A combinação de mais estímulos fiscais nos EUA, que devem ser anunciados ainda hoje por Joe Biden, com uma política monetária frouxa por muito mais tempo no país, conforme sinalizou nesta tarde o presidente do Fed, Jerome Powell, foi vista como a garantia de liquidez global abundando e estimulou a busca por risco. Segundo o presidente do BC americano, a alta de juros por lá não está "nem um pouco próxima". Para completar, o fluxo de recursos ao Brasil e a perspectiva de início de vacinação reforçaram o tom positivo. Com isso, as incertezas com as contas públicas brasileiras ficaram momentaneamente de lado e o dólar terminou na menor cotação de 2021 ante o real, ao cair 1,90% no mercado à vista, a R$ 5,2097. A descompressão da moeda brasileira num cenário global positivo também tirou prêmios da curva de juros, sobretudo dos vencimentos mais longos, o que gerou desinclinação da curva a termo nesta semana que antecede a decisão do Copom. Segundo levantamento do Projeções Broadcast, a manutenção da Selic em 2% ao ano é unanimidade, mas ainda há divisão sobre se o Banco Central já irá por fim ao forward guidance. Os mercados acionários também tiveram um dia majoritariamente positivo e o Ibovespa foi além de seus pares americanos e europeus, ao subir 1,27%, para 123.480,52 pontos, renovando máximas enquanto Powell falava. Vale, siderúrgicas e até empresas ligadas à retomada interna foram destaques de alta, diante de um relativo otimismo com a possibilidade de o País iniciar seu processo de vacinação no próximo dia 20. Em Wall Street, os principais índices subiram durante a maior parte da sessão, mas passaram a cair nos minutos finais, em meio à divulgação de detalhes aquém do esperado em relação ao pacote fiscal de Biden, enquanto o índice DXY, que mede a cotação do dólar ante uma cesta de moedas fortes, acentuou a baixa após Powell. As tensões envolvendo o impeachment do presidente Donald Trump seguiram apenas no radar.
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