ATIVOS LOCAIS OSCILAM, MAS APETITE AO RISCO EXTERNO PREVALECE, DÓLAR CAI E BOLSA SOBE

Blog, Cenário
Ainda que o espalhamento da variante Delta do coronavírus siga no radar, os mercados globais engataram um segundo pregão de ganhos, desta vez amparados por balanços positivos nos Estados Unidos e pela forte alta, de mais de 4%, nos preços do petróleo, após o relatório semanal oficial apontar queda nos estoques americanos de combustíveis. Com a ajuda das empresas de energia, os principais índices acionários em Wall Street voltaram a subir quase 1%, enquanto o dólar recuou globalmente. Essa correção da moeda americana, inclusive ante emergentes, deu fôlego ao real, sobretudo à tarde. Isso porque, a divisa americana chegou a subir na primeira etapa de negócios, ainda em meio a ruídos políticos e diante de incertezas locais, que também incluem o aumento de casos ligados à cepa Delta. Mas a força externa prevaleceu e, em meio à expectativa de fluxo positivo de recursos para alguns IPOs no Brasil, o dólar foi renovando mínimas, até terminar com queda de 0,76% no mercado à vista, a R$ 5,1916, reduzindo a valorização acumulada no mês para menos de 5%. O Ibovespa também chegou a mostrar alguma volatilidade, mas foi direcionado, assim como o câmbio, pelo exterior, até encerrar com ganho de 0,42%, aos 125.929,25 pontos. Ainda assim, o avanço voltou a ficar aquém dos pares em Nova York, uma vez que os agentes digerem os ruídos e riscos políticos locais. Hoje, o presidente Jair Bolsonaro avisou que, na segunda-feira, fará uma pequena reforma ministerial. A mudança, segundo apurou o Broadcast, inclui o desmembramento da Economia para a recriação do Ministério da Trabalho. Essa "nova" pasta, após algumas realocações, abriria espaço para o senador Ciro Nogueira (PP-PI), do Centrão, na Casa Civil. A tentativa do governo é de melhorar a relação com o Senado num momento em que é afetado pela CPI da Covid e que deve vetar o aumento do fundo eleitoral, que contou com o apoio do próprio Centrão. Por fim, na renda fixa, os juros futuros, após devolução importante de prêmios nos últimos dias, passaram praticamente toda a sessão em alta, alinhados aos yields dos Treasuries. Mas as mínimas sucessivas do dólar trouxeram as taxas para os ajustes nos últimos minutos de negócios, deixando a curva praticamente estável.
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MERCADOS INTERNACIONAIS As bolsas de Nova York tiveram um segundo dia de recuperação, após o tombo da segunda-feira, com investidores atentos a balanços e o setor de energia puxando as altas. Ações de petroleiras foram apoiadas pelo avanço de mais de 4% dos contratos da commodity, movimento ajudado pelo relatório semanal de estoques dos Estados Unidos e também pelo câmbio. Em quadro de menor busca por segurança nesta quarta-feira, o dólar recuou ante outras moedas principais, enquanto os juros dos Treasuries subiram. Foi monitorada ainda a emperrada tramitação de um pacote de gastos em infraestrutura nos EUA, com a oposição republicana bloqueando os debates no Senado e deixando em aberto a possibilidade de que o Partido Democrata, do presidente Joe Biden, leve o projeto adiante sem um acordo bipartidário. A LPL Financial comenta que temores sobre a inflação, os retornos dos Treasuries, a variante delta do coronavírus, picos nos dados que podem se seguir a perdas de fôlego ou outros temas podem sempre ganhar as manchetes "por qualquer fraqueza do mercado". Para a corretora, o segundo ano de "bull markets" pode ser algo instável e mesmo "frustrante", mas "a verdade é que os balanços seguem extremamente fortes, justificando as ações nos níveis atuais". Entretanto, para a LPL Financial, não se pode excluir que em alguns momentos os papéis "tenham de tomar um fôlego", o que para ela pode vir a acontecer nos próximos meses. Após o mau humor da segunda-feira com a variante delta e seus riscos, ontem e esta quarta-feira foram dias de recuperação. Nas bolsas de Nova York, Coca-Cola (+1,25%), Johnson & Johnson (+0,55%) e Verizon (+0,65%) subiram após balanços. Já