AINDA EM REAÇÃO A FED E SEM NOVOS FOCOS DE TENSÃO FISCAL, DÓLAR CAI A R$5,41

Blog, Cenário
Os principais gatilhos para o forte apetite por risco visto nos mercados domésticos neste encerramento de semana ainda são de ontem: a mudança de estratégia de política monetária do Fed, o que significa taxa de juro perto de zero por mais tempo nos EUA, e também, no caso dos DIs, a transferência de recursos do Banco Central para o Tesouro, que promete dar fôlego para a administração do perfil da dívida. Como as tensões fiscais ficaram fora do jogo hoje, sem novos arroubos que sinalizem mais gastos por parte de membros do Executivo e com a decisão sobre o tamanho do Renda Brasil, aparentemente, postergada, os ativos domésticos finalmente puderam acompanhar os pares no exterior, após dias na contramão. E o real foi um dos destaques. Os investidores viram no tombo global do dólar um espaço para desmontar posições defensivas, o que levou a moeda dos EUA a ceder 2,92% no mercado à vista, a R$ 5,4152, acumulando uma queda de 3,41% na semana. A combinação de câmbio mais leve com caixa reforçado do Tesouro foi propícia para a queda firme dos juros futuros longos. E apesar do alívio generalizado, a cautela segue presente, tanto na inclinação ainda expressiva da curva, quanto na precificação, mesmo que minoritária, de aperto monetário ainda em 2020. Até porque, os agentes ainda aguardam a peça orçamentária, a ser entregue até segunda-feira. Na renda variável, o Ibovespa finalmente performou melhor que seus pares, ao subir 1,51%, aos 102.142,93 pontos. Com a alta quase generalizada das ações, o avanço do índice hoje foi o suficiente para garantir a segunda semana seguida de desempenho positivo, algo que não ocorria desde o intervalo entre as três semanas de 29 de junho a 17 de julho. Em Wall Street, mais do mesmo: índices em alta, com Nasdaq e S&P 500 renovando máximas históricas, ainda refletindo a adoção da meta de inflação média pelo Fed. Nem mesmo o impasse firme no Congresso americano sobre o pacote de estímulos foi suficiente para tirar o bom humor dos investidores.  
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  CÂMBIO Em uma das maiores variações para um dia, R$ 0,12, o dólar derreteu para R$ 5,40 na mínima, deixando claro o desmonte de posições dos investidores. O movimento que se seguiu mais forte hoje veio em continuidade ao enfraquecimento da divisa americana já visto ontem, renovadas as perspectivas de que os juros nos Estados Unidos continuarão baixos por um longo período com nova sinalização para a política monetária dada pelo presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell. Favoreceu também a desvalorização do dólar, o ambiente doméstico mais ameno, com os investidores enxergando certo entendimento entre a equipe econômica e o presidente Jair Bolsonaro que, inclusive, deu declarações favoráveis ao controle fiscal e mais simpáticas aos ouvidos do ministro da Economia, Paulo Guedes, e, portanto, ao mercado.   Nesse ambiente, o dólar à vista encerrou em queda de 2,92%, cotado a R$ 5,4152, o menor valor desde 31 de julho, quando marcou R$ 5,2170. A queda acumulada nesta semana, de 3,41%, apenas amenizou a alta de todo o mês de agosto que agora está em 3,80%.   Igo Falcão, sócio do Grupo Aplix, ressalta que a queda acentuada do valor do dólar está amplamente ligada às movimentações no cenário externo, com os investidores precificando a prolongado período de juro baixo e alta liquidez. Hoje o dólar se enfraqueceu perante à maioria das moedas no globo. O índice DXY do dólar, que mede as variações da moeda americana frente a outras seis divisas relevantes, passou o dia em queda pronunciada. Às 17h10, o DXY operava em baixa de 0,74%, aos 92.315 pontos. Já em relação aos emergentes a perda de valor ocorria contra os principais pares emergentes do real, como o peso chileno, o peso mexicano e o rublo.   Na avaliação de José Raimundo Faria Junior, diretor da Wagner Investimentos, segue, por enquanto, o impasse com relação ao Renda Brasil, programa que deverá substituir o Bolsa Família a partir do próximo ano e que segue sem fonte de financiamento. "O mercado local abriu um pouco mais calmo, mas a indefinição sobre o Orçamento 2021, que inclui a criação do Renda Brasil, gera incômodo nos agentes, que aguardam firme compromisso do governo para cumprir o teto de gastos no próximo ano", nota.   