RISCO DE INTERVENCIONISMO FAZ INVESTIDOR VENDER

Blog, Cenário
Ainda que o mergulho dos ativos brasileiros tenha sido um pouco mais suave do que se desenhava pela manhã, a queda de quase 6 mil pontos do Ibovespa, com Petrobras perdendo mais de 20%, a intervenção do Banco Central para suavizar a alta do dólar e o aumento das apostas em um aperto de 0,50 ponto da Selic em março não deixam dúvidas: a troca de comando na estatal petroleira minou uma parte da confiança dos investidores no Brasil. Até porque o presidente Jair Bolsonaro deixou claro que uma das razões para tirar Roberto Castello Branco do comando da Petrobras foi o aumento mais recente dos preços dos combustíveis, que ele diz não conseguir entender. O mercado, por sua vez, precificou que isso pode significar um distanciamento ainda maior dos preços internos ante os internacionais, o que já vinha ocorrendo em algumas situações, segundo analistas e importadores de combustíveis. Como Bolsonaro também ameaçou "meter o dedo" no setor elétrico e disse que mais mudanças virão, reforçando temores sobre uma troca na presidência do Banco do Brasil, as estatais tombaram em bloco e o Ibovespa terminou o dia com baixa de 4,87% - maior queda para um único dia desde 24 de abril, com o desembarque de Sérgio Moro do governo - aos 112.667,70 pontos. E os temores de uma guinada intervencionista trouxeram à tona a possibilidade de um ciclo vicioso, onde o investidor estrangeiro reduz exposição em Brasil, como já sugeriram várias casas hoje, o dólar segue em alta diante do real, pressiona ainda mais a inflação em um cenário de alta das commodities, o que gera um aperto monetário mais rápido e/ou intenso do que se previa. Diante disso, considerando a delicada situação das contas públicas brasileiras e as incertezas sobre medidas populistas que custem ainda mais aos cofres públicos, os investidores não veem outra saída que não o andamento da agenda de reformas. E foi justamente a promessa de que isso ocorrerá, feita pelo presidente da Câmara, Artur Lira, que tirou um pouco do ímpeto dos juros longos. Mesmo assim, essas taxas subiram 20 pontos ou mais. No caso do dólar, que depois de bater em R$ 5,53 pela manhã, terminou com valorização mais discreta, ao subir 1,27%, a R$ 5,4539 no mercado à vista, além da venda de US$ 1 bilhão em swaps pelo BC, os agentes relataram um movimento de realização de ganhos e correção dos exageros de mais cedo. Vale notar que a melhora dos mercados em Wall Street também contribuiu para amenizar o mau humor no Brasil. Ainda assim, as bolsas de Nova York fecharam sem sinal único. Embora a pandemia continue como risco importante no radar, há a perspectiva de retomada da atividade, o que ajudou o petróleo a subir mais de 3%.  
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  BOLSA O Ibovespa teve variação de 6,7 mil pontos entre mínima e máxima desta segunda-feira, algo não visto desde o pior momento da pandemia, em março, quando os ativos globais se preparavam para uma espécie de fim do mundo, e também no fim de abril, momento em que a ruidosa saída de Sergio Moro do governo trouxe volatilidade. No Brasil, a consumação da interferência no comando da Petrobras na sexta à noite e a promessa feita no fim de semana pelo presidente Bolsonaro, de que "tem mais por vir" e de que pode "meter o dedo" no setor elétrico, colocaram os ativos do País em espiral negativa desde a abertura, com dólar a R$ 5,53 na máxima do dia e perdas superiores a 20% para as ações ON e PN da Petrobras nesta segunda-feira.   Ao fim, o Ibovespa mostrava queda de 4,87%, aos 112.667,70 pontos, no menor nível desde 3 de dezembro (112.291,59), tendo chegado na mínima de hoje aos 111.650,26 pontos (piso intradia desde 2 de dezembro) saindo de máxima na abertura aos 118.388,07 pontos, com giro financeiro a R$ 84,3 bilhões na sessão, bem reforçado pelo vencimento de opções sobre ações. Em porcentual, a queda desta segunda-feira superou a de 28 de outubro (-4,25%), quando se esboçava a segunda onda de lockdown na Europa, e foi a pior desde 24 de abril (-5,45%) de 2020, dia em que o então ministro Sergio Moro deixou o cargo.   