APOSTA EM JURO MENOR LEVA BOLSA AO MAIOR NÍVEL DE FECHAMENTO NO ANO

Cenário

A perspectiva que a desinflação em curso vai desaguar em um corte de juros em breve pelo Banco Central levou a mais uma sessão de ganhos robustos para o Ibovespa. O índice terminou a sessão em 114.610,10 pontos, valorização de 1,70%. Foi também a maior pontuação de fechamento no ano e a mais alta desde 8 de novembro. Dos 86 papéis que compõem o índice, 75 subiram, com destaque para elevação da Petrobras (2,11% PN e 2,03% ON) mesmo em dia de queda do petróleo. O gás visto hoje, que fez o indicador acionário brasileiro subir muito acima dos pares americanos (S&P 500 +0,24% e Nasdaq +0,36%), teve origem no IGP-DI de maio, que ao ceder 2,33% na margem marcou a maior deflação desde abril de 1947. Na visão do mercado, o dado inflacionário corroborou comentários recentes de membros do Comitê de Política Monetária (Copom) e, assim, autorizou uma consolidação das apostas de corte da Selic em agosto, aposta agora quase unânime na curva do DI. No mercado de câmbio, a percepção do investidor é que, mesmo com a queda contratada para a Selic, a renda fixa brasileira seguirá atrativa, o que deu margem a mais um dia de valorização do real. Além disso, houve relatos de entrada de fluxo financeiro para a Bolsa. Na quarta queda seguida, o dólar à vista caiu aos R$ 4,9122 , baixa de 0,37%. No exterior, o dólar avançou ante rivais fortes, porém, sem firmar direção contra emergentes. Entre commodities, o petróleo devolveu parte dos ganhos de sessões anteriores diante de incertezas sobre a demanda do óleo.

•BOLSA

•JUROS

•CÂMBIO

•MERCADOS INTERNACIONAIS

BOLSA

O otimismo com os ativos domésticos diante da expectativa por cortes da taxa Selic no segundo semestre levou o Ibovespa a encerrar o dia em alta de 1,70%, aos 114,610,10 pontos, o maior nível de fechamento do ano. Os ganhos foram puxados por papéis ligados à economia local, sensíveis aos juros, e pela Petrobras, que avançou mais de 2% mesmo em um dia de queda dos preços do petróleo.

O índice saiu da abertura em 112.697,26 pontos e operou em alta durante praticamente todo o dia, exceto por uma queda pontual nos primeiros minutos de negociação, que o levou à mínima de 112.695,60 pontos (-0,06%). No melhor momento do pregão, avançou à máxima de 114.782,66 pontos, distante apenas 52,89 pontos do pico intradia do ano, visto em 26 de janeiro (114.835,35). O giro financeiro atingiu R$ 29,4 bilhões.

A queda dos juros futuros sustentou segmentos como consumo (3,24%) e imobiliário (3,17%), destaques da Bolsa brasileira na sessão, após o Índice Geral de Preços - DIsponibilidade Interna (IGP-DI) ter mostrado deflação de 2,33% em maio, a maior desde 1947 (-2,59%). As aberturas do índice reforçaram o quadro de alívio na inflação à véspera da divulgação do IPCA de maio, que será publicado nesta quarta-feira, 7, pelo IBGE.

Esse sinal desinflacionário se somou ao tom mais moderado adotado na véspera pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ao comentar a inflação. Em evento, o banqueiro central havia dito que as expectativas do mercado para o IPCA de longo prazo estão altas, mas tendem a cair, o que reforçou as expectativas de corte da taxa Selic e sustentou um leve ganho para o Ibovespa nesta segunda-feira, 5.

"O gringo tem olhado para o Brasil e visto que o juro nominal tem cara de que vai começar a cair, e isso beneficia a Bolsa", afirma o CIO da Alphatree Capital, Rodrigo Jolig. "A curva de juros dos Estados Unidos e do Brasil tem fechado, está com cara que vai começar o ciclo de queda aqui, e isso beneficia o setor de consumo e a parte de construção civil, que começam a operar melhor."

Ao fim do pregão, a curva de juros apontava queda de 0,23 ponto porcentual da taxa Selic, hoje em 13,75%, em agosto, equivalente a uma probabilidade de 92% de cortes no mês. Com isso, ações ligadas ao desempenho da economia doméstica lideraram os ganhos, com destaque para Assaí ON (14,70%), Carrefour ON (10,91%), Azul PN (10,50%), Locaweb ON (10,15%) e Gol PN (8,69%), que tiveram as maiores altas do Ibovespa.

