AÉREAS, TECHS E PETROLEIRAS GARANTEM AVANÇO DAS BOLSAS EM NY E NO BRASIL

Blog, Cenário

O início da temporada de balanços no exterior seguiu como alavanca para a forte alta das bolsas de Nova York nesta sessão, impulsionando também a busca pelo risco aqui no Brasil. Embora o lucro do JPMorgan tenha vindo abaixo do consenso, números da Delta Airlines mostraram recuperação firme da demanda por voos, o que provocou uma corrida aos papéis de aéreas e correlatas. A ação da companhia terminou com ganho de 6,21%, ao passo que American Airlines disparou 10,62% e Boeing avançou 3,74%. Mas esse não foi o único setor de destaque na sessão externa hoje. Paralelamente ao alívio nos juros dos Treasuries, os papéis de tecnologia tiveram boa performance, com destaque para Amazon (+3,15%). Ao final, o Nasdaq teve alta de 2,03%; o S&P 500, de 1,12%; e Dow Jones, de 1,01%. O movimento para baixo nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos ocorreu a despeito dos números da inflação ao produtor, divulgados mais cedo. A percepção que prevaleceu hoje foi a de que há sinais - como o comportamento dos núcleos do índice de preços ao consumidor, divulgado ontem - de que o pico inflacionário está próximo ou já ocorreu. Não que isso vá alterar o plano de voo do Federal Reserve neste momento, mas pode influenciar na estratégia do BC americano adiante. Esse 'titubeio' na visão do mercado, por sua vez, deu espaço para uma desvalorização do dólar globalmente, com algumas exceções, como o Brasil. A moeda americana mais baixa e uma percepção de que a guerra da Rússia contra a Ucrânia segue persistente sustentaram o petróleo e as petroleiras em alta. No Brasil, em meio à assembleia para eleição do novo conselho, Petrobras ON subiu 2,46% e PN, 2,13%. O Ibovespa até tentou recuperar o nível dos 117 mil pontos, mas terminou em 116.781,96 pontos (+0,55%). Nos juros futuros, além do peso do petróleo, a cena fiscal também recomendou uma postura mais defensiva em meio à questão dos reajustes ao funcionalismo público, que hoje foi tema de reunião entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o Planalto. E o dólar mostrou mais uma sessão de instabilidade, com o investidor em busca de um nível de referência após a forte valorização recente do real. A moeda americana à vista subiu 0,26%, aos R$ 4,6887.

•MERCADOS INTERNACIONAIS

•BOLSA

•JUROS

•CÂMBIO

MERCADOS INTERNACIONAIS

Em meio à temporada de balanços, Wall Street ganhou fôlego e os índices acionários ficaram no positivo, com papéis de companhias aéreas chegando a subir 10% e ações de peso, como Boeing e Meta, também tendo avançado. Os juros dos Treasuries, por sua vez, caíram, enquanto operadores absorvem os dados recentes de inflação e aguardam os próximos passos do Federal Reserve (Fed) e Banco Central Europeu (BCE) - que divulga decisão de política monetária amanhã. Autoridades das Nações Unidas e Estados Unidos ressaltaram que a guerra na Ucrânia complica o desafio de lidar com a inflação, que tem entre seus impulsionadores o petróleo, que voltou a subir no mercado futuro. O aumento dos estoques de gasolina nos EUA surpreendeu o mercado, mas parece ter sido compensado pela maior demanda pela gasolina. Além disso, a queda do dólar ante rivais ajudou a commodity, enquanto o índice DXY perdeu a marca de 100 pontos.

Resultados trimestrais melhores do que o esperado apoiaram o desempenho dos índices acionários nova-iorquinos nesta sessão. Analista da Oanda, Edward Moya destaca os "impressionantes" dados da Delta Airlines, com perdas menores que o esperado e com a receita mensal melhor do que a pandemia pela primeira vez, em março. "A Delta Airlines divulgou uma forte demanda do consumidor que está aceitando tarifas mais altas e ajudando-os a compensar o aumento com os preços dos combustíveis", ressalta. A ação da companhia aérea subiu 6,21%, acompanhada por American Airlines (+10,62%), United Continental (+5,64%), Jetblue Airways (+4,35%) e até mesmo Boeing (+3,74%). Na contramão, o JPMorgan cedeu 3,22%, com lucro menor que o previsto no primeiro trimestre, e arrastou Citi (-0,38%) e Bank of America (-0,89%).

