Com o apoio dos setores de finanças e de energia, as bolsas de Nova York tiveram uma sessão de ganhos expressivos nesta quinta-feira, a despeito de números fortes da inflação dos Estados Unidos trazerem cautela em um primeiro momento. O segmento financeiro teve uma subida forte na véspera do início da temporada de balanços de bancos, com os resultados de Citi, JPMorgan e Wells Fargo saindo amanhã antes da abertura dos negócios. Apesar das dificuldades da economia americana, o setor tem o suporte do aumento dos juros via crescimento das receitas. Já no setor energético, a informação de que empresas americanas de petróleo reduziram a sua produção impulsionou a commodity, que já tinha passado por rali na semana passada quando o cartel da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) anunciou o encolhimento da oferta. Ainda que a Agência Internacional de Energia (AIE) tenha criticado a decisão da Opep+ hoje mais cedo, a percepção que ficou no mercado da commodity é de que, inevitavelmente, a oferta global será menor, e a consequência disso é a subida dos preços do petróleo. O barril do Brent saltou a US$ 94,57 (+2,29%) e o do WTI foi a US$ 89,11 (+2,33%). E, por mais que esse movimento alimente a inflação global, uma parcela dos agentes vê que, mesmo com as surpresas dos índices americanos de preços ao produtor (PPI, ontem) e ao consumidor (CPI, hoje), o custo de vida nos Estados Unidos está próximo do pico. O presidente dos EUA, Joe Biden, disse hoje duas vezes que vê "algum progresso" na luta contra os preços altos. Essa visão particular também se somou a uma linha de interpretação da ata do Federal Reserve, que mostrou que vários dirigentes pontuaram que, caso as condições globais se deteriorem, há espaço para calibrar a política monetária. Ao fim, as bolsas de Nova York terminaram com altas de 2,83% (Dow Jones), 2,60% (S&P 500) e 2,23% (Nasdaq). O DXY cedeu a 112,363 pontos (-0,84%), mas os juros dos Treasuries subiram. Aqui no Brasil, os movimentos foram muito mais comedidos, em um dia de agenda local fraca. Mesmo com o avanço de Petrobrás (ON +3,13% e PN +2,85%), o Ibovespa recuou aos 114.300,09 pontos (-0,46%). Dólar à vista (R$ 5,2730, alta de 0,02%) e juros futuros de curto prazo (Janeiro 2024 em 12,80%) terminaram praticamente iguais à terça-feira.
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•BOLSA
•JUROS
•CÂMBIO
MERCADOS INTERNACIONAIS
As bolsas de Nova York tiveram reação impressionante ao longo do dia e fecharam com altas robustas, de quase 3% para alguns dos principais índices. A inflação ao consumidor acima da previsão e a consequente perspectiva de mais aperto monetário pelo Federal Reserve (Fed) pesaram mais cedo, mas aparentemente alguns investidores viram margem para compras de ações, após quedas recentes e com a temporada de balanços começando a ganhar corpo. Os ganhos foram generalizados entre setores, com financeiro e energia entre os destaques. Este último foi apoiado pela alta do petróleo, em dia de relatório da Agência Internacional de Energia (AIE) e levantamento semanal dos estoques da commodity nos EUA. Já entre os Treasuries, os juros mantiveram altas, com a política monetária do Fed em foco, enquanto no câmbio o índice DXY do dólar recuou, pressionado pela libra, sustentada ante a possibilidade de ajustes nos planos fiscais no governo do Reino Unido.
A Oanda qualificou a reação do mercado acionário americano de hoje como "intrigante". Segundo ela, alguns investidores se mostram convencidos de que o núcleo da inflação em breve começará a recuar, mesmo após o índice de preços ao consumidor (CPI) acima do previsto mais cedo. A Oanda acredita que o pico nos juros nos EUA deve ficar "um pouco acima de 5% e para alguns isso é bom o suficiente como motivo para voltar às ações". Ela ainda avalia que o rali de hoje provavelmente teve algum impulso da cobertura de posições, mas acrescenta que diante da trajetória de alta nos juros "esta reversão nos mercados não durará".
