ARCABOUÇO DESINCLINA CURVA NA SEMANA, MARCADA AINDA POR 5º AVANÇO SEGUIDO DO IBOVESPA

Blog, Cenário

O placar robusto do arcabouço na Câmara e a perspectiva de uma aprovação célere da proposta no Senado deram condições para a queda firme dos juros futuros nesta semana, em especial nos vencimentos mais longos, resultando em desinclinação da curva de juros em relação à sexta-feira passada. Os trechos curtos também cederam, com desaceleração inesperada da inflação e falas do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ontem, mas a baixa nos longos foi mais consistente. O DI janeiro 2027, por exemplo, recuou cerca de 30 pontos, ao passo que o 2024 cedeu menos de 15. Houve alguma pressão de realização nos pregões recentes na Bolsa, mas a perspectiva de juros mais baixos de agora adiante deu suporte ao Ibovespa ao longo dos últimos dias, fazendo o índice terminar a sexta-feira em 110.905,51 pontos, alta diária de 0,77% e semanal de 0,15%. Foi a quinta semana seguida de ganho, ainda que comedido. O investidor também monitora a situação externa, com o impasse em torno do teto da dívida dos Estados Unidos. Ainda que as negociações tenham avançado bastante de ontem para hoje, a incerteza deu o tom na semana. Tanto que o índice Dow Jones, que subiu 1,00% nesta sessão, caiu 1,00% no cômputo semanal. S&P 500 e, principalmente, Nasdaq conseguiram se segurar no azul nas duas comparações, mas devido ao impulso de ações ligadas à inteligência artificial. Os ganhos foram de 1,30% no dia e de 0,32% na semana para o S&P 500, e de 2,19% e 2,51%, respectivamente, para o Nasdaq. O câmbio seguiu a semana operando em margens estreitas, ponderando o cenário externo, onde também houve reprecificação - para cima - em relação aos juros americanos após dados de atividade e inflação, e a entrada de fluxo para o País. A moeda americana à vista subiu aos R$ 4,9887, baixa de 0,93% hoje e de 0,14% na semana.

•JUROS

•BOLSA

•MERCADOS INTERNACIONAIS

•CÂMBIO

JUROS

Após três sessões em queda, os juros futuros ensaiaram um movimento de realização de lucros pela manhã, mas que perdeu força à tarde, com as taxas zerando o sinal de alta e passando a cair, para completar o quarto dia consecutivo em baixa. O movimento se deu em linha com a melhora do apetite pelo risco vista no exterior, na medida em que cresciam as esperanças no fechamento de um acordo para o teto da dívida dos Estados Unidos que precisa sair até o começo de junho para que não haja calote, que também favoreceu o real. Com o noticiário interno hoje esvaziado, a dinâmica do mercado foi conduzida pelo ambiente internacional e ajustes técnicos. No acumulado da semana, a curva perdeu inclinação, pelo recuo consistente dos contratos de longo prazo, refletindo, em boa medida, a aprovação do novo arcabouço fiscal na Câmara.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em 13,16%, de 13,18% ontem, e a do DI para janeiro de 2025 caiu de 11,47% para 11,42%. O DI para janeiro de 2027 encerrou com taxa de 10,93%, de 10,99%, e a do DI janeiro de 2029 terminou em 11,25%, de 11,32%. Na semana, enquanto a ponta curta fechou perto de 10 pontos-base, os longos caíram 35 pontos.

Ao fim de uma semana profícua para quem está vendido em taxa, que teve, além da aprovação do novo arcabouço, o IPCA-15 de maio abaixo do consenso, era de se imaginar que o mercado buscasse algum tipo de realização de lucros nesta sexta-feira. A correção foi testada na primeira parte dos negócios, com ajuda de dados de inflação nos Estados Unidos que superaram o consenso das estimativas e endossaram a aposta de alta de juros na reunião do Federal Reserve em junho. À tarde, na medida em que o dólar ampliou a queda e voltou a cruzar para baixo a linha dos R$ 5,00, os juros zeraram a alta que já era modesta e passaram a cair. Ainda, houve alívio na taxa da T-Note de dez anos.