O otimismo com os ativos locais contaminou também os papéis da Petrobras, que tiveram ganhos entre 2,03% (ON) e 2,11% (PN), mesmo em um dia de baixa dos preços do petróleo entre 0,57% (WTI) e 0,55% (Brent). Esse bom humor se espalhou para 3R Petroleum ON (1,27%), mas foi insuficiente para evitar a queda de 3,03% na ação ordinária de PetroRio, a maior baixa do Ibovespa na sessão.

As ações ordinárias da Vale encerraram o dia com ganho de 0,33%, puxadas pela valorização de 1,23% do minério de ferro na Dalian Commodity Exchange, na China, em um dia misto para o setor de siderurgia e mineração. Já os grandes bancos anunciaram que devem aderir ao programa desenrola e fecharam com altas entre 2,09% (Bradesco ON) e 0,70% (Itaú Unibanco PN).

Os papéis da Eletrobras também tiveram alta firme, entre 4,80% (ON) e 4,07% (PNB), superando o desempenho do índice elétrico (1,99%). O noticiário político sobre a companhia repercutiu bem entre investidores após a Câmara dos Deputados ter se manifestado ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o pedido do governo que questiona a limitação do poder de voto da União na empresa.

Para Jolig, da Alphatree, o comportamento recente do Congresso, que tem defendido as reformas feitas por governos anteriores, também é um fator de suporte para os ativos domésticos. "O Congresso tem melhorado as coisas que vêm do Planalto, o que é bom, e tem defendido as reformas que já passaram. Com menos declarações do governo, isso acaba ajudando a animar o mercado", afirma.

O Bank of America (BofA) reiterou a posição "overweight" (equivalente a compra) em Brasil devido à percepção de que ainda há espaço para queda dos juros futuros e ao nível descontado do Ibovespa, ainda 10% abaixo do padrão histórico quando desconsiderados os papéis relacionados a commodities. Em relatório, o banco lembra que os juros de 10 anos do País caíram 80 pontos-base em maio e afirma que o movimento pode continuar.

Entre as maiores baixas do Ibovespa, além de PetroRio, figuram Cielo ON (-2,54%), São Martinho ON (-1,05%), Ultrapar ON (-0,61%) e B3 (-0,35%). Apenas nove dos 86 papéis que compõem o índice caíram na sessão. (Cícero Cotrim - [email protected])

JUROS

Entre a avaliação positiva do cenário inflacionário feita ontem pelo Banco Central e a expectativa pelo IPCA de maio, amanhã, os juros futuros sustentaram hoje o sinal de baixa durante todo o dia, amparados pelo IGP-DI de maio abaixo do piso das expectativas. No menor nível desde abril de 1947, o indicador deu gás às apostas no início do ciclo de distensão monetária em agosto, com a curva já apontando quase 100% de probabilidade de um corte de 25 pontos-base na Selic. O exterior ficou em segundo plano e o leilão de NTN-B com risco maior para o mercado não foi capaz de segurar a trajetória baixista das taxas.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 encerrou a 13,125%, de 13,155% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 caiu de 11,29% para 11,23%. O DI para janeiro de 2027 terminou com taxa de 10,47% (mínima), de 10,55%, e a do DI para janeiro de 2029, em 10,47% (mínima), de 10,87%.

No caso dos vencimentos da ponta longa, as taxas completaram seis sessões consecutivas de queda - nesse intervalo devolveram quase 50 pontos-base -, o que poderia atrair uma realização de lucros para a curva. No entanto, o mercado renovou a disposição vendedora, sustentada também pelo fluxo para países emergentes, com destaque para o kit Brasil que apoia ainda a queda do dólar ante o real e os ganhos da Bolsa.

"Todos estamos muito impressionados com o desempenho da curva de juros. O principal hoje foi o IGP-DI", resumiu o economista do Banco Modal Rafael Rondinelli. A taxa em maio mostrou deflação de 2,33%, superando largamente a mais otimista das expectativas coletadas pelo Projeções Broadcast, de -2,15%, que tinha teto em -1,60% e mediana negativa de 1,88%. Foi a queda mais acentuada desde abril de 1947, quando havia recuado 2,59%. A deflação de 5,49% acumulada em 12 meses foi a mais forte da série histórica iniciada em 1944.