Mais cedo, o tom era claramente negativo em Nova York, com os índices acionários pressionados pela perspectiva de Fed mais duro no aperto monetário, diante da inflação renitente. Mas houve espaço amplo para recuperação, com investidores também na expectativa pela temporada de balanços, que conta com resultados de importantes bancos americanos amanhã. O índice Dow Jones fechou em alta de 2,83%, em 30.038,72 pontos, o S&P 500 subiu 2,60%, a 3.669,91 pontos, e o Nasdaq avançou 2,23%, a 10.649,15 pontos. Antes de seus balanços na próxima manhã, JPMorgan e Citigroup subiram pouco mais de 5% e o Wells Fargo, 4,62%.
Já no mercado de Treasuries não houve reviravoltas ao longo do dia, com os retornos apoiados pela perspectiva de mais altas de juros pelo Fed. Segundo o monitoramento do CME, no fim desta tarde a chance de uma elevação de 75 pontos-base nos juros em 2 de novembro estava em 99,3%, com 0,7% de uma alta de 100 pontos-base. No fim da tarde em Nova York, o retorno da T-note de 2 anos subia a 4,480%, o da T-note de 10 anos avançava a 3,952% e o do T-bond de 30 anos, a 3,938%.
No câmbio, a libra foi apoiada pela notícia de que a premiê Liz Truss, do Reino Unido, avalia elevar o imposto corporativo local de 19% a 25%. A Western Union vê ainda a moeda britânica volátil, antes de o Banco da Inglaterra (BoE) encerrar seu programa de intervenção emergencial com compras de Gilts, nesta sexta-feira. Com a força da libra, o índice DXY do dólar recuou 0,84%, a 112,363 pontos. No horário citado, o dólar avançava a 147,23 ienes, o euro subia a US$ 0,9779 e a libra tinha alta a US$ 1,1320.
Entre as commodities, o petróleo WTI para novembro fechou em alta de 2,33%, em US$ 89,11 o barril, na Nymex, e o Brent para dezembro avançou 2,29%, a US$ 94,57 o barril, na ICE. A Agência Internacional de Energia (AIE) alertou para o risco de recessão global, impulsionado pela decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) de cortar sua produção em 2 milhões de barris por dia, o que tende a apoiar os preços dos contratos e, consequentemente, a gerar mais inflação. Já o Departamento de Energia (DoE) trouxe relatório semanal misto nos EUA, com crescimento bem acima do previsto nos estoques de petróleo, alta nos de gasolina ao contrário da expectativa e ainda recuo na produção média diária. Para o TD Securities, o corte recente da Opep+ deixa os preços com risco de alta, o que levou o banco a revisar para cima sua projeção para o barril do Brent, a US$ 99 no quarto trimestre deste ano e a uma média de US$ 101 em 2023. (Gabriel Bueno da Costa - [email protected])
BOLSA
Na esteira de avanço acima de 2% no Brent, os ganhos em torno de 3% para Petrobras (ON +3,13%, PN +2,85%) não foram o suficiente para assegurar sinal positivo ao Ibovespa no fechamento desta quinta-feira pós-feriado, em que os ganhos em Nova York chegaram a 2,83% (Dow Jones) após uma sequência de quedas - a sessão também foi de recuperação técnica nas bolsas europeias. Afora Petrobras, o dia na B3 foi majoritariamente negativo para outras ações e setores de peso, como bancos, à exceção de BB (ON +0,69%); siderurgia, exceto Gerdau (Metalúrgica +0,53%, PN +0,19%), e para Vale (ON -1,78%), com recuo de 2,45% no minério em Dalian (China).
Com poucos catalisadores domésticos disponíveis na sessão, o Ibovespa encerrou em baixa de 0,46%, a 114.300,09 pontos, vindo já de três perdas antes da pausa para a celebração da Padroeira, ontem. Na mínima, tocou hoje 112.690,12 pontos, ainda no menor nível desde a abertura de 3 de outubro, dia seguinte ao primeiro turno da eleição, com máxima nesta quinta-feira a 115.366,95, saindo de abertura aos 114.819,20 pontos. O giro financeiro foi a R$ 48,1 bilhões na sessão, reforçado pelo vencimento de opções sobre o Ibovespa. Na semana, o índice cede 1,78%, mas avança 3,87% no mês e 9,04% no ano.
