APETITE AO RISCO PREDOMINA E ATIVOS EXIBEM GANHOS, COM IBOVESPA NO PICO DO ANO

Blog, Cenário

O último pregão da semana foi marcado pela busca por risco, aqui e no exterior. O movimento esteve, mais uma vez, ancorado na expectativa, mesmo que distante, por um cessar-fogo na guerra entre Rússia e Ucrânia, depois que o presidente da China, Xi Jinping, após encontro com seu homólogo americano, Joe Biden, ter dado sinais de apoio ao fim do conflito, dizendo que ele "não interessa a ninguém". Nem mesmo o tom mais duro de alguns dirigentes do Fed, durante eventos, impediu os ganhos das bolsas em Wall Street, ainda que os yields dos Treasuries tenham mostrado volatilidade. Com isso, tanto em Nova York quanto aqui, a semana de aperto monetário em diversas partes do mundo termina com ganhos para a renda variável. O Ibovespa subiu 1,98%, aos 115.310,91 pontos, maior nível de encerramento do ano, acumulando alta de 3,22% na semana. Hoje, o movimento foi sustentado, em boa medida, pelo avanço de papéis ligados a commodities, inclusive de Petrobras, após sinais menos bélicos do presidente Jair Bolsonaro. Nesse ambiente de tomada de risco, mas de preços de matérias-primas ainda elevados, ainda mais após a China indicar que pode adotar estímulos à economia, as moedas emergentes, inclusive o real, ganharam espaço diante do dólar. Por aqui, aliás, a divisa americana chegou a cair abaixo de R$ 5 mais uma vez, na mínima do dia, ainda que tenha terminado com desvalorização um pouco menor, de 0,37%, a R$ 5,0158. Na semana, o dólar teve baixa de 0,76%. O alívio no câmbio e alguns resquícios de ajustes pós-Copom voltaram a sancionar a retirada de prêmios da curva de juros. No caso das taxas curtas, aliás, a promessa do ministro da Economia, Paulo Guedes, de reduzir ainda mais as alíquotas de IPI, ajudou ainda mais na queda, devido ao potencial alívio com a inflação.

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BOLSA

O Ibovespa fechou a sexta-feira neutralizando as perdas que havia acumulado na semana anterior, buscando retomar a trilha positiva que havia prevalecido em fevereiro e, especialmente, em janeiro. Hoje, a referência da B3 encerrou na máxima do dia, em alta de 1,98%, a 115.310,91 pontos, também o melhor nível de encerramento do ano, avançando 3,22% na semana, após perda de 2,41% no intervalo anterior. Com o terceiro ganho diário consecutivo, todos acima de 1%, o Ibovespa teve retomada de 5,82% nesta sequência, vindo de perda de 4,33% nas quatro sessões negativas que precederam o período de recuperação, iniciado anteontem.

Entre a mínima e a máxima desta sexta-feira, oscilou dos 112.474,76 aos 115.310,91 do fechamento, saindo de abertura a 113.076,33 pontos. Em dia de vencimento de opções sobre ações, o giro, muito reforçado, foi a R$ 50,8 bilhões. No mês, o índice volta a subir, 1,92%, e no ano tem ganho de 10,01%.

Às 16h21, o Ibovespa retomou o nível de 115 mil pontos, renovando máximas da sessão e atingindo uma pontuação não vista desde o intradia de 4 de março e, no fechamento, não registrada após o último dia 3, quando chegou aos 115.165,55, o segundo melhor nível de fechamento do ano. No ajuste final, o Ibovespa ficou hoje acima do encerramento de 2 de março (115.173,61 pontos) e também do de 16 de fevereiro (115.180,95), que até aqui era o melhor de 2022 e correspondia ao maior desde 14 de setembro passado.

A acentuação de ganhos no fim do dia decorreu de alta mais forte em Petrobras (ON +0,88%, PN +2,00% no fechamento) e Vale ON (+1,90%, na máxima da sessão no fechamento), em dia no qual, entre os grandes bancos, apenas Santander (Unit +1,09%) e Itaú PN (+0,73%) avançaram. Em Nova York, em paralelo, as três referências (Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq) também renovavam máximas da sessão no fim da tarde.