O economista explica que a composição do IGP-DI indica elementos que podem chegar ao IPCA mais à frente, via IPA, tanto agrícola quanto industrial, que tiveram deflação em maio de 4,57% e 2,90%, respectivamente. O impacto da abertura do dado acaba potencializado sobre os preços dos ativos num dia como hoje em que os preços do petróleo cederam, a despeito da Arábia Saudita ter anunciado no domingo cortes de 1 milhão de barris por dia na produção.

"Juntando o IGP-DI hoje com o PIB da semana passada, vemos que os setores mais sensíveis a juros, relacionados à atividade, estão arrefecendo e contribuindo para a desinflação, enquanto os menos sensíveis a juros, como commodities agrícolas e minério, colaboram via choque de oferta", afirma Rondinelli.

A curva precificava, nesta tarde, 24 pontos-base de queda para a Selic no Copom de agosto, o que representa 96% de probabilidade de redução de 25 pontos ante apenas 4% de chance de manutenção dos atuais 13,75%. Para o fim de 2023, a curva aponta Selic em torno de 11,50%.

A divulgação do IPCA de maio, amanhã, tem potencial para mexer com este quadro, a depender da leitura dos preços de abertura. A mediana dos economistas para o índice cheio é de 0,33%, ante 0,61% em abril, com piso de 0,24% e teto de 0,45%. Para a taxa em 12 meses, a mediana é de 4,03% (3,95% a 4,13%). "O mercado vai tentar confirmar se se repete a surpresa positiva de serviços e de queda na média dos núcleos vista no IPCA-15", afirma o economista do Banco Modal.

Os demais destaques no noticiário da terça-feira foram apenas monitorados, entre eles o da reforma tributária. O deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), relator do texto na Câmara, apresentou hoje o relatório elaborado pelo grupo de trabalho. Entre as propostas, está a de substituição de cinco tributos pelo IVA Geral, sem cumulatividade plena, com poucas alíquotas diferenciadas e cobrança no destino.

No leilão de NTN-B, diante do maior apetite do investidor ao risco, o Tesouro elevou a oferta para 1,8 milhão de títulos, absorvida parcialmente (1.660.150). A instituição conseguiu colocar integralmente apenas o lote de 1,5 milhão para o papel mais curto, 15/8/2028. O risco para o mercado subiu de US$ 545 mil na semana passada para US$ 718 mil.

O especialista em renda fixa Alexandre Cabral considerou a operação, em comentário no Twitter, "mais um sucesso", destacando que nos três vencimentos ofertados (2028, 2040 e 2060) as taxas ficaram no menor patamar do ano. "O papel mais demandado foi o curto, que surfa a inflação de curto prazo, depois ganha com o fechamento na curva de juros", disse. (Denise Abarca - [email protected])

CÂMBIO

O dólar à vista emendou o quarto pregão consecutivo de baixa no mercado doméstico de câmbio nesta terça-feira, 6, e flertou na mínima com o rompimento do piso psicológico de R$ 4,90. Segundo operadores, o real voltou a se beneficiar do apetite por divisas latino-americanas de países com taxas de juros elevadas, na esteira da recuperação de preços de commodities. Circularam notícias de que a China teria orientado bancos estatais a cortar juros para depósitos em dólares. Principal par da moeda brasileira, o peso mexicano atingiu o maior valor em relação ao dólar em sete anos.

Houve relatos de entrada de fluxo estrangeiro, em especial para a bolsa doméstica, em meio às expectativas de redução da taxa Selic no segundo semestre, reforçadas hoje pela deflação de 2,33% do IGP-DI de maio, superior ao piso de Projeções Broadcast (-2,15%). Amanhã, sai o IPCA de maio, que pode ratificar a tendência de desaceleração da inflação ao consumidor.

Tirando certa volatilidade na primeira hora de negócios, quando chegou a operar em alta e registrou máxima a R$ 4,9563, o dólar à vista trabalhou em terreno negativo no restante da sessão. Com mínima a R$ 4,9015 no início da tarde, a moeda encerrou o dia em baixa de 0,37%, a R$ 4,9122. Nos quatro primeiros pregões de junho, o dólar já acumula desvalorização de 3,17%. Termômetro do apetite por negócios, o contrato de dólar futuro para julho teve giro razoável, acima de US$ 12 bilhões.

Para o head de câmbio da Trace Finance, Evandro Caciano, com agenda externa esvaziada, o mercado global de moedas operou hoje ainda sob o impacto de dados abaixo do esperado da economia dos EUA divulgados ontem. Além da continuidade de desmonte de posições defensivas construídas durante o impasse em torno do teto da dívida americana, Caciano vê investidores já se preparando para o encontro de política monetária do Federal Reserve na próxima semana.