Falcão complementa que hoje foram colocados panos quentes sobre a discussão, acalmando o embate dentro do governo. Mas, ressalta, o tema do controle de gastos, das reformas, enfim, da pauta liberal que foi sugerida antes de ocorrer a pandemia segue ganhando a atenção dos investidores. "Uma vez passada a pandemia temos de olhar para dentro de casa, para a agenda reformista, que estava caminhando bem antes da Covid. O dever de casa tem que ser feito o mais rápido possível" afirmou.   Nesta semana, ruídos causados por declarações do presidente e sobre a permanência do ministro Paulo Guedes no governo levaram a cotação do dólar ao pico dos R$ 5,63. Para Falcão, muitos desses ruídos vêm do fato de que tanto o presidente sofre um pouco com a sua comunicação, como o de que Guedes passa os recados muito diretamente, mostrando uma independência que não é muito aceita no mundo político. "Mas, com essas questões mais dissipadas, vemos um dólar caminhando para R$ 5,20 no final do ano", diz ele, lembrando que o nível de R$ 5,60 para momentos de mais estresse não se sustenta por muito tempo, embora acredite que, em caso de desembarque de Guedes do governo, o dólar chegue a R$ 6,00.   Mas hoje o presidente apazigou os ânimos dos investidores ao indicar que parece estar sensível à questão fiscal do país. Ao falar sobre a extensão do auxílio emergencial na saída do Palácio da Alvorada, disse que o País está no limite e insinuou que não sabe o que vai acontecer se a economia não pegar. "Lamento esse vírus (covid-19) aí, deu uma baqueada na gente, estávamos indo bem para caramba", disse.   Durante a sessão também pesaram interesses técnicos ligados à taxa referencial Ptax de segunda-feira, que encerra o mês de agosto. (Simone Cavalcanti - [email protected])     17:38   Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima Dólar Comercial (AE) 5.41520 -2.9151 5.52620 5.40370 Dólar Comercial (BM&F) 5.6195 0 DOLAR COMERCIAL FUTURO 5407.000 -2.9351 5526.500 5403.500 DOLAR COMERCIAL 5411.500 -2.88047 5527.000 5408.000       JUROS Os juros futuros fecharam a sessão regular em queda firme, mais acentuada nos vencimentos longos, que melhor captam as influências do cenário fiscal e externo. A principal influência veio da decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN), ontem, de autorizar o repasse de R$ 325 bilhões do lucro do Banco Central para o Tesouro, o que deve dar maior conforto nas emissões de dívida. Somado a isso, o dia foi muito positivo para ativos de economias emergentes, ainda em função da decisão do Federal Reserve de alterar sua política monetária, o que derrubou o dólar para perto dos R$ 5,40. Agentes do mercado citam ainda uma trégua na tensão envolvendo o risco de saída do ministro Paulo Guedes do governo como fator de estímulo à retirada de prêmios. Apesar da queda das taxas, as apostas de alta da Selic ainda este ano seguem presentes na precificação da curva.   A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 fechou em 2,82%, de 2,873% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2023 passou de 4,114% para 4,01%. O DI para janeiro de 2025 terminou com taxa de 5,82%, de 5,984% ontem no ajuste, e o DI para janeiro de 2027 encerrou com taxa na mínima, de 6,78%, de 6,963% ontem.   No balanço da semana, as taxas de curto e médio prazos fecharam em níveis pouco acima dos da última sexta-feira, enquanto as longas terminaram praticamente nos mesmos patamares. Na comparação entre os DIs para janeiro de 2025 e janeiro de 2027, a inclinação caiu de 98 para 96 pontos entre ontem e hoje, menor desde o último dia 10.   Na avaliação dos players, mesmo não sendo os R$ 445 bilhões pretendidos inicialmente pelo Tesouro, o repasse dos R$ 325 bilhões do BC dá um respiro importante para a gestão da dívida, o que favoreceu hoje tanto o fechamento da curva do DI quanto a queda das taxas no mercado secundário de títulos. O aumento dos gastos com a pandemia elevou a necessidade de financiamento do Tesouro, que viu seu caixa pressionado, passando a emitir dívida mais curta e mais cara, em função da deterioração da percepção de risco fiscal. Com a transferência, a necessidade líquida entre agosto e dezembro, que era de R$ 789 bilhões, caiu para R$ 464 bilhões.   