Papéis com peso importante na composição dos índices, como Meta (+0,40%), Apple (+1,63%), Amazon (+3,15%), Tesla (+3,59%) e Alphabet (+1,71%) também subiram. Com isso, o Nasdaq teve alta de 2,03%, o S&P 500, de 1,12% e o Dow Jones, de 1,01%.

Paralelamente, os juros dos Treasuries se enfraqueceram diante do resultado do índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) de março – que subiu acima do previsto – e se mantiveram no vermelho na maior parte da sessão. No fim da tarde de Nova York, os retornos da T-note de 2 anos caía a 2,360%, o da T-note de 10 anos recuava a 2,702% e o do T-bond de 30 anos tinha baixa a 2,805%.

Em relatório, o Citi afirma que o resultado do PPI mostra que o ritmo de inflação continua "muito forte", mesmo após a leve moderação registrada ontem no índice de preços ao consumidor (CPI, na sigal em inglês). Diretor do Fed, Christopher Waller disse acreditar que a inflação atingiu seu pico e perderá fôlego nos próximos meses, como esperado por alguns analistas. Para o dirigente, que vota nas decisões monetárias, dados recentes apoiam argumento para alta de 50 pontos-base nos juros básicos em maio.

Hoje, a secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, destacou o choque na economia global por conta da guerra na Ucrânia e seus impactos para lidar com a inflação ao redor do mundo. Secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres também reforçou os diversos impactos negativos para economia.

Dentre as principais preocupações do mercado, estão os altos custos de energia. A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad, na sigla em inglês) afirmou, em relatório publicado hoje, acreditar que os governos são capazes de lidar com tais aumentos e preservar os consumidores. Para isso, defendeu ações conjuntas como a liderada pelos EUA e Agência Internacional de Energia (AIE) na liberação de reservas estratégicas de petróleo.

O Commerzbank destaca que as menores expectativas para o fim da guerra em breve reforçam que uma proibição de importações da commodity pela União Europeia ainda é uma possibilidade. Hoje, porém, os ativos subiram, com investidores absorvendo a alta de 9,382 milhões de barris do óleo nos estoques americanos - bem acima do previsto por analistas - e, por outro lado, recuo bem maior do que o esperado nos estoques de gasolina. O petróleo WTI para maio fechou alta de 3,63% (US$ 3,65), a US$ 104,25 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), enquanto o Brent para junho subiu 3,96% (US$ 4,14), a US$ 108,78 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

No mercado cambial, o maior apetite por risco pesou sobre o dólar. A divisa americana interrompeu uma sequência de ganhos contra moedas rivais e o índice DXY caiu 0,46%, a 99,833 pontos. No horário citado, o euro avançava a US$ 1,0885 e a libra, a US$ 1,3109. Já o dólar tinha alta a 125,70 ienes, depois de ter atingido a máxima desde maio de 2022, a 126,330 ienes, durante a sessão. (Ilana Cardial - [email protected])

BOLSA

Novo avanço do petróleo e a expectativa de definição sobre a troca de comando na Petrobras, na assembleia desta tarde, deram impulso às ações da estatal na sessão (ON +2,46%, PN +2,13%), carregando o Ibovespa para cima nesta quarta-feira, mas sem o impulso visto em Nova York, onde os ganhos chegaram a 2,03% no fechamento (Nasdaq). Aqui, em dia de vencimento de opções sobre o índice, a referência da B3 encerrou com ganho moderado, de 0,55%, a 116.781,96 pontos, ainda assim, interrompendo sequência de três perdas. Hoje, oscilou entre mínima de 116.149,68, da abertura, e máxima de 117.329,40 pontos, com giro financeiro a R$ 68,1 bilhões. Na semana, ainda cede 1,30% e, no mês, 2,68% - no ano, o ganho está em 11,41%.

"A alta do Ibovespa foi impulsionada pelas exportadoras de commodities. Houve também os dados de varejo referentes a fevereiro, acima da expectativa, mas a retomada do rali do petróleo foi o grande catalisador do dia, o que reforça, por outro lado, as preocupações quanto ao cenário inflacionário. As afirmações da Rússia, de que as negociações de paz sobre a Ucrânia chegaram a um beco sem saída, continuam a alimentar a perspectiva de aperto na oferta da commodity, mesmo com a Opep se dizendo capaz de suprir parte dessa oferta potencialmente perdida da Rússia e diante também de retomada de demanda na China, com o relaxamento das restrições da Covid-19", diz Victor Lima, analista da Toro Investimentos.