Apesar da relativa distensão vista nesta semana de acúmulo de ganhos em Nova York (até 8,18%, Nasdaq) e na Europa (até 5,76%, Frankfurt), o período chega ao fim sem desdobramentos favoráveis quanto à guerra na Ucrânia. Pelo contrário: com o presidente russo, Vladimir Putin, buscando mostrar apoio popular, em um estádio lotado na celebração do oitavo ano de anexação da Crimeia, e o presidente americano, Joe Biden, tentando convencer o líder chinês, Xi Jinping, a se afastar de Putin. No terreno, a devastação prossegue na Ucrânia em cidades sitiadas, como Mariupol, ou que começam agora a receber atenção dos militares russos, como Lviv, próxima à fronteira com a Polônia e que concentra grande número de deslocados internos.

Assim, a recuperação do apetite por risco pode ter vida curta. “Os dias de ver todos os setores do S&P 500 no verde (em alta) parecem ter passado. O 'trade' de achatamento da curva (de juros) do Tesouro parece estar aqui para ficar, e as ações de energia podem ter atingido pico, uma vez que os operadores já precificaram petróleo mais alto e fortes margens no futuro (para o setor)”, aponta em nota Edward Moya, analista de mercado financeiro da OANDA em Nova York,

No Brasil, a agenda da próxima semana traz a ata da reunião do Copom, na terça, seguida, na quinta-feira, pelo relatório trimestral de inflação e, na sexta, pela divulgação do IPCA-15 de março. Na aguardada ata, “o Copom terá o difícil trabalho de clarificar a decisão de quarta-feira, que deixou dúvidas no mercado a respeito do efeito das novidades do cenário externo sobre o 'plano de voo' traçado para a Selic”, aponta a Terra Investimentos. “Esperamos que o BC volte atenção especial ao cenário alternativo para a inflação - talvez explicitando qual a curva para o preço do petróleo que alimenta o cenário básico e que produziu neste projeções de inflação mais elevadas”, acrescenta a casa, em nota.

Nesta sexta-feira, as ações ligadas ao consumo doméstico estiveram entre as favorecidas pelos investidores, em dia de moderado avanço para o setor de commodities e misto para os bancos. O apelo veio na esteira das medidas de estímulo à atividade econômica do Brasil, o pacote de "bondades" que pretende injetar R$ 165 bilhões até o final de 2022, o que inclui antecipação de 13º, saques do FGTS e ações no microcrédito. Em outro desdobramento, o ministro da Economia, Paulo Guedes, reafirmou hoje que o governo estuda ampliar a redução das alíquotas do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI), o que contribui para reforçar compras de oportunidade, em ações que acumulam perdas no ano, como Americanas ON (+9,46% na sessão, -11,61% no mês e -12,69% em 2022).

Além de Americanas, quinta maior alta da carteira Ibovespa na sessão, destaque também para Yduqs (+11,13%), CVC (+9,80%), Eneva (+9,72%) e MRV (+9,69%). Na ponta oposta, Fleury (-2,14%), Minerva (-1,11%), Pão de Açúcar (-0,57%) e CSN (-0,47%).

Apesar das incertezas no cenário de fundo, e de agenda com potencial para impactar os preços na próxima semana, o mercado ampliou o otimismo com relação ao desempenho das ações no curtíssimo prazo, segundo o Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira. Entre os participantes, a expectativa de alta na próxima semana é amplamente majoritária, com 63,64% das respostas; contra 18,18% entre os que acreditam em estabilidade e outros 18,18% que responderam baixa. Na pesquisa anterior, 42,86% esperavam avanço para o Ibovespa nesta semana; outros 42,86%, estabilidade; e 14,29%, queda.