"Temos ainda desmonte de proteções no câmbio e início de ajuste de carteiras para a reunião do Fed. É possível que o dólar volte a romper os 4,90", diz Caciano, acrescentando que eventual redução da Selic no segundo semestre será pequena e não vai minar o apelo das taxas de juros locais para estrangeiros.

A curva de juros local já espelha quase 100% de chances de redução da Selic em 0,25 ponto porcentual em agosto. Nos Estados Unidos, são amplamente majoritárias as apostas de que o Fed vai manter os FedFunds no intervalo entre 5,00% e 5,25% na semana que vem. As chances de retomada do ciclo de aperto em julho, contudo, já superam os 50%, segundo monitoramento do CME Group.

Termômetro do desempenho do dólar frente a seis divisas fortes, em especial euro e iene, o índice DXY operou em leve alta, acima dos 104,145 pontos. Além de emergentes latino-americanos, divisas de países desenvolvidos exportadores de commodities também se valorizaram em relação à moeda americana, com destaque para ao dólar australiano, que atingiu maior valor em três semanas. O BC da Austrália surpreendeu ao elevar o juro básico para 4,10% e alertar sobre a possibilidade de mais aumentos.

A equipe de "Macro Strategy" do BTG Pactual afirma, em relatório, que o real se beneficia de um cenário doméstico mais favorável após a aprovação do novo arcabouço fiscal na Câmara dos Deputados com "melhorias em sua qualidade". Para o BTG Pactual, futuras mudanças no texto do arcabouço durante a tramitação no Senado devem ser marginais e provavelmente positivas.

Segundo o time do banco, as atenções se voltam agora para o debate tem torno das metas de inflação no fim deste mês, com a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN). "A manutenção do centro da meta de inflação em 3% e os avanços em temas relevantes, como a reforma tributária, no noticiário político podem contribuir para um real mais próximo à R$ 5,00 no final deste ano", afirmam os economistas do BTG Pactual Leonardo Paiva e Arthur Mota, cujo cenário principal é de dólar a R$ 5,30 em dezembro. (Antonio Perez - [email protected])

18:02

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 4.91220 -0.3691 4.95630 4.90150

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL 4937.500 -0.37328 4979.000 4923.000

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4959.000 -0.15101 4968.000 4953.000

MERCADOS INTERNACIONAIS

Sem um driver macroeconômico nesta terça-feira, os mercados parecem consolidar expectativas por um "pulo" no aperto do Federal Reserve (Fed) e se posicionar para a reunião monetária, que ocorre na próxima semana. Notícias corporativas, como os problemas na produção da Boeing, pesaram pontualmente sobre o Dow Jones e o descolaram de seus pares em Nova York, embora o índice tenha se recuperado na reta final e fechado no azul. O movimento acompanhou alta generalizada no setor financeiro e recuperação de parte das perdas da Apple. Já os juros dos Treasuries operaram sem direção única, enquanto o dólar avançou ante rivais fortes, porém, sem firmar direção contra emergentes. Entre commodities, o petróleo devolveu parte dos ganhos de sessões anteriores diante de incertezas sobre a demanda do óleo.

Em dia de agenda esvaziada, as apostas do mercado para a próxima reunião monetária do Fed, em 14 de junho, precificam chance majoritária de manutenção dos juros (80,5%), contra possibilidade (19,5%) de nova alta de 25 pontos-base (pb), segundo a ferramenta do CME Group. Estas estimativas acompanham apostas majoritárias por alta em julho (65,4%), consolidando expectativa por um "pulo" no aperto.

O Goldman Sachs avalia que a redução nos riscos de recessão, de 35% para 25%, decorrente da estabilização do setor bancário e término do impasse no teto da dívida, sustenta a probabilidade de uma nova alta do Fed em julho, levando outros bancos centrais de economias desenvolvidas a uma direção mais restritiva. Em relatório, a Capital Economics afirmou que ainda espera uma "desaceleração considerável" no crescimento da economia dos Estados Unidos neste ano, algo que deve pesar sobre ativos de risco e dificultar o desempenho do S&P neste ano. "Prevemos que o S&P 500 termine o ano em 3,8 mil pontos, de aproximadamente 4.284 pontos atualmente", destacou a Capital.

Estrategista-chefe da Avenue, William Castro Alves apontou que, sem grandes indicadores ou eventos macroeconômicos no radar, predominou sobre o mercado hoje justamente este realinhamento de expectativas, definindo o pregão como "morno".