Perto do fim da sessão, a notícia de que um juiz federal de primeira instância em Minas Gerais determinou que o presidente Bolsonaro preste informações em 72 horas sobre a troca de comando na estatal levantou o temor de que a questão venha a ser judicializada, inclusive no exterior, observa um operador. Assim, na reta final, o Ibovespa voltou a perder a linha de 113 mil pontos, que havia sustentado em boa parte da tarde.   No mês, o índice da B3 passa a acumular desempenho negativo, em queda de 2,09%, elevando as perdas no ano a 5,33%. No encerramento, Petrobras ON cedeu 20,48%, a R$ 21,55, e a PN caiu 21,51%, a R$ 21,45, ambas pelo segundo dia na ponta negativa do Ibovespa - nas mínimas de hoje, foram respectivamente a R$ 21,35 e a R$ 21,40.   A decisão do governo de trocar o comando da Petrobras após os reajustes nos preços dos combustíveis tem viés negativo na análise de risco de crédito da estatal, segundo a Moody's, enquanto, para a S&P, a interferência pode afetar a lucratividade e o fluxo de caixa da empresa. Nesta segunda-feira, casas como XP, Bradesco BBI e Credit Suisse reduziram o preço-alvo e cortaram a recomendação para as ações da petrolífera - por sua vez, o JPMorgan rebaixou a recomendação para os bonds da empresa. "Evidentemente, temos uma situação negativa não apenas para os papéis da Petrobras, como também para os ativos brasileiros em geral, levando o mercado a reprecificar o 'risco Bolsonaro'", diz Pedro Paulo Silveira, gestor da Nova Futura Investimentos.   Colocando o cenário macro em revisão, a Ativa Investimentos prevê câmbio e juros mais elevados, deterioração fiscal possivelmente maior e PIB mais baixo. "O discurso dele (Bolsonaro) torna-se populista quando se vale de uma tentativa de colocar o povo como explorado. Ao afirmar que não vai interferir e adiciona um 'mas', ele está justificando a interferência, o que implica incoerência", observa em nota Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa.   "Há um calafrio, pela lembrança recente do governo Dilma (Rousseff) e do que se viu então sobre o setor elétrico e a própria Petrobras. O pesadelo passa de novo. E com os generais cada vez mais em evidência no governo, ainda faz lembrar a Venezuela, de Chávez, um líder militar a quem Bolsonaro chegou a elogiar no passado", diz uma fonte de mercado. O silêncio do ministro Paulo Guedes sobre a demissão sumária de Roberto Castello Branco, um liberal pós-graduado em Chicago indicado pelo próprio Guedes, também não passou despercebido. "O governo rasgou a fantasia."   "As ações preferenciais da Petrobras chegaram a valer R$ 6,70 em dezembro de 2015, no governo Dilma, quando ocorreu intervenção política parecida com a recente demissão do presidente da estatal pelo presidente da República", observa Erminio Lucci, CEO da BGC Liquidez. "Este tipo de interferência, populista de direita, é um déjà vu da política populista de esquerda adotada pelo governo da ex-presidente", acrescenta. "A pergunta que se faz é como o ministro da Economia irá se posicionar diante da gravidade da decisão do Executivo em relação aos princípios do livre mercado e do liberalismo econômico", conclui Lucci, observando que "a interferência terá efeitos de longo prazo na percepção do investidor estrangeiro sobre o ambiente de negócios no País".   "Todo analista precisa pensar duas vezes sobre as avaliações de cada ativo brasileiro, agora que Bolsonaro parece focado em aumentar sua popularidade", observa de Nova York o analista Edward Moya, da OANDA, em nota.   Assim, a onda de temor quanto a um Bolsonaro desgovernado, passando por cima do melhor aconselhamento econômico para buscar conforto direto junto ao eleitor de 2022, pôs não apenas a Petrobras, mas também as ações de outras estatais, como Banco do Brasil (ON -11,65%) e Eletrobras (ON -0,69%), entre as perdedoras do dia. Relato de que o presidente do BB, André Brandão, com quem Bolsonaro entrou em rota de colisão em janeiro, será o próximo da lista de demissões colocou as ações do banco bem à frente das perdas observadas no segmento nesta segunda-feira, com destaque também para Itaú PN (-7,28%) e Bradesco PN (-6,56%).   