ANTES DE COPOM, MERCADO OLHA MORO, SOCORRO A ESTADOS E EXTERIOR

Blog, Cenário
O exterior e a cena política devem guiar os mercados locais até a decisão do Copom, após o fechamento dos mercados. Por aqui, o mercado começa o dia com as notícias de rebaixamento da perspectiva do rating brasileiro pela Fitch para negativa e aprovação pela Câmara dos Deputados do projeto de lei do Senado que destina ajuda de R$ 125 bilhões para os Estados, o Distrito Federal e os municípios em razão da pandemia de Covid-19. O texto substitui a versão aprovada em abril pela Câmara e agora retornará ao Senado, fazendo com que demore mais para o início do repasse dos recursos. Com o novo texto, a Câmara blindou, ontem, mais categorias de servidores públicos do congelamento dos salários e fez mudanças na fórmula na repartição do dinheiro. O congelamento era contrapartida para a aprovação do socorro de R$ 60 bilhões e a manobra dos deputados impõe uma derrota ao ministro da Economia, Paulo Guedes. Na mudança na divisão das verbas, o Amapá, estado do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM), era o segundo mais beneficiado pelo projeto do Senado e agora o que mais sairá perdendo. Ainda no Congresso, hoje a Câmara deve votar em segundo turno a PEC do Orçamento de Guerra. Sobre o Copom, a expectativa do mercado é de novo corte de 50 pontos-base da Selic, para 3,25%. Ontem o ex-presidente do Banco Central e atualmente estrategista-chefe da gestora Rio Bravo, Gustavo Franco, disse estar preocupado com a possibilidade de deflação no Brasil, mesmo com a taxa de juros perto de zero, mostrando um ambiente no qual a política monetária perde a sua eficácia. No radar político segue o ex-ministro Sérgio Moro, que em depoimento à Polícia Federal admitiu ter concordado em trocar a superintendência do Rio no ano passado diante da pressão do presidente Jair Bolsonaro. Segundo Moro, Bolsonaro teria dito a ele: “Moro, você tem 27 superintendências (da Polícia Federal), eu quero apenas uma: a do Rio de Janeiro”. E Moro atendeu o presidente. O ex-ministro relatou ainda que tem nove provas que confirmariam as suas acusações de ‘interferências políticas’ de Bolsonaro no comando da corporação. Lá fora, os mercados internacionais mostram fôlego limitado nesta manhã, com alta moderada dos futuros de NY, mas bolsas europeias mistas. Se por um lado o investidor tenta se animar com os primeiros passos sendo dados nos Estados Unidos e Europa para reabertura de suas economias, por outro lado, os sinais de fraqueza da atividade no Velho Continente e previsões bem pessimistas preocupam. A União Europeia prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro cairá 7,7% este ano, por causa da pandemia de coronavírus. As vendas no varejo da zona do euro tiveram tombo de 11,2% em março, na margem, e acima do esperado, e as encomendas à indústria da Alemanha despencaram 15,6% em março ante fevereiro. Já os PMIs compostos da zona do euro e Alemanha caíram às mínimas históricas, mas ainda acima das prévias. E em meio à tensão entre EUA e China, o banco central da potência asiática enfraqueceu hoje a taxa de paridade do yuan em relação ao dólar.   Copom na agenda - O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anuncia decisão para a taxa Selic, após o fechamento dos mercados. Pesquisa do Projeções Broadcast indica que, de 58 casas, 48 esperam redução da Selic em 0,50 ponto porcentual e 10, em 0,75 pp. O juro básico no País está em 3,75% ao ano. São esperados também o índice PMI composto e do setor de serviços de abril (10h00) e o Índice Commodities Brasil (IC-Br) do Banco Central (14h30). A CSN divulga balanço do primeiro trimestre, após o fechamento dos mercados. Está prevista ainda sessão virtual do Senado, às 16h, para a votação do texto que autoriza a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a distribuir medicamentos, equipamentos da área de saúde validados por agências internacionais. Também está prevista análise do PL que trata do uso de saldos remanescentes de fundos de assistência social para combate à pandemia do novo coronavírus.   