A vitória do democrata Joe Biden, cuja possibilidade já induzia o otimismo nos mercados desde a semana passada, se somou a notícias animadoras sobre vacinas contra a covid-19 e fez disparar o apetite por risco, resultando em forte alta das bolsas. Embora a alta dos índices em Nova York tenha perdido fôlego na reta final do pregão, o Dow Jones disparou 2,95% e passou a subir no ano, enquanto o S&P 500 ganhou 1,17%. O Nasdaq, contudo, terminou com queda 1,53%, depois de ter sido o que mais subiu nos últimos dias e diante de troca de posições dos investidores, dos papéis de tecnologia para os de atividades ligadas à retomada da economia, como aviação. Afinal, se tais setores dependem de uma vacina para retomar certa normalidade, a notícia da Pfizer, de que resultados preliminares dos testes de seu imunizante para covid-19 mostraram 90% de eficácia, favorece a leitura de que isso poderá ocorrer em um horizonte não tão distante. Para completar, a Novavax anunciou, também hoje, que recebeu do órgão regulador de alimentos e medicamentos dos EUA, a FDA, a designação para rápida aprovação da possível vacina que está testando para covid. O Ibovespa foi o mercado doméstico que melhor refletiu o modo 'risk on' dos investidores, ao subir 2,57%, para 103.515,16 pontos. Na máxima do dia, aliás, chegou a superar os 105 mil pontos, com ganhos generalizados entre os papéis que compõem o índice. E mesmo que não tenha mantido tamanho ímpeto, engatou a quinta sessão consecutiva de ganhos, com valorização de 10,18% no mês, quase igualando o avanço registrado em abril, quando subiu 10,25%, vindo de tombo de 29,90% em março. O destaque do dia foi a disparada em torno de 10% nos papéis da Petrobras, que pegaram carona no salto de ao redor de 8% do petróleo diante da expectativa pela vacina. Na renda fixa, apesar de terem desacelerado a queda na etapa vespertina, os juros futuros ainda terminaram com baixa importante, em novo dia de desinclinação da curva de DI com o otimismo global. E além da questão fiscal ainda pendente por aqui, o comportamento do dólar ante o real também ajuda a explicar o movimento dos juros. Se, pela manhã, a divisa americana bateu na mínima de R$ 5,22, à tarde, passou por uma realização, virou e subiu até a marca de R$ 5,42, em meio à busca de um novo ponto de acomodação. No fim, encerrou praticamente estável, com pequena desvalorização de 0,04%, a R$ 5,3917 no mercado à vista.
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