Apesar da sangria observada em empresas e setores de peso, houve alguns destaques positivos, como parte da siderurgia, com CSN em avanço de 1,47% e Usiminas, de 0,13%, ambos bem moderados no fechamento da sessão - outras empresas com receita em dólar, em alta nesta segunda-feira, foram melhor, como Klabin (+3,21%) e Suzano (+2,47%).   Na ponta do Ibovespa, Lojas Americanas mostrava alta de 19,88% no encerramento, à frente de Embraer (+7,40%) e de Cielo (+4,76%). Fatores intrínsecos a essas empresas justificam o descolamento observado ao longo da sessão: comunicado conjunto de que Americanas e B2W terão comitês especiais independentes para avaliar combinação de suas operações; a Cielo, possível oferta de aquisição primária (OPA); e Embraer, a perspectiva positiva de negociação entre a fabricante e a alemã Lufthansa sobre troca de pedidos de aeronaves. (Luís Eduardo Leal - [email protected])     18:32   Índice Bovespa   Pontos   Var. % Último 112667.70 -4.866 Máxima 118388.07 -0.04 Mínima 111650.26 -5.73 Volume (R$ Bilhões) 8.43B Volume (US$ Bilhões) 1.53B         18:33   Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % Último 112140 -5.13894 Máxima 114605 -3.05 Mínima 111725 -5.49     JUROS O mercado de juros experimentou alívio no período vespertino, com as taxas a partir dos vértices intermediários desacelerando a alta para perto de 20 pontos-base, longe das máximas atingidas pela manhã quando o avanço superava 30 pontos com a repercussão da decisão do presidente Jair Bolsonaro de trocar o comando da Petrobras. O clima segue sendo de muita incerteza sobre uma guinada populista do governo que ameace a agenda liberal do ministro Paulo Guedes, mas os agentes encontraram algum consolo à tarde nas declarações do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em defesa da retomada da agenda das reformas, publicadas em sua conta no Twitter.   O dólar reduziu sua força ante o real e também à tarde o mercado conseguiu olhar com mais atenção para o conteúdo da minuta da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para destravar o auxílio emergencial, que surpreendeu positivamente. De todo modo, houve ganho importante de inclinação nesta segunda-feira, embora as taxas curtas tenham avançado com aumento das apostas de que o Copom terá de iniciar o ciclo de aperto monetário de maneira mais firme já em março, com elevação da Selic em 0,5 ponto porcentual. Não somente pela piora do risco fiscal mas também nova deterioração das estimativas de inflação e Selic trazidas pela pesquisa Focus.   A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 encerrou em 3,53% (regular e estendida), de 3,442% no ajuste anterior, e a do DI para janeiro de 2025 passou de 6,725% para 6,92% (regular) e 6,93% (estendida), tendo superado 7% nas máximas da manhã. A taxa do DI para janeiro de 2027 fechou a regular e a estendida em 7,57%, de 7,374% no ajuste anterior, com máxima de 7,72%. Entre os contrato de janeiro de 2022 e janeiro de 2027, o spread, que mede o nível de inclinação, chegou a 411 pontos, nas máximas do dia, mas encerrou em 404 pontos, após fechar a sexta-feira em 387 pontos.   A reação da curva ao noticiário negativo do fim de semana fez explodir o volume de contratos negociados, com o DI para janeiro de 2022, por exemplo, girando sozinho mais de 1,2 milhão, quando a média diária dos últimos 30 dias é de 569 mil. O movimento reflete ordens de stop loss e fundos ajustando o tamanho de suas posições. "O nível de VaR (termômetro de volatilidade), que já tinham piorado na sexta, se agravou ainda mais com Bolsonaro dobrando a aposta", disse o trader da Sicredi Asset Danilo Alencar. Além de ter indicado o general Joaquim Luna e Silva para o lugar de Roberto Castello Branco no comando da Petrobras, Bolsonaro sinalizou mais mudanças, prometendo "meter o dedo na energia elétrica".   