O ambiente ameno no exterior em uma sessão de agenda esvaziada abriu espaço para que os ativos domésticos seguissem se valorizando sob a visão favorável de um Banco Central mais "dove", que encerre o ciclo de alta da Selic. Sob a perspectiva de divulgações da ata do Copom e de um IPCA deflacionário, amanhã, a busca pelo risco dominou a sessão de negócios, coroada pela valorização de commodities e dólar globalmente enfraquecido. O fôlego do Ibovespa foi ampliado para a marca dos 108 mil pontos, em sua quinta sessão consecutiva de alta, o dólar caiu a R$ 5,10 na mínima do dia e a curva de juros desinflou ainda mais, com ênfase nos vértices mais longos, que, ajudados pelo recuo no rendimento dos Treasuries, tiveram alívio de mais de 30 bps ao final do dia. Diante da queda dos DIs, investidores aproveitam para buscar papéis descontados e mais sensíveis aos juros. O Índice Bovespa subiu 1,81%, aos 108.402,27 pontos, maior nível desde 7 de junho (110.069,76 pontos). Isso mesmo com seus pares em Nova York titubeando. O dólar fechou o quarto pregão seguido em queda, a R$ 5,1129 no spot (-1,04%), o menor nível desde 15 de junho. O enfraquecimento da divisa americana deu apoio ao petróleo, que oscilou em alta durante o dia, sendo impactado, por outro lado, por temores com a demanda chinesa. O país asiático anunciou nesta segunda-feira que está estendendo exercícios militares ameaçadores em torno de Taiwan.
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BOLSA
Mostrando bem mais fôlego do que o apetite por risco visto no exterior, o Ibovespa emendou a quinta marcha na recuperação e reconquistou hoje a linha de 108 mil pontos, em seu maior nível de fechamento desde 7 de junho (110.069,76). Nesta segunda-feira, a referência da B3 subiu 1,81%, a 108.402,27 pontos, entre mínima de 106.472,87 e máxima de 108.489,25, saindo de abertura aos 106.473,03. O giro foi a R$ 29,9 bilhões nesta abertura de semana em que a atenção do mercado estará concentrada em novos dados sobre a inflação nos Estados Unidos, e também no Brasil. No mês, o índice sobe 5,08% e, no ano, 3,42%.
Em dia positivo para o petróleo, os fortes ganhos em Petrobras (ON +4,82%, PN + 5,05%) foram decisivos para que o Ibovespa conquistasse quase 2 mil pontos nesta sessão, em segunda-feira também de avanço para outro segmento de peso, o financeiro, com BB ON (+3,15%) à frente. Vale (ON +0,85%) teve desempenho discreto, em sessão em boa parte mista para a siderurgia (Gerdau PN +0,81%, CSN ON -0,84%), embora ao final majoritariamente positiva também para o setor. Na ponta do Ibovespa, Rede D´Or (+6,61%), Sul América (+6,47%) e Gol (+6,41%), com JBS (-3,64%), Locaweb (-2,35%) e MRV (-1,93%) no lado oposto.
O quinto ganho diário consecutivo registrado na sessão iguala em extensão sequência entre os dias 15 e 21 de julho, mas desta vez o avanço é mais acentuado, com um ganho na casa de 2%, na quinta-feira, e outros dois acima de 1% na série iniciada no último dia 2, após o Ibovespa ter começado agosto em baixa, a 102.225,08 - de lá para cá, a progressão chega agora perto de 6,2 mil pontos.
Logo cedo, os mercados de fora pareciam inclinados a se recuperar da sexta-feira, em que predominaram, após o sólido relatório sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos em julho, receios de que o Federal Reserve precisará manter pulso firme sobre os juros de referência, com novo aumento de 75 pontos-base em setembro. Ao longo da tarde, a falta de sinal único prevaleceu em Nova York, com S&P 500 (-0,12%) e Nasdaq (-0,10%) em leve baixa no fechamento.
“O mercado aguarda atentamente os dados de inflação nos EUA. A expectativa é por desaceleração, devido ao recuo dos preços de combustíveis, mas o que mais interessa será o núcleo do índice [que exclui itens considerados voláteis, como energia]. Depois do payroll, se essa medida vier forte, o Fed tem todo motivo para continuar com mais uma alta de 0,75 ponto porcentual”, observa em nota a Guide Investimentos.
