ATIVOS LOCAIS ESTREIAM COM PERDA EM 2022, DE OLHO EM FISCAL E APOSTA EM JURO DOS EUA

Blog, Cenário

O exterior positivo para as bolsas foi abafado pelas questões domésticas e os ativos brasileiros começaram o ano refletindo a aversão do investidor com o País. Até porque, as questões fiscais seguem no radar, ainda mais em um ano eleitoral. Há tanto a pressão do funcionalismo por reajustes quanto arranjos do governo para bancar a extensão da desoneração da folha de pagamentos, além de declarações do líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), sugerindo repensar o teto de gastos. Soma-se a isso o fato de a possibilidade de alta de juros nos EUA seguir crescendo, uma vez que a variante Ômicron, apesar de gerar recordes de casos nos últimos dias, está se confirmando como menos agressiva, o que mantém as economias sem medidas restritivas drásticas. E se o juro norte-americano subir, é natural que os ativos emergentes, como os do Brasil, percam atratividade aos olhos do investidor. Nesse ambiente, enquanto as bolsas americanas subiram de maneira relativamente firme, o Ibovespa cedeu 0,86%, aos 103.921,59 pontos. E o desempenho só não foi pior porque as ações ligadas a commodities, especialmente Petrobras, performaram bem, alinhadas ao avanço do minério e do petróleo e também diante do aumento de peso que tiveram dentro do Ibovespa na nova carteira teórica. Já o dólar subiu globalmente e não foi diferente em relação ao real, encerrando com valorização de 1,56%, a R$ 5,6627. O rendimento dos Treasuries continuou galgando novos patamares, indicando o aumento das apostas em aperto monetário na maior economia do mundo. E a combinação de dólar e yields dos T-notes em alta resultou em acúmulo de prêmio nos juros futuros, com avanço mais firme dos vencimentos longos e consequente inclinação da curva a termo. Mas não foi só: a alta das estimativas para IPCA 2023 no boletim Focus e fatores técnicos relacionados aos vencimentos de títulos também tiveram seu peso no comportamento do mercado de renda fixa.

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•MERCADOS INTERNACIONAIS

•CÂMBIO

•JUROS

BOLSA

Com agenda esvaziada neste primeiro dia útil do ano, o Ibovespa iniciou 2022 como se comportou em 2021, em baixa. Hoje, a referência da B3 caiu 0,86%, a 103.921,59 pontos, entre mínima de 103.413,40 e máxima de 106.125,47 pontos, com giro a R$ 24,7 bilhões na sessão, vindo de perda de 17,33% no último semestre e de 11,93% ao longo do ano passado. Em Nova York, replicando o que se viu durante 2021, o começo de 2022 foi positivo para os três índices de referência, assim como para o petróleo Brent (Londres) e o WTI (NY). Em Wall Street, Dow Jones e S&P 500 registraram hoje novos recordes históricos de fechamento.

Dessa forma, Petrobras (ON +2,67%, quarta maior alta do Ibovespa no dia; PN +2,25%) e bancos (Bradesco PN +2,50%, Itaú PN +2,77%, terceira maior alta da carteira teórica) contribuíram para que o Ibovespa mitigasse perdas, mas sem conseguir sustentar, ao fim, os 104 mil pontos neste primeiro fechamento do ano - Vale ON, que era beneficiada pelo avanço do minério na China, perdeu força em direção ao fechamento, em alta de apenas 0,05% na sessão. "As commodities de energia e de materiais básicos seguem em tendência de recuperação desde a semana passada, com a avaliação de que a Ômicron não é significativamente pior quanto a hospitalizações", diz Rodrigo Franchini, sócio da Monte Bravo Investimentos.

Em Nova York, a referência ampla, o S&P 500, fechou 2021 acumulando ganho de 27%, um ano forte, com 70 fechamentos recordes, observa também Franchini. Apesar dos mais recentes desdobramentos, "a Ômicron segue como fator principal de atenção neste início de ano, e 2022 será um ano de mudanças significativas no modelo monetário, tanto nos Estados Unidos quanto na Europa", acrescenta.