O pano de fundo de fundo para a melhora do mercado foi a percepção de que a Casa Branca e a Câmara dos Representantes nos Estados Unidos chegarão logo a um acordo para evitar o default da dívida. O presidente da Câmara, Kevin McCarthy avaliou hoje que as equipes avançaram nas negociações, mas que a questão dos gastos do governo ainda é um grande problema. McCarthy falou em "progresso" várias vezes, ao conversar com a imprensa, mas ainda não há acordo.

No fim da tarde, a secretária do Tesouro, Janet Yellen, disse que o governo não conseguirá honrar as dúvidas se o teto não for elevado até 5 de junho. "Esperar até último minuto para elevar teto pode afetar rating dos EUA e confiança", alertou, citando que vê o custo dos empréstimos do Tesouro mais alt para os títulos que vencem em junho.

É consenso que este acordo vai sair, mas quanto antes melhor, representando assim um fator a menos de incerteza. Por aqui, a incerteza também diminuiu com a votação do arcabouço na Câmara e o mercado agora acompanha a tramitação no Senado. O presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse querer entregar o texto para sanção presidencial ainda em junho. A economista-chefe da MAG Investimentos, Patricia Pereira, afirma que a busca pelo protagonismo tende a pautar o ritmo de andamento da matéria no Senado. "Ao contrário do que se viu na Câmara, Pacheco quer cumprir os ritos das comissões, mas acho que não teremos alterações em termos de texto. Vão aprovar", afirmou.

O grande desafio fiscal trazido pelo novo marco é alcançar a arrecadação necessária para acomodar a intenção de gastos sem comprometer o cumprimento das metas estipuladas. Desse modo, o mercado vê com bons olhos o caráter temporário do programa de incentivo ao setor automobilístico anunciado ontem pelo governo. Nesta tarde, em entrevista à GloboNews, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que é algo "tópico", que não vai se estender para além deste ano. "Estamos falando de um programa que pode durar três ou quatro meses, não é estrutural", declarou o ministro.

Haddad também afirmou que o programa não deve chegar a um quarto do impacto fiscal estimado pelo mercado, de R$ 8 bilhões. Os cálculos preliminares já foram feitos, porém a equipe econômica precisa fechar a equação seguindo os critérios da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

O ministro também voltou a falar sobre a meta de inflação, defendendo uma regra contínua que, segundo ele, quando adotada raramente é alterada. "Um único país do mundo adota meta calendário. Definir uma meta contínua para o BC perseguir é melhor", afirmou. Garantiu que o debate sobre a mudança será técnico. O Conselho Monetário Nacional (CMN) se reunirá no fim de junho para discutir o assunto. (Denise Abarca - [email protected])

BOLSA

O Ibovespa encontrou fôlego para acentuar alta à tarde e colocar a semana no positivo, no fechamento desta sexta-feira. Na sessão, o índice da B3 subiu 0,77%, aos 110.905,51 pontos, e acumulou leve ganho de 0,15% na semana, em que abriu com perdas até a quarta-feira e encerrou com avanços entre ontem e hoje. Assim, a referência conseguiu encadear a quinta semana de alta, em intervalo positivo que retrocede a 24 de abril. Saiu então de patamar inferior a 104 mil pontos, a 103,9 mil, para nível bem próximo dos 111 mil, cerca de 7 mil pontos adiante.

Embora em alguns pontos do intervalo os avanços tenham sido muito discretos, em recuperação gradual para o índice, desde trecho entre janeiro e fevereiro do ano passado o Ibovespa não colhia cinco semanas sem quebra de ganhos. Hoje, oscilou entre mínima de 109.900,40 e máxima de 111.705,53 pontos, com abertura aos 110.057,62. Após alguma recuperação em parte da semana, o giro financeiro voltou a se enfraquecer nesta sexta-feira, a R$ 21,8 bilhões. No mês, o Ibovespa sobe 6,20%, colocando a 1,07% a alta de 2023. O nível de fechamento desta sexta-feira foi o maior desde 1º de fevereiro, então aos 112 mil pontos.