Por outro lado, o minério de ferro voltou a recuar na sessão asiática, "com o número de casos no país (China) ainda pesando", aponta em nota a Guide Investimentos. Em sentido contrário ao da Petrobras, Vale ON fechou o dia em leve alta de 0,03%, após ter registrado perdas moderadas até perto do fim da sessão. Os dados do setor externo chinês também não foram favoráveis, com recuo de 0,1% nas importações em março, apesar da alta de 8% prevista pelo mercado, segundo pesquisa da Reuters, acrescenta a Guide. Contudo, o petróleo e outras 'commodities de guerra' seguem em alta, na esteira da fala de Putin (na terça-feira), em que o presidente russo reiterou que as negociações (de paz) haviam estagnado."

Assim, após recuperação de 6% ontem, o petróleo estendeu os ganhos nesta quarta-feira, perto de 4% na sessão, com o Brent de volta a US$ 108 por barril e o WTI, a US$ 104, tendo ambas as referências fechado a segunda-feira abaixo dos três dígitos. "O relaxamento do lockdown em Xangai, na China, colocou o petróleo em alta pelo segundo dia consecutivo, e o Ibovespa chegou a subir perto de 1%, também com os dados do varejo (no Brasil), melhores do que o esperado para fevereiro", diz Patricia Krause, economista-chefe para América Latina da Coface.

"Lá fora, para as ações, o dia foi de recuperação com os investidores mostrando mais otimismo neste início da temporada de balanços do primeiro trimestre, em que Delta Airlines foi destaque, impulsionando também ações de outras companhias aéreas americanas", acrescenta Lima, da Toro.

"Mercado esteve animado hoje lá fora e o dólar se manteve estável (no Brasil, +0,26%, a R$ 4,6887 no fechamento), com Bolsa também em alta por aqui. Destaque na B3 para os setores financeiro (Bradesco PN +1,03%) e de materiais básicos (CSN ON +2,29%), assim como para o imobiliário. Os dados do varejo, com alta de 1,1% nas vendas, animaram o mercado. Os juros futuros subiram, com a expectativa de que o BC dê mais aumentos (na Selic) para controlar a inflação. O mundo segue atento ao aperto monetário, em toda parte", diz Piter Carvalho, economista da Valor Investimentos.

Apesar da perspectiva restritiva na condução da política monetária, com as commodities pressionando as leituras sobre inflação em todo o mundo, o desempenho positivo das vendas do varejo deu respiro para parte das ações de consumo nesta quarta-feira, com Magazine Luiza em alta de 1,01%, entre as mais negociadas da sessão. Na ponta do índice, destaque para Ultrapar (+4,03%), à frente de Eletrobras PNB (+3,81%), de Cemig (+3,43%) e de Minerva (+3,26%). No lado oposto, CVC (-2,81%), EDP Brasil (-2,53%), Pão de Açúcar (-2,32%) e Marfrig (-2,07%). (Luís Eduardo Leal - [email protected])

17:27

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 116781.96 0.54681

Máxima 117329.40 +1.02

Mínima 116149.68 0.00

Volume (R$ Bilhões) 6.80B

Volume (US$ Bilhões) 1.45B

17:30

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 116880 0.28314

Máxima 117300 +0.64

Mínima 116270 -0.24

JUROS

Os juros fecharam a quarta-feira perto da estabilidade, com viés de alta na maioria dos contratos. Após as taxas alternarem os sinais negativo e positivo pela manhã, na segunda etapa a piora nos preços do petróleo e a redução da queda dos rendimentos dos Treasuries trouxeram um pouco de cautela aos agentes. Internamente, cena fiscal também recomendou uma postura mais defensiva em meio à questão dos reajustes ao funcionalismo público, hoje tema de reunião entre o ministro da Economia Paulo Guedes e o Planalto.

O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 fechou com taxa de 13,065%, de 13,108% ontem no ajuste. Ainda que com um sinal levemente positivo, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 completou sete sessões seguidas de avanço, hoje a 12,70%, de 12,682% ontem. O DI para janeiro de 2025 encerrou com taxa de 12,03%, de 12,00% ontem, e a do DI para janeiro de 2027 avançou de 11,705% para 11,72%.

