A ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed) capitaneou os mercados nesta quarta-feira. Se antes da divulgação a expectativa pelo conteúdo levou bolsa e dólar aos piores momentos do dia, com a moeda americana tendo tocado os R$ 5,46, o documento em si terminou por ter um efeito muito mais suave nos mercados. Apesar de ter indicado um aumento de 50 ou 75 pontos-base para os juros na próxima reunião - o que levou os juros dos Treasuries às máximas - e sinalizar que as condições para inflação se deterioraram desde maio, há uma percepção de que a ata veio dentro do esperado. O mercado ainda colocou panos quentes em relação ao risco de piora na atividade, com o Fed apontando um ganho de força na economia após o 1º trimestre - e deixando de fora o termo recessão que tanto assombra o investidor. Assim, as bolsas aqui e em Nova York até ensaiaram uma piora, mas escalaram para o positivo à medida que o documento era digerido. E o dólar, que teve um novo dia fortalecido globalmente, com o índice DXY nos 107 pontos, arrefeceu a alta ante o real. No fim do dia, terminou bem mais comportado, a R$ 5,4219, alta de 0,60%, enquanto o Ibovespa conseguiu emplacar um ganho de 0,43%, aos 98.718,98 pontos. Ainda pesa a favor da moeda americana o enfraquecimento das divisas fortes europeias com a crise política envolvendo o primeiro-ministro britânico Boris Johnson. A melhora no humor doméstico foi menos sentida na renda fixa, com os juros futuros tendo encerrado o dia com viés de alta. O comportamento foi minimizado por um dia de queda robusta nas commodities - ainda sob o olhar cauteloso do investidor em relação ao risco de recessão global -, com o petróleo tendo recuado 2,02% (Brent).
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MERCADOS INTERNACIONAIS
Depois de oscilarem entre altas e baixas logo após a publicação da ata da mais recente reunião de política monetária do Federal Reserve, as bolsas de Nova York se firmaram no azul, enquanto os juros dos Treasuries renovaram máximas. Os dirigentes do banco central americano reiteraram a preocupação com a alta inflação e pontuaram que um aumento de 50 ou 75 pontos-base (pb) deve ser apropriado na reunião deste mês. Analistas observam que o cenário macroeconômico já mudou desde a decisão monetária e notam a ausência da palavra "recessão" na ata. O dólar fortaleceu alta ante rivais, com o índice DXY nas máximas em 20 anos, e o petróleo fechou em baixa. A crise política no Reino Unido envolvendo o premiê Boris Johnson, que afirma que não renunciará ao cargo, segue no radar das mesas de operação.
O documento divulgado hoje se refere à reunião de junho do Fed, quando a taxa básica de juros foi elevada em 75 pb, no maior nível desde 1994. O texto evidencia que os dirigentes avaliam que uma "postura restrita" na política monetária é necessária para levar a inflação de volta à meta de 2%. O BMO Capital Markets afirma que o reconhecimento de que a movimentação do Fed iria desacelerar o crescimento econômico do país está muito de acordo com o 'trade off' da política monetária atualmente, à medida que os riscos de recessão aumentam enquanto o banco central segue comprometido com as altas de juros. Na ata de hoje, a palavra "inflação" foi mencionada 90 vezes e "recessão", nenhuma. Os dirigentes alertaram para o "risco significativo" de que a inflação fique arraigada e prometeram agir com rapidez.
As pressões inflacionárias, destacou o Fed, foram intensificadas pela guerra da Rússia na Ucrânia. Eles ressaltaram estar "bastante atentos" aos riscos de mais inflação diante dos lockdowns para conter a covid-19 na China. A Capital Economics nota, porém, que muito já mudou das últimas semanas, com o preço das commodities tendo caído acentuadamente, enquanto crescem os temores sobre uma desaceleração econômica global significativa. Se o Fed vai adotar alta de 50 pb ou 75 pb na reunião deste mês deve depender dos dados a serem publicados, em especial o relatório de empregos, o payroll, de junho nesta sexta-feira e inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) do mesmo mês, na próxima quarta-feira, afirma a consultoria.