“Sextou, e sexta-feira é o dia internacional de não fazer besteira no mercado financeiro”, diz, com humor, Bruno Madruga, head de renda variável da Monte Bravo Investimentos. “A grande preocupação continua a ser a inflação e os movimentos de acomodação dos DIs, dos juros mundo afora, em virtude da alta das commodities. Vimos o Copom falando que essa movimentação das commodities pode interferir nas próximas decisões sobre a taxa de juros (Selic)”, acrescenta. (Luís Eduardo Leal - [email protected])

17:28

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 115310.91 1.97617

Máxima 115310.91 +1.98

Mínima 112474.76 -0.53

Volume (R$ Bilhões) 5.08B

Volume (US$ Bilhões) 1.00B

17:44

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 115925 1.86731

Máxima 116090 +2.01

Mínima 113075 -0.64

CÂMBIO

Após uma forte alta nos pregões de segunda e terça-feira, quando atingiu o patamar de R$ 5,15, dólar emendou na sessão desta sexta-feira (18) seu terceiro dia seguido de queda e encerrou a semana com desvalorização de 0,76%. No meio da tarde, a moeda chegou até a esboçar um fechamento abaixo do piso psicológico de R$ 5,00, ao descer até a mínima de R$ 4,9933 (-0,81%), mas recuperou parte do fôlego logo em seguida e terminou cotada a R$ 5,0158, em queda de 0,37%.

Em dinâmica similar a observada ontem, o dólar apresentou comportamento mais instável na primeira etapa de negócios, quando chegou a romper o teto de R$ 5,05 e atingiu máxima a R$ 5,0751. Com o sinal predominante de alta da moeda americana no exterior, investidores remontavam posições defensivas no mercado doméstico de câmbio. Pela tarde, em meio à recuperação do apetite ao risco, com as Bolsas em NY se firmando em terreno positivo e o Ibovespa renovando máximas, o dólar murchou por aqui e passou o restante do pregão orbitando em R$ 5,00.

Operadores notaram fluxo de recursos estrangeiro na esteira de nova onda de otimismo em torno de acordo para um cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia, após conversa entre o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o chinês, Xi Jinping - que, segundo relato da mídia estatal chinesa, teria dito que o conflito no leste europeu "não atende o interesse de ninguém".

Embora o pano de fundo a guerra ainda seja relevante na trajetória do dólar, analistas ouvidos pelo Broadcast afirmam que pesaram mais sobre a formação da taxa de câmbio nesta semana dois fatores. O primeiro é a perspectiva de sustentação dos preços das commodities em níveis elevados, após o governo chinês acenar com medidas de estímulo à economia, cuja dinâmica parecia ameaçada pelo novo surto do coronavírus. Já o segundo é a taxa real de juros brasileira muito atraente, inferior apenas à da Rússia, e o diferencial de juros interno e externo, que estimula as operações de carry trade.

"O comportamento do dólar está muito ligado aos preços das commodities, que seguem em alta lá fora. A expectativa de mais juros aqui também acaba atraindo fluxo de capital para cá, ainda que de forma especulativa", afirma a economista Cristiane Quartaroli, do Banco Ourinvest.

Por ora, o início do processo de elevação dos juros nos Estados Unidos, com a alta de 0,25 ponto porcentual da taxa básica anunciada na quarta-feira (16), e o tom duro do Federal Reserve, que elevou as projeções de inflação, não castigam as divisas emergentes, sobretudo de países exportadores de commodities. Por aqui, o Banco Central prometeu, ao menos, mais uma elevação da taxa Selic em 1 ponto porcentual, para 12,75% ao ano.

Para a economista-chefe da Amor Capital, Andrea Damico, o real se beneficiou da retomada do apetite por ativos de risco e moedas emergentes, até esboçando novamente com o rompimento do piso de R$ 5. Esse rali, observa a economia, ocorreu apesar da indefinição sobre o desfecho da guerra e do início de elevação de juros nos EUA, além de novo surto do coronavírus na Ásia.

Damico ressalta que o investidor estrangeiro continua "agressivo" na bolsa doméstica, com compras diárias "praticamente" na casa de R$ 2 bilhões. Segundo dados da B3, os estrangeiros ingressaram com R$ 1,497 bilhão, levando os aportes acumulados em março para R$ 10,930 bilhões.

