BOLSA IGNORA CAUTELA FISCAL, SOBE 5% NA SEMANA E RENOVA RECORDE COM NY E VACINA

Blog, Cenário
As bolsas americanas tiveram comportamento vacilante, enquanto câmbio e juros seguem precificando desconfiança com a situação fiscal brasileira. Mas nada disso abala a euforia refletida no Ibovespa, que encerrou a primeira semana de 2021 com alta de 5,09%. Bancos, siderúrgicas, Petrobras e Vale nem foram tão bem hoje, deixando o brilho para as ações ligadas à retomada doméstica, que haviam sofrido na véspera. As notícias envolvendo vacinação explicam um pouco de tamanho bom humor, após Butantan e Fiocruz pedirem registro emergencial de seus imunizantes, além de, no exterior, a Pfizer informar que sua vacina funciona contra as novas variantes de coronavírus encontradas, inicialmente, no Reino Unido e na África do Sul. Somado a isso, a perspectiva de mais estímulos nos EUA segue no radar. No meio do dia, informação de que um senador democrata seria contra novos cheques de US$ 2 mil aos americanos chegou a impor sinal negativo aos índices em Wall Street, mas as bolsas voltaram a subir por lá quando o presidente eleito, Joe Biden, garantiu que o pacote fiscal inteiro estará na casa de trilhões de dólares. Com o mercado americano positivo e de novo em recorde, diante da promessa de mais liquidez, o Ibovespa testou novos patamares e, em mais um pregão em que chegou a ganhar mais de 3 mil pontos, encerrou o dia com alta de 2,20%, na nova máxima histórica de 125.076,63 pontos. Em meio a isso, a tônica dos últimos dias voltou a se fazer presente no câmbio e na renda fixa. Mais estímulos nos EUA podem significar maior crescimento do País e inflação também maior, o que atrai dólares para o mercado americano e puxa os juros longos para cima. Como a desconfiança em relação à questão fiscal no Brasil segue presente, o resultado para o Real e para os DIs não poderia ser outro: a moeda brasileira teve um dos piores comportamentos globais nesta semana e a curva de juros ganhou inclinação. O dólar encerrou o dia com valorização de 0,32%, a R$ 5,4165 no mercado à vista - alta de 4,39% se segunda até hoje. Já nos Dis, com a alta mais pronunciada dos vencimentos longos nesta sexta, o diferencial entre os contatos de janeiro 2022 e 2027 passou de 355 pontos no dia 30, último pregão de 2020, a 390 pontos. Hoje, Baleia Rossi (MDB-SP), candidato à presidência da Câmara, falou sobre o auxílio emergencial, mesmo que tenha ponderado a necessidade de cuidado com as contas públicas. Ao mesmo tempo, o Broadcast revelou que, dentro da equipe econômica, a continuidade do benefício não está completamente descartada diante de uma segunda onda da pandemia, ainda que o valor tenha de ficar abaixo de R$ 300,00.  
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  BOLSA   Mesmo com desempenho moderado em Nova York, com sinais mais fracos sobre o mercado de trabalho nos EUA e alguma tensão sobre os últimos dias de poder de Donald Trump, o Ibovespa atingiu a marca de 125 mil pontos nesta sexta-feira, após ter saído de 119 mil para alcançar pela primeira vez o nível de 122 mil na sessão anterior. A ascensão sem escalas nesta primeira semana do ano por terreno não mapeado, enquanto dólar, juros e CDS continuam a refletir cautela quanto à situação fiscal doméstica, coloca em jogo a extensão do rali iniciado em novembro com o retorno do investidor estrangeiro à B3. A liquidez global continua a ser o mote para levar adiante o Ibovespa, adiando realização de lucros mesmo nos dias menos azuis.   Nesta sexta-feira, o índice emendou o segundo fechamento em nível recorde, distanciando-se da marca de 119,5 mil pontos que vigorou entre 23 de janeiro passado e anteontem. O giro financeiro chegou hoje a R$ 46,3 bilhões, após ter se mantido na também elevada casa de R$ 43 bilhões nas duas anteriores. Na semana, o Ibovespa acumula ganho de 5,09%, tendo fechado hoje em alta de 2,20%, a 125.076,63 pontos. No melhor momento, às 17h10, estabeleceu novo pico intradia acima de 125 mil, aos 125.323,53 pontos, em alta de 2,40%, saindo de mínima na sessão a 122.385,76 pontos. Assim, o índice emendou também o segundo avanço semanal, obtendo seu melhor desempenho desde a semana encerrada em 6 de novembro (7,42%).   