A Pantheon Macroeconomics diz que o documento é firme em determinar a luta contra a inflação, mas traz pouca análise sobre a natureza específica do problema. "Que é em maior parte uma expansão gigante nas margens de varejo e atacado por conta de gargalos de oferta", afirma a consultoria, que nota que também não houve menção a tais margens no documento, "inacreditavelmente". Para a Pantheon, a avaliação sobre cenário de crescimento também está bem desatualizada.
Economista do C6 Bank, Claudia Rodrigues diz acreditar que o ritmo de desaceleração indicado pelo Fed parece "insuficiente" para levar a inflação à meta. " A economia está muito aquecida, depois de uma série de estímulos dados durante e depois da pandemia, e para trazer a inflação para 2%, em nossa visão, seria necessário um aperto maior do que o já sinalizado até o momento", afirma.
Os mercados operaram com certa volatilidade logo após a publicação, mas conseguiram se firmar no positivo. O Dow Jones fechou com alta de 0,23%, a 31.037,88 pontos, o S&P 500, de 0,36%, a 3.845,09 pontos, e o Nasdaq, de 0,35%, a 11.361,85 pontos.
Já entre os Treasuries, os rendimentos aceleraram e renovaram máximas, com o spread entre os juros das T-notes de 2 e 10 anos se ampliando. No fim da tarde em Nova York, o rendimento da T-note de 2 anos subia a 2,958%, o da T-note de 10 anos, a 2,927% e o do T-bond de 30 anos tinha alta a 3,137%. De acordo com o CME Group, a probabilidade de que o Fed aumente os juros básicos em 50 pb em julho caíram de 16,3% para 7,3%, entre ontem e hoje. Para 75 pb, subiram de 83,8% para 92,7%.
O dólar, por sua vez, estendeu altas ante rivais. No horário citado, o euro caía a US$ 1,0184 e a libra, a US$ 1,1925, enquanto o dólar subia a US$ 135,92. O índice DXY fechou com alta de 0,53%, a 107,096 pontos, depois de ter operado no maior nível em quase 20 anos, de acordo com a Dow Jones Newswires.
Parte da desvalorização da libra se dá pela crise vivida no Reino Unido. Boris Johnson lida com a renúncia de dezenas de funcionários de seu governo, em meio a crítica sobre sua conduta. Entre as principais, está o do ministro das Finanças, Rishi Sunak, que deixou o cargo ontem.
Os temores sobre recessão e a força do dólar pesaram sobre o petróleo. Após a publicação da ata do Fed, os ativos chegaram a reduzir perdas brevemente, mas logo voltaram a intensificar a queda. O petróleo WTI para agosto fechou em queda de 0,97%, a US$ 98,53 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para setembro caiu 2,02%, a US$ 100,69 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). (Ilana Cardial - [email protected])
Volta
CÂMBIO
O dólar moderou o ritmo de alta na segunda etapa de negócios na esteira da melhora do humor dos mercados acionários em Nova York após a divulgação da ata do Federal Reserve. Após superar o teto de R$ 5,45 pela manhã e correr até a máxima de R$ 5,4624, a moeda passou a maior parte da tarde rodando entre R$ 5,41 e R$ 5,43. No fim do dia, subia 0,60%, cotada a R$ 5,4219 - maior valor de fechamento desde 27 de janeiro. Foi a quinta sessão consecutiva de valorização do dólar, que já acumula alta de 3,57% em julho.
Mais uma vez, o temor de recessão global, em meio ao aperto monetário nos países desenvolvidos para combater a inflação, derrubou os preços das commodities e levou a uma rodada de valorização da moeda americana. Referência do desempenho do dólar frente a pares fortes, o índice DXY superou os 107 pontos, no maior nível em 20 anos. O euro apanhou mais uma vez em razão de indicadores fracos de atividade na zona do euro, enquanto a libra sofreu com a crise política no governo Boris Johnson, que enfrenta debandada de ministros. As cotações do petróleo caíram novamente, com o tipo Brent, referência para Petrobras, fechando em baixa de 2,02%, a US$ 100,69 o barril. Os preços futuros do cobre, termômetro das expectativas de crescimento, tocaram hoje os menores níveis desde novembro de 2020.