Com os ajustes mais pesados sendo feito nas primeiras horas de negócios, à tarde houve um respiro, com o mercado se apegando às declarações pró-reformas de Arthur Lira, estabelecendo um calendário de votações, para ainda seguir acreditando na agenda liberal. Segundo Lira, em março começa a tramitar a Reforma Administrativa na Câmara, com previsão de aprovação em plenário "antes do fim do primeiro trimestre". A PEC Emergencial/Pacto Federativo, com cláusula de calamidade tem votação prevista para quinta-feira no Senado, disse. "Aprovada, um marco histórico nas finanças públicas do país. Remetida, desde que ouvidos os líderes democraticamente, com tramitação prioritária e votação em março."   Na etapa vespertina, o mercado também pode fazer uma leitura mais detalhada da PEC Emergencial e, dado que a expectativa até a semana passada era de um texto muito desidratado, o mercado teve alívio com pontos como o que estabelece que União, Estados e municípios devem conduzir políticas fiscais para manter a dívida pública em níveis de sustentabilidade, entre outros. Ainda, gastos com inativos e pensionistas vão ser incluídos nos porcentuais máximos estabelecidos para as despesas com pessoal nos legislativos municipais.   A ponta curta foi alvo do reforço das apostas de aumento para a Selic em março e em maio, trazido pelo intervencionismo do governo após Bolsonaro reclamar dos preços dos combustíveis e também pelo "aumento da inflação de curto prazo", disse o trader de renda fixa da Terra Investimentos Paulo Nepomuceno. "O BC está atrás da curva e por isso vai ter de abrir o processo já com aperto de 0,5 ponto para tentar desinclinar um pouco a curva e evitar um ciclo muito longo", avaliou. Ele lembra que a Focus já trouxe hoje mediana do IPCA em 2021 a 3,82%, de 3,62% na semana passada e agora acima do centro da meta de inflação de 3,75%. A mediana para a Selic subiu de 3,75% para 4,0%.   A curva projetava esta tarde 42 pontos-base de alta para o juro básico no Copom de março, ou 85% de chance elevação de 0,50 ponto porcentual, nos cálculos de Alencar, da Sicredi, ante pouco mais de 50% na sexta-feira. (Denise Abarca - [email protected])     18:34   Operação   Último CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 2.05 Capital de Giro (%a.a) 5.17 Hot Money (%a.m) 0.56 CDI Over (%a.a) 1.90 Over Selic (%a.a) 1.90         CÂMBIO O mercado de câmbio teve uma manhã de tensão, com intervenção do Banco Central e dólar batendo em R$ 5,53, em alta perto de 3%, repercutindo a decisão de Jair Bolsonaro de mudar o comando da Petrobras, dúvidas sobre o ajuste fiscal e exterior negativo. Nos negócios da tarde, o clima se acalmou um pouco e a moeda americana reduziu o ritmo de alta, segundo operadores, refletindo um movimento de correção dos exageros de mais cedo e realização de ganhos. A avaliação nas mesas de operação é que o câmbio vai seguir sob pressão nos próximos dias.   O dólar à vista fechou em alta de 1,27%, a R$ 5,4539, maior nível desde 29 de janeiro. No mercado futuro, o dólar para fevereiro subia 1,37%, a R$ 5,4580 às 18h15. O dia foi de forte volume de negócios, com investidores aumentando posições compradas ante o real, de acordo com traders. O giro somou US$ 20 bilhões, um dos maiores das últimas semanas.   No final do dia, o peso mexicano acabou superando o real como moeda com pior desempenho hoje ante o dólar, considerando uma cesta de 34 divisas mais líquidas. "Durante a tarde foi passando um pouco o exagero, teve um pouco de realização após a forte alta", afirma o chefe da mesa de câmbio da Terra Investimentos, Vanei Nagem.   A segunda-feira começou com uma tempestade perfeita no mercado: exterior negativo, com temor de piora da inflação mundial e, no mercado doméstico, a mudança na Petrobras e promessa de Bolsonaro de mais medidas populistas pela frente reforçou a visão de piora fiscal e atrasos nas reformas. Para piorar, declarações em Brasília afirmaram que primeiro deve vir o auxílio emergencial para depois vir o corte de gastos.   