ACIRRAMENTO DA ELEIÇÃO LEVA REAL À MELHOR PERFORMANCE GLOBAL E BOLSA AOS 117 MIL PTS

Blog, Cenário

O mercado financeiro doméstico deu prosseguimento hoje ao movimento de corrida ao risco embalado pela aproximação de Jair Bolsonaro a Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas eleitorais. Uma série de levantamentos divulgados entre anteontem e hoje mostram empate às margens do limite da margem de erro, com liderança do petista. Mas o investidor estima que há ainda mais espaço para estreitamento dessa diferença e, dada a indicação de permanência de Paulo Guedes no Ministério da Economia em caso de reeleição bem como a inclinação de Bolsonaro a debater privatizações, houve ganho do real e de ações de estatais. Desta forma, mesmo sem conseguir se firmar abaixo dos R$ 5,20 que mirava mais cedo, o dólar à vista cedeu aos R$ 5,2175 (-1,08%), fazendo com que a moeda brasileira tivesse a melhor performance global ante a americana. Na Bolsa, com a Petrobras (ON +2,68% e PN +2,96%) e Banco do Brasil (ON +4,68%) com ganhos robustos, o índice conseguiu superar a barreira dos 117 mil pontos, aos 117.171,11 no fechamento (+0,77%), perto do nível mais alto desde abril. Os juros futuros não conseguiram seguir integralmente esse fortalecimento dos ativos locais, em parte devido à pressão da escalada dos Treasuries, com a T-note de 10 anos já perto de 4,25% e nos maiores níveis em mais de 10 anos. Lá fora, as taxas sobem diante de mais uma rodada de discursos duros de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA), o que ofuscou no mercado de ações balanços melhores do que o esperado. O Dow Jones caiu 0,30%, o S&P 500 cedeu 0,80% e o Nasdaq recuou 0,61%. A renúncia de Liz Truss do cargo de premiê do Reino Unido vem sendo absorvida ainda, mas emerge a percepção de que o desenlace ajudará a restaurar a credibilidade do país. Assim, a libra subiu em grande parte da sessão, mas terminou em baixa a US$ 1,1214, pressionando o DXY, que cedeu 0,09%, a 112,881 pontos.

•CÂMBIO

•BOLSA

•JUROS

•MERCADOS INTERNACIONAIS

CÂMBIO

Após romper o piso de R$ 5,20 pela manhã, quando desceu até a mínima de R$ 5,1935 (-1,53%), o dólar reduziu o ritmo de baixa no mercado doméstico ao longo da tarde e encerrou a sessão desta quinta-feira (20) cotado a R$ 5,2175, em queda de 1,08% - o que levou a desvalorização acumulada na semana a 1,98%. A diminuição dos ganhos do real na segunda etapa de negócios veio na esteira de ajustes e movimentos de realização de lucros intraday, estimulados pela piora dos mercados acionários em Nova York e moderação das perdas da moeda americana no exterior, sobretudo em relação a pares fortes, após fala dura de dirigente do Federal Reserve.

Mesmo sem conseguir se firmar abaixo de R$ 5,20, o real apresentou não apenas o melhor desempenho entre divisas emergentes como liderou os ganhos em relação ao dólar considerando as moedas mais relevantes do mundo. Operadores identificaram entrada de capital estrangeiro e desmonte de posições defensivas no mercado futuro após pesquisas eleitorais mostrarem, em sua maioria, quadro de empate técnico entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na corrida pelo Palácio do Planalto.

Além de o Ibovespa ter se mantido em alta mesmo com sinal negativo das bolsas em Nova York, com as estatais Petrobras e Banco do Brasil brilhando, operadores ressaltam que houve venda integral do lote de 1 milhão de NTN-F, título preferido do estrangeiro, em leilão do Tesouro. Dados da B3 mostram que os investidores estrangeiros ingressaram com R$ 1,412 bilhão na bolsa doméstica no pregão da última terça-feira (18), justamente no dia em que circularam as primeiras pesquisas revelando estreitamento da diferença entre Lula e Bolsonaro. Ontem, levantamento do Datafolha mostrou o petista com 52% dos votos válidos contra 48% do atual presidente, o que configura empate técnico.

"A agenda econômica está esvaziada por aqui, mas vemos um fluxo de ingresso de capital externo. O resultado das pesquisas eleitorais agrada o mercado e estimula o apetite dos investidor estrangeiro pelo Brasil", afirma o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, para quem ainda há certo receio, contudo, de apostas mais contundentes que levem o real a trabalhar de forma sustentada abaixo da linha de R$ 5,20.