Por aqui, as atenções seguem voltadas à tramitação da PEC dos Benefícios (ou Kamikaze) na Câmara. Votação em comissão especial da Casa foi adiada na madrugada desta quarta-feira por pedido de vista da oposição. Os debates devem ser retomados amanhã e a previsão é que o texto chegue ao plenário da Câmara ainda nesta semana. Apesar de desconforto do mercado com o aumento do chamado do risco fiscal, o real não apresentou as piores perdas de entre seus pares emergentes, papel que coube ao peso colombiano, seguido pelo rand sul-africano e o peso chileno, todos em baixa superior a 1% frente ao dólar.
Em sua ata, o Fed se mostrou disposto a agir rapidamente e pôr a política monetária em campo restritivo, em meio ao "risco significativo" de que a inflação elevada possa se tornar "arraigada". Dirigentes do BC americano veem alta da taxa básica - hoje já faixa entre 1,50% e 1,75% - em 50 pontos ou 75 pontos como "apropriada" no encontro deste mês. Depois de o presidente do Fed, Jerome Powell, admitir que o controle da inflação envolverá "alguma dor", sobreveio na ata a avaliação de que o aperto monetário pode reduzir o crescimento da atividade "por um tempo". O staff do Fed cortou as projeções de crescimento para 2022 e 2023. A previsão é que a conversão do índice de preços de gastos com consumo (PCE) para a meta de 2% ocorra apenas em 2024.
"A ata foi agressiva. O Fed admite risco de menos crescimento com aperto maior da política monetária. O contexto é de mais valorização do dólar no mundo", afirma o economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho, que vê a alta das bolsas em Nova York após a ata do Fed como um movimento pontual de alívio. "Com esse ambiente de taxas de juros mais altas no mundo e perda de força das commodities, ativos de risco e moedas emergentes tendem a sofrer".
As taxas dos Treasuries apresentaram alta expressiva hoje e registraram máximas ao longo da tarde, na esteira da divulgação da ata do Fed. O retorno da T-note de 10 anos chegou a tocar 2,93% na máxima e encerrou o dia abaixo da taxa da T-note de 2 anos, que chegou ao nível de 2,95%. A inversão da curva de juros americana é vista como prenúncio de recessão.
"Essa ata mostrou que o Fed está comprometido com o controle da inflação. Existe um movimento de valorização do dólar frente a todas as moedas", afirma o economista Bruno Mori, planejador financeiro pela Planejar. "Aqui o risco fiscal e político voltou a ser um tema do mercado e está fazendo preço".
Em relatório, a Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado afirma que a PEC dos Benefícios - que libera gastos de R$ 41,2 bilhões extrateto - fragiliza ainda mais o teto dos gastos e reduz a confiança no compromisso com a disciplina fiscal. A PEC eleva o valor do Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600 mensais e amplia o vale-gás, além de criar o bolsa caminhoneiro, no valor de R$ 1 mil, e um auxílio para taxistas.
Velho, da JF Trust, chama a atenção para o fato de que as benesses sociais e a redução do ICMS neste ano trazem um legado pesado para o próximo governo. É duvidoso que o próximo presidente consiga diminuir os gastos com o Auxílio Brasil, avalia, ao passo que o aumento do ICMS sobre combustíveis tende a pressionar a inflação em 2023.
"O mercado vê que está sendo contratada uma pressão política enorme para o próximo presidente. Inflação vai ser ainda alta e terá demanda por gastos", afirma o economista. "É um quadro totalmente diferente do primeiro mandato de Lula. Está mais parecido com 2001 e 2019, que foram anos de correções importantes no mercado americano." (Antonio Perez - [email protected])
17:32
Dólar (spot e futuro) Último Var. % Máxima Mínima
Dólar Comercial (AE) 5.42190 0.6049 5.46240 5.39380
Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0
DOLAR COMERCIAL FUTURO 5462.500 0.63559 5500.000 5431.500
DOLAR COMERCIAL FUTURO 5519.000 0.79445 5519.000 5519.000
BOLSA
Em dia de apreciação global do dólar, que o colocou desde cedo mais perto do limiar de R$ 5,50, a R$ 5,4624 na máxima da sessão, o Ibovespa manteve o sinal negativo, abaixo dos 98 mil pontos, até a aguardada divulgação, no meio da tarde, da ata da mais recente reunião de política monetária do Federal Reserve. Aí, apesar da indecisão vista em primeiro momento, o jogo virou, com o Ibovespa se alinhando ao avanço, ainda que leve, em Nova York. Ao fim, o índice da B3 mostrava alta de 0,43%, aos 98.718,98 pontos, vindo de perdas moderadas, em torno de 0,3%, nas duas sessões anteriores.