Netflix recuou 3,28%, após balanço depois do fechamento de ontem que não agradou. Entre os setores, o destaque foi para o de energia, novamente amparado pelo petróleo. O Dow Jones fechou em alta de 0,83%, em 34.798,00 pontos, o S&P 500 avançou 0,82%, a 4.358,69 pontos, e o Nasdaq subiu 0,92%, a 14.631,95 pontos. O petróleo WTI para setembro fechou em alta de 4,61%, em US$ 70,30 o barril, na Nymex, e o Brent para o mesmo mês avançou 4,15%, a US$ 72,23 o barril. Além do câmbio, os contratos ganharam força após um relatório misto de estoques de petróleo dos EUA, com alta inesperada dos estoques do petróleo, mas recuo nos estoques de gasolina e destilados. A Capital Economics comenta que, a menos que a variante delta force novas restrições na atividade, a demanda pelo óleo deve crescer nas próximas semanas, pressionando os estoques. Hoje, a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) voltou a alertar para o quadro da pandemia nas Américas, com a ameaça da cepa delta, mais contagiosa. A entidade destacou a divergência crescente no cenário entre as áreas com maior ou menor vacinação e voltou a insistir em medidas como o uso de máscaras e o distanciamento social para conter as transmissões da covid-19. Ao falar sobre a Europa Ocidental, o NateWest se diz mais otimista agora, acreditando que as evidências do Reino Unido sugerem que, com o avanço da vacinação, deve ser rompido o vínculo entre altas taxas de contágio e as de hospitalizações e mortes, mas o banco afirma que isso é algo ainda a ser confirmado nas próximas semanas na Europa continental. Entre os Treasuries, a menor demanda pela segurança dos bônus levou os retornos para cima. No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos subia a 0,205%, o da T-note de 10 anos avançava a 1,292% e o do T-bond de 30 anos, a 1,942%. No câmbio, o índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de outras moedas principais, perdeu mais fôlego à tarde, com a maior propensão ao risco, e terminou em queda de 0,24%, em 92,754 pontos. No horário citado, o dólar subia a 110,29 ienes, o euro avançava a US$ 1,1802 e a libra tinha alta a US$ 1,3718. Em Washington, republicanos barraram nesta tarde a abertura de debates no Senado sobre o pacote de infraestrutura almejado pela Casa Branca, de US$ 1,2 trilhão. Houve um acordo bipartidário entre alguns senadores sobre o tema inicialmente, mas agora a oposição diz que a iniciativa ainda não está madura para avançar em sua tramitação. O pacote pode ainda ser apresentado novamente adiante e a imprensa americana diz que uma alternativa para os democratas seria tentar passar sozinhos medidas na área. Enquanto isso, a Casa Branca pressionava o Congresso a elevar o teto da dívida pública federal, no que pode se tornar em breve mais uma batalha entre governo e oposição. (Gabriel Bueno da Costa - [email protected]) Volta CÂMBIO O enfraquecimento global da moeda americana abriu espaço para uma rodada de apreciação mais forte do real na tarde do pregão desta quarta-feira, 21. Renovando mínimas de forma sucessiva, o dólar à vista não apenas rompeu o piso de R$ 5,20 como passou a ser negociado na casa de R$ 5,18. Segundo analistas, a recuperação do apetite ao risco no exterior, com alta firme das Bolsas americanas, do petróleo e do rendimento dos Treasuries, se sobrepôs aos ruídos políticos locais e abriu espaço para a "correção dos exageros" na depreciação do real, que liderou a perda entre divisas emergentes no auge dos temores globais com a cepa Delta do coronavírus. Não se descarta também o rompimento de suportes técnicos quando do dólar furou o piso de R$ 5,20, o que teria levado ao disparo de ordens de 'stop loss' (limitação de perdas) e zeragem de posições. Ainda mais pelo fato de o dólar à vista ter ensaiado uma alta pela manhã, chegando a operar no nível de R$ 5,27. Entre a mínima (R$ 5,1821) e a máxima (R$ 5,2774), o dólar à vista oscilou mais de 9 centavos, o que dá uma dimensão da volatilidade que tem pautado os negócios no mercado de câmbio. A moeda americana acabou fechando em queda firme, de 