Lá fora, a semana reserva a ata da mais recente reunião de política monetária do Federal Reserve, na quarta, e o relatório de dezembro sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos, na sexta-feira - importantes fatores de orientação para os mercados. "No Brasil, mudamos o calendário, mas em absolutamente nada os problemas estruturais que temos aqui", diz Franchini, destacando o ano eleitoral, que contribui para um quadro mais volátil, e o encaminhamento que terá o lado fiscal.

"Quando se olha para 2021 e os fundamentos das empresas, o que se viu de forma geral foi bastante positivo quanto a lucro, receita e distribuição de dividendos, muito relevante, com entregas expressivas também neste último caso, algumas com taxas acima de 20%. Mas, do segundo semestre pra cá, houve uma série de outras pautas, como o aumento de juros, a situação fiscal e a Ômicron aos 45 do segundo tempo, que cortaram a recuperação. Assim, entre os setores e ações que mais sofreram estão as 'small caps', os índices de consumo e imobiliário, com exposição à economia doméstica", diz Alexandre Brito, sócio da Finacap Investimentos.

"O P/L (preço/lucro) da Bolsa fechou o ano em torno de 8 vezes, para uma média histórica de 11 a 12. Isso reflete tanto a queda significativa de preço das empresas como avanço vertiginoso dos resultados contábeis. Esse descasamento entre preço e fundamento das empresas ficou ainda mais evidente no período de fechamento do ano. Começamos 2022 com Bolsa muito barata, 'valuation' extremamente atrativo, em patamar de 2008 ou 2016", acrescenta Brito, chamando atenção tanto para oportunidades de compra para os locais como para os estrangeiros, especialmente nas blue chips.

Na ponta do Ibovespa nesta primeira sessão do ano, destaque para BRF (+3,11%), segunda maior alta do dia, "após a empresa defender o aumento de capital frente a questionamentos do fundo Petros", diz Everton Medeiros, especialista da Valor Investimentos. "Uma das preocupações é a evolução da dívida bruta da empresa, dado que ela tem um componente cambial muito forte", acrescenta. Na face oposta do índice nesta segunda-feira, Cyrela (-7,98%), Alpargatas (-7,00%), Magazine Luiza (-6,93%), Multiplan (-6,78%) e JHSF (-6,63%). "Com a expectativa de manutenção da política da alta de juros, é esperado que o setor de construção civil seja um dos que mais sofram", diz Medeiros. (Luís Eduardo Leal - [email protected])

18:23

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 103921.59 -0.85941

Máxima 106125.47 +1.24

Mínima 103413.40 -1.34

Volume (R$ Bilhões) 2.47B

Volume (US$ Bilhões) 4.38B

18:29

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 104985 -0.87806

Máxima 107240 +1.25

Mínima 104350 -1.48

MERCADOS INTERNACIONAIS

Na primeira sessão de 2022, alguns dos grandes temas para o mercado ao final de 2021 seguiram recebendo atenção, na medida em que os impactos da variante Ômicron do coronavírus e a postura do Federal Reserve (Fed) são avaliados. Uma possível menor severidade das infecções causadas pela cepa reduziu a cautela de investidores e, assim, índices acionários no exterior avançaram, com a Apple se tornando a primeira empresa no mundo a registrar valor de mercado de US$ 3 trilhões. As apostas para uma alta de juros pelo Fed na reunião de março cresceram e embalaram as altas do dólar ante rivais e dos rendimentos dos Treasuries. Na véspera da reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), o petróleo registrou ganhos.

Embora a Ômicron reflita menor porcentagem de hospitalizações em relação à variante Delta, a alta crescente de casos ainda irá levar a um crescimento econômico limitado, como no caso da zona do euro neste primeiro trimestre, avalia a Pantheon Macroeconomics. A consultoria observa que a cepa tem dominado a Europa, liderando os casos no continente, especialmente na França e Espanha. O TD Securities observa que o contágio pela nova cepa deve contribuir para desacelerar o crescimento econômico. "Ainda que a alta no número de casos não levem a novas restrições significativas, a atividade tem sido limitada por um recuo voluntário e escassez de funcionários por conta de quarentenas", dizem os analistas. Desde o começo do ano, mais de 2.600 voos nos EUA e ao menos 4.100 pelo mundo não haviam decolado até hoje, segundo o serviço de monitoramento FlightAware.