A curva teve movimentação comedida ao longo do dia, diante das incertezas que pairam tanto no ambiente interno quanto externo e sem um catalisador claro para os negócios. A ponta curta reflete o compasso de espera por mais sinais sobre o quadro para a Selic no curto prazo, depois do salto do IPCA de março ter surpreendido o mercado e até o próprio Banco Central, segundo o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto. Resta saber se a sinalização do Copom de que a taxa básica terá apenas mais uma elevação, de 1 ponto em maio, ainda é válida. Na dúvida, a possibilidade de um aumento extra na reunião de junho vai se consolidando.

Os indicadores econômicos não têm tido força para mexer com o quadro de apostas, dado o caráter misto. Na esteira do número fraco ontem do setor de serviços em fevereiro, hoje as vendas do varejo vieram bem acima do consenso, mas há dúvida sobre se o quadro se sustenta diante da inflação e juros pressionados. As vendas do varejo restrito subiram 1,1% em fevereiro, na margem, ante mediana das estimativas de +0,2%, e as do ampliado avançaram 2,0%, ante mediana de alta de 1,1% e perto do teto do intervalo estimado (+2,2%).

Os demais prazos da curva ficaram a mercê do cenário externo e hoje a questão fiscal voltou a merecer a atenção. Lá fora, a inflação ao produtor nos EUA em março veio acima das previsões, consolidando a ideia de aceleração no ritmo de elevação do juros pelo Federal Reserve para 50 pontos-base em maio, mas, ao mesmo tempo, a China trouxe dados fracos de importação e há preocupação com os efeitos do lockdown em grandes cidades do país asiático.

O petróleo é outro vetor a ser acompanhado e hoje o dia foi de avanço, em meio à percepção sobre o conflito no leste europeu e indicadores mistos dos estoques. A commodity subiu mais de 3%, com o Brent a US$ 108,78 o barril. O gestor de renda fixa da Sicredi Asset, Cássio Andrade Xavier, destacou que as cotações vêm piorando diante da escalada da guerra na Ucrânia, o que traz desconforto para as expectativas nos preços no Brasil, em função da perspectiva de oferta pressionada. "Com isso, é natural que os juros voltassem a subir, ainda com o rendimento dos Treasuries caindo menos agora à tarde", afirmou. A taxa da T-Note de dez anos voltava a flertar com os 2,70% no fim da tarde, longe da mínima de 2,65% mais cedo. A da T-note de 2 anos, que reflete as apostas para a política do Federal Reserve no curto prazo, estava em 2,36%, após rodar abaixo de 2,30% pela manhã.

No Brasil, a questão fiscal voltou ao radar, com o mercado de olho na reunião de Guedes no Planalto, para tentar resolver a fórmula do reajuste salarial dos servidores públicos, segundo apurou o Broadcast. A principal hipótese ainda é oferecer um aumento de 5% para todo o funcionalismo, o que custaria R$ 6 bilhões. O dinheiro viria de cortes na RP2, emendas de bancada de natureza discricionária - mais fáceis politicamente de “enxugar” do que as RP9, do Orçamento Secreto. "A questão é que as emendas têm caráter extraordinário. Já o aumento nos salários, é uma despesa permanente", explicou Xavier.

Para o economista-chefe e sócio da JF Trust, Eduardo Velho, a política fiscal reforça o viés de alta dos juros, considerando ainda que o governo não elevará mais Contribuição Social sobre o Lucro Líquido dos bancos para neutralizar a perda de receita com o Refis do Simples. "Em suma, o cenário segue, na margem, para aumento do déficit primário de 2022. Há também projetos sugeridos via PEC de ampliação da desoneração da folha de pagamento para todos os setores econômicos", destaca. (Denise Abarca - [email protected])

17:30

 Operação   Último 

CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 12.03

Capital de Giro (%a.a) 6.76

Hot Money (%a.m) 0.63

CDI Over (%a.a) 11.65

Over Selic (%a.a) 11.65

CÂMBIO

Apesar do ambiente de maior apetite ao risco no exterior, com alta firme das bolsas em Nova York e sinal negativo da moeda americana frente a pares fortes, o dólar teve uma sessão instável por aqui nesta quarta-feira (13). Com muitas trocas de sinais ao longo do dia, embora entre margens estreitas, a divisa encerrou o pregão em leve alta de 0,26%, a R$ 4,6887. A mínima foi de R$ 4,6538 e a máxima, de R$ 4,7057.

