[BOLETIM] ABERTURA: MERCADOS AFUNDAM MESMO COM AÇÃO DE BCS E AUMENTA PRESSÃO PARA CORTE MAIOR DA SELIC

Blog, Cenário
São Paulo, 09/03/2020 - A atuação coordenada de vários bancos centrais com estímulos monetários não está sendo suficiente para impedir o pânico dos mercados. Mesmo com toda essa ofensiva o movimento dos mercados nesta manhã é de extrema aversão a risco, com futuros de Nova York em queda de mais de 4% e na Europa, a Bolsa de Madri derretia 9% e a de Milão, ao redor de 8%, uma vez que Espanha e Itália são dois países com mais casos de coronavírus no Velho Continente. As perdas, no entanto, também eram de pelo menos 6% também em Londres, Frankfurt e Paris. Para conter o estrago na economia do coronavírus, o Federal Reserve cortou os juros para a faixa de zero a 0,25% na segunda reunião extraordinária em duas semanas. A última vez que os juros tinham caído para esse patamar foi em dezembro de 2008. A ação do Fed faz parte de uma ação conjunta dos maiores bancos centrais do mundo para dar liquidez em dólar ao mercado financeiro. Na esteira do Fed, o Banco do Japão (BoJ) também adotou medidas de estímulo nesta segunda-feira em reunião extraordinária e sinalizou que pode cortar juros se necessário. O BC da Coreia do Sul e da Nova Zelândia também cortaram juros. No Brasil, cresce a pressão para o BC ir na mesma direção e muitos avaliam que o timing ideal seria também hoje, em reunião extraordinária, e não na quarta-feira. Algumas instituições, como UBS e Acrefi falam de corte imediato de 100 pontos-base. O Tesouro cancelou leilões ordinários de NTN-B, LTN e NTN-F desta semana e anunciou condições para leilões extra de compra e venda de LTN, NTN-B e NTN-F a serem realizados hoje. A pandemia de coronavírus já matou pelo menos 6.500 pessoas em todos os continentes, exceto Antártica. No Brasil, são ao menos 203 casos, a maioria em São Paulo, sem registros de mortes. E subiu para 11 o número de contaminados da comitiva do presidente Jair Bolsonaro em viagem aos EUA. Além dos 11 brasileiros, o prefeito de Miami, Francis Suarez, que recepcionou a comitiva brasileira na semana passada, também está com a covid-19. Mesmo assim, contrariando todas as recomendações do Ministério da Saúde, Bolsonaro deixou ontem o isolamento e participou, em Brasília, de ato a favor do seu governo e com críticas ao Congresso e ao Supremo Tribunal Federal. Em cerca de 58 minutos, ele teve contato físico com cerca de 272 pessoas. Infectologistas disseram que o fato de o presidente ter tocado as mãos e os celulares dos manifestantes expôs todos à contaminação, caso ele esteja com o vírus. A atitude já gera ainda mais conflito entre ele e o Congresso. Os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), criticaram Bolsonaro. “O presidente da República deveria estar no Palácio coordenando um gabinete de crise”, disse Maia. Bolsonaro os desafiou a ir às ruas para ver “como serão recebidos” e chamou de “extremismo” e “histeria” as medidas de combate à pandemia. E o ministro da Economia, Paulo Guedes, por sua vez, falou em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo que só começou a avaliar os possíveis efeitos da pandemia na semana passada, mas garantiu "que não vai faltar dinheiro para combater a crise", sem dizer que medidas podem ser anunciadas. Copom e Guedes na agenda local - A decisão de política monetária do Copom sai na quarta-feira. O ministro da Economia, Paulo Guedes, prometeu anunciar novas medidas em resposta ao coronavírus. O Tesouro realiza hoje leilões extra de compra e venda de NTN-B às 11 horas, e também de LTN e NTN-F, às 15 horas. No Congresso, estão previstas reuniões em comissões, mas podem ser adiadas por causa do contágio de alguns parlamentares