0,76%, aos R$ 5,1916, emendando o segundo pregão de perdas. Apesar disso, o dólar ainda acumula alta de 1,49% na semana e valorização de 4,39% em julho. Hideaki Iha, operador da Fair Corretora, destaca que a queda do dólar ontem, de 0,37%, foi modesta comparada com a alta de 2,64% na segunda-feira. "A correção ontem foi pequena e sobrou uma gordura para queimar, o que aconteceu agora com o cenário externo melhor. Pode ter havido também fluxo mais forte", diz Iha, que ainda vê as indefinições no quadro político como um entrave para o fortalecimento maior do real. "Tem essa questão do fundo eleitoral, a reforma do ministério e, mesmo com o recesso parlamentar, pode sair algo da CPI da Covid". Depois de anunciar o veto ao fundo eleitoral, de R$ 5,7 bilhões, o presidente Jair Bolsonaro disse hoje que vai anunciar uma "pequena mudança ministerial" na segunda-feira, 26. Fontes ouvidas pelo Broadcast afirmam que o presidente e o ministro da Economia, Paulo Guedes, já acertaram o recriação do Ministério da Previdência e Trabalho, que seria comando pelo atual ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni. Bolsonaro também anunciou que vai "descontigenciar" todos os recursos do orçamento dos ministérios, pretextando aumento da arrecadação federal. Nas mesas de operação, teme-se que a perda de popularidade de Bolsonaro esgarce seu capital político, abale sua base no Congresso e impeça a votação das reformas. Depois de "morder" com o anúncio de veto ao fundo eleitoral, Bolsonaro estaria tentando afagar o Centrão, em uma tentativa de reagrupar sua base parlamentar e se proteger das acusações da CPI da Covid. Na Casa Civil, o presidente deve alocar o senador Ciro Nogueira (PI), presidente do Progressistas, o principal partido do Centrão. "Olhando a conjuntura política, um dólar ainda acima de R$ 5 ainda faz muito sentido", afirma a economista-chefe do Banco Ourinvest, Fernanda Consorte, que vê a queda da moeda americana hoje como um movimento natural de correção, em meio ao ambiente externo mais propício aos ativos de risco. "Nosso cenário ainda é de dólar a R$ 5,20 no fim do ano, e com muita volatilidade no meio do caminho. Tudo o mais constante, a Selic mais alta diminuiria a taxa de câmbio. Mas o retrato do Brasil ainda é muito ruim. Não vejo um fluxo grande de recursos nos próximos meses." Dados divulgados pelo Banco Central mostram que o País registrou fluxo cambial negativo de US$ 1,086 bilhão em julho até o dia 16 - com saída líquida de US$ 2,716 bilhões no segmento financeiro e entrada líquida de US$ 1,630 bilhão pelo lado comercial. No ano, até 16 de julho, o fluxo cambial é positivo em US$ 14,254 bilhões, mas o canal financeiro ainda amarga saída líquida de US$ 717 milhões. Na B3, o dólar futuro para agosto era negociado a R$ 5,1940, alta de 0,65%, com giro de forte, na casa de US$ 15 bilhões. (Antonio Perez - [email protected]) 17:30 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima Dólar Comercial (AE) 5.19160 -0.7551 5.27740 5.18210 Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0 DOLAR COMERCIAL FUTURO 5193.000 -0.66947 5283.500 5187.000 DOLAR COMERCIAL FUTURO 5212.000 -0.58178 5279.000 5212.000 BOLSA O Ibovespa engatou o segundo dia de recuperação parcial, embora, como ontem, em marcha mais lenta do que a observada em Nova York, com os investidores, por aqui, ponderando dados econômicos, como a forte arrecadação federal em junho como no consolidado do primeiro semestre, e políticos, especialmente a proximidade de nova readequação ministerial para acomodar melhor o Centrão e reforçar o apoio ao governo no Senado, onde tem sofrido derrotas na CPI da Covid. Entre um fator e outro, o índice da B3 fechou nesta quarta-feira não tão distante da estabilidade, em leve alta de 0,42%, a 125.929,25 pontos, entre mínima de 125.246,63 e máxima de 126.111,75 pontos, saindo de abertura aos 125.404,24 pontos. Na semana, vindo de perda de 1,24% na segunda-feira, quando prevaleciam temores globais decorrentes da variante Delta sobre a retomada econômica, o Ibovespa limita as perdas a