Na primeira semana de outubro, logo após o primeiro turno da eleição presidencial, o fluxo cambial da conta financeira (que reúne investimentos diretos e em carteira) foi positivo em US$ 899 milhões. Já na semana passada (10 a 14) houve saída líquida de US$ 1,615 bilhão por essa conta. Por ora, parece haver sinais de que o capital externo voltou ao país nesta semana.

Para o CIO da Alphatree Capital, Rodrigo Jolig, a reação do mercado às pesquisas é similar à observada após o resultado do primeiro turno das eleições, quando houve formação de um congresso mais conservador e a avaliação de que Lula, se eleito, teria menos espaço para a adoção de medidas heterodoxas.

"O mercado tem uma preferência por Bolsonaro, que representa continuidade com Guedes (Paulo Guedes, ministro da Economia). Já a eleição de Lula traz incertezas para a política econômica", afirma Jolig, que não vê, contudo, um ambiente "desastroso" para o Brasil seja qual for o vencedor do pleito presidencial. "Os maiores riscos vêm do exterior, com a alta de juros nos Estados Unidos e a crise energética na Europa".

Para o gestor, os ativos brasileiros e o real devem ter um desempenho melhor do que os demais emergentes daqui para frente, dado o crescimento local que "vem surpreendendo para cima" e a taxa de juros em nível bastante elevado, o que aumenta muito o custo de carregamento de posições em dólar. "O mercado acredita que o real vai se mexer bastante na segunda-feira após a eleição e ainda carrega proteções por conta da incerteza do resultado. Mas a tendência é que ao longo do tempo a moeda tenha boa performance".

Após forte baixa pela manhã, o índice DXY - que mede o comportamento do dólar frente a seis divisas fortes - rondava a estabilidade no fim do dia, com o dólar zerando as perdas frente ao euro e passando a apresentar leve alta em relação a libra, além de sustentar o avanço ante o iene. Fala dura de dirigente do Federal Reserve e avanço firme das taxas dos Treasuries, que renovaram máximas à tarde, realimentaram a busca pela moeda americana e anularam os ganhos da libra pela manhã, na esteira da renúncia da primeira-ministra do Reino Unido Liz Truss, criticada por seus planos na área fiscal.

Presidente do Federal Reserve (Fed) da Filadélfia, Patrick Harker disse hoje à esperar que o BC americano pause o aumento de juros em "algum momento" de 2023. Ele classificou como "francamente decepcionante" a "falta de progresso até agora" no combate a inflação, o que deve fazer com que o Fed eleve os juros "bem além de 4%" até o fim de 2022. Mais: após encerrar o ciclo de aperto em "algum momento" de 2023, o BC americano manterá a taxa em patamar restritivo "por algum tempo". (Antonio Perez - [email protected])

17:33

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.21750 -1.075 5.25680 5.19350

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5228.000 -1.02234 5268.500 5204.500

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5274.000 -0.89419 5276.500 5236.000

BOLSA

Descolado da tarde negativa em Nova York, o Ibovespa se reaproximou nesta quinta-feira e retomou no fechamento o nível de 117 mil pontos, visto no começo do mês e que corresponde aos melhores patamares para a referência da B3 desde abril. Hoje, o índice emendou o quarto ganho seguido, em alta de 0,77%, aos 117.171,11 pontos, colocando o avanço da semana até aqui em 4,55% e o do mês a 6,48% - no ano, sobe agora 11,78%. Na sessão, oscilou entre mínima de 116.276,16, da abertura, e máxima de 117.366,58 pontos, com giro a R$ 36,9 bilhões, na véspera de vencimento de opções sobre ações.

Na máxima de hoje, o Ibovespa foi ao maior nível intradia desde a sessão de 7 de outubro, então a 117.960,40 pontos, e no fechamento desta quinta-feira marcou a melhor leitura desde o último dia 6 (117.560,83 pontos), em que havia registrado o maior patamar de encerramento desde 8 de abril (118.322,26).

"O Ibovespa se descolou aqui, muito em cima das pesquisas de intenção de voto, que nos levantamentos mais recentes têm mostrado redução da distância entre Lula e Bolsonaro. São dois presidentes já bastante conhecidos do mercado, e serão bem recebidos, mas a resposta a uma eventual vitória do atual presidente pode ser mais perceptível no câmbio e na Bolsa, especialmente nas ações de estatais, onde ainda se sente um risco maior de ingerência no caso de vitória da oposição, pelo histórico", diz Rodrigo Jolig, CIO da Alphatree Capital.