Para o estrategista macro da Genial Investimentos, Roberto Motta, frente à discrepância entre o resultado efetivo e a expectativa para a geração de vagas de trabalho nos Estados Unidos, na leitura de sexta-feira, era de se esperar até que os mercados “azedassem” mais. “A semana começou com apetite por risco. A reação dos mercados na sexta-feira aos números do mercado de trabalho me impressionou, e aqui os mercados descolaram completamente. Eu acho que está realmente começando a chegar dinheiro para o Brasil. É preciso continuar monitorando o volume, tomara que volte, como vimos na última quarta-feira”, observou o estrategista, em 'call' desta segunda-feira.
“Não surfamos tanto a última melhora, ficamos para trás, lembrando que o Nasdaq subiu 12% no mês de julho e o S&P 500, 9%. Está na hora de [o mercado aqui] descolar e andar bem”, acrescenta Motta, observando que o apetite por risco, nessas últimas sessões, têm ocorrido em paralelo a avanço na curva de juros americana - a probabilidade de 75 bps cresceu muito, aponta o estrategista. “O mercado de juros andou com o dado forte sobre o mercado de trabalho americano. O Fed fund em final de ciclo já está em 3,65%, lembrando que o mais duro de todos no Fed, James Bullard [presidente do Fed de St. Louis], fala em algo entre 3,75% e 4%.”
Assim, em uma segunda-feira de agenda esvaziada aqui e no exterior, a atenção se volta para o que a leitura sobre a inflação americana a ser conhecida nesta semana permitirá aferir sobre a disposição do Fed. Enquanto isso, “a expectativa pelo fim do ciclo de elevação de juros no Brasil continuou a dar apoio ao apetite por risco neste início de semana” na B3, diz Romero Oliveira, head de renda variável da Valor Investimentos.
Aqui, “na véspera da divulgação da ata do Copom e do IPCA, os juros futuros recuaram mesmo com a alta das commodities, o que sinaliza a possibilidade de um cenário inflacionário mais controlado”, bem como do “fim do ciclo de alta dos juros, como dito pelo Banco Central”, o que contribui como “alavanca à tomada de risco”, aponta Leandro De Checchi, analista da Clear Corretora, destacando também o impulso proporcionado pela boa temporada de resultados corporativos. (Luís Eduardo Leal - [email protected])
17:32
Índice Bovespa Pontos Var. %
Último 108402.27 1.81301
Máxima 108489.25 +1.89
Mínima 106472.87 0.00
Volume (R$ Bilhões) 2.98B
Volume (US$ Bilhões) 5.82B
17:33
Índ. Bovespa Futuro INDICE BOVESPA Var. %
Último 108970 2.12746
Máxima 109050 +2.20
Mínima 107160 +0.43
JUROS
Na mesma toada em que fechou a semana passada, a curva de juros continuou descarregando prêmios de risco nesta segunda-feira, em movimento ainda protagonizado pelos vértices longos, resultando em mais uma pernada de desinclinação. As taxas dos principais contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento partir de 2025 encerraram abaixo de 12%, influenciadas pelo bom humor no ambiente internacional, com recuo no retorno dos Treasuries e o dólar enfraquecido. O alívio reflete ainda a ideia de que o Copom, a confirmar na ata de amanhã a sinalização do comunicado, terá encerrado o ciclo de altas da Selic e, tão logo o cenário permita, vai inaugurar o ajuste de baixa da taxa básica.
A taxa do DI para janeiro de 2023 fechou em 13,745%, de 13,766% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2024 caiu de 13,018% para 12,92%. O DI para janeiro de 2025 encerrou com taxa de 11,855% (mínima), de 12,097%. A do DI para janeiro de 2027 caiu de 12,004% para 11,66% - na mínima e no nível mais baixo desde o último dia 11 de abril (11,64%). No mercado secundário das NTN-B, as taxas também recuaram, com os papéis mais longos já voltando a rodar abaixo de 6%.