O reflexo foi que o Banco Central precisou intervir para acalmar os ânimos dos investidores, vendendo ao todo US$ 3,6 bilhões, ajudando a dar certo alívio. No final da manhã, vendeu US$ 1 bilhão em swap (espécie de venda de dólar no mercado futuro), em dinheiro novo. Antes, havia feito leilão de linha (venda à vista de dólar com compromisso de recompra) de US$ 1,6 bilhão, para rolagem de contratos de março. E depois fez mais US$ 800 milhões em swap, também para rolagem.   Para Priscila Robledo, economista de América Latina em Nova York da Continuum Economics, consultoria de Nouriel Roubini, a tendência é de mais pressão no câmbio e nos juros pela frente por conta da interferência do governo na Petrobras. Há ainda o risco de afetar a confiança dos investidores, podendo assim ter impacto negativo na atividade econômica. "A decisão de substituir Castello Branco é negativa na medida em que a intenção de interferir na Petrobras fica clara. E a ameaça de que também haverá interferência no setor elétrico claramente não ajuda", comenta ao Broadcast.   "A troca do comando da Petrobras tem sido vista por muitos analistas como uma inflexão na gestão econômica do governo, o que aumenta a incerteza e potencializa a volatilidade do mercado", afirma o economista-chefe do banco BV, Roberto Padovani, em áudio. Para piorar, no exterior, ele ressalta que cresce a preocupação de que a volta da inflação possa levar os bancos centrais a retirarem parte dos estímulos extraordinários injetados na pandemia. Isso tende a fortalecer o dólar e aumenta a percepção de risco em relação a mercados emergentes, ressalta ele. A segunda-feira foi novo dia de alta dos retornos (yields) dos títulos americanos.   Pela tarde, declarações do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em defesa da retomada da agenda das reformas ajudaram a trazer certo alívio, desencadeando o movimento de realização de lucros. O dólar chegou a desacelerar a alta para R$ 5,43. O parlamentar confirmou que a votação da PEC Emergencial/Pacto Federativo com cláusula de calamidade está prevista para quinta-feira (25) e o texto do Orçamento, com proposta de desvinculação total de receitas, para até 25 de março, ambos no Senado.   Os estrategistas do Citigroup em Nova York comentam que a decisão de Bolsonaro na Petrobras abre espaço para intervenções em outras estatais, o que vai ajudar a manter o câmbio pressionado. Uma reversão das políticas econômicas de Bolsonaro, em relação ao que ele começou a adotar no começo de governo, é claramente negativa para o rating do Brasil, destacam. Para o fiscal, o risco é de a PEC ficar muito desidratada, conforme os últimos relatos, sem a maioria das medidas de corte de gastos. Se isso ocorrer, fica mais próximo o cenário previsto pelo banco americano de que o teto será violado este ano. (Altamiro Silva Junior - [email protected])     18:32   Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima Dólar Comercial (AE) 5.45390 1.272 5.53360 5.43240 Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0 DOLAR COMERCIAL FUTURO 5469.000 1.56932 5535.000 5432.500 DOLAR COMERCIAL 5456.000 0.83164 5528.500 5450.000         MERCADOS INTERNACIONAIS As bolsas de Nova York se fortaleceram à tarde, mas fecharam sem sinal único. Ganhos de alguns setores, como energia, sobretudo, e o financeiro, impulsionaram as compras, com recuperação também em alguns papéis ligados a viagens. Embora a pandemia continue como risco importante no radar, há a perspectiva de retomada da atividade. O governo do Reino Unido anunciou hoje plano de normalização gradual, o que valorizou a libra. Por outro lado, a possibilidade de a inflação ganhar mais fôlego nos EUA continua a atrair a atenção de investidores. Em dia de novo avanço dos juros dos Treasuries, o presidente da distrital de Richmond do Federal Reserve (Fed), Tom Barkin, minimizou o movimento, atribuindo-o a um otimismo de mercado com a economia, sem considerá-lo "problemático". No câmbio, o dólar recuou ante outras moedas principais, em parte graças à força da libra e com o euro apoiado por dados e pelo reforço de autoridades da União Europeia de que haverá medidas de apoio ao crescimento, enquanto o governo dos EUA seguia decidido a aprovar mais estímulo fiscal. O dólar mais fraco colaborou para os ganhos de mais de 3% do petróleo, de olho na retomada da atividade.   