As bolsas aprofundaram ainda mais as quedas à tarde e, tanto aqui quanto nos EUA, recuaram mais de 2% e terminaram a semana amargando perdas. Enquanto isso, o dólar engatou a terceira sessão consecutiva de alta diante do real e, ainda que tenha desacelerado um pouco na etapa vespertina, terminou com o maior valor em cerca de um mês. A moeda brasileira voltou a ter o pior desempenho quando comparada a 34 pares globais. Como reflexo dessa percepção de risco mais exacerbada, a curva de juros doméstica exibiu inclinação. Todos esses movimentos tiveram como fatores externos como principais gatilhos, ainda que as tensões políticas no Brasil tenham dado sua contribuição. O aumento de casos de covid-19 nos Estados Unidos para o segundo maior nível diário já registrado, a ponto de fazer o Texas retroceder etapas em seu processo de reabertura e de a força-tarefa da Casa Branca dar uma coletiva após cerca de dois meses, pesou no humor dos agentes, ao trazer a risco para a retomada da economia que vinha se desenhando. Em paralelo, houve recrudescimento das tensões entre China e Estados Unidos, com ameaças recíprocas, e tombo das ações de Facebook e Twitter, depois que empresas contaram anúncios das redes sociais para pressioná-las a combater discursos de ódio. Como resultado do tombo dos principais índices de Wall Street, houve um aprofundamento da cautela no mercado acionário brasileiro e o Ibovespa passou a renovar mínimas, até terminar com recuo de 2,24%, aos 93.834,49 pontos. Na semana, caiu 2,83%. O dólar ante o real, por sua vez, teve valorização de 2,38%, a R$ 5,4604, depois de, pela manhã, ter se aproximado de R$ 5,50. Na semana, a terceira seguida de alta, a divisa subiu 2,68%, elevando a alta no ano para 36%. Apesar desse comportamento do câmbio, os juros de curto prazo se moveram lateralmente, mantendo o quadro de divisão das apostas para a Selic em agosto, enquanto os intermediários e longos acumularam prêmios.
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