Se as bolsas, aqui e em Nova York, conseguiram se recuperar ao longo do dia, juros futuros e dólar mantiveram a trajetória de aversão ao risco, garantida por uma série de incertezas locais e externas. Para começar, dados negativos da China e dos EUA ampliam a desconfiança sobre a retomada global num ambiente de preços elevados. Resultado: fuga para moedas fortes em detrimento de emergentes, incluindo o real. Mas o desempenho da divisa brasileira, o pior entre esses pares, tem relação com uma série de fatores domésticos, como cautela com a política fiscal na semana em que o Congresso pode avaliar a PEC dos Precatórios, que abriria espaço no teto de gastos para o Auxílio Brasil, e a piora de projeções para inflação e PIB, além da ameaça de greve dos caminhoneiros. Tudo somado, a oferta extra de swap por parte do Banco Central, desta vez em volume menor, de US$ 500 milhões, foi insuficiente para impedir o dólar de subir 1,21%, a R$ 5,5205 no mercado à vista. Tais fatores, em uma sessão de avanço dos yields dos Treasuries de curto e médio prazos, impuseram o terceiro pregão consecutivo de alta para os juros futuros, desta vez sem inclinação da curva devido ao pequeno alívio dos vencimentos mais longos à tarde. Nos mercados acionários, no entanto, o investidor absorveu o impacto negativo dos dados econômicos da China e da produção industrial dos EUA. Com as ações de tecnologia na dianteira, em dia de lançamentos da Apple e na véspera do balanço na Netflix, Nasdaq e S&P 500 subiram, enquanto o Dow Jones teve leve baixa. A melhora de Wall Street teve impacto no Ibovespa, que chegou a ceder para o nível de 112 mil pontos na primeira etapa, mas acabou praticamente no zero a zero, com pequeno recuo de 0,19%, aos 114.428,18 pontos. Entre as ações, destaque para Lojas Americanas, que tiveram forte alta em meio ao anúncio de uma reorganização societária. Incluída no Ibovespa logo em sua estreia por ter sido cindida de outro ativo - Unit do Santander - da carteira teórica, Getnet disparou 63,5%.
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