Em Nova York, em semana na qual o otimismo em torno dos efeitos disruptivos da inteligência artificial impulsionou o setor de tecnologia, o índice Nasdaq fechou a sexta-feira em alta de 2,19% e o S&P 500, de 1,30% - na semana, o primeiro acumulou ganho de 2,51% e o índice amplo, de 0,32%, ambos à frente do blue chip Dow Jones, que subiu hoje 1,00%, mas cedeu terreno na semana. O período foi marcado também pelas negociações em torno do teto da dívida americana, e a tensão inicial vai dando lugar à expectativa de que uma solução seja encontrada nos próximos dias - e votada pelo Congresso até o meio da próxima semana para impedir um default.

Segundo a Reuters, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o presidente da Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, estão se aproximando de acordo que aumentaria o teto da dívida, de US$ 31,4 trilhões, por dois anos, limitando os gastos na maioria dos itens, de acordo com uma fonte com conhecimento do assunto.

O desdobramento positivo também animou os mercados acionários da Europa nesta última sessão da semana, com recuperação para as ações do setor de petróleo por lá, movidas também por avanço pouco acima de 1% para o Brent e o WTI. Aqui, Petrobras ON e PN encerraram o dia em alta de 1,66% e 1,32%, respectivamente, enquanto Vale ON subiu 2,28% com o alívio proporcionado pela relativa recuperação do minério de ferro na China nesta sexta-feira, de volta ao limiar de US$ 100 por tonelada. Ainda assim, as perdas na ação da mineradora ficaram em 4,16% na semana - no mês, os papéis cedem até aqui 8,38% e, no ano, caem 23,73%.

"Com o petróleo na faixa de US$ 70 a US$ 80 por barril como agora, Petrobras vai bem, considerando que suas ações seguem muito descontadas em relação aos 'peers' internacionais, com o Ebitda que a empresa tem. Vale está muito amassada: depende demais da demanda chinesa e, com a incerteza sobre o nível de atividade no país, uma recuperação do preço do minério, que tem se mantido ali pelos US$ 100, fica condicionada a anúncio de medidas de estímulo à economia pelo governo de lá, o que não tem ocorrido", diz Cesar Mikail, gestor de variável da Western Asset.

Por outro lado, ele ressalta o bom momento doméstico, com a confirmação de inflação mais acomodada no IPCA-15 e a aprovação do arcabouço fiscal na Câmara, ambos nesta semana: uma combinação positiva em momento no qual as projeções de mercado já vinham embutindo expectativa mais favorável para os índices de preços e os juros.

"A situação é boa para Bolsa, câmbio e curva de juros, que vem fechando, ajudando em especial as ações de consumo", diz. "Até meados da próxima semana, quando deve vir a definição sobre o teto da dívida americana, ainda há espaço para a Bolsa andar. Mas definido isso, dependerá de novos gatilhos - e o comportamento dos juros tem sido um fator importante."

A percepção do mercado é de que cortes na Selic virão no segundo semestre, com a desaceleração dos índices de inflação e segurança maior em torno da disposição do governo em não deixar que os gastos públicos fujam ao controle, embutida no arcabouço fiscal. E de que os juros das principais economias (EUA e zona do euro) estejam perto do pico, ainda que o processo de redução das taxas de referência, como os Fed funds, leve mais tempo para ser iniciado por lá, como se espera.

"Mercado ainda otimista com relação à regra fiscal, e a gente observa isso especialmente na curva de juros, com todos os vértices hoje em queda, refletindo dissipação de preocupações [em torno da condução das contas públicas]", diz Paulo Luives, especialista da Valor Investimentos.