Para a Eurasia, a política de "tolerância zero" da China com casos de covid-19 será um fracasso. A consultoria diz que a situação da potência é "a mais difícil" na pandemia e que a tática de Pequim não funcionou em 2020, embora tenha tido sucesso inicial. Agora, Pequim enfrenta desafios com a Ômicron, muito mais contagiosa, e com o fato de que suas vacinas são menos eficientes diante da nova cepa, alerta. O sucesso inicial da estratégia impossibilita uma mudança de rumo agora na política defendida pelo presidente Xi Jinping, na opinião dela.

Na semana de divulgação da ata da última reunião de política monetária do Fed, as apostas nos futuros dos Fed funds monitoradas pelo CME Group mostram um quadro de mais investidores esperando alta de juros em março. Nesta tarde, 57,2% das expectativas eram de uma elevação de 25 pontos-base nas taxas até março, ante 50,3% em 31 de dezembro. Já aquelas pela manutenção dos juros recuaram de 45,9% a 39,5%, na mesma comparação. Havia ainda 3,2% de apostas de alta de 50 pontos-base na taxa básica de juros do país até março, de 3,7% anteriormente.

Neste cenário, o dólar avançou ante principais rivais, depois de se fortalecer quase 7% em 2021, seu desempenho anual mais forte desde 2015, aponta a Western Union, que destaca que a moeda foi impulsionada por rendimentos mais altos do Treasuries, incluindo a T-note de 10 anos acima de 1,50% e o maior valor para a T-note de 2 anos desde março de 2020. Investidores ficam no aguardo de dados econômicos importantes a serem divulgados nesta semana, como o payroll dos EUA e a inflação da zona do euro. Ao final da tarde, o euro recuava a US$ 1,3000, ficando no nível de US$ 1,13. Já a libra caia a US$ 1,3480, enquanto o DXY, que mede o dólar ante seis rivais, subiu 0,65%. Já nos Treasuries, o juro da T-note de 2 anos subia a 0,785%, o da T-note de 10 anos avançava a 1,635% e o do T-bond de 30 anos tinha alta a 2,036%.

Nas bolsas, o destaque foi o avanço de 13,53% da Tesla, após a empresa informar sobre salto de 87% em suas vendas anuais em 2021, a 936 mil unidades, acima da previsão de 897 mil dos analistas. Já a Apple avançou 2,50%, e atingiu o patamar de US$ 182,85 por ação, cotação que elevou o valor de mercado da gigante de tecnologia a US$ 3 trilhões. Algumas das empresas mais sujeitas ao noticiário pandêmico, as aéreas tiveram importantes avanços em bloco, e American Airlines (+4,40%), Delta Air Lines (+3,10%) e United Airlines (+3,91%) avançaram. Assim, ao final da sessão, o Dow Jones subiu 0,68%, o S&P 500 teve alta de 0,64% e o Nasdaq ganhou 1,20%. Na Europa, o quadro foi parecido, e, com a exceção da bolsa de Londres, que permaneceu fechada em razão de feriado, os principais índices avançaram, incluindo o DAX (+0,86%), em Frankfurt, e o FTSE MIB (+1,40%), em Milão.

O petróleo avançou, de olho em notícias envolvendo a Opep+, que confirmou que fará sua reunião ministerial amanhã (04). Para o analista Nareeka Ahir, da S&P Global Platts, a Opep+ deve manter a produção de fevereiro nos níveis da prevista para o mês atual. Segundo ele, porém, a pressão dos EUA por uma decisão contrária a esta pode fazer com que o cartel aumente mais uma vez a sua oferta. O barril do WTI com entrega prevista para fevereiro fechou com ganhos de 1,16% (US$ 0,87), a US$ 76,08, enquanto o do Brent para março teve alta de 1,54% (US$ 1,20), a US$ 78,98. (Matheus Andrade - [email protected])

CÂMBIO

O dólar à vista iniciou 2022 em alta firme, voltando a superar a linha de R$ 5,65, em dia marcado por fortalecimento global da moeda americana, na expectativa por alta de juros nos EUA, e cautela diante do ambiente fiscal e político interno.

À espera da ata do Federal Reserve, na quarta-feira (05), e do relatório de emprego nos EUA (payroll), na sexta-feira (07), o dólar ganhou força entre seus pares, apesar de dados negativos do setor industrial divulgados hoje. O avanço da variante Ômicron do coronavírus já não assusta tanto, uma vez que a letalidade da nova cepa tem se mostrado reduzida.