Nesse contexto, também houve necessidade de ajustes no Plano Anual de Financiamento (PAF) de 2020, divulgados hoje, com redução no prazo médio da dívida e aumento da parcela a vencer em 12 meses. "A redução dos prazos dos títulos públicos emitidos é a mudança mais significativa no perfil da DPF na revisão do PAF 2020, tendo como causa a maior necessidade de financiamento do setor público", afirmou a instituição.   Uma melhora mais consistente da percepção fiscal, porém, depende de como o governo vai encaminhar a pressão pelo aumento de despesas que coloca em risco o teto dos gastos. A informação, ainda não oficializada, de que o valor do auxílio-emergencial passará a ser de R$ 300 como queria o presidente Jair Bolsonaro foi bem recebida, na medida em que o mercado aposta que Paulo Guedes conseguirá acomodar o desejo do presidente de forma responsável. Quanto ao Renda Brasil, a expectativa é de que fique para outro momento, com a equipe econômica ganhando tempo para arrumar receitas.   Nesses acertos, o mercado percebe, ainda, uma certa acomodação do ruído em torno de uma eventual saída de Guedes do governo. "Não tivemos mudança em termos de fundamentos, mas o que mudou foi percepção sobre saída de Guedes. Parece que ele estava fazendo as malas, mas agora acalmou, e isso ajuda a distensionar a curva", afirmou o operador de renda fixa da Terra Investimentos Paulo Nepomuceno.   Mesmo com a queda firme das taxas, a curva segue projetando alta para a Selic nos próximos meses, com precificação de 21 pontos-base até o fim do ano. Em setembro, há 20% de chance, e para outubro, 20% também. Para dezembro, a curva mostra 40% de chance de alta de 0,25 ponto porcentual, segundo números do Haitong Bando de Investimento.   Rogério Braga, diretor de Gestão de Renda Fixa e Multimercados da Quantitas Asset, não vê essa elevação como aposta firme do mercado num aperto monetário, mas, sim, consequência de reversão técnica de posições que pressionou o prêmio de risco da curva. "É técnico. Alta de juros em 2020 não faz sentido, mesmo com uma eventual saída de Guedes", disse. (Denise Abarca - [email protected])     17:36   Operação   Último CDB Prefixado 31 dias (%a.a) 1.91 Capital de Giro (%a.a) 7.02 Hot Money (%a.m) 0.82 CDI Over (%a.a) 1.90 Over Selic (%a.a) 1.90     BOLSA O Ibovespa fechou nesta sexta-feira em alta de 1,51%, aos 102.142,93 pontos, coletando leve ganho de 0,61% na semana e, agora, não distante de zerar as perdas do mês (-0,75%) na sessão que falta para encerrar agosto, na segunda-feira. No ano, cede 11,68%.   Saindo de mínima a 100.631,21 na abertura, o principal índice da B3 apontava alta de 1,71%, aos 102.347,05 pontos na máxima da sessão, às 13h16, em dia também positivo em Nova York, onde Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq, os dois últimos em níveis recordes, avançaram entre 2,6% e 3,4% na semana, com fôlego estendido pelo sinal de ontem de Jerome Powell, presidente do Fed, de tolerância a inflação eventualmente acima da meta de 2% ao ano nos EUA.   Assim, pela primeira vez desde o intervalo entre as três semanas de 29 de junho a 17 de julho, o Ibovespa conseguiu nesta sexta-feira encadear uma sequência positiva de ao menos duas semanas, embora o avanço agora seja mais modesto, vindo de ganho de apenas 0,17% na semana passada. O giro financeiro totalizou R$ 23,2 bilhões, bem fraco como o observado ao longo da maior parte da semana, à exceção de quarta-feira, quando o Ibovespa fechou em baixa de 1,46%, pressionado pela rejeição do presidente Bolsonaro à proposta inicial para o Renda Brasil apresentada pela equipe econômica.   Como contraponto da semana, a perspectiva de políticas monetária e fiscal muito afrouxadas na maior economia do mundo por tempo prolongado contribuiu hoje para que o índice da B3 reduzisse um pouco o atraso ante as referências americanas, na ausência de novas notícias que agravassem a percepção sobre as contas domésticas. "No news, good news", resume um operador.   No encerramento de uma semana tensa, em que a permanência do ministro Paulo Guedes e a situação fiscal do País continuaram em foco, a indicação de que o martelo sobre o Renda Brasil será batido mais para frente e de que o auxílio emergencial deve ser concedido até o fim do ano, com valor reduzido a R$ 300, contribuíram para ajustar os ativos, em especial o dólar, em baixa de 2,92%, a R$ 5,4152 no fechamento desta sexta, ainda em alta de 3,80% no mês.   