Na ponta do índice, destaque ainda para Braskem (+11,97%), estendendo o salto da terça-feira com os rumores de que o fundo Apollo teria apresentado oferta maior pelas ações da empresa com a intenção de fechar o capital na B3 e abrir em Nova York. Destaque também para Minerva (+6,64%), Rumo (+4,05%) e Petrobras ON (+3,13%). No lado oposto, Americanas (-7,34%), CSN Mineração (-5,56%) e MRV (-5,13%).
No exterior, "foram cinco dias seguidos de queda para as bolsas americanas, até ontem, que as colocaram em mínimas do ano, faltando pouco para o encerramento de 2022. Um ano ruim também para o mercado de bonds, e não só americanos, com o estresse que prossegue especialmente nos Gilts, do Reino Unido", diz Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, colocando em destaque sinais em sentido tanto 'hawk' como 'dove' na ata de ontem do Federal Reserve. "Voltaram a frisar o risco de não se fazer nada ou menos do que deveriam, mas pela primeira vez apareceu um parágrafo (na ata) que pode ser lido como uma conversa sobre desaceleração da alta de juros", acrescenta o economista.
A ata do Federal Reserve, divulgada ontem quando a B3 estava fechada, trouxe até alguns sinais "dovish", observa também Gabriel Meira, especialista em renda variável da Valor Investimentos, mas tal efeito foi mitigado de certa forma, hoje, pela leitura sobre a inflação ao consumidor nos Estados Unidos. "A alta foi de 0,40%, e a expectativa era de 0,20% (para setembro). Um dos fatores para esse aumento é o contínuo crescimento da massa salarial, o que estimula o consumo e contribui para uma inflação elevada. O acumulado em 12 meses está em 8,2%, ainda bem acima da meta (de inflação) do Fed, de 2% ao ano", observa Acilio Marinello, coordenador do MBA em Digital Banking da Trevisan Escola de Negócios.
"O dia de hoje foi bastante volátil principalmente lá fora, com o CPI (índice de preços ao consumidor) acima do esperado, o que levou o mercado a precificar altas maiores de juros, e até risco de ciclo também maior (de aumentos na taxa de referência do Fed), considerando que se esperava alta de 0,75, de 0,50 e de 0,25 pontos porcentuais (para as próximas reuniões). Mas depois houve uma recuperação muito forte lá fora, saindo das mínimas para as máximas do dia. Aqui, a amplitude do movimento foi muito menor, mas o mercado chegou a acompanhar também, em parte do dia", diz Luiz Adriano Martinez, portfólio manager da Kilima Asset.
"O principal dado de inflação da semana, o CPI americano, trouxe volatilidade, com oscilação grande depois da divulgação, após leitura acima do esperado tanto para o índice cheio como para o núcleo (que exclui itens considerados mais voláteis, como alimentos e energia). O 'core' subiu 0,6%, na margem, e 6,6% na comparação com o mesmo mês do ano passado, contrariando expectativas, e com alta muito concentrada no setor de serviços", diz Luciano Costa, economista-chefe da Monte Bravo Investimentos. (Luís Eduardo Leal - [email protected])
17:32
Índice Bovespa Pontos Var. %
Último 114300.09 -0.45898
Máxima 115366.95 +0.47
Mínima 112690.12 -1.86
Volume (R$ Bilhões) 4.80B
Volume (US$ Bilhões) 9.06B
17:34
Índ. Bovespa Futuro INDICE BOVESPA Var. %
Último 114915 0.23114
Máxima 115780 +0.99
Mínima 112600 -1.79
JUROS
Os juros futuros fecharam a quinta-feira perto dos ajustes anteriores, com viés de alta nos vencimentos intermediários e longos. Terminaram distantes das máximas vista pela manhã em reação à inflação ao consumidor nos Estados Unidos acima do esperado, mas não conseguiram firmar o movimento de queda ensaiado à tarde. A curva basicamente acompanhou a trajetória do câmbio, com o dólar também abandonando o recuo na segunda etapa e voltando a subir timidamente no fechamento dos negócios. No Brasil, a agenda não teve indicadores relevantes, tampouco novidades do quadro eleitoral. O Tesouro trouxe um leilão de prefixados menor do que o da semana passada, contribuindo para tirar pressão da curva, mas considerado fraco.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou estável ante o ajuste de terça-feira, em 12,80%, e a do DI para janeiro de 2025 subiu de 11,64% para 11,71%. O DI para janeiro de 2027 terminou com taxa de 11,55%, de 11,50%.
