SEM NY, VACINAÇÃO NO BRASIL E CHINA GARANTEM ALTA DA BOLSA E QUEDA DE JUROS

Blog, Cenário
Sem Wall Street como bússola e, portanto, com liquidez mais estreita, devido ao feriado de Martin Luther King, as notícias sobre o início da vacinação no País trouxeram algum alento, ainda que uma parte do apetite ao risco tenha se dissipado à tarde. O Ibovespa, que chegou a superar os 122 mil pontos na primeira etapa, em meio ao vencimento de opções sobre ações, terminou com avanço mais discreto, de 0,74%, aos 121.241,63 pontos. Uma parte desses ganhos, além de puxado por papéis relacionados à retomada da economia local, também veio de Vale e siderúrgicas, diante de dados positivos da economia chinesa. No câmbio, houve volatilidade e depois de oscilar entre a máxima de R$ 5,3226 e a mínima de R$ 5,2365, o dólar acabou estável (+0,01%), a R$ 5,3047 no mercado à vista, dividido entre a percepção de fluxo de recursos para o País e certa cautela antes da reunião do Copom, na quarta. Mas esse quadro de maior tranquilidade e o compromisso dos principais candidatos à Presidência da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e Baleia Rossi (MDB-SP), com medidas sociais dentro das regras fiscais abriram espaço para viés de queda nos juros futuros na etapa regular. Enquanto isso, com os mercados americanos fechados, as bolsas europeias terminaram a sessão em alta, reagindo, principalmente, ao avanço de 2,3% do PIB da China em 2020. Mas o petróleo acabou cedendo com relatos de que o presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, pode lançar decreto para cassar a licença de construção do oleoduto Keystone XL, entre Canadá e EUA.  
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  BOLSA Após ceder 2,54% na sexta-feira e acumular perda de 3,78% na semana passada, o Ibovespa obteve hoje ganho de 0,74%, aos 121.241,63 pontos, em dia de vencimento de opções sobre ações que coincidiu com feriado em Nova York, o que costuma resultar em enfraquecimento da liquidez. O domingo da vacina e o crescimento de 2,3% no PIB da China em 2020, por outro lado, deram suporte a compras neste começo de semana, vindo o Ibovespa de realização na anterior. Assim, o índice da B3 saiu de mínima na abertura a 120.351,43 para chegar na máxima da sessão aos 122.585,82 pontos, com giro financeiro a R$ 49,7 bilhões nesta segunda-feira. No ano, o índice avança 1,87%.   "Hoje tivemos o dia seguinte à vacina, e o mercado vinha penalizando o Ibovespa também pela indefinição sobre isso. Tivemos certo desconto com a realização vista na semana passada e assim, com a efetivação da vacina, o mercado ficou mais leve, conseguindo se recuperar do baque da sexta-feira. Hoje, o volume do exercício de opções sobre ações não foi ruim, mas teria sido maior caso não fosse feriado em Nova York", diz Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos, chamando atenção para o desempenho de ações mais correlacionadas à recuperação, como as de companhias aéreas (Azul +1,82%, Gol +1,02%) e shoppings (Iguatemi +1,26%).   Virada a página da aprovação de vacinas pela Anvisa, o mercado passa a olhar para outros importantes eventos da semana, ambos na quarta-feira: a posse do presidente Joe Biden nos Estados Unidos e a decisão de política monetária do Copom. "Está dado o Copom (manutenção de juros), mas pode haver a retirada do 'forward guidance', o que não significa que a Selic já começaria a subir na reunião seguinte. Será preciso continuar acompanhando os índices de inflação e de atividade para antecipar quando, em 2021, teremos juros mais altos", observa Moliterno. "Nos EUA, Biden tem sinalizado que pode reverter parte das decisões de Trump de forma monocrática, assegurando, por exemplo, o reingresso dos EUA no Acordo de Paris - o início do governo Biden certamente será acompanhado muito de perto por todos."   "Nesta madrugada, a China divulgou seus dados de PIB, com números melhores do que o esperado. Ainda que o crescimento de 2,3% em 2020 seja o pior resultado em 44 anos, o último trimestre do ano passado apresentou uma alta de 6,5% frente ao mesmo período de 2019", diz Lucas Collazo, especialista da Rico Investimentos. "Na China, o PIB de 2,3% em 2020, com consenso a 2% para o período, era algo que já vinha sendo antecipado por outros indicadores do país, mas a questão passa a ser o avanço da Covid e a retomada de lockdown em cidades chinesas, no momento em que a atividade por lá vinha respondendo à recuperação da demanda externa", acrescenta Moliterno, da Veedha.   