No entanto, considerando o espaço já recuperado pelo Ibovespa no mês, o quadro das expectativas do mercado para o desempenho do índice no curtíssimo prazo ficou um pouco mais conservador no Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira, em relação ao levantamento da semana passada. A previsão de alta para o índice, porém, segue majoritária. Entre os participantes, 50,0% esperam ganhos e 37,50%, estabilidade. Para 12,50%, a Bolsa terá uma semana de perdas. No último Termômetro, a expectativa para esta semana era de avanço para 57,14% e de variação neutra para 42,86%, sem nenhuma resposta indicando baixa.

Na B3, o dia, como a semana, foi misto para as ações de grandes bancos, entre perda de 0,77% (Itaú PN) e leve ganho de 0,14% (Unit do Santander) na sessão, em que prevaleceu o sinal dado pela relativa recuperação, nesta sexta-feira, das gigantes do setor de commodities, Petrobras e Vale, assim como a de outros nomes do segmento metálico (Gerdau PN +3,10%, CSN ON +1,38%) nesta última sessão da semana. Na ponta do Ibovespa, destaque nesta sexta-feira para CVC (+11,19%) Gol (+6,66%) e Dexco (+5,79%). No lado oposto na sessão, Cielo (-3,19%), Assaí (-1,98%) e 3R Petroleum (-1,73%). (Luís Eduardo Leal - [email protected])

18:02

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 110905.51 0.77337

Máxima 111705.53 +1.50

Mínima 109900.40 -0.14

Volume (R$ Bilhões) 2.18B

Volume (US$ Bilhões) 4.35B

18:06

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 111505 0.77271

Máxima 112400 +1.58

Mínima 110410 -0.22

MERCADOS INTERNACIONAIS

As bolsas de Nova York fecharam o pregão com sólidos ganhos e o Nasdaq subiu mais de 2%, em meio ao bom humor sobre esforços de inteligência artificial e o otimismo por um acordo para o impasse do teto da dívida nos EUA. Nova previsão forte para demanda, desta vez da Marvell Technology, estendeu o impulso que o setor de semicondutores já vinha recebendo do balanço da Nvidia. Ainda, Tesla e Ford ganharam 6% após anúncio de parceria em veículos elétricos. Tudo isso amplificou o efeito do arrefecimento das expectativas de inflação, em movimento que apoiou o petróleo e trouxe viés negativo ao dólar no exterior. Já os Treasuries ficaram sem direção única, embora com suporte pontual de apostas por mais aperto monetário pelo Federal Reserve (Fed), diante da indicação do Fundo Monetário Internacional (FMI) de que os juros americanos terão que ficar elevados por mais tempo para conter a inflação. Após o fechamento dos mercados, a secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, alertou que os recursos financeiros dos EUA podem se esgotar até 5 de junho.

O salto da Marvell Technology (+32,42%) ampliou ganhos de pares do setor de semicondutores e de big techs americanas no mercado acionário em Wall Street, após a empresa projetar que deve dobrar sua receita neste ano, devido ao crescimento da demanda por soluções de inteligência artificial. O anúncio estendeu o otimismo com o setor, na esteira de anúncio semelhante pela Nvidia, que também voltou a subir neste pregão (+2,54%) junto com Micron (+6,21%), Intel (+) e KLA Corporation (+6,20%). Entre as empresas conhecidas como big techs, Amazon ganhou 4,44%, Meta avançou 3,70%, Microsoft subiu 2,14%, Apple teve alta de 1,41% e Google avançou 0,92%;

Os fortes ganhos de tecnologia impulsionaram os índices, levando Dow Jones a reduzir perdas semanais e S&P e Nasdaq a registrar alta no mesmo período. Tesla (+4,72%) e Ford (+6,24%) ofereceram fôlego nesta sessão, seguindo anúncio de uma parceria entre ambas as empresas para fornecimento conjunto de carregadores de veículos elétricos nos EUA a partir de 2024. No fechamento, Dow Jones ganhou 1,00%, em 33.093,34 pontos, o S&P 500 subiu 1,30%, a 4.205,45 pontos, e o Nasdaq avançou 2,19%, a 12.975,69 pontos. Na comparação semanal, Dow Jones perdeu 1,00%, S&P 500 subiu 0,31% e Nasdaq se valorizou 2,51%.