Emprego no setor privado dos EUA em destaque - Estão programados nos EUA, o relatório sobre criação de empregos no setor privado em abril (9h15) e os dados semanais de estoques de petróleo e derivados (11h30). O presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, que vota nas decisões de juros neste ano, fala em webinar do Center for Real Estate A General Motors também divulga resultado do primeiro trimestre (9h00).   Celso de Mello dá 72h para Planalto apresentar gravação de reuniões citadas por Moro - O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, mandou o Planalto apresentar, em 72 horas, as cópias das reuniões entre o presidente Jair Bolsonaro e o primeiro escalão do governo citadas pelo ex-ministro Sérgio Moro em depoimento à Polícia Federal. Mais cedo, o decano autorizou a realização de oitivas com três ministros palacianos próximos do presidente: Augusto Heleno (GSI), Walter Braga Netto (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo).   Brasil registra recorde de 600 óbitos de covid-19 em 24h - O Brasil registrou 600 mortes decorrentes do novo coronavírus nas 24 horas entre segunda e terça-feira. Trata-se do maior número de mortes por covid-19 registrado em um único dia desde o primeiro óbito pela doença no País. Com isso, o total oficial de vítimas do novo coronavírus no Brasil subiu de 7.321 para 7.921. O total de casos confirmados subiu de 107.780 para 114.715, um acréscimo de 6.935 casos.   Ministério da Saúde diz agora que pico do coronavírus ocorrerá “entre maio e julho” -O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira, disse a curva de crescimento de casos aponta que o comportamento do vírus tem variado entre esses Estados e que a única informação que pode garantir hoje é que o período mais crítico da doença será conhecido entre maio, junho e julho.   Comitê alerta Nordeste para preparar ‘lockdown’- O Comitê Científico do Consórcio do Nordeste alertará, em seu próximo boletim, que devem sugerir que os Estados da região intensifiquem o isolamento social e façam um planejamento para um muito possível “lockdown”, com critérios específicos, associados a “políticas de segurança”. A medida extrema deverá ser adotada quando a ocupação dos leitos superar 80% e a curva de mortes ainda continuar subindo. No Maranhão, por exemplo, mais de 85% dos leitos estavam ocupados até segunda-feira.   Fitch altera perspectiva de estável para negativa - A Fitch reafirmou o rating do Brasil em BB- nesta terça-feira, mas alterou a perspectiva para a nota de crédito do país de estável para negativa. "A revisão reflete a deterioração das perspectivas econômicas e fiscais do Brasil, e os riscos negativos para ambas devido às renovadas incertezas políticas, incluindo tensões entre o Executivo e o Congresso, e incertezas quanto à duração e intensidade da pandemia de coronavírus", explica a agência de classificação de risco.   Goldman Sachs vê risco de dívida/PIB do Brasil superar 100% - O combate aos efeitos da pandemia do coronavírus está tendo um impacto "dramático" nas contas fiscais de países desenvolvidos e emergentes, segundo relatório do Goldman Sachs. "Na América Latina e nos emergentes, o Brasil se destaca, com espaço para a dívida em relação ao PIB ficar acima de 100%." Em um gráfico com 26 emergentes, o Brasil é, de longe, o com pior indicador. Na média, a relação dívida/PIB dos emergentes ronda os 50%.    SINAIS POSITIVOS   Futuros de NY sobem - Os índices futuros das bolsas de Nova York operam em alta nesta manhã, sugerindo que os mercados à vista poderão ter um terceiro pregão seguido de ganhos. Os investidores mantêm o foco nos esforços dos EUA e de outros países do mundo para reabrir suas economias, após o distanciamento social para conter a disseminação do coronavírus. Às 7h20, no mercado futuro, Dow Jones subia 0,85%, S&P 500 avançava 0,86% e Nasdaq se valorizava 0,83%. O índice DXY do dólar, que mede as variações da moeda americana em relação a outras seis divisas relevantes, avançava 0,44%, a 100,144 Pontos.   