Os principais vértices do miolo em diante fecharam nas mínimas do dia, com queda de 35 pontos-base em alguns casos. Com agenda esvaziada tanto aqui quanto lá fora, o mercado deu sequência ao que já vinha fazendo na semana passada, mas hoje com o estímulo adicional da valorização do câmbio e da trajetória baixista dos Treasuries. Desde o comunicado do Copom na última quarta (3), que deixou um espaço apenas residual para voltar a elevar a Selic no encontro de setembro, o mercado iniciou uma corrida aos elevados prêmios de risco embutidos na curva, na medida em que o próximo passo da autoridade monetária para alterar a Selic, seja quando for, será de cortes.
"O comportamento do mercado externo hoje permitiu que o investidor continuasse a operar a precificação de fim de ciclo. Vamos ver se isso se mantém ao longo da semana", afirmou o estrategista-chefe da CA Indosuez Brasil, Vladimir Caramaschi, lembrando que o índice de inflação ao consumidor (CPI, em inglês) dos EUA, na quarta-feira, pode mudar o cenário lá fora.
O mercado tentou também se antecipar à agenda doméstica desta terça-feira, que tem a ata do Copom e IPCA de julho como destaques. Sobre a ata, as atenções estarão voltadas à confirmação da expectativa de fim de aperto e a detalhes sobre a menção do Banco Central ao cenário de 12 meses até o primeiro trimestre de 2024. "O mercado reagiu ao comunicado da decisão da semana passada com um grande rali nos juros, e a ata pode corroborar ou contrariar essa visão do mercado, que aposta cada vez mais em quedas próximas", afirmam os economistas da SulAmérica Investimentos.
No caso do IPCA, a mediana das estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast aponta taxa negativa de 0,66% em julho, que seria a maior deflação do índice na era do Plano Real. Do mesmo modo, para a abertura do dado, a expectativa é de deflação histórica para preços administrados (-4,36%), segundo a mediana das previsões.
"O mercado vem digerindo bem a ideia de fim de ciclo, muito por causa da inflação em queda, ainda que de forma 'mandrake'", avalia Caramaschi, referindo-se ao fato de que o alívio de preços deve ser devolvido em 2023, quando cessam as medidas de desoneração tributária. Na pesquisa Focus desta segunda, a mediana para o IPCA do ano que vem subiu de 5,33% para 5,36%, cada vez mais distante do teto da meta de 4,75%.
No exterior, os Treasuries se ajustaram em baixa, corrigindo a alta desencadeada pela surpresa com o payroll forte em julho na sexta-feira. A taxa da T-note de dez anos projetava 2,75%, de 2,83% na tarde de sexta-feira. O dólar teve queda generalizada, fechando no Brasil em R$ 5,1129.
Outro evento com potencial para influenciar a curva amanhã é o leilão de NTN-B, no último dia do período de hiato dos dealers. Mesmo sem a pressão para que estes players participem da operação, a leitura é de leilão grande, considerando o forte apetite do mercado nos últimos dias. Vale destacar ainda que na próxima segunda-feira haverá pagamento de cupom de NTN-B anos pares e vencimento da NTN-B 15/8/2022, que devem movimentar quase R$ 200 bilhões. (Denise Abarca - [email protected])
17:31
Operação Último
CDB Prefixado dias (%a.a) 13.66
Capital de Giro (%a.a) 6.76
Hot Money (%a.m) 0.63
CDI Over (%a.a) 13.65
Over Selic (%a.a) 13.65
CÂMBIO
A trinca formada por alta das commodities, apetite do capital estrangeiro por ativos locais e enfraquecimento global da moeda americana levou a mais um dia de forte apreciação do real. Em baixa desde a abertura dos negócios, o dólar emendou nesta segunda-feira (8) o quarto pregão seguido de queda no mercado doméstico e chegou a flertar com o rompimento do piso de R$ 5,10, ao tocar mínima a R$ 5,1037 (-1,22%) ainda pela manhã. Após trabalhar ao longo da tarde entre R$ 5,11 e R$ 5,12, a divisa encerrou o dia em baixa de 1,04%, cotada a R$ 5,1129 - menor valor de fechamento desde 15 de junho.