O alívio, contudo, pode ser temporário. "O mercado está ansioso pelas medidas de corte de despesas e de atração de investimentos, em vista da situação fiscal, e a garantia da manutenção do teto de gastos", observa Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora, acrescentando, como contrapeso favorável em momento de dificuldades internas, a indicação do Fed de que "a taxa de juros por lá deve ficar baixa por um tempo maior que o projetado".   Para Márcio Gomes, analista da Necton, o Fed contribuiu para salvar a semana, mas o Ibovespa deve permanecer travado na faixa de 99 mil a 102,8 mil pontos, tendendo a retomar fluxo comprador quando conseguir chegar aos 103 mil, preâmbulo para que possa voltar a testar a resistência dos 105,5 mil pontos. "Aos 103 mil os vendidos ficarão 'stopados' e teremos fluxo de compras, mas é preciso um 'driver' para que isso aconteça. Até que se tenha mais clareza quanto ao fiscal e a permanência do Guedes, a volatilidade vai persistir, com o mercado especulando em cima do rumor", acrescenta o analista.   Nesta sexta-feira, destaque para Cyrela (+7,39%), na ponta do Ibovespa, após a Cury, construtora controlada pela empresa, ter protocolado IPO que pode movimentar até R$ 1,7 bilhão. "O cenário de juros baixos é muito favorável ao setor imobiliário como um todo", aponta Gomes. Logo após Cyrela, Qualicorp subiu hoje 5,60% e Ecorodovias, 5,43%. No lado oposto do Ibovespa, IRB cedeu hoje 1,57%, seguido por Marfrig (-1,40%) e Braskem (-1,08%).   Nesta última sessão, os ganhos se espalharam por empresas e setores, em movimento oposto ao observado no meio da semana, quando a aversão ao risco fiscal prevalecia. Assim, ações de commodities (Petrobras ON +2,03% e Vale ON +0,51%), bancos (Bradesco PN +2,04% e BB ON +1,95%), siderurgia (Usiminas +2,97% e CSN +2,01%) e utilities (Eletrobras ON +3,97%) caminharam na mesma direção nesta sexta-feira.   O mercado financeiro fez um leve ajuste nas expectativas para o comportamento das ações no curtíssimo prazo, segundo o Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira, mas a perspectiva de ganhos ainda é majoritária. Num total de 14 respostas, 50% apontaram alta para o Ibovespa na próxima semana, contra 28,57% que esperam perdas. Para 21,43%, o índice fechará o período entre 31 de agosto e 4 de setembro com variação neutra. No levantamento anterior, 53,33% acreditavam que a presente semana seria de valorização do índice; 13,33%, estabilidade; e 33,33%, baixa. (Luís Eduardo Leal - [email protected])     17:20   Índice Bovespa   Pontos   Var. % Último 102142.93 1.50987 Máxima 102347.05 +1.71 Mínima 100631.21 +0.01 Volume (R$ Bilhões) 2.31B Volume (US$ Bilhões) 4.24B         17:38   Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % Último 102405 1.37102 Máxima 102575 +1.54 Mínima 100990 -0.03         MERCADOS INTERNACIONAIS Investidores internacionais parecem já ter precificado o risco contínuo do coronavírus e impasse entre republicanos e democratas quanto à uma nova rodada de estímulos fiscais nos Estados Unidos. Nesta tarde, pesquisadores relataram o primeiro caso de reinfecção pela covid-19 em território americano, no estado de Nevada. Em Washington, o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, revelou a senadores que a presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, não está disposta a negociar. Mesmo assim, os mercados continuaram a reverberar as perspectivas de juros baixos a longo prazo, enquanto dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) passaram o dia explicando a mudança anunciada ontem para a meta de inflação. O efeito mais pronunciado disso foi observado no câmbio, com dólar em forte desvalorização na comparação com rivais e emergentes. Em Wall Street, o S&P 500 e o Nasdaq renovaram máximas de fechamento e, na renda fixa, os juros dos Treasuries não firmaram sinal consistente. O petróleo também ficou sem direção única, com o furacão Laura apresentando menos estragos do que se temia na costa sul dos EUA.   