Os mercados globais superaram ainda pela manhã o efeito nocivo do índice de inflação ao consumidor (CPI, em inglês) norte-americano acima do esperado, um dia após a inflação no atacado ter também surpreendido negativamente. No caso dos juros, as taxas zeraram a alta e passaram a oscilar com queda moderada, em linha com o alívio no câmbio e apesar do avanço no rendimento dos Treasuries - a taxa da T-Note de 10 anos chegou a romper 4%. O dólar também avançava pela manhã, chegando nas máximas à casa de R$ 5,3814, zerou os ganhos e passou a cair à tarde. Mas retomou leve avanço no fim do dia, trazendo o viés de alta para as taxas de médio e longo prazos no término da sessão regular.
Nas mesas de renda fixa, porém, havia alguma estranheza com relação à virada dos mercados, mais forte nas bolsas. Os riscos são cada vez mais crescentes de um mundo em recessão, dada a sinalização dos bancos centrais de que a inflação é o mal maior a se combater. O CPI subiu 0,4% em setembro (consenso de 0,2%) e o núcleo, 0,6% (consenso 0,4%), endossando as expectativa de novo aumento de 75 pontos-base no juro pelo Federal Reserve em novembro, com agentes colocando fichas já na aposta de até 100 pontos.
Além disso, a escalada das tensões geopolíticas não pode ser desprezada, com o temor de evolução para ataques nucleares na guerra entre Rússia e Ucrânia.
O estrategista da Tullet Prebon Vinicius Alves viu um mercado de certa forma complacentes com os riscos, uma vez que a quinta-feira não trouxe fatos positivos para explicar a melhora dos ativos. "Mercado parece estar querendo comprar notícia boa", disse.
No Banco Original, o economista-chefe Marco Caruso afirma que o CPI reforça a mensagem da ata divulgada ontem, na qual dirigentes do Fed renovaram a promessa de combater a inflação como prioridade número 1. "Ficou claro que o custo econômico de subir o juro menos do que o necessário é maior do que o de subir demais. Não vão permitir que a inflação crie raízes profundas, o que traria consequências piores para o macro do que uma eventual recessão", disse, no Podcast Diário Econômico.
Na gestão da dívida, o Tesouro vendeu 5,020 milhões de LTN, ou quase todo o lote de 5,5 milhões, e 500 mil das 650 mil NTN-F ofertadas, sendo todas no vencimento para 2029. O DV01 (risco para o mercado) de US$ 196 mil foi bem menor do que o de US$ 546 mil do leilão da semana passada, em números fornecidos pela Renascença DTVM.
O professor e especialista da área de renda fixa Alexandre Cabral destacou que os volumes foram ruins e as taxas, altas, mas em função do exterior. "Não teve negócio na (NTN-F) Janeiro de 2033. Desde 28 de julho isso não ocorria. Motivo: CPI ruim, Reino Unidos ruim...Não acredito em nada interno", afirmou. (Denise Abarca - [email protected])
17:33
Operação Último
CDB Prefixado dias (%a.a) 13.66
Capital de Giro (%a.a) 6.76
Hot Money (%a.m) 0.63
CDI Over (%a.a) 13.65
Over Selic (%a.a) 13.65
CÂMBIO
Em meio à troca constante de sinais e oscilação de mais de 15 centavos ao longo do dia, o dólar encerrou a sessão desta quinta-feira (13), na volta do feriado de Nossa Senhora, cotado a R$ 5,2730, praticamente estável (+0,02%). Termômetro do apetite por negócios, o contrato de dólar futuro para novembro apresentou giro forte, superior a US$ 15 bilhões, e recuava quando o mercado à vista fechou. Operadores observam que pode ter havido um movimento mais forte de ajuste de posições hoje, dado que o mercado local estava fechando ontem, quando saiu a ata do Federal Reserve e dados da inflação ao produtor nos EUA.
O vaivém da divisa por aqui esteve muito ligado hoje ao comportamento da moeda americana no exterior, em dia marcado pela divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos em setembro e por alívio no mercado de dívida do Reino Unido, após sinais de recuo no plano de corte de impostos que assustou os investidores.