"O estrangeiro continua comprando basicamente porque temos uma bolsa muito correlacionada a commodities e diversificada entre setores, como petróleo, mineração, celulose, agrícolas e carnes", diz Damico, pontuando que nem todo dinheiro de estrangeiro para compra de ações significa fluxo financeiro novo. "As commodities não estão mais no pico, mas vemos preços ainda para cima depois da guerra".

Em relação ao Federal Reserve, a economista da Armor destaca que o BC americano trouxe uma revisão relevante para o patamar da das taxas de juros neste e nos próximos dois anos, com a mediana para os Fed Funds em 2023 em 2,8% - em patamar, portanto, ligeiramente contracionista. "Mas o fato de não ter vindo uma alta mais forte e de o Fed ter telegrafado bastante esse ajuste fizeram com que o mercado reagisse razoavelmente bem", afirma Damico, que, no caso brasileiro, aposta em encerramento do ciclo de aperto na próxima reunião do Copom, com Selic em 12,25%.

No exterior, o índice DXY - que mede o dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes - operou em alta durante todo o dia e, quando o mercado de câmbio doméstico fechou, trabalhava na casa dos 98,200 pontos. Em relação a divisas emergentes e de países exportadores de commodities, a moeda americana tinha comportamento misto. Quem mais apanhava era o rublo (perda superior a 3%) e as moedas do leste europeu, como o florim húngaro e o zloty polonês. Na liderança, figuravam o peso mexicano e o real.

Dirigentes do BC americano falaram grosso hoje. Pela manhã, o presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, que destoou ao votar por uma alta inicial dos juros em 0,50 ponto, disse que a "combinação de forte desempenho econômico real e inflação inesperadamente baixa significa que a taxa de juros está atualmente muito baixa". O presidente de Richmond, Thomas Barkin, afirmou que é hora de normalizar as taxas e que, se necessário, o BC americano pode optar por uma alta de 0,50 ponto porcentual em seu próximo encontro. (Antonio Perez - [email protected])

17:44

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.01580 -0.3675 5.07510 4.99330

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL 5036.500 -0.51358 5094.500 5012.500

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5096.101 15/03    

MERCADOS INTERNACIONAIS

Mais dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), entre eles Neel Kashkari e Thomas Barkin, reforçaram a postura do BC dos EUA de apertar a política monetária ao longo deste ano, inclusive ressaltando que, se o quadro na inflação demandar, estão dispostos a apoiar uma postura mais agressiva. O juro da T-note de 2 anos, mais sensível à política monetária, subiu no dia, mas outros retornos caíram. No câmbio, o índice DXY do dólar se fortaleceu, mas nas bolsas o quadro misto de mais cedo deu lugar a fechamento com ganhos, tendo o índice Nasdaq - justamente o que costuma reagir mais negativamente a sinais de aperto monetário - como destaque. O petróleo também subiu, com a percepção de que a paz entre a Rússia e a Ucrânia pode não estar tão próxima, a julgar pelo ritmo dos diálogos.

Presidente do Fed de Minneapolis, Kashkari detalhou, em texto publicado hoje, as mudanças recentes em sua avaliação do quadro atual, com a inflação perdurando mais que o esperado. Ele informou que, na sua previsão mais recente, os juros nos EUA devem chegar ao fim deste ano na faixa entre 1,75% e 2,00%, mas também garantiu que pode apoiar aperto mais agressivo, caso a atividade siga muito forte e puxando para cima em demasia os preços. Thomas Barkin (Richmond), por sua vez, também defendeu a normalização, a fim de ancorar a inflação, e disse que uma elevação de 50 pontos-base é uma alternativa adiante, se preciso. Mais cedo, o diretor Christopher Waller e James Bullard (St. Louis) haviam também mostrado postura mais hawkish, sobretudo Bullard, que foi voto divergente na decisão desta semana, desejando uma elevação de 50 pontos-base em março. Nesta segunda-feira, há expectativa por declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, em evento marcado para 13h (de Brasília).