O site Politico noticiou que, em reunião com senadores republicanos, o chefe de Gabinete da Casa Branca, Mark Meadows, classificou de "perda de tempo" a conversa telefônica que teve com Pelosi. Para Mnuchin, a deputada californiana não está disposta a negociar. Em entrevista a repórteres, Meadows disse que o governo poderia concordar com um pacote fiscal de US$ 1,3 trilhão, valor considerado baixo pela oposição.   O impasse acontece sob o pano de fundo da desaceleração da pandemia nos EUA, embora o número de casos ainda esteja em patamar alto. Há pouco, cientistas da Universidade de Nevada, da Escola de Medicina de Reno e do Laboratório de Saúde Pública do mesmo Estado publicaram um estudo em que afirmam ter identificado que um americano de 25 anos contraiu a doença duas vezes, em uma descoberta que pode ter implicações negativas para o desenvolvimento de uma vacina eficaz.   O noticiário, no entanto, serviu apenas de ruído nas mesas de negociações, ainda impactadas pelo anúncio do Fed de ontem. O presidente da instituição, Jerome Powell, confirmou que a autoridade monetária irá utilizar o sistema de "inflação media", isto é, deixará que os preços suba acima da meta por um tempo para compensar os períodos deflacionários anteriores, como o atual. Em entrevista à CNBC, o presidente do Fed de St. Louis, disse que isso significa que os juros ficarão baixos por um bom tempo. Mais cedo, Patrick Harker e Loretta Mester, respectivamente dos Feds de Filadélfia e Cleveland, haviam dado declarações semelhantes à mesma emissora.   Essas perspectivas influenciaram, com mais força, o mercado cambial, no qual o índice DXY, que mede a variação do dólar ante uma cesta de seis rivais fortes, caiu às mínimas desde maio de 2018, em 92,371 pontos. A fraqueza da divisa norte-americana beneficiou o euro (US$ 1,1897) e a libra (US$ 1,3348). O dólar ainda caiu a 105,366 ienes, depois que o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, anunciou que renunciará ao cargo.   Na comparação com emergentes, a moeda dos EUA recuou a 21,7751 pesos mexicanos e a 74,085 rublos russos. "A menos que a aversão ao risco aumente acentuadamente - e algo realmente dramático teria que acontecer para causar pânico nos mercados, dada sua impressionante resiliência às crescentes tensões entre os EUA e a China - o dólar provavelmente permanecerá fraco, permitindo que as moedas emergentes ampliem seus ganhos com as baixas de março", explica o Rabobank.   Agora à tarde, o Fundo Monetário Internacional (FMI) informou que chegou a um acordo no nível do staff sobre um pacote de ajuda ao Equador de cerca de US$ 6,5 bilhões, que deverá agora ser avaliado e aprovado pelo conselho da instituição.   Nas bolsas de NY, os índices S&P 500 e Nasdaq renovaram mais uma vez máximas históricas e o Dow Jones apagou as perdas acumuladas no ano. O Dow Jones subiu 0,57%, a 28.653,94 pontos, o S&P 500 avançou 0,67%, aos 3.508,00 pontos, e o Nasdaq ganhou 0,60%, a 11.695,63 pontos. Esses resultados se refletiram no VIX, espécie de termômetro do medo em Wall Street: queda de 6,17%, a 22,96 pontos.   O movimento foi ajudado ainda por indicadores econômicos positivos, divulgados durante a manhã. O índice de sentimento do consumidor nos EUA, elaborado pela Universidade de Michigan, aumentou de 72,5 em julho para 74,1 em agosto, bem acima das expectativas de analistas. Os gastos com consumo e a renda pessoal também tiveram avanços surpreendentes. "os dados estão ficando melhores em quase todas as áreas da economia", resume o Commerzbank.   Na renda fixa, os juros dos Treasuries não firmaram sinal consistente: perto do fechamento das bolsas nova-iorquinas, o rendimento da T-note de 2 anos avançava a 0,1485%, o da T-note de 10 anos caía a 0,7383%, e o da T-bond de 30 anos cedia a 1,5086%. Já no petróleo, o rali do início da semana, pela passagem do furacão Laura no Golfo do México, perdeu fôlego com o rebaixamento do fenômeno para a categoria de tempestade tropical. Dessa maneira, o WTI com entrega para outubro terminou em baixa de 0,16%, a US$ 42,97 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para novembro,, subiu 0,46%, a US$ 45,81 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). Ambos os contratos, no entanto, ganharam mais de 1% na semana. (André Marinho - [email protected]) Volta          
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