O índice DXY - que mede a variação do dólar frente a seis divisas fortes - operou em alta firme e, na máxima, chegou a superar os 96,300 pontos. A moeda brasileira, uma vez mais, amargou de longe o pior desempenho entre as divisas emergentes. Pares do real, como o peso mexicano e o rand sul-africano, até ganharam força ante o dólar.

Por aqui, pegaram mal nas mesas de operação declarações do líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), de que, diante das enchentes na Bahia e da alta da arrecadação seria necessário repensar o teto de gastos - um prenúncio de mais pressão por verbas em ano eleitoral. Faltam também definições sobre o reajuste do funcionalismo público.

No campo eleitoral, operadores comentaram a possibilidade de o ex-ministro Sergio Moro abandonar a corrida presidencial para se lançar candidato ao Senado, o que esvaziaria a chance de uma terceira via sair vencedora no pleito. A internação do presidente Jair Bolsonaro em São Paulo por conta de problemas intestinais foi monitorada, mas não chegou a ter peso na formação da taxa de câmbio.

Do lado técnico, analistas destacam que a baixa de 2,06% do dólar na quinta-feira (30), último pregão de 2021, foi muito influenciada pela disputa da formação da Ptax do ano - parâmetro para ajustes de balanços e liquidação de contratos futuros. Boa parte da alta da moeda americana hoje seria fruto de uma correção técnica, com recomposição de posições defensivas.

Com oscilação de cerca de 11 centavos entre a mínima a R$ 5,5607 - em queda pontual pela manhã - e máxima a R$ 5,6727 (registrada no início da tarde), o dólar à vista encerrou a sessão cotado a R$ 5,6627, em alta de 1,56%.

O head de câmbio da HCI Invest, Anilson Moretti, diz que a queda de mais de 2% do dólar no último pregão de 2021 está muito ligada a operações de tesourarias na disputa pela formação da taxa Ptax, que acabou fechando o ano R$ 5,5805. "Foi mais uma manobra para ajustes de balanços corporativos. Hoje, já vemos a volta das compras [de dólares]", afirma Moretti, acrescentando que o nível da taxa de juros embutido na curva a termo deveria atrair recursos e, por tabela, derrubar o dólar. "Isso não está acontecendo porque estamos carregando ainda um risco fiscal e político elevado. É ano de eleição".

Sócio da Valor Investimentos, Davi Lelis afirma que o cenário político é "muito conturbado" e que os indicadores econômicos são frágeis, o que explica a taxa de câmbio mais depreciada. "A percepção de risco maior faz com que haja uma fuga para o dólar", diz.

Depois de sucessivas intervenções em dezembro, com leilões de venda à vista, hoje o Banco Central se limitou a promover a rolagem de swaps cambiais dos vencimentos programados para março. Foram vendidos, contudo, apenas 6.400 contratos (US$ 320 milhões), bem abaixo da oferta total, de 17 mil contratos.

O economista-chefe do JF Trust, Eduardo Velho, estima um suporte para o dólar superior a R$ 5,57 e taxa de câmbio média de R$ 5,64 ao longo do primeiro trimestre. Velho ressalta que o dólar já trabalha muito pautado pela expectativa em torno da elevação da taxa de juros nos Estados Unidos, daí a relevância da interpretação que o mercado dará a ata do Fed nesta semana.

"Nosso cenário é de duas altas de 0,25 ponto, com o Fed tentando evitar uma terceira alta em 2022", diz Velho, ressaltando que os fundamentos domésticos ainda são frágeis e que o aumento da taxa de juro real doméstica, embora importante para estabilizar as expectativas de inflação, não será "o driver para atrair volume de investimentos externos".

