APOSTA EM ALTA DE 0,75PP PELO FED GANHA TERRENO, PUXA TREASURIES E DERRUBA BOLSAS

Blog, Cenário

A semana se inicia com os mercados internacionais adotando postura conservadora, o que se refletiu em parte dos ativos domésticos. A falta de agenda consistente nesta segunda-feira fez com que o investidor mirasse já o evento mais importante da semana: o Simpósio de Jackson Hole. O tradicional evento de política monetária é onde o Federal Reserve costuma dar direcionamentos sobre seus próximos passos. Na sexta-feira de manhã haverá o discurso do presidente da instituição, Jerome Powell, amplamente aguardado neste momento de dúvidas sobre inflação e atividade econômica americanas. Em especial, são esperadas pistas se o Fed vai ou não diminuir a intensidade de altas de juros em setembro. Aliás, nesta tarde, a aposta em manutenção do passo em elevação de 0,75 ponto porcentual voltou a se tornar majoritária (54,5%, de acordo com monitoramento da CME). Neste ambiente, o juro da T-note de 10 anos voltou a ficar acima de 3%, o que não se via há um mês, ao passo que o da T-note de 2 anos subiu a 3,318% no fim da tarde em Nova York. Nas bolsas americanas, o índice Nasdaq liderou as perdas (-2,55%), seguido por S&P (-2,14%) e Dow Jones (-1,91%). O mercado monitora ainda o recrudescimento da seca na China, que pode desacelerar ainda mais a atividade econômica do país. Aqui no Brasil, o Ibovespa recuou em intensidade menor se comparado aos pares americanos (-0,89%, aos 110.500,53 pontos). A despeito do movimento de hoje, o índice brasileiro ainda marca ganho no mês de 7,11% e no ano, de 5,42%. No mercado de câmbio, houve relato de fluxo estrangeiro ao Brasil, o que ajudou a manter o dólar bem perto do ajuste da sexta-feira. A moeda americana à vista terminou o dia em R$ 5,1665 (-0,03%). Na renda fixa, o movimento foi igualmente suave, com taxas fechando perto dos ajustes anteriores.

•MERCADOS INTERNACIONAIS

•BOLSA

•CÂMBIO

•JUROS

MERCADOS INTERNACIONAIS

Os mercados internacionais mantinham clima de cautela, com expectativa nesta semana pelo Simpósio de Jackson Hole, no qual analistas esperam um reforço na postura contra a inflação pelo Federal Reserve. Nesse quadro, os juros dos Treasuries e o dólar avançavam - o euro perdeu a paridade frente a divisa americana e batia mínimas em duas décadas -, com a chance de uma alta de 75 pontos-base nos juros pelo BC americano em setembro de novo majoritária, no monitoramento do CME Group. Nas bolsas americanas houve perdas consideráveis, ante a perspectiva de aperto monetário. Entre os setores em Nova York, ações de tecnologia e serviços de comunicação estiveram entre as maiores baixas, pressionando o Nasdaq, mas o sinal negativo foi disseminado. O petróleo, por sua vez, diminuiu as perdas à tarde, mas ainda assim fechou em baixa ante demores com a demanda e a chance de um eventual acordo entre potências e o Irã levar este país a aumentar suas exportações da commodity.

Os juros das T-notes de 2 e 10 anos ganharam mais fôlego à tarde, com a política monetária americana em foco. Pesquisa da Associação Nacional da Economia Empresarial (NABE) mostrava aumento da preocupação com a inflação e uma eventual recessão nos EUA. Antes do início do Simpósio de Jackson Hole na quinta-feira, vários analistas esperavam que o Fed reforçasse o combate à inflação. O TD Securities diz que o presidente do BC, Jerome Powell, deve reforçar em sua fala na sexta-feira a mensagem de que várias altas de juros estão a caminho, sem perspectiva de relaxamento na política monetária para breve. O Bank of America diz que o reforço no compromisso contra a inflação será dado mesmo ante o risco de uma recessão. O BofA acredita que Powell pode dizer que o ritmo das altas diminuirá, mas descartará inflexão rápida na política para cortes nos juros. O Barclays, por sua vez, acredita que o Fed pretende "gerenciar riscos de declarar uma vitória prematura sobre a inflação", mostrando que haverá uma resposta cautelosa aos indicadores, com uma disposição em "tolerar riscos de baixa à atividade".

