçamento de Guerra e PEC vai ao Senado - Em cerca de seis horas de votação, a Câmara concluiu a votação da Proposta de Emenda à Constituição do Orçamento da Guerra em dois turnos, na sexta-feira à noite. A medida, entre outros pontos, aumenta o poder de fogo do Banco Central diante da crise.
Câmara pode votar Plano Mansueto, após aprovar urgência - O plenário da Câmara aprovou na sexta-feira à noite a urgência para votar o projeto de lei de socorro financeiro aos Estados, chamado de Plano Mansueto. A ideia da medida é flexibilizar algumas exigências cobradas de Estados e municípios para a liberação de novos financiamentos. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), convocou nova reunião para hoje, às 15h.
Onyx: beneficiários do Bolsa Família vão receber auxílio emergencial a partir de 16 de abril - O governo pretende começar a pagar já nesta semana. Os elegíveis que já forem registrados no Cadastro Único serão alvo de um “esforço” para receberem antes da Páscoa (12 de abril). Os beneficiários do Bolsa Família, por sua vez, receberão os créditos no calendário normal do programa, que começa em 16 de abril. Anteriormente, Onyx havia afirmado que o pagamento aos beneficiários do Bolsa Família começaria dia 10 de abril.
Governo quer usar fundo de aval do BNDES e Tesouro para destravar crédito às empresas - O Ministério da Economia trabalha na formulação de uma nova rede de seguridade para destravar o crédito dos bancos para as empresas brasileiras. Para destravar o dinheiro, o governo estuda utilizar fundos de aval de instituições como o BNDES e o Sebrae, além do próprio Tesouro, para garantir os empréstimos. Até o momento, o BC anunciou a injeção de R$ 1,2 trilhão no sistema financeiro.
STF/Alexandre de Moraes anula ato do Tesouro que impedia SP de obter empréstimos - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes anulou ato da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) que suspendia a Capacidade de Pagamento (Capag) do Estado de São Paulo. Na prática, a decisão do Tesouro impedia a tomada de empréstimos por parte do governo estadual, em meio aos esforços para combater a pandemia de coronavírus e seus impactos econômicos.
SP projeta 220 mil casos de coronavírus e pede mais de R$ 500 milhões ao Banco Mundial - O governo de São Paulo projeta 220 mil casos do novo coronavírus e prepara pedido de empréstimo de US$ 100 milhões (mais de R$ 500 milhões) ao Banco Mundial para ações de combate à doença, conforme documentos obtidos pelo Broadcast/Estadão.
Bolsonaro veta medida que aumentava emendas de bancadas do Congresso - O presidente Jair Bolsonaro vetou uma medida que aumentava a quantidade de emendas parlamentares indicadas pelas bancadas do Congresso com pagamento obrigatório. O veto foi colocado na proposta que regulamenta o orçamento impositivo neste ano (PLN 2/2020), aprovada na semana passada. O restante do projeto foi sancionado.
Bolsonaro: Por 3 meses, MP 932/20 corta à metade contribuição de empresas a sistema S - Em sua conta no Twitter, o presidente Jair Bolsonaro anunciou, ontem, que decidiu reduzir pela metade a contribuição obrigatória das empresas para o sistema S. "A medida vale por 3 meses. A MP 932/20 diminui em mais de R$ 2,5 bilhões as despesas das empresas", disse.
Datafolha: 59% dos brasileiros são contra renúncia de Bolsonaro em meio à pandemia - Um levantamento do Datafolha, divulgado neste domingo, mostra que 59% dos brasileiros são contra uma renúncia do presidente Jair Bolsonaro em meio ao combate à pandemia pela Covid-19. Outros 37% são a favor e 4% não sabem dizer.
FÔLEGO NO EXTERIOR
Futuros de NY e bolsas europeias sobem - Os índices futuros das bolsas de Nova York e as bolsas da Europa operam em alta nesta manhã, em meio a sinais de que a propagação do coronavírus está desacelerando no Estado de Nova York e em países europeus, como Itália, Espanha, Alemanha e Reino Unido. Na Alemanha, as encomendas à indústria caíram menos do que o esperado. Às 7h23, o Dow Jones futuro subia 3,66%, o S&P 500 futuro avançava 3,71% e Nasdaq futuro se valorizava 3,96%. A Bolsa de Londres subia 2,09%, a de Frankfurt avançava 4,32% e a de Paris se valorizava 3,52%.
Dólar avança em meio a sinais de desaceleração do coronavírus - O índice DXY do dólar - que mede as variações da moeda americana ante outras seis divisas importantes - avança no fim da madrugada desta segunda-feira, após múltiplos relatos de desaceleração de mortes ou infecções por coronavírus em várias partes do mundo. Às 7h24, o índice DXY do dólar subia 0,09%, a 100,67 pontos, enquanto o euro recuava a US$ 1,0805, de US$ 1,0822 no fim da tarde de sexta-feira. O dólar avançava a 109,24 ienes, operando nos maiores níveis desde o fim de março.
Alemanha: encomendas à indústria caem menos que o previsto - As encomendas à indústria da Alemanha caíram 1,4% em fevereiro ante janeiro, acima da expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam queda de 3% nas encomendas.
Trump irrita nações aliadas ao impedir exportação de máscaras por empresas americanas - A mudança de postura do presidente americano Donald Trump, impedindo que a indústrias dos Estados Unidos forneçam máscaras para países aliados, como Alemanha e Canadá, vem causando reações internacionais. Autoridades alemãs disseram que um carregamento de máscaras com destino à Alemanha foi apreendido no aeroporto de Bangcoc e desviado para os EUA. A apreensão seria um ato de "pirataria moderna", segundo o prefeito de Berlim, Andreas Geisel.
Mercados da Ásia fecham em forte alta - As bolsas da Ásia e do Pacífico encerraram os negócios desta segunda-feira com ganhos robustos, favorecidas por sinais de que a propagação do coronavírus está desacelerando em várias partes do mundo. O Nikkei saltou 4,24% em Tóquio, enquanto o sul-coreano Kospi subiu 3,85% em Seul e o Hang Seng se valorizou 2,21% em Hong Kong. A bolsa de Xangai não operou por causa de feriado nacional. O S&P/ASX 200 avançou 4,33% em Sydney.
Japão planeja pacote de US$ 1 trilhão para combate a coronavírus - O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, disse nesta segunda-feira que pretende declarar estado de emergência nas áreas de Tóquio e de Osaka amanhã (07), em resposta à pandemia de coronavírus. Abe disse ainda que planeja propor um pacote econômico de 108 trilhões de ienes (US$ 1 trilhão) para lidar com os efeitos adversos da pandemia.
Russos e sauditas perto de acordo sobre petróleo - Rússia e Arábia Saudita estão "muito, muito próximas" de fechar um acordo para estabilizar o mercado de petróleo, segundo o executivo-chefe do fundo de investimento soberano russo RDIF, Kirill Dmitriev.
Petróleo recua - Os contratos futuros do petróleo operam em baixa após notícia de que a Opep+ adiou para quinta-feira (09) uma reunião virtual para discutir a redução de produção ainda numa tentativa de estabilizar o mercado. Originalmente, o encontro estava previsto para hoje. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse ontem à noite que, se não houver acordo entre produtores de petróleo, ele pode impor uma "tarifa substancial" sobre essas importações no país. Às 7h25, o petróleo WTI para maio caía 4,23%, a US$ 27,14 o barril, enquanto o petróleo Brent para junho recuava 3,40%, a US$ 32,95 o barril.
Toda quarta é Super quarta? Quando ocorre a Super Quarta?