A porta deixada aberta pelo Fed para novo aumento de até 0,75 ponto nos juros de referência dos EUA na próxima reunião do comitê monetário, o Fomc, a princípio chegou a melindrar os mercados, mas a ata acabou deixando impressão favorável, com a avaliação de que o consumo se manteve forte no segundo trimestre, movendo o PIB americano para cima no intervalo. Ainda assim, a referência da B3 permanece nessas últimas seis sessões abaixo dos 100 mil pontos, mesmo se forem consideradas as respectivas máximas intradiárias - no melhor momento de hoje, atingiu os 99.141,21 pontos, saindo de mínima a 97.423,43 e de abertura aos 98.293,68 pontos.
Desde o último 15 de junho, então aos 102,8 mil pontos, o índice só conseguiu fechar nos seis dígitos nos dias 27 (100,7 mil) e 28 (100,5 mil). A cautela tem se refletido também na redução do giro financeiro: nesta quarta-feira, foi de apenas R$ 22,1 bilhões. Na semana, o Ibovespa cede 0,24%, mas vira para o positivo no mês (+0,18%), ainda recuando 5,82% no ano. Hoje, o índice foi favorecido pelo desempenho de Vale (ON +0,94%) e de parte da siderurgia, com destaque para Gerdau PN (+2,07%) e Gerdau Metalúrgica (+1,94%), em dia ruim para Petrobras (ON -1,51%, PN -1,28%) e bancos (Itaú PN -0,92%, Santander -1,01%, BB ON -0,64%).
Na ponta positiva do Ibovespa, como ontem, o destaque ficou com as ações de varejo (Via +13,24%, Americanas ON +11,77%), setor ainda muito amassado no ano. No lado oposto do dia, Azul (-5,67%), 3R Petroleum (-5,60%) e Gol (-4,81%).
Após a publicação da ata da mais recente reunião de política monetária do Federal Reserve, a ferramenta de monitoramento do CME Group mostrava, hoje à tarde, 90,3% de chance de elevação de 75 pontos-base nos juros dos Estados Unidos, na decisão a ser anunciada em 27 de julho.
"Não muito diferente do que se imaginava: para a próxima reunião entre 50 e 75 pontos-base (de alta nos juros). E entre dois e três aumentos, com o mercado precificando três. A mensagem é: inflação muito alta, e a maior preocupação é controlar a inflação. A grande tônica para o Fed no momento é tentar matar essa inflação antes que uma recessão chegue", observa em nota Andrey Nousi, CFA da Nousi Finance.
"Foi mais do mesmo: o risco de a atividade desacelerar com o aumento de juros e, obviamente, se a inflação não desacelerar, o BC americano vai precisar subir mais as taxas. A guerra (no Leste Europeu) ainda pode mudar muito o aperto dos juros americanos, pela pressão nas commodities", aponta Jansen Costa, sócio da Fatorial Investimentos.