Para o IG, o mercado de ações conseguiu se recuperar tendo como suporte ainda as especulações sobre a aproximação de um acordo no teto da dívida americana.

Desde a noite de ontem, veículos americanos reportam que fontes, sob condição de anonimato, revelaram que as negociações entre as equipes democrata e republicana estariam em seus últimos detalhes, a ponto de redigir um acordo capaz de satisfazer ambos os lados. Ao Punchbowl, o deputado americano Garret Graves, representante do partido republicano nas tratativas, disse que há grandes questões que ainda não foram resolvidas. Após o fechamento dos mercados, Yellen voltou a alertar sobre o risco de esgotamento de recursos caso um acordo não seja alcançado, afirmando que o governo não conseguirá honrar dívidas se o teto não for elevado até 5 de junho.

Já a Oanda destaca que Wall Street, assim que um acordo for alcançado, terá que encarar a “dura realidade” de mais aperto monetário pelo Fed, tendo em vista que o término das altas de juros pode não ocorrer até o final do terceiro trimestre.

Segundo o Departamento do Comércio dos EUA, o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) avançou 0,4% em abril ante março e subiu 4,4% na comparação anual. Após a divulgação do indicador, medida preferida do Fed para medir a inflação no país, o mercado consolidou apostas majoritárias (65,4%) por nova alta de 25 pontos-base nos juros básicos americanos em junho, contra chance de manutenção (34,6%), conforme plataforma do CME Group.

A visão de juros altos nos EUA por mais tempo também foi corroborada pela diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, durante evento. Georgieva afirmou que as taxas básicas terão que ser mais altas e deverão permanecer restritivas por tempo prolongado para retornar a inflação à meta de 2%. Em relatório lançado hoje, o FMI ainda projeta que o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos deverá crescer 1,7% em 2023 e 1,0% em 2024.

Expectativas de juros restritivos chegaram a oferecer fôlego pontual para os rendimentos dos Treasuries, porém, o movimento se desfez pouco depois da Universidade de Michigan apontar deterioração no sentimento do consumidor em maio e redução nas expectativas de inflação de um ano. Encerrando o pregão mais cedo em antecipação ao feriado do Memorial Day, o juro da T-note de 2 anos subia a 4,559%, o da T-note de 10 anos tinha baixa a 3,804% e o do T-bond de 30 anos caía a 3,902%, às 15 horas (de Brasília).

Em movimento semelhante, o dólar fechou sem direção única ante outras divisas. Por volta das 17 horas (de Brasília), o dólar subia a 140,64 ienes, o euro recuava a US$ 1,0730 e a libra tinha alta a US$ 1,2349. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou baixa de 0,04%, a 103,198 pontos, mas com ganho de 0,97% na comparação semanal.

Sem que o dólar conseguisse ganhar força no exterior, o petróleo se beneficiou do apetite por risco e de ponderações sobre a oferta da commodity. Segundo o Swisswuote, a Opep+ pode anunciar novo corte produtivo em sua reunião na próxima semana, diante do fraco cenário econômico global. Assim, o WTI para julho fechou em alta de 1,17% (US$ 0,84%), em US$ 72,67 o barril, na Nymex, e o Brent para agosto, agora mais líquido, teve ganho de 1,05% (US$ 0,80), a US$ 76,98 o barril, na ICE. Na comparação semanal, o WTI avançou 1,37% e o Brent, 1,85%. (Laís Adriana - [email protected])

CÂMBIO

O dólar à vista recuou na sessão desta sexta-feira, 26, devolvendo parte da alta de 1,65% ontem, quando houve rearranjo das apostas para o rumo da taxa de juros aqui, após o IPCA-15 de maio, e nos Estados Unidos. A recuperação do real hoje veio no bojo de uma queda da moeda americana em relação a divisas emergentes, em meio ao avanço das commodities e ao aumento do apetite a risco no exterior, na esteira de sinais de progresso nas negociações para ampliação do teto da dívida dos EUA.