"Do lado externo, o cenário ainda é de cautela, com o prosseguimento de questões já conhecidas, como a elevação dos juros, a inflação e também a crise de energia, especialmente na Europa. Muita pressão ainda, no momento, sobre os rendimentos dos Treasuries, que têm rompido níveis técnicos", acrescenta Jolig.

"Nos Estados Unidos, mesmo com resultados corporativos mais fortes, há muita apreensão em torno do avanço dos rendimentos dos títulos americanos de 10 anos, com o mercado de olho na próxima reunião de política monetária do Federal Reserve, que deve aumentar os juros em mais 75 pontos-base. Assim, o direcional das bolsas americanas seguiu hoje mais o comportamento do mercado de juros do que propriamente os resultados da empresas, que têm sido positivos", diz Dennis Esteves, especialista em renda variável da Blue3.

Em outro desdobramento do dia, no exterior, os contratos futuros de petróleo registraram baixa modesta nesta quinta-feira. A commodity chegou a subir cerca de 3%, com foco no potencial relaxamento de algumas restrições na China para conter a covid-19, mas o fôlego não se sustentou. Ainda assim, Petrobras ON e PN encerraram o dia em alta, respectivamente, de 2,68% e 2,96%, em sessão também muito positiva para outros carros-chefes da B3, como Vale (ON +1,28%) e grandes bancos, com BB (ON +4,68%) mais um vez à frente, após o leve ajuste do dia anterior (+0,31%) - na terça-feira, já havia subido mais de 5%.

Na ponta do Ibovespa nesta quinta-feira, além de Banco do Brasil, destaque também para as siderúrgicas CSN (ON +3,96%), Usiminas (PNA +2,99%) e Gerdau (PN +2,52%). No lado oposto, Americanas (-13,77%), Via (-7,06%), Cyrela (-3,48%), Yduqs (-3,17%) e CVC (-3,16%).

"Apesar de a Bolsa ter trabalhado em alta, os setores mais correlacionados à nossa economia, mais dependentes de capital e mais sensíveis a juros, recuaram. Principalmente o setor de varejo, em especial o comércio eletrônico, com expectativa aí de resultados efetivamente mais fracos", diz Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos.

Como pano de fundo, ele cita também movimentos dos candidatos, com referências a aumentos de salários e cortes de imposto, o que contribui para que a luz do risco fiscal volte a ser acesa. "Num contexto assim, as empresas mais correlacionadas à economia doméstica sofrem mais", acrescenta Moliterno, referindo-se a perdas, hoje, não apenas no setor de consumo, mas também nos de construção civil e de mobilidade, "sensíveis à manutenção de juros altos por tempo prolongado".

Por outro lado, além do prosseguimento da recuperação vista nas ações de bancos, a siderurgia e mineração tiveram recuperação, apesar da queda do preço do minério de ferro na China nesta quinta-feira - hoje, prevaleceu sobre a percepção do investidor, na compra de ativos do setor, a expectativa de "arrefecimento" nos lockdowns na China, que atingem diretamente o nível de atividade do país. (Luís Eduardo Leal - [email protected])

17:32

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 117171.11 0.77134

Máxima 117366.58 +0.94

Mínima 116276.16 0.00

Volume (R$ Bilhões) 3.68B

Volume (US$ Bilhões) 7.06B

17:33

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 118960 0.60042

Máxima 119660 +1.19

Mínima 118470 +0.19

JUROS

O mercado de juros completou mais uma sessão bastante fraca em termos de liquidez e de oscilação de taxas, que encerraram com viés de alta. O bom desempenho do real fez contraponto à nova escalada dos rendimentos dos Treasuries, amarrando as taxas perto da estabilidade ao longo do dia, enquanto os investidores monitoram a movimentação do xadrez eleitoral. Pela manhã, as taxas foram pontualmente pressionadas para cima pelo leilão de prefixados do Tesouro, que trouxe lotes e risco para o mercado maiores do que na semana passada.

O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) mais líquido hoje, para janeiro de 2025, girou cerca de 337 mil contratos, ante média diária de 458 mil nos últimos 30 dias. A taxa fechou em 11,71%, de 11,66% ontem no ajuste. A do DI para janeiro de 2024 ficou estável em 12,86% e a do DI para janeiro de 2027 encerrou em 11,56%, de 11,52%. O dólar à vista recuou 1,08%, fechando em R$ 5,2175.