Para o BMO Capital, o Fed quer manter em aberto a opção por uma alta de 75 pontos-base no próximo mês. O banco de investimento afirma que, caso o mercado se posicione para isso sem problemas nos ativos de risco, o BC americano deve dar esse passo. No monitoramento do CME Group, a chance de uma alta de 75 pontos-base em 21 de setembro estava em 54,5% no fim desta tarde, e a de 50 pontos-base, em 45,5%. Nesse quadro, no fim desta tarde o juro da T-note de 2 anos subia a 3,318%, o da T-note de 10 anos avançava a 3,033% e o do T-bond de 30 anos tinha alta a 3,234%.

No câmbio, o índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, subiu 0,81%, a 109,046 pontos. No horário citado, o dólar avançava a 137,46, o euro caía a US$ 0,9942 e a libra recuava a US$ 1,1760. A moeda comum europeia assim perdia a paridade frente ao dólar, nas mínimas em vinte anos. Além da força do dólar, a Western Union comenta que o fato de que a Rússia restringirá entregas de gás à Europa pesa sobre o euro. A estatal russa Gazprom disse que interromperá os envios pelo gasoduto Nord Stream por três dias, mas há o temor de que o corte se prolongue, em meio a sanções da União Europeia contra a guerra da Rússia na Ucrânia. O risco de crise maior na energia e seus impactos na economia continua como fator importante no continente. Nas bolsas locais, Londres caiu 0,22%, Frankfurt teve baixa de 2,32% e Paris, de 1,80%.

Em Nova York, o Dow Jones fechou em queda de 1,91%, em 33.063,61 pontos, o S&P 500 caiu 2,14%, a 4.137,99 pontos, e o Nasdaq, 2,55%, a 12.381,57 pontos. O quadro já era negativo no início do dia, com a postura do Fed no radar, e houve piora nos índices à tarde. Entre os setores, tecnologia e serviços de comunicação estiveram entre os mais pressionados. Já entre ações em foco, Ford caiu 4,97%, após a notícia de que a empresa recebeu multa de US$ 1,7 bilhão, após perder um processo em um acidente fatal com um modelo da montadora, e também depois de ela confirmar cerca de 3 mil demissões, sobretudo nos EUA e no Canadá.

Entre as commodities, o petróleo WTI para outubro fechou em baixa de 0,09%, a US$ 90,36 o barril, na Nymex, e o Brent para o mesmo mês recuou 0,25%, a US$ 96,48 o barril, na ICE. Os contratos chegaram a cair com mais vigor, ante a possibilidade de acordo entre o Irã e potências que levaria a mais exportações do óleo por Teerã. A União Europeia avaliou como "razoável" a proposta iraniana na questão nuclear, segundo o chefe da diplomacia do bloco, Josep Borrell, e agora é aguardada a posição dos EUA. Em sessão volátil, o petróleo reduziu bastante as perdas mais para o fim da sessão, mas confirmou o dia negativo. (Gabriel Bueno da Costa - [email protected])

BOLSA

Acompanhando mais uma vez o mau humor externo, o Ibovespa estendeu correção pelo segundo dia, após ter fechado a sexta-feira com perda de 2,04% na sessão. Hoje, a referência da B3 cedeu 0,89%, aos 110.500,53 pontos, entre mínima de 109.858,38 e máxima de 111.486,78 pontos, correspondente à abertura. O giro financeiro ficou em R$ 25,8 bilhões nesta segunda-feira. Após ter chegado a subir mais de 10% no mês, o Ibovespa apara os ganhos de agosto a 7,11%, ainda avançando 5,42% no ano.

"Começamos a semana de Jackson Hole e os mercados estão bastante cautelosos, para não dizer que desfazendo o grande rali de julho e agosto, de recuperação, onde o S&P 500 voltou para o patamar da média móvel de 200 dias nesses últimos dois meses. Fica sempre a dúvida se foi um 'bear market rally' [recuperação ante um grau acentuado de correção que o distanciou do nível recorde mais recente], ou seja, se o índice vai desfazer tudo ou se vai consolidar e continuar subindo", diz Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, chamando atenção também para dados importantes na semana, como o PCE, métrica preferida do Federal Reserve para a inflação ao consumidor nos EUA, e o IPCA-15, no Brasil.