Neste cenário, as bolsas de Nova York operaram mistas durante a maior parte da tarde, movidas por drivers corporativos. O Dow Jones foi pontualmente pressionado pela queda nos papéis da Merck (-2,74%), seguindo relatos de que a empresa entrou com um processo contra cortes nos preços de remédios pelo programa Medicare dos EUA, e da Boeing (-0,71%), que reverteu ganhos e caiu repentinamente após a empresa anunciar problemas na produção de aeronaves do modelo 787 Dreamliner. Além disso, a Apple (-0,21%) continuou pesando sobre os índices acionários, mesmo com ligeira recuperação de perdas, ainda diante de repercussões sobre seu novo óculos de realidade virtual Vision Pro, criticado pelos preços bem acima de concorrentes no mercado.

Este ambiente levou o Dow Jones a se descolar dos pares em Nova York, embora tenha se recuperado na reta final do pregão, com todos os índices fechando em território positivo. No final da tarde, o Dow Jones fechou em alta marginal de 0,03%, aos 33.573,28 pontos; o S&P 500 subiu 0,24%, aos 4.283,85 pontos; e o Nasdaq avançou 0,36%, aos 13.276,42 pontos. Na divisão de setores da S&P, sete dos 11 setores listados subiram, com o financeiro (+1,33%) liderando a alta.

Hoje, bancos americanos subiram de modo generalizado em Wall Street. O movimento ocorreu na esteira de reportagem da Reuters sobre compras de ações internas por executivos de bancos regionais, em uma estratégia para fortalecer a confiança dos investidores, e de novas orientações do Fed para ajudar organizações bancárias a gerenciar riscos associados a relacionamentos com terceiros, incluindo empresas de tecnologia financeira. Assim, o Goldman Sachs subiu 1,55%, o Citigroup teve alta de 2,12%, o Bank of America avançou 2,42%, o Morgan Stanley ganhou 2,53%, o Wells Fargo subiu 2,00% e o JPMorgan, que apresentou volatilidade durante o pregão, fechou em alta de 0,18%. Entre bancos regionais, Western Alliance subiu 6,09% e o PacWest ganhou 8,11%.

O aparente apetite por risco nesta terça-feira "morna" não atingiu, contudo, o mercado de energia. O petróleo devolveu parte dos ganhos conquistados nas sessões anteriores, enquanto analistas jogam dúvidas sobre os efeitos do corte unilateral da Arábia Saudita em sua produção e investidores ponderam sobre incertezas quanto a demanda do óleo, frente ao risco de recessão nas principais economias e recuperação econômica ainda fraca na China. O petróleo WTI para julho fechou em queda de 0,57% (US$ 0,41), em US$ 71,74 o barril, na Nymex, e o Brent para agosto recuou 0,55% (US$ 0,42), a US$ 76,29 o barril, na ICE.

O baixo desempenho das commodities aconteceu apesar das dificuldades do dólar em se firmar contra outras moedas no exterior. A moeda americana chegou a avançar sobre boa parte das rivais fortes, porém, não encontrou direção única contra emergentes. Por volta das 17h (de Brasília), o dólar subia a 139,68 ienes, o euro caía a US$ 1,0695 e a libra tinha baixa a US$ 1,2426. O DXY registrou alta de 0,12%, a 104,125 pontos.

No mercado de títulos, os rendimentos dos Treasuries também não encontraram direção única. No horário citado, o retorno da T-note de 2 anos avançava a 4,520%, o da T-note de 10 anos recuava a 3,688% e o do T-bond de 30 anos cedia a 3,864%.

Ainda nesta sessão, o bitcoin subia 5,50% no final da tarde, recuperando perdas registradas pela manhã após notícias de um novo processo da Securities and Exchange Commission (SEC, a Comissão de Valores Mobiliários americana), desta vez contra a exchange de criptoativos Coinbase. Em relatório, a Oanda avalia que, diante do escrutínio do órgão regulador, alguns investidores podem decidir abandonar posições em qualquer grande corretora de cripto, mudar posições para um "portfólio frio" ou encerrar posições apenas para reabrir uma em bitcoin.

Após o fechamento dos mercados, a SEC protocolou um pedido na justiça dos EUA para garantir o congelamento temporário de ativos ligados à Binance, um dia depois de processar a empresa e seu CEO e fundador, Changpeng Zhao, por supostas operações ilegais no país.(Laís Adriana - [email protected]

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