Analistas dizem que, após a forte rodada de apreciação do real no primeiro trimestre, o mercado agora se acomoda e busca uma nova referência para taxa de câmbio no curto prazo. Parte da falta de fôlego da moeda brasileira pode ser atribuída também, segundo operadores, a maior demanda por dólares e montagem de posições defensivas diante da proximidade do feriado de Sexta-feira Santa (15).

"O real está meio de lado, junto com outras divisas emergentes. A gente veio rapidamente de R$ 5,20 para baixo de R$ 4,60. Agora a taxa está se reequilibrando", afirma o head da Tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, ressaltando que o ambiente continua favorável para a moeda brasileira, dadas as taxas de juros reais domésticas atraentes e o patamar ainda elevado dos preços das commodities. "Se não houver nenhuma mudança drástica de cenário, o dólar pode escorregar novamente para R$ 4,50".

Investidores monitoram sinais sobre a magnitude do ajuste monetário nos Estados Unidos, que sofre com a maior inflação em mais de 40 anos, agravada pelas consequências do prolongamento da guerra na Ucrânia. As cotações do petróleo voltaram a subir, com o tipo Brent para junho, referência para a Petrobras, na casa de US$ 108 o barril. Também há certa cautela diante das incertezas sobre o fôlego da atividade na China, reforçadas hoje pelo recuo de 0,1% nas importações chinesas em março, enquanto se esperava crescimento de 8%.

Nos Estados Unidos, após a surpresa positiva de ontem com a leitura abaixo da esperada do núcleo do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), o mercado teve que absorver hoje a alta de 1,4% do índice de inflação ao produtor (PPI) nos Estados Unidos em março, acima da expectativa, de 1,1%. O núcleo avançou 1% ante projeção de 0,5%.

Esse quadro reforça a perspectiva de que o Federal Reserve vá acelerar o passo e promover altas seguidas da taxa básica em 0,50 ponto porcentual a partir de maio. Mais: vai anunciar formalmente o início ao processo de redução do balanço patrimonial - o que significa, na prática, tirar dinheiro do sistema.

Apesar disso, as taxas dos Treasuries recuaram, com o papel de dois anos na casa de 2,36% e a T-note de 10 anos, a 2,70%, movimento atribuído a ajustes técnicos após uma rodada expressiva de alta dos retornos (que significa queda dos preços dos títulos). O índice DXY - que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes - chegou a operar acima dos 100,500 pontos pela manhã com a divulgação do PPI, mas perdeu força e, quando os negócios fecharam por aqui, era negociado aos 99,880 pontos.

Para Weigt, do Travelex, o mercado parece acreditar que o Fed vai conseguir controlar a inflação mesmo sem adotar uma taxa real de juros positiva. Além disso, uma recessão nos Estados Unidos seria bem improvável. O tesoureiro afirma que, em tal ambiente, a perspectiva continua positiva para os ativos brasileiros. Além dos preços das commodities em patamares elevados e da taxa real juros mais alta do mundo (à exceção da Rússia), o Brasil é praticamente a única alternativa de investimento entre grandes países emergentes.

"Temos um mercado financeiro desenvolvido e líquido. A Rússia está fora do jogo e a China tem problemas. Sobra basicamente o Brasil para quem quer ou precisa alocar em emergentes com um PIB de dimensão considerável", diz Weigt. "O cenário precisaria piorar muito para sair dinheiro de verdade do Brasil e ocorrer uma depreciação forte do real".

Entre indicadores domésticos, destaque para o resultado das vendas no varejo: alta de 1,1% em fevereiro na margem (com ajuste sazonal), acima da mediana de Projeções Broadcast (0,2%). Na comparação anual, as vendas subiram 1,3%, enquanto a mediana era de baixa de 1,3%. O mercado também acompanha a novela em torno do reajuste dos servidores públicos. Segundo fontes ouvidas pelo Broadcast, o ministro da Economia, Paulo Guedes, foi chamado hoje à tarde ao Palácio do Planalto para tentar resolver o impasse. A principal proposta sobre a mesa ainda é oferecer um aumento de 5% para todo o funcionalismo, o que custaria R$ 6 bilhões. (Antonio Perez - [email protected])

17:30

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 4.68870 0.2566 4.70570 4.65380

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4703.000 0.18106 4725.000 4672.500

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4709.500 12/04    

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