apenas 0,02%, em baixa de 0,69% no mês - no ano, acumula ganho de 5,81%. Enfraquecido como ontem, o giro financeiro desta quarta-feira ficou em R$ 24,7 bilhões. "Apesar de um ajuste natural na margem, tivemos hoje leitura bem positiva sobre a arrecadação federal em junho, no maior nível para o mês desde 2011, e o melhor primeiro semestre da série histórica. Mas os ruídos políticos atrapalham, e a expectativa de desmembramento na Economia para recriação do Ministério do Trabalho pode refletir uma tentativa de agradar a base, após o veto sinalizado pelo governo ao fundo eleitoral. Lembrando que em agosto, com o fim do recesso, há duas reformas importantes - administrativa e tributária - e possivelmente a privatização dos Correios", diz José Falcão Castro, especialista em renda variável da Easynvest. "Desde que renovou topo aos 131 mil pontos em 7 de junho, o Ibovespa entrou em correção de curto prazo, por motivos evidentes, inclusive lá fora, com a variante Delta e os temores relacionados a inflação. Depois dos excessos vistos na segunda-feira, também no exterior, os mercados colocaram nessas últimas duas sessões os pés um pouco no chão", acrescenta Castro, destacando, na sessão, a recuperação na casa de 4% observada nos preços do petróleo, que contribuiu para ganhos acima de 1% em Petrobras ON (+1,61%) e PN (+1,39%) no fechamento desta quarta-feira. Como pano de fundo, no exterior, a variante Delta segue ainda no radar, o que ofuscou em certo momento parte do brilho de uma positiva temporada de balanços corporativos nos Estados Unidos e também na Europa. Assim, embora se espere manutenção da orientação da política monetária na zona do euro, os mercados estarão atentos amanhã à decisão do Banco Central Europeu (BCE) e às declarações de sua presidente, Christine Lagarde, observa Castro. "Um importante sinal ainda não entrou no radar da maioria do mercado: a liquidez mundial, quando avaliamos por diversas métricas - como a oferta monetária global - está perdendo fôlego e começando a se reduzir", diz o economista Richard Rytenband, CEO da Convex, uma research independente. "Quando avaliamos o ritmo da atividade econômica por indicadores de alta frequência, visualizamos já há algum tempo uma desaceleração na China e, há algumas semanas, na própria economia global", acrescenta o economista, chamando atenção, em especial, para o 'FRA-OIS spread', que reflete a diferença entre a Libor de três meses - taxa de empréstimo interbancário - e a referência overnight dos BCs, considerada livre de risco. "A reversão da liquidez abundante tem sérios impactos na precificação dos ativos - como ações e bonds, que foram muito distorcidos por conta disso - e na própria atividade econômica no curto prazo", aponta Rytenband. Em julho, observa Castro, o fluxo de saída de recursos estrangeiros de ações na B3 está em R$ 4,7 bilhões, refletindo a percepção de risco e os fatores domésticos, embora ainda acumulando ingresso de R$ 43 bilhões no ano. Na ponta do Ibovespa nesta quarta-feira, destaque para ganho de 8,50% em IRB, de 4,59% em Braskem e de 3,00% em Embraer. Na face oposta, Americanas ON cedeu 5,67%, Lojas Americanas, 5,16%, e Fleury, 2,87%. Entre as blue chips, Vale ON fechou em alta de 1,15%, com desempenho positivo também para as ações de bancos (Santander +1,05%) e siderurgia (Gerdau PN +2,26%, CSN ON +2,22%). (Luís Eduardo Leal - [email protected]) 17:27 Índice Bovespa   Pontos   Var. % Último 125929.25 0.42096 Máxima 126111.75 +0.57 Mínima 125246.63 -0.12 Volume (R$ Bilhões) 2.47B Volume (US$ Bilhões) 4.70B 17:30 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % Último 126460 0.72882 Máxima 126505 +0.76 Mínima 125540 -0.00 JUROS Os juros futuros operaram com avanço moderado durante a quarta-feira de agenda doméstica limitada ao dado da arrecadação, que não chegou a interferir nos negócios. No fim da sessão regular, a curva sucumbiu às mínimas do dólar ante o real e as taxas terminaram estáveis, preservando viés de alta em alguns contratos. Ao longo do dia, a dinâmica foi ditada pelos mercados internacionais