A leitura do CPI revelou um quadro inflacionário persistente. Tanto o índice cheio (+0,4%) quanto o núcleo (+0,6%) em setembro vieram acima do esperado, realimentando a expectativa de postura mais agressiva do Federal Reserve. Além de confirmar a possibilidade de elevação de 75 pontos-base da taxa básica em novembro, o CPI alimentou apostas em nova alta de igual magnitude em dezembro. Na leitura anual, o índice subiu 8,2% (previsão de 8,1%), ao passo que o núcleo avançou 6,6% (projeção de 6,5%).
"Foi a pior leitura de inflação nos EUA nos últimos 40 anos e impactou fortemente os ativos pela manhã, já que o mercado esperava um dado um pouco melhor", diz o economista-chefe da RPS Capital, Victor Cândido. "Isso aumentou a probabilidade de o Fed subir mais os juros. Os mercados já estão precificando taxa de juros nos Estados Unidos em 5%".
"O núcleo do CPI veio acima do esperado, mostrando que a inflação de serviços está acelerando nos Estados Unidos. Com o mercado de trabalho muito aquecido, não parece que essa pressão irá se dissipar no curto prazo, tornando o trabalho do Fed mais desafiador", afirma o especialista em mercados internacionais do C6 Bank, Gabriel Cunha.
A reação imediata foi de fuga do risco, o que levou a um tombo das bolsas em Nova York e a uma corrida à moeda americana. Referência do comportamento do dólar frente a seis divisas fortes, o índice DXY chegou a se aproximar dos 114,000 pontos, ao registrar máxima aos 113,920 pontos. Por aqui, a divisa disparou e chegou a subir mais de 2% na máxima, a R$ 5,3814 (+2,07%), nas primeiras horas de negociação.
A febre compradora amainou ainda pela manhã, com a moeda americana perdendo força em relação a pares fortes, em especial o euro e libra esterlina, que vinham apanhando muito recentemente. Circularam informações de que a primeira ministra do Reino Unido, Liz Truss, que acenava com corte de tributos e ampliação de gastos, estaria considerando agora aumento de imposto para empresas.
Com o índice DXY recuando para a faixa dos 112,300 pontos e as bolsas em Nova York com ganhos superiores a 2%, o dólar perdeu força no mercado doméstico à tarde e não apenas virou para o terreno negativo como tocou mínima a R$ 5,2302 (-0,73%).
Para Cunha, do C6 Bank, uma possível explicação para a melhora do desempenho dos ativos de risco após a reação negativa com o CPI nos EUA pode ter sido o fato de o mercado ter se posicionado de forma muito negativa à espera do indicador. "Além disso, notícias veiculadas nas mídias da Inglaterra indicam que o governo britânico vai dar mais um passo atrás no pacote bilionário de corte de impostos, que gerou grande turbulência nos mercados no fim de setembro. Isso explica parte da performance das moedas europeias", afirma.
"Os dados de inflação americana vieram um pouco acima do esperado por analistas, mas não chegam a surpreender e não mudam a postura do Fed. O mercado teve uma reação mais forte, mas sem seguida assimilou os números e devolveu os exageros", afirma o economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni. "No mercado local, o dólar deve continuar perto de R$ 5,20, pelo menos até termos menos incerteza do lado político".
À tarde, o BC informou que, após encerrar setembro com saídas líquidas de US$ 3,850 bilhões, o fluxo cambial é negativo em US$ 184 milhões em outubro (até o dia 7), em razão de saída de US$ 1,083 bilhão via comércio exterior. Já o canal financeiro apresentou entradas líquidas de US$ US$ 899 milhões no período, confirmando a percepção de operadores de volta do apetite do capital externo por ativos domésticos após o primeiro turno das eleições. (Antonio Perez - [email protected])
17:34
Dólar (spot e futuro) Último Var. % Máxima Mínima
Dólar Comercial (AE) 5.27300 0.0152 5.38140 5.23020
Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0
DOLAR COMERCIAL FUTURO 5290.000 -0.47037 5403.000 5251.000
DOLAR COMERCIAL FUTURO 5327.798 05/10