pela Covid-19. Na agenda, estão programados ainda o IGP-10 de março hoje, às 8 horas, a pesquisa Focus, às 8h25, além da prévia da sondagem industrial de março e do relatório bimestral de Avaliação de Despesas e Receitas Primárias do primeiro bimestre, ambos na sexta-feira. Podem ser conhecidos ainda, nos próximos dias, os dados de geração de emprego formal (Caged) em janeiro e da arrecadação de impostos e contribuições federais em fevereiro. O balanço da XP sai nesta terça-feira e o da Braskem, na quinta-feira. Exterior traz vendas no varejo e produção industrial dos EUA - As vendas no varejo e a produção industrial dos Estados Unidos de fevereiro são esperados nesta terça-feira. O Partido Democrata realiza prévias em quatro Estados, na terça-feira. Na Europa, o índice de expectativas econômicas ZEW da Alemanha de março está programado para esta terça-feira, e o índice de preços ao consumidor (CPI) da Zona do Euro de fevereiro sai na quarta-feira. MERCADOS TOMBAM Bolsas europeias e futuros de NY têm quedas fortes - As bolsas europeias e os índices futuros de Nova York operam em forte baixa nesta manhã, em meio à desconfiança dos investidores após o Federal Reserve ter cortado seu juro básico em um ponto porcentual, para a faixa de 0% a 0,25%, e anunciou um programa de compra de ativos de US$ 700 bilhões, entre outras medidas, como parte de uma estratégia coordenada entre vários grandes BCs, incluindo o Banco do Japão (BoJ), para combater os efeitos do novo coronavírus. Indicadores fracos divulgados na China ajudam no mau humor. A exemplo da Itália, o governo da Espanha anunciou o isolamento do país por 15 dias. Já Alemanha e França bloquearam grandes partes de suas economias e fortaleceram suas fronteiras, também numa tentativa de evitar a propagação da doença. Às 7h28, a Bolsa de Londres caía 6,38%, a de Frankfurt recuava 7,91% e a de Paris se desvalorizava 9,10%. Nos mercados futuros de Nova York, Dow Jones perdia 4,53%; S&P500 recuava 4,77% e Nasdaq, -4,54%. O euro estava a US$ 1,1169, ante US$ 1,1074 no fim da tarde de sexta-feira; A libra era cotada a US$ 1,2301, ante US$ 1,2311 no fim da tarde de sexta-feira. Bolsas da Ásia renovam mínimas em anos - As bolsas da Ásia e do Pacífico fecharam em forte baixa nesta segunda-feira, renovando mínimas em anos, à medida que a aversão ao risco e desconfiança persistem após ações extraordinárias tomadas pelo Federal Reserve (Fed), Banco do Japão (BoJ) e outros Bcs. Os investidores da região também ignoraram um novo corte de compulsórios anunciado pelo Banco do Povo da China (PBoC) na sexta-feira (13) à noite. Também pesam negativamente os indicadores ruins da China. No Japão, o índice Nikkei caiu 2,46%, para o menor nível desde novembro de 2016. Já o rendimento do bônus do governo japonês (JGB) de 10 anos subiu 2 pontos-base, a 0,010%, após o BoJ decidir manter o volume anual de suas compras de JGBs em 80 trilhões de ienes. Na China continental, o Xangai Composto recuou 3,40%. Em Hong Kong, o Hang Seng caiu 4,03%, enquanto o sul-coreano Kospi recuou 3,19% em Seul, no menor nível desde outubro de 2011. Na Oceania, a bolsa australiana caiu 9,70% em Sydney, ampliando para 30% as perdas acumuladas desde que atingiu seu último pico, em 20 de fevereiro. Às 7h47, o dólar caía a 105,87 ienes, ante 108,34 ienes no fim da tarde de sexta-feira. BC da Coreia do Sul corta juro para mínima histórica de 0,75% - O Banco Central da Coreia do Sul decidiu nesta segunda-feira reduzir sua taxa básica de juros em 0,50 ponto porcentual, para a mínima histórica de 0,75%, juntando-se a outros BCs no relaxamento da política monetária em reação ao impacto econômico do coronavírus. Em sua última reunião regular, em 26 de fevereiro, o