"O dia não é dos melhores lá fora, o que aqui reflete particularmente no mercado de juros, enquanto nos demais ativos há certa expectativa positiva com as eleições", afirma o estrategista-chefe da Indosuez Brasil, Vladimir Caramaschi.

Os rendimentos dos Treasuries continuaram avançando nesta quinta, cada vez mais consolidados acima do nível de 4%, com a taxa de 10 anos superando 4,20% e a de 2 anos, 4,60%. O comportamento reflete o risco inflacionário nos Estados Unidos, que vai exigir mão pesada do Federal Reserve, como têm mostrado os discursos de dirigentes, ainda que vários deles hoje tenham evitado falar de política monetária. O presidente do Fed da Filadélfia, Patrick Harker, porém, disse que a postura restritiva vai desacelerar a economia e aumentar o desemprego, com inflação recuando aos 2% apenas em 2024.

Na Europa, o cenário não é menos preocupante, com o Reino Unido no olho do furacão. Durou apenas 45 dias a passagem turbulenta da primeira-ministra Liz Truss sob o comando do governo, após o imbróglio do lançamento do pacote fiscal. "Ainda que revele uma enorme crise política do país, a substituição da primeira ministra elimina a chance de um política econômica desastrosa como ela vinha defendendo", afirmam os economistas Bruno Tebaldi e Pedro Paulo Silveira, da Nova Futura Asset.

A proposta embutia amplo programa de corte de impostos e risco para a inflação, o que vinha trazendo estresse ao mercado de títulos e à libra que, hoje, com a renúncia de Truss, estancou a queda ante o dólar. Os gilts, porém, tiveram uma sessão volátil, com a taxa do papel de dez anos perto da estabilidade nos 3,91%.

Além da preocupação com a economia americana e crise política no Reino Unido, a escalada da guerra da Ucrânia e o futuro da economia da China completam o quadro externo considerado extremamente complexo neste momento. Segundo os profissionais da renda fixa, isso ajuda a explicar a liquidez mais baixa por aqui, mas também o compasso de espera pelo desfecho da corrida presidencial e da reunião do Copom.

Segundo analistas da Levante Investimentos, desde o primeiro turno, o número de contratos negociados de DIs futuros têm ficado em uma média de 1,8 milhão, quase metade da média pré-eleição. "O estágio da política econômica brasileira, com o ciclo de alta de juros virtualmente encerrado, também deixa pouco espaço para as taxas avançarem, especialmente no curto prazo", avaliam.

As pesquisas eleitorais têm mostrado aproximação do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) à dianteira de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com alguns casos já de empate técnico. O mercado acredita numa agenda mais liberal do atual mandatário nas privatizações, mas o quadro fiscal, seja quem for o eleito, será complicado. De todo modo, para Caramaschi, há um certo alívio com a possibilidade de cenários "catastróficos".

Diante das incertezas externas e às vésperas do segundo turno, a expectativa é de que o Copom pouco altere sua mensagem no comunicado de política monetária da reunião na semana que vem, para a qual é unânime entre as 59 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast a previsão manutenção da Selic em 13,75%. A tendência é sustentar no discurso o risco de nova alta da taxa, até para dispersar apostas precoces no ciclo de cortes.

No leilão de prefixados, o Tesouro encontrou demanda integral pelas 14 milhões de LTN e 1 milhão de NTN-F ofertadas e, segundo operadores, havia apetite até para mais. O risco em DV01 ficou em US$ 555 mil, de US$ 226 mil na última quinta-feira, de acordo com a Necton Investimentos. (Denise Abarca - [email protected])

17:31

 Operação   Último 

CDB Prefixado dias (%a.a) 13.66

Capital de Giro (%a.a) 6.76

Hot Money (%a.m) 0.63

CDI Over (%a.a) 13.65

Over Selic (%a.a) 13.65

MERCADOS INTERNACIONAIS

O Reino Unido, que enfrenta uma onda de incerteza política e econômica, exacerbada pela renúncia da primeira-ministra, esteve no centro das mesas de negociação nesta quinta-feira. No entanto, o mercado até agora viu com bons olhos a saída de Liz Truss e transferiu para o novo premiê que ocupar o cargo a responsabilidade de restaurar a credibilidade do país, após o fracasso do plano fiscal. Dessa forma, a libra se valorizou em grande parte da sessão e pressionou o dólar. Do outro lado do Atlântico, a rodada de comentários hawkish de dirigentes do Federal Reserve (Fed), que continuam a pregar a continuidade do aperto monetário, pesaram nos índices de Nova York, deixando resultados positivos de balanços em segundo plano, ao mesmo tempo em que impulsionaram os rendimentos dos Treasuries.