Com a agenda esvaziada de indicadores, o mercado ainda reverbera o resultado acima do esperado do relatório de emprego (payroll) americano em julho, que mitigou temores de recessão nos EUA e ensejou recuperação dos preços de commodities. Depois de fechar com alta de 2,63% na sexta-feira, o minério de ferro subiu mais 2,78% nesta segunda-feira em Qingdao, na China. Investidores receberam bem dados da balança comercial chinesa em julho, com exportações acima do previsto. Os contratos futuros de petróleo subiram no mercado internacional, com o tipo Brent para setembro, referência para a Petrobras, em alta de 1,82%, a US$ 96,65 o barril.
"O payroll pode abrir caminho para o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) subir mais os juros, mas ao mesmo tempo mostra que a crise não está às portas dos EUA e gera estímulo para o mercado de commodities. Isso beneficia nossa Bolsa e o real", diz o economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni, que vê uma taxa de câmbio ao redor de R$ 5,20 "mais perto do equilíbrio", dado o início da corrida eleitoral e as dúvidas que pairam sobre as contas públicas em 2023. "Essa queda para perto de R$ 5,10 é um pouco exagerada pelos riscos que temos".
Além do ambiente mais favorável a preços de commodities, o real é favorecido pelo apetite do estrangeiro por ações e renda fixa domésticas, em meio à percepção de que o Comitê de Política Monetária (Copom) pode ter encerado o ciclo de aperto monetário, ao elevar na quarta-feira (3) a taxa Selic em 0,50 ponto porcentual, para 13,75% ao ano. Amanhã sai o IPCA de julho, com grande possibilidade de apresentar de deflação, e a ata do Copom, que pode reforçar a perspectiva de que não haverá novas elevações da Selic.
"Parece que teve maior apetite ao risco que acabou trazendo fluxo para cá. O diferencial de juros está sendo favorável para o Brasil, o que contribui para a queda do dólar por aqui", afirma a economista Cristiane Quartaroli. "Além disso, a gente tem visto também alta nos preços das commodities, o que acaba favorecendo países exportadores de matérias-primas, que é o caso do Brasil".
A Secretaria de Comércio Exterior (Secex), ligada ao Ministério da Economia, informou hoje à tarde que a balança comercial brasileira registrou superávit comercial de US$ 1,236 bilhão na primeira semana de agosto de 2022. No acumulado do ano até agosto, o saldo é positivo em US$ 41,125 bilhões.
No exterior, o índice DXY - referência do comportamento do dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes - operou em baixa moderada ao longo do dia, na casa dos 106 mil pontos. A moeda americana caiu em bloco frente a divisas emergentes e de países exportadores de commodities, com raras exceções como a lira turca e o rublo russo.
Após o payroll de julho, o mercado aguarda a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) no mês passado, na quarta-feira (10), para calibrar as apostas em torno do ritmo e do tamanho do ciclo de alta da taxa básica americana pelo Federal Reserve. Monitoramento do CME Group mostra que as chances de elevação dos Fed Funds em 75 pontos base em setembro são majoritárias.
Para o economista-chefe do Banco Fibra, Cristiano Oliveira, os dados do mercado de trabalho deixam claro que "a economia americana está em expansão, ainda que em ritmo menor do que há alguns meses". Ele ressalta, contudo, que seus modelos indicam que a probabilidade dos EUA entrarem em recessão nos próximos 6 a 12 meses está em torno de 70%.
Por ora, Oliveira mantém a expectativa de mais três altas de 50 pontos-base dos juros americanos neste ano. "Porém, reconhecemos que o Fed poderá optar por uma política monetária mais apertada, mantendo o ritmo de 75 pontos por pelo menos uma reunião", afirma o economista, em relatório. (Antonio Perez - [email protected])
17:33
Dólar (spot e futuro) Último Var. % Máxima Mínima
Dólar Comercial (AE) 5.11290 -1.0432 5.14980 5.10370
Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0
DOLAR COMERCIAL FUTURO 5147.000 -1.0763 5186.500 5139.000
DOLAR COMERCIAL 5252.493 27/07
MERCADOS INTERNACIONAIS
Em um dia de agenda esvaziada, as bolsas de Nova York, que operaram com volatilidade durante a sessão, fecharam mistas, enquanto investidores aguardam pelos dados do índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos, que serão divulgados na quarta-feira. Na renda fixa, os rendimentos dos Treasuries caíram, assim como o índice DXY, que mede as variações da moeda americana frente a outras seis moedas relevantes. O enfraquecimento da divisa americana, por sua vez, deu apoio ao petróleo, que oscilou durante o dia, sendo impactado por temores com a demanda chinesa. O país asiático anunciou nesta segunda-feira que está estendendo exercícios militares ameaçadores em torno de Taiwan.