Bolsas europeias operam sem direção única - As principais bolsas europeias operam majoritariamente em alta nesta manhã, com investidores voltando a focar as recentes tensões entre EUA e China ligadas à questão do coronavírus e de olho no petróleo WTI, que se recupera das perdas registradas durante a madrugada após uma sequência de ganhos. Também no radar estão os fracos indicadores divulgados na Europa mais cedo, que pesam no euro, como os tombos históricos das encomendas à indústria na Alemanha e das vendas no varejo da zona do euro. Investidores precificam também a projeção da União Europeia de que o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro irá encolher 7,7% este ano, por causa da pandemia de coronavírus. Às 7h20, a Bolsa de Londres subia 0,52%, a Bolsa de Frankfurt ganhava 0,17%, mas a de Paris recuava 0,28%. O euro caía a US$ 1,0790, ante US$ 1,0849 no fim da tarde de ontem. A libra estava em baixa a US$ 1,2371, ante US$ 1,2439 no fim da tarde de ontem.   Zona do Euro: vendas no varejo têm queda histórica em março - As vendas no varejo da zona do euro sofreram uma queda histórica de 11,2% em março ante fevereiro, diante do violento impacto econômico da pandemia de coronavírus, segundo a Eurostat. O resultado veio abaixo da expectativa de analistas (-10,5%). Na comparação anual, as vendas do setor varejista da zona do euro tiveram redução de 9,2% em março.   Zona do euro: PMI composto em abril é melhor que o esperado - O índice de gerentes de compras (PMI) composto da zona do euro, que engloba os setores industrial e de serviços, caiu de 29,7 em março para a mínima histórica de 13,6 em abril, em meio aos efeitos adversos da pandemia de coronavírus, segundo a IHS Markit. O resultado, porém, ficou ligeiramente acima da leitura prévia de abril e da previsão de analistas, de 13,5 em ambos os casos.   Alemanha: Queda do PMI composto em abril fica acima da prévia - O índice de gerentes de compras (PMI) composto da Alemanha, que engloba os setores de serviços e industrial, caiu de 35 em março para a mínima histórica de 17,4 em abril, em meio aos efeitos adversos da pandemia de coronavírus, segundo a IHS Markit. O resultado, porém, ficou acima da estimativa prévia do mês passado, de 17,1.   Alemanha: encomendas à indústria têm tombo histórico - As encomendas à indústria da Alemanha sofreram um tombo histórico de 15,6% em março ante fevereiro com ajustes sazonais, evidenciando o violento impacto econômico da pandemia de coronavírus, segundo a Destatis. A queda, a maior já registrada desde o início da série histórica em janeiro de 1991, foi bem mais intensa do que o declínio de 10% previsto por analistas. Na comparação anual, as encomendas totais apresentaram redução de 16% em março, no cálculo sem ajuste sazonal.   Bolsas da Ásia fecham em alta - As bolsas asiáticas fecharam em alta nesta quarta-feira, com o apetite por risco ainda alimentado por esforços dos EUA e de vários outros países de reabrir suas economias, após bloqueios para conter a disseminação do coronavírus. Além disso, o banco central chinês (PboC) estabeleceu a taxa de paridade cambial desta quarta em 7,0690 yuans por dólar, 0,17% mais fraca que a taxa de 7,0571 yuans por dólar de quinta-feira, último dia antes da sequência de feriados na China, num aparente gesto de boa vontade de Pequim em meio a crescentes tensões entre EUA e China relacionados à origem da pandemia. Na volta hoje pós feriado, o índice Xangai Composto subiu 0,63%. Em outras partes da Ásia, o Hang Seng se valorizou 1,13% em Hong Kong, enquanto o sul-coreano Kospi voltou de um feriado avançando 1,76% em Seul. A bolsa japonesa permaneceu fechada hoje, como nos últimos dois dias, devido a feriados locais. Na Oceania, o S&P/ASX 200 caiu 0,42% em Sydney. Às 7h21,o dólar caía a 106,33 ienes, ante 106,51 ienes no fim da tarde de ontem.   Petróleo avança - Os contratos futuros de petróleo sobem nesta manhã, após o WTI ter recuado durante a madrugada, reagindo a um forte avanço no volume de petróleo bruto estocado nos EUA na última semana, de 8,4 milhões de barris, segundo pesquisa do American Petroleum Institute (API). A previsão de analistas para o levantamento oficial, que o Departamento de Energia (DoE) americano divulga hoje, é de aumento de 7,4 milhões de barris nos estoques de petróleo bruto do país. A pandemia de coronavírus tem prejudicado a demanda pelo petróleo e, consequentemente, levado a uma expansão dos estoques da commodity. Às 7h22, o barril do petróleo WTI para junho tinha alta de 3,50% na Nymex, a US$ 25,41, enquanto o do Brent para julho subia 1,78% na ICE, a US$ 31,53.
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