Afora uma alta pontual na primeira hora de negócios, quando registrou máxima a R$ 5,0330 o dólar operou com sinal negativo no restante do dia. Após tocar mínima a R$ 4,9802 à tarde, em sintonia com o ambiente mais benigno lá fora, a moeda fechou cotada a R$ 4,9887, em baixa de 0,93%, encerrando a semana com leve desvalorização (-0,14%). Principal termômetro do apetite por negócios, o contrato de dólar futuro para junho teve bom giro, acima de US$ 14 bilhões. Operadores relataram internalização de recursos por exportadores e fluxo para ações domésticas.

"Houve uma reação positiva dos mercados hoje aos sinais de resolução do impasse nos Estados Unidos, já que um calote na maior economia do mundo teria impacto global, minando a confiança e a atividade econômica", afirma o CEO do Transferbank, Luiz Felipe Bazzo, ressaltando que os resultados expressivos das exportações brasileiras têm contribuído para o desempenho do real nas últimas semanas.

Referência do comportamento do dólar frente a seis moedas fortes, em especial euro e iene, o índice DXY passou a tarde em leve baixa, por volta dos 104,200 pontos, com o mercado monitorando as tratativas em Washington. Na semana, o Dollar Index avança ao redor de 1%. Pela manhã, investidores digeriram dados divergentes sobre inflação nos EUA. O núcleo do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), medida de inflação preferida pelo Federal Reserve, veio acima das estimativas em abril tanto em relação a março quanto na comparação anual. Já as expectativas para a inflação em um ano, segundo pesquisa da Universidade de Michigan, recuaram de 4,6% em abril para 4,2% em maio.

Ferramenta da CME mostra que as chances de alta de 0,25 pontos porcentual da taxa de juros pelo banco central americano em junho, que ontem passaram a ser majoritárias, chegaram a superar 55%. A presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester, disse hoje a inflação ainda é "muito alta" e que "todas as opções estão na mesa" para o encontro da autoridade monetária no mês que vem. O resultado do PCE, observou Mester, sinaliza que o Fed ainda tem trabalho a fazer, embora o ciclo de aperto já esteja perto do fim.

Para o economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho, com uma resolução para a questão do teto da dívida, o dólar pode voltar cair frente a pares fortes, dada a perspectiva de desaceleração da economia americana nos próximos meses. Mesmo que opte por não elevar os juros em 25 pontos-base em junho, o Fed deve manter a política monetária restritiva por mais tempo, o que já começa a ser 'precificado' pelo mercado.

"O dólar tende a ficar mais fraco lá fora, o que pode levar fluxo para emergentes, beneficiando a nossa moeda. O dólar pode continuar abaixo de R$ 5,00 no mercado local. Uma queda maior depende de sinais de que o governo vai conseguir as receitas para cumprir as metas fiscais", diz Velho, ressaltando que uma redução da taxa Selic a partir de agosto ou setembro, embora reduza o diferencial de juros interno e externo, pode beneficiar o real ao atrair recursos para a bolsa doméstica.

Ontem, além do IPCA-15 abaixo do esperado, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, adotou um tom mais brando ao dizer que o "cenário está melhor" e classificar a votação do novo arcabouço fiscal na Câmara como "estrondosa".

Pela manhã, o Banco Central informou que o resultado das transações correntes foi negativo em US$ 1,680 bilhão em abril, abaixo do piso da pesquisa Projeções Broadcast (-US$ 1,500 bilhão). A mediana apontava superávit de US$ 50 milhões. No ano até abril a conta corrente teve rombo de US$ 13,678 bilhões. Trata-se do menor déficit para o período desde 2017, graças a expressivo superávit comercial. Apesar do número ruim no curto prazo, não há preocupações com as contas externas, dado que o déficit é facilmente financiado por investimentos diretos no país (IDP). (Antonio Perez - [email protected])

18:02

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 4.98870 -0.9294 5.03300 4.98020

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5002.000 -0.77366 5036.500 4982.500

DOLAR COMERCIAL 5030.000 -0.38618 5061.500 5012.000

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