Assim, acabou prevalecendo a cautela na parte da tarde, com o Ibovespa e o dólar limitando o que se viu mais cedo, aponta Adilson Bonvino, sócio da Unnião Investimentos. "Sem desmerecer a vacina, algo positivo, não há por que ocorrer uma reação exagerada quando se tem ainda incerteza adiante, com o mercado à espera de definições importantes, como as das presidências da Câmara e do Senado", diz.   "A perspectiva imediata é de lateralização e consolidação. O mercado andou bem no começo do ano e houve uma realização natural na semana passada. O que tem ajudado é que o fluxo estrangeiro continua vindo para a Bolsa", observa Bonvino, chamando atenção para setores como o de mineração e siderurgia - correlacionado à China - e ao financeiro e de varejo, associados à economia doméstica e em parte ainda descontados, como segmentos que devem continuar a reagir, bem como o de Saúde, com a fusão proposta entre Hapvida (+3,64%) e Notre Dame Intermédica (+3,66%) e a chegada ao mercado da Rede D´Or   Na ponta do Ibovespa nesta segunda-feira, WEG fechou em alta de 7,02%, Natura, de 5,16%, e BTG Pactual, de 3,97%. No lado oposto, Equatorial cedeu 2,14%, PetroRio, 1,94%, e Sabesp, 1,79%. Entre as blue chips, destaque para alta de 0,81% para Vale ON, que coloca o avanço da ação no ano a 7,84%, após progressão de 70,43% em 2020, enquanto CSN ON (+1,98% no fechamento de hoje) acumula ganho de 10,02% neste começo de 2021. Petrobras PN e ON fecharam hoje respectivamente em baixa de 0,18% e 0,17%, com ganhos moderados observados em parte das ações de bancos (Bradesco PN +0,34% e Unit do Santander +0,50%). (Luís Eduardo Leal - [email protected])     18:20   Índice Bovespa   Pontos   Var. % Último 121241.63 0.74187 Máxima 122585.82 +1.86 Mínima 120351.43 0.00 Volume (R$ Bilhões) 4.97B Volume (US$ Bilhões) 9.42B         18:24   Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % Último 121365 0.88109 Máxima 122825 +2.09 Mínima 119975 -0.27     JUROS Perto dos menores níveis de liquidez desde a virada do ano, os juros futuros encerraram a sessão regular com viés de queda, à medida que o investidor recalibrou posições. Sem a referência de Nova York, devido ao feriado de Martin Luther King, o mercado aproveitou para reduzir prêmios, em especial na ponta mais curta da curva a termo, que na semana passada teve alta firme. O compromisso dos principais candidatos à Presidência da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e Baleia Rossi (MDB-SP), com a ampliação de medidas sociais dentro das regras fiscais também agradou. Tudo isso nas vésperas da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a Selic, em que a precificação de manutenção da taxa a 2% atinge 96%, nos cálculos da Quantitas.   O DI para janeiro de 2022 cedeu 9 pontos, encerrando em 3,26% a sessão regular e a estendida. O janeiro 2023 passou de 5,041% na sexta-feira a 4,98% (regular) e 4,995% (estendida). E o janeiro 2027 recuou de 7,114% a 7,08% (regular), mas subiu a 7,12% na estendida.   O vértice mais líquido de hoje foi o janeiro 2022, que teve 249.099 contratos negociados. Foi o dia de liquidez mais baixa desde a virada do ano. Na média, até sexta-feira passada, foram negociados 639 mil contratos desse vencimento em 2021.   A liquidez mais limitada também afetou outros pontos da curva. O janeiro 2023 teve 241.095 contratos negociados, ante média no ano até a sexta-feira de 468,5 mil. Já o janeiro 2027 teve 43,7 mil, ante média de 76,3 mil.   Assim, os ajustes de posições tendem a ser amplificados, já que operações pontuais tendem a exacerbar os movimentos. E, de certa forma, o mercado entendeu que o dia era propício para esses ajustes hoje. Dados fortes da China, confirmando a recuperação econômica na virada do ano, também alimentam o cenário positivo a emergentes, que ao fim das contas ajuda em termos de fluxo.   "O mercado de juros teve um início de ano muito conturbado, com muita volatilidade. Externamente, houve a vitória dos democratas na Geórgia e a sinalização de expansão do pacote nos Estados Unidos. Internamente, tivemos a questão do avanço da covid", afirmou o operador de renda fixa da MAG Investimentos, Breno Martins. "Mas pensando em termos de conjuntura, o início de vacinação no Brasil é bastante positivo, pois gera uma melhora das expectativas", pontuou.   Depois da aprovação ontem pela Anvisa do uso emergencial de lotes da Coronavac e da vacina da AstraZeneca/Oxford, o governo federal montou o plano para distribuição das doses, embora tenha havido problemas de logística neste primeiro dia. Por sua vez, em São Paulo, onde é fabricada, a imunização de profissionais de saúde teve início na Capital e no interior.   Com a vacinação tendo início, o mercado de juros agora centra as atenções para a disputa em torno da Presidência da Câmara, que ocorre no dia 1º de fevereiro. Mais do que a abertura ou não de um processo de impeachment, o comandante da Casa tem poder sobre o ritmo de reformas e discussões orçamentárias. Nesse sentido, houve boa recepção aos sinais dados ao longo do fim de semana.   Em artigos na Folha de S.Paulo, ambos se comprometeram com o equilíbrio das contas públicas, ao mesmo tempo que mencionaram a necessidade de ampliar a ajuda social no contexto da pandemia respeitando-se as regras fiscais.   "Não é automático que ganhando o Lira está tudo bem e ganhando o Baleia está tudo ruim", comentou o CEO da Arko Advice, Murillo de Aragão, em live da Genial Investimentos. "Quem vai arbitrar o andamento das reformas é o mercado."   A percepção é a mesma de Martins, da MAG. "De certa forma, a visão dos dois convergem para um cenário de que é necessário discutir a questão social, mas com responsabilidade fiscal", pontuou.   O mercado observou ainda os números do IBC-Br de novembro, que mudou levemente a visão a respeito da atividade econômica na virada do ano. O índice subiu 0,59% em novembro ante outubro, levemente acima da mediana de 0,5%.   Pesquisa do Projeções Broadcast aponta a mediana de estimativas de Produto Interno Bruto (PIB) para 2020 passou de queda de 4,50% a recuo de 4,30%, enquanto o consenso de 2021 foi de expansão de 3,40% a avanço de 3,45%.   O Bank of America afirma que os números recentes apontam para retração do Produto Interno Bruto (PIB) de 4,1% em 2020 e aumento de 3% em 2021. "Os dados sugerem que a acomodação da atividade continuará no primeiro trimestre de 2021, especialmente porque as transferências do governo terminaram em dezembro causando um abismo fiscal enquanto ainda não há definição sobre o novo programa social até o momento", comentam o chefe de Economia e Estratégia para o País da instituição, David Beker, e a economista Ana Madeira. (Mateus Fagundes, com colaboração de Altamiro Silva Junior - [email protected])     18:24   Operação   Último CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 1.93 Capital de Giro (%a.a) 5.17 Hot Money (%a.m) 0.56 CDI Over (%a.a) 1.90 Over Selic (%a.a) 1.90     CÂMBIO O dólar firmou queda nos negócios da tarde, depois de uma manhã de volatilidade, mas acabou fechando perto da estabilidade, no aguardo da posse de Joe Biden e da reunião de política monetária do Banco Central. Com o feriado nos Estados Unidos, a liquidez foi fraca e as oscilações mais contidas, respondendo principalmente à entrada de fluxo para a Bolsa, que levou a moeda americana para as mínimas do dia, a R$ 5,23, e ao comportamento da divisa dos Estados Unidos no exterior, que operou mista nos emergentes, mas caiu ante pares do Brasil, como o México. O início do processo de vacinação no Brasil trouxe algum otimismo, mas a visão segue cautelosa com o cenário político, em meio às eleições no Congresso.   No fechamento dos negócios, o dólar à vista encerrou o dia estável (+0,01%), cotado em R$ 5,3047. No mercado futuro, o dólar para fevereiro também era negociado perto da estabilidade (+0,03%) às 18h15, a R$ 5,2950. O giro de negócios foi o mais fraco das últimas semanas, em US$ 8,5 bilhões.   