A Capital Economics considera que os juros nos EUA devem chegar ao fim do ano na faixa entre 1,75% e 2,00%. A consultoria projeta mais seis elevações neste ano (coincidindo com o Fed) e outras quatro em 2023. Em 2022, a Capital aposta em ao menos uma reunião com alta de 50 pontos-base nos juros. Em linha similar, o Danske Bank diz que o Fed deve elevar os juros em 25 pontos-base em todas as reuniões, exceto em uma, que terá alta de 50 pontos. O Danske diz que essa reunião com aperto mais agressivo poderia ocorrer em junho, diante da força da inflação, o que reforçaria o compromisso do BC neste combate aos preços elevados. Ao longo dos próximos 12 meses, o Danske acredita que o juro da T-note de 10 anos avance 2,6%. O Goldman Sachs, por sua vez, fala em "risco aumentado" de ao menos uma elevação de 50 pontos-base em algum momento adiante.

Hoje, os retornos dos bônus terminaram sem sinal único. No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos subia a 1,944%, o da T-note de 10 anos recuava a 2,151% e o do T-bond de 30 anos tinha baixa a 2,417%. Continuava a haver inversão na curva entre os juros dos bônus de 7 e 10 anos, o que, caso perdure, pode sinalizar risco de recessão adiante.

No câmbio, os sinais do Fed apoiaram o dólar, com o índice DXY fechando em alta de 0,26%, em 98,233 pontos, mas com queda de 90% na semana. No horário citado, o dólar subia a 119,11 ienes, o euro recuava a US$ 1,1053 e a libra tinha alta a US$ 1,3186. Sobre a moeda comum, o Rabobank diz que o euro recuperou parte das perdas iniciais fortes com a invasão russa na Ucrânia, mas vê a divisa ainda vulnerável a notícias negativas na guerra ou para o setor de energia da zona do euro.

A Casa Branca informou à tarde que o presidente americano, Joe Biden, advertiu o da China, Xi Jinping, sobre as implicações e consequências", caso Pequim forneça apoio material à Rússia em seus ataques "brutais" contra cidades e civis na Ucrânia. Mais cedo, a imprensa estatal chinesa relatou que Xi afirmou a Biden que o conflito "não atende aos interesses de ninguém".

Nas bolsas de Nova York, houve volatilidade no dia, mas melhora à tarde, sobretudo no Nasdaq, amparado por ganhos nos setores de tecnologia e serviços de comunicação. O Dow Jones fechou em alta de 0,80%, em 34.754,93 pontos, o S&P 500 subiu 1,17%, a 4.463,12 pontos, e o Nasdaq avançou 2,05%, a 13.893,84 pontos. Na semana, o Dow Jones registrou ganho de 5,50%, o S&P 500 teve alta de 6,16% e o Nasdaq, de 8,18%.

Entre as commodities, o petróleo WTI para maio fechou em alta de 1,42%, em US$ 103,09 o barril, na Nymex, e o Brent para o mesmo mês avançou 1,21%, a US$ 107,93 o barril, na ICE. Havia nesse mercado mais ceticismo sobre uma paz em breve entre Rússia e Ucrânia, enquanto a Oanda advertia que a volatilidade deve prosseguir no óleo, no quadro atual. (Gabriel Bueno da Costa - [email protected])

JUROS

Os juros fecharam a sessão regular em queda, ainda sob efeito do comunicado do Copom e favorecidos pelo recuo do dólar e ambiente externo de menor aversão ao risco em relação ao conflito no leste europeu. Também deu alguma contribuição a informação do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que o governo estuda ampliar a redução da alíquota do IPI para 35%, levando as taxas curtas às mínimas, pelo potencial alívio adicional à inflação. No balanço da semana, com a mensagem lida como mais "dovish" do Copom, a ponta curta caiu mais do que a longa, reduzindo a inclinação negativa da curva.