Entre os indicadores do dia, a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), ligada ao ministério da Economia, informou que a balança comercial fechou 2021 com superávit de US$ 61,088 bilhões - resultado anual recorde e 21% superior ao de 2020. A Secex projeta um saldo comercial positivo de US$ 79,4 bilhões em 2022. (Antonio Perez - [email protected])

18:29

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.66270 1.5567 5.67270 5.56070

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5727.000 2.05827 5728.500 5595.500

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5741.000 1.23435 5741.000 5741.000

JUROS

O ano novo começou com inclinação da curva de juros, determinada principalmente pela piora do câmbio, num dia de agenda e noticiários sem potencial de impacto para os negócios. As taxas todas estiveram em alta durante boa parte da sessão, mas à tarde a ponta curta zerou o avanço, uma vez digeridos os números da pesquisa Focus, com a mediana de IPCA 2023 voltando a subir. Fatores técnicos relacionados aos vencimentos das Letras do Tesouro Nacional (LTN) e pagamento de cupom de Notas do Tesouro Nacional - Série F (NTN-F) também influenciaram as operações à tarde. No exterior, além do fortalecimento do dólar, os retornos dos Treasuries dispararam nesta segunda-feira, com a taxa da T-Note de dez anos superando 1,63%.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 fechou em 11,79% (regular), de 11,816% no ajuste de quinta-feira, mas voltou a subir na estendida, a 11,88%. A do DI para janeiro de 2025 subiu de 10,604% para 10,82% (regular) e 10,89% (estendida). O DI para janeiro de 2027 encerrou com taxa em 10,83% (regular) e 10,89% (estendida), de 10,612%.

A liquidez foi abaixo da média padrão na maioria dos contratos, mas na ponta curta houve um reforço na reta final da sessão regular, em função dos ajustes de posições relacionados ao vencimento da LTN e do pagamento do cupom de NTN-F. O giro do DI para janeiro de 2023, em torno de 530 mil contratos, não ficou tão distante da média diária dos últimos 30 dias (664 mil contratos).

Nas mesas de renda fixa foi consenso o papel do câmbio na dinâmica dos DIs. "O dia está muito fraco de agenda e notícias, mas é ruim para a moeda, o que acaba batendo na curva", disse a gestora de renda fixa da MAG Investimentos, Patricia Pereira. Na avaliação dela, a dinâmica do mercado tende a melhorar nos próximos dias, com o desenrolar da agenda, que nesta semana tem como destaques a ata do Federal Reserve e o relatório de emprego nos Estados Unidos.

O dólar chegou a rodar na casa de R$ 5,67 nas máximas do dia, alinhado ao movimento no exterior. Apesar da escalada dos casos da cepa Ômicron no fim do ano, a baixa taxa de mortalidade em função da nova variante mantém o otimismo dos agentes com a economia americana. Nesse contexto, as bolsas americanas estiveram em alta, assim como o rendimento dos Treasuries, com o da T-Note de dez anos ultrapassando 1,63%, de 1,51% na sessão anterior. Os preços do petróleo também avançaram.

Componente importante da inflação, o câmbio tem tido influência limitada da expectativa de aperto forte na Selic, por sua vez, decorrente das indicações do Copom de que poderá sacrificar até mesmo a atividade para recolocar as expectativas de inflação do horizonte relevante de volta às metas. Na pesquisa Focus de hoje, a mediana para 2022 manteve-se acima do teto da meta, em 5,03%, e a de 2023 voltou a piorar (3,38% para 3,41%), distanciando-se do centro da meta de 3,25%.

O desconforto gerado pela Focus foi superado à tarde, quando fatores técnicos entraram em cena. Hoje venceram R$ 116 bilhões em LTN e os detentores de NTN-F receberam R$ 21 bilhões em pagamento de cupom, eventos que levaram ao rebalanceamento do Índice de Renda Fixa do Mercado (IRF-M). "O rebalanceamento gerou aumento passivo de posições aplicadas no vértice janeiro de 2023. O DI julho de 2022 subiu 5 pontos e o DI julho de 2023 abriu 6, enquanto o DI janeiro de 2023 fechou 1 ponto", afirmou o estrategista da Renascença DTVM, Sérgio Goldenstein.

Nos próximos dias, o mercado segue de olho na cena fiscal, após a indignação de servidores com a decisão de governo de conceder reajuste apenas a policiais federais, que levou várias categorias a elaborarem um calendário de mobilizações ao longo do mês de janeiro. O mercado também monitora o estado de saúde do presidente Jair Bolsonaro, internado nesta segunda-feira com obstrução intestinal, o que, por ora, não chega a mexer com os preços. (Denise Abarca - [email protected])

18:29

 Operação   Último 

CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 9.22

Capital de Giro (%a.a) 6.76

Hot Money (%a.m) 0.63

CDI Over (%a.a) 9.15

Over Selic (%a.a) 9.15

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