O economista-chefe para América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos, observa que sem a vacinação deslanchar, pode haver riscos para a atividade econômica na primeira metade do ano, que se somaria a outros "ventos contrários", como o do aumento da inflação. Ramos classifica o início do processo de vacinação no Brasil como "lento" e "errático", mas que finalmente começa a ganhar forma. O economista acredita que um novo auxílio vai acabar sendo aprovado, por conta dos efeitos da segunda onda da pandemia.   Pelo lado positivo, os dois principais candidatos à Presidência da Câmara - Arthur Lira (PP-AL) e Baleia Rossi (MDB-SP) - se comprometeram em recentes declarações com medidas sociais dentro das regras fiscais, o que foi bem recebido pelas mesas de operação.   Para o CEO da Arko Advice, Murillo de Aragão, os dois nomes são a favor do andamento das reformas, mas não se deve fazer análise simplistas. "Não é automático que ganhando o Lira está tudo bem para as reformas e ganhando o Baleia está tudo ruim", comentou Aragão em live da Genial Investimentos nesta tarde. "Quem vai arbitrar o andamento das reformas é o mercado", disse, citando que o comportamento do câmbio e dos juros futuros serão importantes balizadores para os parlamentares. O presidente Jair Bolsonaro está jogando a sobrevivência do seu governo na eleição para o comando da Câmara e do Senado, comentou Aragão. "Para Bolsonaro, Artur Lira ganhar a eleição é fundamental", disse o analista político.   Na agenda desta semana, a posse de Joe Biden e suas declarações no evento podem ter impacto no mercado de moedas. "É o principal evento mundial da semana. Biden já anunciou o pacote fiscal, mas isso vai requerer importantes negociações com os republicanos", observam os analistas do ING. No mercado doméstico, a expectativa é pela reunião do Copom, que deve manter os juros, mas pode retirar o forward guidance, na avaliação do Itaú Unibanco, e voltar a elevar os juros mais cedo que o estimado anteriormente, em maio, ante agosto da previsão inicial.   Os especuladores em Chicago, mesmo com a valorização recente do dólar, seguem vendidos na moeda americana no mercado futuro, ou seja, apostando em seu enfraquecimento na gestão Biden, destacam os estrategistas do ING. Os investidores estão preferindo apostar em moedas que se beneficiariam da retomada da atividade mundial, como as da Austrália e da Nova Zelândia. Hoje, dados do crescimento da China, que avançou 2,3% em 2020, enquanto a grande maioria dos países terá encolhimento do Produto Interno Bruto (PIB), animou os mercados, especialmente as bolsas e moedas de emergentes ligados a commodities.   No real, as apostas vendidas em contratos futuros da divisa brasileira em Chicago teve leve aumento, após semanas de redução. Na semana passada, os contratos vendidos em real somaram 5,7 mil, ante 3,2 mil da semana anterior, então o menor nível desde agosto de 2019. (Altamiro Silva Junior - [email protected])     18:24   Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima Dólar Comercial (AE) 5.30470 0.0094 5.32260 5.23650 Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0 DOLAR COMERCIAL FUTURO 5299.000 0.1039 5324.500 5238.000 DOLAR COMERCIAL FUTURO 5277.000 0.41865 5277.000 5277.000       MERCADOS INTERNACIONAIS Em um pregão de liquidez reduzida devido ao feriado de Martin Luther King nos Estados Unidos, que manteve as bolsas de Nova York e as negociações de Treasuries fechadas, os mercados acionários europeus terminaram a sessão desta segunda-feira em alta, reagindo, principalmente, ao avanço de 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB) da China em 2020. Por lá, só a bolsa de Londres caiu, pressionada por notícias negativas envolvendo a covid-19. O petróleo também cedeu no exterior com relatos de que o presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, pode lançar decreto para cassar a licença de construção do oleoduto Keystone XL. Com menos investidores na ativa, o dólar ante rivais terminou o dia perto da estabilidade. Todas as atenções nesta semana, agora, se voltam para a posse de Biden, marcada para o próximo dia 20, e declarações de seu secretariado.   