No fim da sessão regular, boa parte das taxas longas já estava abaixo da marca de 12%, na qual persistiram desde o começo do mês. A do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 fechou em 12,89%, de 12,931% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2024 caiu de 12,757% para 12,58%. O DI para janeiro de 2025 fechou a sessão regular na mínima de 12,07%, de 12,286% ontem. A taxa do DI para janeiro de 2027 fechou em 11,915% de 12,145%. Na semana, o diferencial entre as taxas de janeiro de 2027 e janeiro de 2024 passou de -78 pontos-base na última sexta-feira para -67 pontos hoje.

A leitura de que o Banco Central prepara o terreno para encerrar o ciclo de aperto da Selic após aplicar mais uma dose de 1 ponto porcentual de alta na reunião de maio ainda ecoou sobe a curva, mesmo que o quadro de apostas para os próximos meses não tenha se alterado em relação a ontem. Segundo a Greenbay Investimentos, a curva aponta 100% de chance de Selic a 12,75% em maio, como antecipado pelo Copom, e entre 85% e 90% de chance de alta de 0,5 ponto no encontro de junho, contra de 10% a 15% de probabilidade de 0,25 ponto. Para a Selic terminal, a indicação é de taxa entre 13,25% e 13,50%.

Para Flávio Serrano, economista-chefe da instituição, apesar do destaque dado ao petróleo no comunicado, o avanço da commodity ontem e hoje não pesou na curva em função dos sinais vindos de Brasília e também porque a defasagem tanto da gasolina quanto do óleo diesel está zerada ante os preços internacionais. "Em meio aos ruídos e pressão sobre a Petrobras, é pouco provável haver reajuste para cima, ainda mais que o câmbio está ajudando", afirmou.

O dólar hoje chegou a cair abaixo do patamar de R$ 5 nas mínimas, mas não se sustentou para fechar em R$ 5,0158. O real foi destaque entre moedas emergentes, embalado, entre outros fatores, pela melhora da perspectiva para o crescimento após o anúncio das medidas do governo que devem injetar R$ 146 bilhões na economia.

Porém, economistas do Citi alertam que, embora as medidas não tenham custo fiscal e possam impactar positivamente a demanda, por outro lado, têm potencial inflacionário e podem trazer desconforto com a postura da política monetária.

Nos bastidores, o governo torce para que a guerra entre Rússia e Ucrânia termine logo para que os preços dos combustíveis deixem de ser uma questão e a equipe econômica possa anunciar os vários programas que já tem preparado para estimular a economia. A grande expectativa é a de que, com o fim do conflito, o preço do petróleo estacione num patamar abaixo do valor comercializado atualmente de pouco mais de US$ 100 o barril (veja detalhes em matéria das 16h35). Hoje o barril do tipo Brent fechou em US$ 107.

Outra medida em estudo e que ajudou a embalar o recuo das taxas foi a possível ampliação do corte do IPI, de 25% para 35%. O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que estuda a ampliação para "já". O Broadcast apurou que a medida excluiria da lista os produtos produzidos na Zona Franca de Manaus, que vinham causando polêmica.

O economista-chefe da Necton Investimentos, André Prefeito, diz que o mercado está mais calmo com a perspectiva de que a guerra parece estar se encaminhando para uma conclusão, "por mais que ainda demore". "Além disso, a Super Quarta trouxe algum tipo de pacificação uma vez que ambos os bancos centrais disseram o que vão fazer na próxima reunião", complementou.

Para a semana que vem, a expectativa é pelos documentos do Banco Central, em especial a ata do Copom na terça-feira. Para o Citi, a informação mais importante a ser detalhada na ata é sobre a projeção de inflação do BC no fim de 2024. "Além disso, a ata pode esclarecer sobre a perspectiva para o balanço de riscos da inflação com a incorporação dos impactos do conflito entre a Ucrânia e a Rússia", comentam os analistas, em relatório. Na quinta-feira, sai o Relatório de Inflação do primeiro trimestre. (Denise Abarca - [email protected])

17:43

 Operação   Último 

CDB Prefixado 31 dias (%a.a) 11.89

Capital de Giro (%a.a) 6.76

Hot Money (%a.m) 0.63

CDI Over (%a.a) 11.65

Over Selic (%a.a) 11.65

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