Em Nova York, uma série de ações participou da recente recuperação do mercado, tipicamente um sinal encorajador quanto à durabilidade de um rali. O S&P 500 subiu 15% em relação à mínima de 2022 em meados de junho, com todos os 11 setores do benchmark avançando na passagem para o terceiro trimestre. Dezenas de ações estabeleceram novas máximas de 52 semanas na semana passada, de acordo com relato da Dow Jones Newswires.

Na B3, vindo de um rali desde as mínimas de meados de julho, o ajuste, como na sexta-feira, espalhou-se pelos setores e ações de maior liquidez, mas desta vez Petrobras fez uma pausa na correção, após ter fechado a sessão anterior em queda de 4,07% (ON) e 5,06% (PN) - hoje, subiram respectivamente 1,59% e 2,14%. Vale ON cedeu 1,46% nesta segunda-feira e as perdas entre as ações de grandes bancos chegaram a 1,38% (Bradesco PN), à exceção de BB ON (+1,02%), que esteve entre as maiores realizações de lucro no setor na sexta-feira.

"Houve uma recuperação forte, dos 96 aos 113 mil pontos, e é natural vir uma realização, que já era esperada para a semana passada. Considerando a mínima de onde saiu em julho, se corrigir uns 5% agora é uma realização natural. Está dentro do preço", diz José Simão, sócio e head de renda variável da Legend Investimentos, antecipando mais algumas sessões de realização ou lateralização do Ibovespa, antes de o índice retomar a trajetória ascendente.

"Com o grau de desconto que havia e a temporada de resultados trimestrais - números, em geral, em linha ou acima do esperado - não está tão fácil para o Ibovespa cair muito. Mas Estados Unidos, China, Europa estão crescendo menos, diferente da situação aqui, em que as projeções de PIB tiveram recuperação. Ainda assim, não há como caminhar sozinho, indiferente ao que está acontecendo fora", observa Simão.

Ele espera "tom duro" do Federal Reserve no evento anual de Jackson Hole, no fim desta semana, sinalizando novo aumento de 75 pontos-base para a taxa de juros de referência dos Estados Unidos em setembro. "Tem que remar para trazer a inflação de 8,5% para 4% e depois 2% ao ano", acrescenta o gestor, apontando que o Fed ainda tem trabalho adiante para desfazer a percepção de que continua "atrás da curva".

"Houve otimismo no mercado desde recentes leituras sobre a inflação ao consumidor e ao produtor nos Estados Unidos, mais baixas, e agora vem uma certa correção de expectativas, na medida em que os problemas estão longe de se dissiparem", diz o sócio da Legend, destacando também outras questões que têm emergido, com efeito sobre a economia global, como a seca na China.

Preocupações com a demanda no gigante asiático e interrupções de produção em siderúrgicas devido a fortes ondas de calor por lá pressionaram em especial as commodities metálicas nesta segunda-feira, aponta Pedro Galdi, analista da Mirae Asset. "As altas temperaturas tendem a atrapalhar a economia do país. Além de hoje ser sell-off global em renda variável", acrescenta. Destaque para queda de 3,32% em CSN ON e de 2,49% para Gerdau PN.

Na ponta perdedora do Ibovespa nesta segunda-feira, Petz (-7,07%), Méliuz (-4,84%), Embraer (-4,66%) e Hapvida (-4,57%), com Americanas (+22,49%), Petrobras PN (+2,14%), Positivo (+2,12%) e Cielo (+2,01%) no lado oposto. (Luís Eduardo Leal - [email protected], com Amélia Alves)

17:27

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 110500.53 -0.89302

Máxima 111486.78 -0.01

Mínima 109858.38 -1.47

Volume (R$ Bilhões) 2.57B

Volume (US$ Bilhões) 4.98B

17:29

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 112500 -0.34988

Máxima 112795 -0.09

Mínima 111720 -1.04

CÂMBIO

Em um comportamento muito semelhante ao da última sexta-feira, hoje o dólar manteve-se em alta na maior parte do tempo, mas acabou por fechar em leve baixa, na contramão de boa parte do mercado internacional. O fluxo positivo foi novamente apontado como o motivo da virada, que já havia sido ensaiada no período da manhã. À tarde, nem mesmo a aceleração das perdas das bolsas de Nova York foi suficiente para trazer as cotações de volta ao terreno positivo.