A China surpreendeu o mercado ao informar dados de crescimento. No "ano da pandemia", o país registrou alta anual do PIB de 2,3%. Só no quarto trimestre de 2020, o avanço foi de 6,5% em relação ao mesmo período de 2019, superando a expectativa do Wall Street Journal, de 6,0%. Sem a referência de Nova York, a leitura embalou, mas sem euforia, os mercados europeus: o índice DAX, de Frankfurt, fechou em alta de 0,44% e o CAC 40, de Paris, de 0,10%. A bolsa de Londres, contudo, contrariou a tendência e baixou 0,22%, com foco na pandemia de coronavírus. O Reino Unido registrou 37.535 novos casos e 599 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas, como informou hoje em coletiva de imprensa o ministro da Saúde britânico, Matt Hancock. "O NHS [sistema de saúde local] está sob pressão significativa em todo o país", alertou.   Ainda esteve no radar dos investidores europeus declarações, após o fechamento dos mercados, do presidente do Eurogrupo, Paschoal Donohoe. Em coletiva de imprensa nesta tarde, ele pediu às autoridades da União Europeia (UE) mais estímulos fiscais para combater crise econômica trazida pela covid-19. Além disso, há pouco, outra incerteza que rondava o Velho Continente foi arrefecida. Por 321 a 259 votos, a Câmara dos Deputados da Itália decidiu manter o primeiro-ministro Giuseppe Conte no cargo, jogando água na fervura da crise política local.   Entre as commodities, o barril de petróleo WTI para março marcava queda de 0,52%, a US$ 52,15, no pregão eletrônico da New York Mercantile Exchange (Nymex), às 14h59 de Brasília, último registro de negociações. O pregão físico não funcionou nesta segunda-feira devido ao feriado nos EUA. Já na Intercontinental Exchange (ICE), o barril de petróleo Brent para o mesmo mês terminou o dia em queda de 0,64%, aos US$ 54,75. O petróleo acabou ignorando o impulso vindo da China e recuou, de olho em relatos na imprensa americana de que Biden pode cancelar a licença do oleoduto Keystone XL, em fase de construção entre o Canadá e os EUA. Ainda não há informações oficiais sobre o tema. "O setor de petróleo dos EUA certamente irá sofrer com o novo governo [americano], que parece comprometido com a proteção do meio ambiente", diz Eugen Weinberg, analista do Commerzbank. "A falta de apoio à indústria petrolífera dará suporte aos preços só no longo prazo, porque levará mais tempo para se recuperar [do choque da pandemia]", completa.   O mercado de câmbio mostrou poucas oscilações nesta sessão, devido à liquidez reduzida. Na marcação acima, o dólar cedia a 103,683 ienes, o euro baixava a US$ 1,2079 e a libra esterlina caía a US$1,3586. O Dollar Index (DXY), que mede a variação da moeda americana ante seis rivais, fechou praticamente na estabilidade, a 90,765 pontos.   A volta de investidores americanos aos negócios, amanhã, deve trazer consigo expectativas para uma semana importante na política dos EUA: a posse de Joe Biden à frente da Casa Branca. Hoje, o ensaio para o evento teve de ser interrompido após um princípio de incêndio. As forças policiais locais trabalham sob tensão, em meio à forte polarização da sociedade americana, que já levou à invasão do Capitólio.   As atenções, assim, se voltam não só para a dupla Biden-Harris, mas para o secretariado que tomará posse junto aos democratas, sobretudo os da área econômica. De acordo com informações da Bloomberg, a escolhida para ocupar a secretaria do Tesouro no novo governo, Janet Yellen, vai defender amanhã o pacote fiscal robusto apresentado pelo presidente eleito. Em audiência no Congresso, ela deverá dizer que os benefícios de novos estímulos à economia, neste momento de crise, superam os riscos.   Para o Rabobank, Yellen tende a assumir, no cargo, uma postura mais ponderada em comparação com o atual secretário, Steven Mnuchin, com poucas referências ao dólar. "Com a revisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que adotou o conceito de inflação média, parece improvável que Yellen vá se preocupar em sustentar a retórica do 'dólar forte'", aposta a instituição. A defesa de apreciação da divisa foi uma das bandeiras do governo de Donald Trump, agora de saída. (Eduardo Gayer - [email protected])          
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