De acordo com a Capital Economics, a saída de Truss era um passo necessário para restabelecer a confiança do governo no Reino Unido, e o próximo líder terá de fazer mais para recuperar a credibilidade "sob os olhos do mercado financeiro". Para o deVere Group, a renúncia deve aumentar os temores do mercado à medida que o "caos político" aumenta. "Haverá um rali de alívio nos mercados agora que Truss confirmou sua saída, mas será de curta duração, pois a agitação política permanece", destaca. "Vamos precisar de taxas mais altas e estamos olhando para uma recessão mais profunda do que estávamos há um mês. É muito difícil ver como esses fundamentos vão mudar com um novo primeiro-ministro", disse Simon Harvey, chefe de análise cambial da Monex Europe, ao Wall Street Journal.

O The Guardian noticiou hoje que a primeira votação entre os parlamentares para a escolha do novo premiê deve acontecer na próxima segunda-feira. O ex-ministro das Finanças, Rishi Sunak, e a atual líder da Casa dos Comuns, Penny Mordaunt, respectivamente, são favoritos na corrida. Enquanto a nova posse não acontece, o governo do país deve entregar o seu plano fiscal no dia 31 de outubro. "Vai ser uma semana feia para os conservadores porque eles estão profundamente divididos em ideologia básica", disse Anand Menon, professor de política do King's College London, ao WSJ.

Neste cenário, volátil, a libra subiu em grande parte da sessão, pressionando a divisa americana. Para o TD Securities, a saída de Truss deve segurar a queda da libra, já que reduz a desvantagem de uma perspectiva de risco. O ING comenta ainda que a questão mais convincente é se a libra esterlina precisa desfazer completamente as perdas impostas pelas medidas fiscais de Truss. No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 150,24 ienes, o euro avançava a US$ 0,9781 e a libra tinha baixa a US$ 1,1214. O DXY registrou queda de 0,09%, a 112,881 pontos.

Já nos Estados Unidos, comentários do Fed seguem no radar. Presidente do BC americano da Filadélfia, Patrick Harker, disse hoje esperar que o Fed pause o aumento de juros em "algum momento" de 2023, mas alertou que a instituição pode apertar mais a política monetária caso os dados indiquem a necessidade. "No momento, continuamos recebendo surpresas de alta sobre a inflação em todos os lugares que você olha", disse Hugh Gimber, estrategista do J.P. Morgan Asset Management. "Ninguém realmente tem uma boa noção de onde os bancos centrais - particularmente o Fed - serão capazes de parar".

O Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês) afirmou, em relatório divulgado hoje, que não há um consenso sobre a direção que a política monetária deve tomar nos próximos meses.

Dessa forma, a perspectiva de aperto monetário agressivo ofuscou os ganhos de empresas e pesou sobre as bolsas de Nova York. Papéis da AT&T subiram 7,72%, após a empresa superar previsão de lucro e receita. Ações da IBM também subiram (4,73%) depois do balanço divulgado ontem. O índice Dow Jones fechou em baixa de 0,30%, em 30.333,59 pontos, o S&P 500 recuou 0,80%, a 3.665,78 pontos, e o Nasdaq caiu 0,61%, a 10.614,84 pontos. No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos subia a 4,614%, o da T-note de 10 anos avançava a 4,228% e o do T-bond de 30 anos, a 4,224%. Durante a sessão, os retornos renovaram máximas desde 2008, 2007 e 2011, respectivamente.

Entre as commodities, os contratos futuros de petróleo registraram baixa modesta, após terem chegado a subir cerca de 3%, de olho na demanda chinesa. As autoridades do país asiático estão debatendo se devem reduzir a quantidade de tempo que as pessoas que entram no país devem passar em quarentena obrigatória, de acordo com pessoas familiarizadas com as discussões disseram à Bloomberg. O contrato do WTI para dezembro fechou em baixa de 0,01% (US$ 0,01), a US$ 84,51 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para o mesmo mês caiu 0,03% (US$ 0,03), a US$ 92,38 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). [Letícia Simionato - [email protected]]

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