e pelo câmbio, e a virada do dólar para baixo à tarde tirou força do avanço das taxas, que haviam encerrado a primeira etapa nas máximas junto com a moeda. Lá fora, os receios com o avanço da cepa delta hoje foram colocados em stand by e uma série de balanços considerados positivos alimentou o apetite pelo risco, deslocando o fluxo dos títulos americanos para as Bolsas e, com isso, causando avanço nos retornos. Esse contexto limitou o espaço para a continuidade da devolução de prêmios na curva local, que havia já fechado bem nos últimos dias. O cenário político segue sendo fator de desconforto, mas com influência secundária hoje nos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI). As taxas dos DIs para janeiro de 2022 e janeiro de 2023 terminaram estáveis em 5,77% e 7,12%. O DI para janeiro de 2025 encerrou com taxa de 8,12%, de 8,095% ontem, e a do DI para janeiro de 2027 passou de 8,563% para 8,57%. Sem condutores fortes para os negócios, a oscilação foi, de maneira geral, contida, assim como a liquidez ficou abaixo da média diária dos últimos 30 dias. O gestor de renda fixa da Sicredi Asset, Cássio Andrade Xavier, explica que a recomposição de parte dos prêmios se deu mais nos vértices intermediários, sem alteração no quadro de apostas para a Selic nos próximo meses, o que ajuda a explicar o fato de que a ponta curta ter rondado os ajustes anteriores na sessão. "A expectativa para o ciclo de juros não teve mudança, mas sim algumas posições no miolo foram revertidas", afirmou. Ele se refere à redução nesta semana das apostas na aceleração do ritmo de aperto na Selic para 1 ponto porcentual no Copom de agosto com a disseminação da variante delta ameaçando a recuperação da economia global. "Antes tínhamos um quadro de 60%/40% de chance de 1 ponto e 0,75 ponto, que agora se inverteu", comentou. No exterior, os juros dos Treasuries subiram, com o da T-Note de dez anos já na direção de 1,3% novamente e os investidores agora relativizando as preocupações com a economia mundial. Em sua conta no Twitter, o sócio-gestor do fundo Trópico SF2 Sérgio Machado alertou que os mercados estão esticados, principalmente no exterior. "Isso, aliado às incertezas ligadas à pandemia, inflação, commodities, juros, etc., leva a movimentos de ajuste que muitas vezes são só endógenos", afirma, recomendando calma antes de definir posições de um lado ou outro. "Não saiam correndo a qualquer barulho, mas não é também para considerar que tudo é ruído e que as coisas estão ótimas." Até porque, no Brasil, a política continua sendo um bode na sala. "Por mais que o Congresso Nacional esteja em recesso, a relação entre o governo federal e os parlamentares vem se deteriorando", afirmam profissionais do Departamento de Economia da Renascença, citando a decisão do presidente Jair Bolsonaro em vetar o valor acordado no Parlamento para o fundo eleitoral, de R$ 5,7 bilhões. A questão é que o veto pode desagradar a políticos do Centrão que oferecem sustentação política ao governo. O anúncio de Bolsonaro de que pretende fazer "uma pequena reforma ministerial" na segunda-feira foi visto como água na fervura. "Parece uma boa saída do ponto de vista político, mas faz pouco preço hoje", afirma Xavier, da Sicredi. Como mostrou o Broadcast Político, Bolsonaro tem sido pressionado pelo Centrão a mexer na articulação política do governo e a substituir os ministros da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, e da Secretaria-Geral, Onyx Lorenzoni. Aliados do governo avaliam que Bolsonaro precisa contemplar o Senado, principalmente agora que está acuado pela CPI da Covid. A agenda da quarta-feira ficou restrita à arrecadação, que, segundo a Receita Federal, em junho foi de R$ 137,169 bilhões, pouco abaixo da mediana das estimativas, de R$ 137,450 bilhões. (Denise Abarca - [email protected]) 17:30 Operação   Último CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 4.61 Capital de Giro (%a.a) 6.76 Hot Money (%a.m) 0.63 CDI Over (%a.a) 4.15 Over Selic (%a.a) 4.15
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