Nos EUA, novos estímulos à economia continuavam em primeiro plano. A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, voltou a insistir na necessidade de um pacote fiscal, no momento em que o país caminha para a marca de meio milhão de mortos pela covid-19. O governo Joe Biden considera que seu projeto de US$ 1,9 trilhão é "do tamanho necessário" e vê a proposta republicana aquém disso. A secretária do Tesouro, Janet Yellen, comentou em evento que o quadro global de juros mais baixos dá mais tranquilidade para esse endividamento, também insistindo na necessidade de apoio diante do elevado desemprego. O próprio Biden, por sua vez, anunciou um aumento no financiamento do governo a pequenas empresas e reforçou a necessidade do pacote trilionário.   A perspectiva de mais dólares em circulação tem pressionado a moeda. Além disso, hoje a libra se fortaleceu de olho no Parlamento britânico. O premiê Boris Johnson foi ao Legislativo para anunciar um plano de reabertura em etapas da economia. Embora tenha destacado riscos, como novas variantes da covid-19, o primeiro-ministro demonstrou otimismo com o ritmo de vacinação e a reabertura gradual e, segundo ele, sem retorno. Para a Capital Economics, o plano oficial deixa o país "a caminho de uma recuperação rápida". Ainda na Europa, o euro também subiu, com autoridades da UE reforçando o apoio oficial ao quadro e após dado melhor que o esperado do sentimento das empresas da Alemanha, divulgado pelo instituto Ifo. No fim da tarde em Nova York, o dólar recuava a 105,08 ienes, o euro subia a US$ 1,2159 e a libra tinha alta a US$ 1,4076. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de outras moedas principais, caiu 0,39%, a 90,010 pontos.   O movimento do câmbio ajudou o petróleo, de olho também na perspectiva de retomada econômica global. No setor, a Eurasia destaca uma sinalização "explícita, embora cautelosa" do Irã aberto a negociar com Washington sobre o retorno dos EUA ao acordo nuclear multilateral. A consultoria vê isso, porém, apenas como o início de um processo complexo, com vários assuntos pendentes e que poderia ter uma conclusão apenas no fim deste ano ou no início do próximo. Importante produtor da commodity, o Irã tem exigido que os EUA retirem sanções para apenas então negociar, o que os americanos relutam em fazer. O petróleo WTI fechou em alta de 4,12%, em US$ 61,70 o barril, na Nymex, e o Brent para o mesmo mês subiu 3,70%, a US$ 65,24 o barril, na ICE.   Os ganhos do setor de energia beneficiaram as bolsas de Nova York. A perspectiva de reabertura gradual da economia e de estímulo fiscal nos EUA também colaborou, mas o dia foi de perdas para papéis de tecnologia. O Dow Jones fechou em alta de 0,09%, em 31.521,69 pontos, o S&P 500 caiu 0,77%, a 3.876,50 pontos, e o Nasdaq recuou 2,46%, a 13.533,05 pontos.   Entre os Treasuries, os retornos voltaram a exibir ganhos. Barkin, do Fed, minimizou o movimento, prevendo ainda que os dados do primeiro trimestre do ano devem ser "instáveis". Já Robert Kaplan (Dallas) disse que o movimento dos retornos dos bônus pode ser avaliado como "sinal encorajador" caso a recuperação continue no país. O Credit Suisse comenta que a demanda mais forte por bens pelo mundo pressiona cadeias de suprimento na indústria, com custos mais altos de transporte e avanço dos preços das commodities, o que pressiona a inflação. O banco vê chance de alta mais forte nos preços nos EUA, apontando também para a política fiscal de estímulos "extremos" no país, na avaliação do Credit Suisse, prevendo ainda que o fim da pandemia deva gerar ganhos dos preços em serviços, conforme diminua o distanciamento social e parte das pessoas comecem a gastar mais, "após meses de forte poupança". No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos subia a 0,112%, o da T-note de 10 anos avançava a 1,352% e o do T-bond de 30 anos tinha alta a 2,178%. (Gabriel Bueno da Costa - [email protected])          
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