No mercado à vista, o dólar fechou cotado a R$ 5,1665, em baixa de 0,03%. No mercado futuro, a divisa com vencimento em setembro era negociada a R$ 5,1820 às 17h03, em baixa de 0,13%. O Dollar Index (DXY), que mede a variação do dólar ante uma cesta de seis divisas fortes, avançava 0,71% no mesmo horário.

"Hoje é aquele dia em que usamos a máxima de que 'contra fluxo não há argumentos'. Desde sexta-feira que o dólar vem mostrando descolamento do exterior por conta do ingresso de recursos", disse Hideaki Iha, operador da Fair Corretora. Segundo ele, o mercado de ações segue atrativo, como vêm mostrando os dados da B3 dia após dia.

No centro das atenções no mercado internacional estiveram ainda as dúvidas sobre a condução da política monetária do Federal Reserve. A questão é saber se no importante seminário de Jackson Hole os dirigentes do Fed e o presidente da Instituição, Jerome Powell, vão imprimir um tom mais 'hawkish' aos seus discursos. Nesta tarde, o monitoramento do CME Group mostrou que a probabilidade de aumento de 75 pontos-base nos juros básicos dos EUA voltou a ser majoritária. Em relatórios divulgados ao longo do dia, diversas instituições americanas apontaram expectativas de um discurso mais duro por parte de Powell, que fala na sexta-feira.

Para Mauriciano Cavalcanti, diretor da corretora Ourominas, a atratividade do mercado brasileiro se assenta na combinação entre deflação e juros altos no Brasil, que leva o investidor estrangeiro a buscar o Brasil. "Com os juros elevados e a deflação que estamos tendo por aqui, o investidor estrangeiro arrisca um pouco mais com o Brasil do que com outros países. O país está bem cotado para investimentos externos", afirma.

Na avaliação de André Rolha, diretor de produtos da Venice Investimentos, o real tem se mostrado mais "protegido" das intempéries do cenário internacional por conta de fatores domésticos. Entre esses fatores ele cita o aperto monetário antes de outros países, a redução da dívida pública e o bom desempenho da balança comercial. "Como o nosso BC foi assertivo na política monetária, há maior confiança por parte do investidor e é possível que o Brasil comece a reduzir juros quando outros países estiverem ainda elevando", afirmou.

O noticiário da segunda-feira não chegou a trazer novidades que alterassem a dinâmica do mercado, mas os números continuaram positivos. A balança comercial brasileira teve superávit comercial de US$ 358,1 milhões na terceira semana de agosto, resultado de exportações de US$ 6,673 bilhões e importações de US$ 6,315 bilhões. Em agosto, o resultado comercial acumula superávit de US$ 2,304 bilhões. No ano, o saldo é positivo em US$ 42,194 bilhões.

Na Bolsa, os investidores estrangeiros ingressaram com R$ 1,357 bilhão na sessão de quinta-feira. Em agosto, até esse dia, eles aportaram R$ 14,344 bilhões na Bolsa. E no acumulado de 2022, o capital externo soma entrada de R$ 68,104 bilhões. (Paula Dias - [email protected])

17:29

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.16650 -0.029 5.20440 5.15100

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5183.500 -0.09637 5219.500 5165.000

DOLAR COMERCIAL 5230.000 -0.38095 5244.000 5230.000

JUROS

Os juros terminaram a sessão regular perto da estabilidade, confirmando no fechamento o que foi a tônica da segunda-feira, alternando viés de alta e de baixa sempre ao redor dos ajustes anteriores. O ambiente externo trouxe alguma cautela para o mercado brasileiro, mas tanto juros quanto câmbio estiveram relativamente bem comportados. Lá fora, o risco dos apertos monetários em curso deprimir a atividade global continuou penalizando ações e fortalecendo o dólar, embora no Brasil o real tenha sido protegido pela entrada de fluxo, o que ajudou a ancorar a curva, considerando que os retornos dos Treasuries hoje subiram.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 fechou em 13,73%, estável ante o ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2024 encerrou em 13,15%, também a mesma taxa do ajuste anterior. O DI para janeiro de 2025 terminou com taxa de 12,09%, de 12,12%, e a do DI para janeiro de 2027 passou de 11,82% para 11,83%.