BoK deixou seu juro básico inalterado, resistindo a pressões para reduzi-lo em meio aos efeitos da doença em sua economia. A Coreia do Sul é um dos países mais afetados pelo coronavírus, com mais de 8 mil casos confirmados. BoJ adota medidas para bombear dinheiro no mercado e na economia - O Banco do Japão (BoJ) disse que vai dobrar as compras de fundos de índice (ETFs) no mercado acionário, que já caiu mais de 25% em relação ao seu pico mais recente. Até agora, o BoJ tinha como meta comprar anualmente 6 trilhões de ienes (US$ 56 bilhões). Nesta segunda-feira, prometeu dobrar o número para 12 trilhões de ienes anuais. O banco elevou a sua meta para a sua carteira de bônus corporativos de 3,2 trilhões de ienes para 4,2 trilhões de ienes. O presidente do Banco do Japão (BoJ), Haruhiko Kuroda, disse disse que o BoJ não hesitará em tomar medidas adicionais de relaxamento, se necessário, o que pode incluir cortes de juros. BC da Nova Zelândia reduz juros de 1,00% para 0,25% em reunião extraordinária - O Banco Central da Nova Zelândia reduziu os juros básicos de 1,0% para 0,25%, em reunião extraordinária, e informou que vai manter a taxa nesses níveis por ao menos 12 meses. As implicações econômicas negativas do coronavírus foram citadas como justificativa para mais estímulos monetários. O BC neozelandês também informou que, se for necessário um estímulo adicional à economia, seria preferível um programa de compra de ativos de larga escala a reduções adicionais de juros. China/NBS: país vai adotar mais políticas para responder a efeitos da pandemia do coronavírus - A China vai implementar mais políticas para compensar os efeitos da pandemia do novo coronavírus, que provocou uma queda brusca da atividade econômica, disse o porta-voz do Escritório Nacional de Estatísticas (NBS, na sigla em inglês) do país Mao Shengyong. O NBS informou hoje declínios anuais de dois dígitos da produção industrial, do investimento em capital fixo e das vendas no varejo da China para os primeiros dois meses do ano. "O baque à economia é de curto prazo e controlável", afirmou Mao nesta segunda-feira. Ele apontou que mais medidas fiscais poderiam ser adotadas devido aos níveis relativamente baixos de dívida do governo. China: produção industrial recua 13,5% no 1º bimestre e vendas no varejo encolhem 20,5% - A produção industrial da China recuou 13,5% no primeiro bimestre de 2020, ante igual período de 2019. É pior do que os 3% de queda esperados por analistas ouvidos pelo Wall Street Journal. As vendas no varejo cederam 20,5%, quando era esperado uma baixa de 5%. Os investimentos em ativos fixos mergulharam 24,5%, ante projeção de queda de 1%. E o desemprego urbano subiu de 5,2% em dezembro para 5,7% no fim de fevereiro. China: vendas de imóveis caem 34,7% no 1º bimestre - As vendas de imóveis na China recuaram 34,7% no primeiro bimestre do ano em relação a igual período de 2019. É a mais severa baixa desde o início da série histórica, em 1992. O investimento imobiliário, incluindo imóveis comerciais e residenciais, caiu 16,3% no primeiro bimestre. As construções iniciadas, por sua vez, desabaram 44,9%. Petróleo e cobre aprofundam perdas - Os contratos futuros de petróleo e cobre aprofundam a trajetória em território vermelho na reta final da sessão asiática, enquanto os de ouro vão na contramão, à medida que os diferentes ativos reagem às decisão extraordinárias do Federal Reserve e do Banco do Japão (BoJ). Às 7h48, o petróleo Brent para maio descia 8,27% na ICE, a US$ 31,04 o barril. Na Nymex, o petróleo WTI para abril perdia 5,55%, a US$ 29,98 o barril e o cobre para maio recuava 3,71%, a US$ 2,3725 a libra-peso. Fonte: AE NEWS
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