As preocupações com o avanço da covid ao redor do mundo e os efeitos negativos sobre a economia acabaram ofuscando, nas bolsas americanas e no dólar, a aprovação do pacote de estímulos de US$ 900 bilhões nos EUA. Enquanto isso, os juros futuros foram conduzidos em baixa pelo IPCA-15 de dezembro aquém da mediana das estimativas e o Ibovespa, após a queda firme da véspera, se descolou dos pares em Wall Street. Por lá, ajudou na cautela o fato de o Centro de Prevenção Controle e Doenças (CDC, na sigla em inglês) afirmar que é possível que a mutação do sars-cov-2 já esteja circulando no país. E na medida em que indicadores de atividade mais fracos foram surgindo, também diminuiu a demanda por ativos de risco. Não por acaso, a moeda americana subiu ante quase todas as demais emergentes. Por aqui, no segundo pregão consecutivo de valorização, o dólar teve alta de 0,76%, a R$ 5,1619. Além disso, os investidores seguiram de olho na questão fiscal, ainda mais após a mudança de estratégia do líder do governo na Câmara, que passou a apoiar a PEC dos municípios. No entanto, ainda há dúvida sobre a apreciação do texto, que representa um gasto de cerca de R$ 4 bilhões por ano à União. A sessão em que ele seria votado, às 18h, foi cancelada já nos minutos finais dos negócios, mas o deputado Marcel Van Hattem, que preside Plenário, disse que a Câmara poderá convocar nova sessão para apreciar a PEC. Com o IPCA-15 um pouco mais fraco jogando as taxas dos DIs curtos e intermediários para baixo e esse novo ruído fiscal no País mantendo os longos perto dos ajustes, a curva a termo de juros ganhou inclinação. O Ibovespa, em meio à redução da liquidez, apenas recuperou parte das perdas de ontem, assim como os principais índices europeus, e subiu 0,70%, aos 116.636,18 pontos. O avanço contou com a ajuda dos papéis de bancos e de Petrobras, a despeito da queda nos preços do petróleo.
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