Antes de se estabilizarem hoje, as taxas vinham de uma sequência de quatro altas, pressionadas basicamente pelo risco externo, uma vez que uma ação excessiva dos bancos centrais pode resultar em recessão nas economias principais, o que afetaria a saúde também dos emergentes. Há que se considerar ainda o movimento de baixa forte nos DIs nas primeiras semanas de agosto, que deixou o caminho livre para a recomposição dos prêmios. Mas, como hoje a agenda hoje nem aqui nem no exterior trouxe gatilhos para os negócios, a trajetória altista acabou perdendo fôlego.

Os mercados lá fora continuaram tentando antecipar uma mensagem mais hawkish vinda de Jackson Hole, onde o simpósio dos banqueiros centrais começa na quinta-feira, com o discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, previsto para sexta.

"Hoje foi mais do mesmo: uma correção dos padrões de preços que vinham sendo praticados depois dos discursos de dirigentes do Fed terem ajustado a percepção dovish dos mercados sobre a política monetária", resumiu o operador de renda fixa da Nova Futura Investimentos André Alírio. Ele ressalta o desafio das autoridades monetárias em causar o menor dano possível às economias no combate à inflação. "Estão caminhando por uma linha bastante tênue", disse.

Diante da ênfase que o Fed vem dando à necessidade de recolocar a inflação na meta de 2% e que os EUA têm condições de suportar o nível de ajuste pretendido no juro, os yields dos Treasuries avançaram. A probabilidade de aumento de 75 pontos-base nos juros básicos voltou a ser majoritária para a reunião de setembro, segundo a CME FedWatch Tool. Na Europa, a necessidade de elevar os juros, para piorar, se dá em meio à guerra na Ucrânia e a uma crise energética. Por outro lado, a China, grande compradora de commodities brasileiras, reduziu neste fim de semana suas taxas de juros.

Não à toa, na reunião da manhã entre diretores do Banco Central e economistas, o ponto central foi cenário internacional, com os analistas destacando a perspectiva de recessão nos Estados Unidos e os seus efeitos sobre preços de commodities, além da inflação e da atividade econômica no Brasil, especialmente em 2023.

A mediana das expectativas para o IPCA do ano que vem caiu pela primeira vez no Boletim Focus desta segunda depois de 19 semanas em alta, de 5,38% para 5,33%. Mas, como segue bem acima do teto da meta de 4,75%, não teve grande impacto hoje na curva. Além disso, economistas ponderam que ainda é cedo para dizer que os ventos podem estar se voltando a favor do BC e que, por ora, o movimento é pequeno (veja mais em matéria publicada às 16h20).

Ainda no âmbito interno, chama a atenção a relativa tranquilidade do mercado com relação ao processo eleitoral bastante polarizado. Para Alírio, da Nova Futura, o investidor ainda tende a adicionar algum prêmio, mas o risco institucional, por ora, parece afastado. "Porém, seja quem for o vencedor, a política fiscal será desafiadora", diz.

Líder nas pesquisas de intenção de votos para presidente, o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, prometeu responsabilidade fiscal, credibilidade e previsibilidade se eleito, durante entrevista a veículos de imprensa estrangeiros nesta segunda. Defendeu ainda que a decisão do Banco Central não pode ser "apenas um instrumento para conter a inflação". "Isso é muito bonito quando tem inflação de demanda, mas quando não tem inflação de demanda não precisa utilizar aumento de juro", declarou, mas ao mesmo tempo disse que, se vencer, fará um "trabalho duro" para baixar juros e inflação no País. (Denise Abarca - [email protected])

17:26

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