"Os mercados ainda estão digerindo o payroll de sexta-feira. Quando você vê o que está acontecendo no mercado de trabalho, isso não parece uma recessão no sentido amplo", disse Kiran Ganesh, estrategista de multiativos do UBS, ao The Wall Street Journal. "Os investidores parecem estar com vontade de ouvir as boas notícias", completa. No fechamento, o Dow Jones subiu 0,09%, a 32.832,54 pontos, o S&P 500 caiu 0,12%, a 4.140,06 pontos, e o Nasdaq cedeu 0,10%, a 12.644,46 pontos. Papéis da Apple, Microsoft e Intel caíram 0,29%, 0,92% e 0,03%, respectivamente.
Os juros dos Treasuries seguiram os mercados acionários e também operaram com viés de baixa. "O que inferimos do mercado de títulos é que os investidores estão se posicionando para uma desaceleração. Eles começaram a precificar cada vez mais em uma chance maior de uma alta de 75 pontos-base em setembro", disse Karim Chedid, estrategista de investimentos da BlackRock. Ferramenta do CME Group mostra que o mercado precifica 67,5% de chance de alta de 0,75 ponto porcentual nos juros americanos no próximo mês. No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos operava estável a 3,217%, o da T-note de 10 anos caía a 2,761% e o do T-bond de 30 anos tinha baixa a 2,997%.
Também considerado um porto seguro, o dólar caiu hoje. De acordo com a Western Union, embora a moeda tenha superado com sucesso o obstáculo do payroll, outro grande aumento da taxa do Federal Reserve (Fed) ainda está por vir. "O próximo obstáculo surge com uma leitura de quarta-feira sobre a inflação ao consumidor dos EUA", analisa. O DXY registrou baixa de 0,17%, a 106,435 pontos. Já o dólar subia a 135,09 ienes, o euro avançava a US$ 1,0191 e a libra tinha alta a US$ 1,2078.
Com o enfraquecimento da divisa americana, os contratos futuros do petróleo subiram nesta segunda-feira. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI para setembro fechou em alta de 1,97% (US$ 1,75), a US$ 90,76. Enquanto o do Brent para o mês seguinte subiu 1,82% (US$ 1,73), a US$ 96,65, na Intercontinental Exchange (ICE). Apesar da alta, investidores seguem digerindo números mistos da balança comercial da China, com exportações acima das expectativas e importações abaixo do esperado. De acordo com a Capital Economics, as exportações da China se mantiveram fortes em julho, graças a um acúmulo de encomendas que ainda estão sendo despachadas em meio ao alívio dos distúrbios nas cadeias de oferta com a reversão de lockdowns relacionados à covid-19. A consultoria britânica, porém, acredita que não demorará muito para que os embarques desacelerem com o arrefecimento da demanda externa.
O país asiático ainda anunciou nesta segunda-feira que está estendendo exercícios militares ameaçadores em torno de Taiwan. Os militares disseram que os exercícios envolvendo ataques com mísseis, aviões de guerra e movimentos de navios que cruzam a linha média do Estreito de Taiwan, dividindo os lados, foram uma resposta à visita da presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, à ilha.
De acordo com a High Frequency Economics (HFE), é difícil analisar precisamente o que ocorre no espaço aéreo e nas águas ao redor de Taiwan. Para a Capital Economics, Taiwan é muito mais importante para a economia mundial do que sua participação de 1% no PIB global indicaria. "Uma nova escalada nas tensões por meio do Estreito que cortaria as exportações de Taiwan do resto do mundo levaria a uma nova escassez nos setores automotivo e eletrônico, e pressionaria ainda mais a inflação", diz a consultoria em relatório. [Contato: [email protected]]