"Mais provável que os juros de referência americanos fechem o ano praticamente a 3%. Pela leitura da ata, eles preferem acelerar, mesmo que depois tenham que cortar (em 2023), do que subir devagarzinho", diz Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, observando que o yield dos títulos de 2 anos dos Estados Unidos bateram perto de 3% com a ata (máxima do dia a 2,963%), com o "mercado já precificando bastante alta agora, no curto prazo" e "eventualmente cortes em 2023". "Comentários hoje mais para o 'hawkish” na ata, com o medo de que a inflação fique incrustada, indexando-se", acrescenta o economista. (Luís Eduardo Leal - [email protected])
17:32
Índice Bovespa Pontos Var. %
Último 98718.98 0.4317
Máxima 99141.21 +0.86
Mínima 97423.43 -0.89
Volume (R$ Bilhões) 2.21B
Volume (US$ Bilhões) 4.07B
17:32
Índ. Bovespa Futuro INDICE BOVESPA Var. %
Último 99980 0.51272
Máxima 100435 +0.97
Mínima 98625 -0.85
JUROS
Os juros futuros encerraram a sessão desta quarta-feira com viés de alta, em comportamento considerado benigno diante da forte reação da curva dos Treasuries à ata do Federal Reserve, com disparada dos rendimentos. O documento foi considerado hawkish, reforçando os riscos de aumento dos juros no curto prazo nos Estados Unidos. A queda nas cotações das commodities e o fato de as taxas locais já terem subido bastante nas últimas duas sessões ajudaram a amortecer o impacto negativo do exterior.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 fechou em 13,76%, de 13,725% no ajuste de ontem. O janeiro 2024 subiu de 13,516% a 13,55%. O janeiro 2025 foi de 12,86% a 12,89%. E o janeiro 2027 passou de 12,815% a 12,85%.
Os negócios já eram pela manhã marcados pela falta de direção clara para as taxas, que ora iam para cima, ora para baixo. O movimento de devolução de prêmios adicionados no começo da semana esbarrou no clima de cautela no exterior que pressionou, além dos yields dos títulos do Tesouro americano, também o dólar contra moeda emergentes e principais. Aqui, a moeda subiu até a casa de R$ 5,46 nas máximas.
Após a ata do Fed, as taxas continuaram voláteis, mas oscilando já predominantemente em alta. No entanto, bem moderada diante do que se via nas taxas dos Treasuries - tanto o retorno da T-Note de dez anos quanto de 2 anos romperam novamente a marca de 2,90% e a curva destas duas referências voltou a se inverter. "As commodities em queda ajudam a mitigar a pressão de alta", explicou o economista-chefe da Greenbay Investimentos, Flávio Serrano. O petróleo estendeu as perdas de quase 10% ontem, com o barril do Brent hoje fechando na casa de US$ 100.
Na ata, dirigentes consideram uma elevação de juros de 50 ou 75 pontos-base como "apropriada" na próxima reunião. Na avaliação dos membros, o quadro econômico, com inflação bem acima da meta de 2%, exige uma "postura restrita" na política monetária.
A economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, argumenta que a curva local já embutiu prêmio ao longo da última semana com o risco fiscal no foco dos investidores. "Portanto, mesmo com a abertura lá fora, aqui já precificamos um cenário internacional e doméstico complicado", comentou.
O adiamento da votação da PEC dos Benefícios ontem na comissão especial da Câmara teve efeito neutro nos juros, na medida em que o mercado considera que o texto está a salvo de mais mudanças após já ter sido lido ontem pelo relator, deputado Danilo Forte (União Brasil-CE). A postergação se deu após pedido de vista e a discussão deve ser retomada nesta quinta (7).
O tema da recessão global segue na ordem do dia e, no Brasil, o Bradesco calcula que a probabilidade disso acontecer em 2023 é crescente se houver manutenção do nível atual dos preços de mercado até o fim de 2022 e do próximo ano, segundo apontam modelos sobre probabilidade de recessão com base em indicadores financeiros desenvolvidos pelo banco. "Durante o segundo semestre de 2022 essa probabilidade é muito pequena", adverte a instituição, em relatório. "No entanto, ela começa a se alargar nos primeiros trimestres do ano que vem, indicando perda de momento na virada do primeiro para segundo trimestre."
Nesta quinta-feira, as atenções se voltam logo cedo à divulgação da ata da reunião do Banco Central Europeu (BCE), que parece ter um desafio ainda maior do que o Federal Reserve no combate à inflação, dadas as condições fragilizadas de várias economias da zona do euro. Também o Tesouro Nacional realiza seus primeiros leilões de títulos prefixados do terceiro trimestre. (Denise Abarca - [email protected])
17:30
Operação Último
CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 13.23
Capital de Giro (%a.a) 6.76
Hot Money (%a.m) 0.63
CDI Over (%a.a) 13.15
Over Selic (%a.a) 13.15