Na hora final, os três índices de NY voltavam a esboçar direção única, positiva, após terem se mantido mistos na maior parte do dia. Nos EUA, o presidente eleito, Joe Biden, disse neste fim de tarde que a decepcionante leitura dos mais recentes dados sobre vagas de trabalho no país, divulgados pela manhã, "mostra que precisamos prover ainda mais alívio fiscal, urgente". Ele afirmou também que o pacote fiscal inteiro "estará na soma de trilhões de dólares" - sem mais detalhes, devendo sair na próxima semana.   Com a melhora em NY, e ganhos de 3% nas cotações da commodity, Petrobras PN (+0,39%) e ON (-0,19%) chegaram a ensaiar reação conjunta, enquanto as ações de siderúrgicas reduziam perdas e uma pequena parte das de bancos passou a subir (BB ON +0,58% no fechamento), conferindo ainda mais dinamismo para o Ibovespa na reta de chegada da sessão. Assim, às 16h55, o Ibovespa tocou pela primeira vez a marca de 125 mil, a 125.002,16, e a largou às 17h46, mas conseguiu recuperá-la nos ajustes finais.   Nem o dia majoritariamente negativo para carros-chefes como Vale ON (-0,31%), bancos (Bradesco PN -0,86%, Santander -1,06%) e na maior parte de siderurgia (CSN +0,60%, Gerdau PN -1,49%) impediu o Ibovespa de alcançar novas altitudes ao longo da sessão. O destaque foram as ações de utilities, defensivas, com Cemig em alta de 6,87% e Eletrobras ON, de 3,16%, bem como as do setor de saúde, na ponta do Ibovespa, com Intermédica em salto de 26,59% e Hapvida, de 17,68%, impulsionadas por proposta de combinação de negócios entre as empresas, apresentada pela segunda. A Hapvida passaria a deter 53,1% da nova companhia e a Notre Dame Intermédica, 46,9%, com a fusão.   O Termômetro Broadcast Bolsa mostra aumento do otimismo nas expectativas para as ações na próxima semana. Das 17 respostas, 64,71% dos participantes disseram esperar alta para o Índice Bovespa no período, enquanto 23,53% apontaram tendência à estabilidade e 11,76% afirmaram esperar queda. Em virtude das festas de final de ano, não houve levantamento sobre as estimativas para esta semana. Para o período anterior, que compreendia os pregões entre 21 e 23 de dezembro, 53,85% dos participantes esperavam alta do Ibovespa, mas o índice contabilizou baixa de 0,18%.   "O mercado está inundado de liquidez e a disponibilidade de vacinas dá mais previsibilidade para a retomada, o que tem se refletido na demanda global por todo tipo de ativo, seja petróleo, minério, ações e mesmo bitcoins", diz Romero Oliveira, especialista em renda variável da Valor Investimentos. "Na B3, tivemos esta recuperação puxada por commodities e bancos, mas ainda há oportunidades em setores que ficaram de fora deste movimento recente, como o de varejo", acrescenta.   "Em um mundo com tanta liquidez, houve mesmo este evento atípico - uma invasão que deixou mortos no Congresso americano - sem causar efeito nos mercados. Realização alguma está ocorrendo", conclui Oliveira. "O céu azul lá fora nos deu algum tempo para iniciar a arrumação da casa por aqui, o que dependerá do controle de gastos para que o fiscal se reequilibre", acrescenta o especialista, chamando atenção para a eleição das presidências da Câmara e do Senado, em fevereiro, como fator que será acompanhado de perto pelo mercado, em busca de sinais sobre o caminho.   Após ter defendido aumento nos benefícios distribuídos aos mais pobres, o candidato de Rodrigo Maia (DEM-RJ) à presidência da Câmara, Baleia Rossi (MDB-SP), buscou mostrar hoje, no Twitter, compromisso com a "responsabilidade fiscal". "A pandemia ainda não acabou. Qualquer discussão sobre o auxílio emergencial passa, necessariamente, pelo cuidado com as contas públicas", disse Rossi, que enfrentará o candidato do Centrão, Arthur Lira (PP-AL), que tem o apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).   No exterior, após o fracasso da tentativa de mobilizar extremistas para coagir o Congresso americano a rejeitar a certificação de Joe Biden como presidente eleito, Donald Trump tem recuado da retórica incendiária, ante o risco de ser afastado por via constitucional a poucos dias de deixar o cargo. Em carta endereçada a congressistas democratas, a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, informou ter conversado com autoridades militares para discutir precauções a fim de evitar que um "presidente instável inicie hostilidades militares ou acesse códigos para ordenar um ataque nuclear". Segundo a Associated Press, um graduado membro das Forças Armadas dos Estados Unidos disse a Pelosi que há medidas em vigor para evitar que o presidente ordene um lançamento nuclear, de acordo com fonte ouvida pela agência.   "Mesmo saindo de cena, Trump tem chamado bem mais atenção do que Biden, que busca o tom certo de moderação para o diálogo com os republicanos, uma vez que o atual governo chegue ao fim. É preciso ver agora se Trump se contentará em ficar quieto ou se ainda causará problema", diz um operador.   Aqui, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) pediu à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), nesta sexta-feira, 8, o aval para o uso emergencial de 2 milhões de doses da vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca. O imunizante é a principal aposta do governo federal para controlar a pandemia.   A Organização Mundial da Saúde (OMS) é cautelosa sobre os efeitos da vacinação nas curvas de infecção pela covid-19, indicando que os resultados devem aparecer apenas dentro de alguns meses. "Vacina salvará vidas de pessoas mais vulneráveis, mas irá demorar ao menos seis meses para diminuir transmissão", afirmou hoje Bruce Aylward, consultor sênior da OMS em coletiva de imprensa. (Luís Eduardo Leal - [email protected])     18:21   Índice Bovespa   Pontos   Var. % Último 125076.63 2.19855 Máxima 125323.53 +2.40 Mínima 122385.76 -0.00 Volume (R$ Bilhões) 4.63B Volume (US$ Bilhões) 8.63B         18:30   Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % Último 125355 1.69141 Máxima 125475 +1.79 Mínima 122370 -0.73       MERCADOS INTERNACIONAIS As bolsas de Nova York oscilaram à tarde, após relatos de divisões entre legisladores do Partido Democrata sobre mais estímulos fiscais almejados pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, mas ainda assim renovaram recordes de fechamento. Analistas têm projetado que se materializarão mais medidas de apoio, porém temperam o otimismo diante dessas divergências. Além disso, a covid-19 continua a preocupar, com o vice-presidente do Federal Reserve, Richard Clarida, alertando para o salto recente da doença no país, mas também mostrando certo otimismo no médio prazo, com a disseminação da vacina. Já a Organização Mundial de Saúde (OMS) lembrou que ainda levará meses para que as vacinas diminuam a transmissão pelo mundo. No câmbio, as dúvidas sobre estímulos ajudaram a apoiar o dólar, enquanto os juros dos Treasuries subiram - o retorno da T-note de 10 anos chegou a superar a marca de 1,1%, inclusive depois de um payroll abaixo do esperado mais cedo, com corte de vagas em dezembro nos EUA. Entre as commodities, o petróleo seguiu apoiado pela perspectiva de maior equilíbrio nesse mercado, após a Arábia Saudita ter cortado a oferta nesta semana, e fechou com ganho próximo a 3%.   O jornal The Washington Post publicou que o senador democrata Joe Manchin, visto como um moderado, disse ser contrário a uma nova rodada de cheques para os americanos, um dos desejos para o início do governo Biden. A notícia trouxe sobressalto nos mercados e mínimas das bolsas, já que o Senado está dividido em 50 a 50 entre democratas e republicanos - a vice-presidente Kamala Harris será também a presidente do Senado e terá voto de desempate, quando for o caso. Mais tarde, Joe Biden disse que o payroll fraco de mais cedo é uma mostra de que é preciso "prover ainda mais auxílio urgente" à economia americana e falou em "trilhões" de dólares em estímulos. As declarações de Biden conferiram novo fôlego às bolsas americanas no fim da tarde. No Twitter, o gestor Mohamed A. El-Erian comentou que as mínimas eram reflexo da confiança do mercado em novos estímulos, enquanto a rápida recuperação posterior dos índices mostraria a propensão de agentes a comprar ações logo que elas caem. Nessa toada, o Dow Jones fechou em alta de 0,18%, em 31.097,97 pontos, o S&P 500 teve alta de 0,55%, a 3.824,68 pontos, e o Nasdaq avançou 1,03%, a 13.201,98 pontos. Os três renovaram máximas históricas de fechamento.   Entre os Treasuries, os juros subiram, embora o da T-note de 2 anos tenha oscilado perto da estabilidade. O retorno da T-note de 10 anos chegou a atingir a marca de 1,1%. Questionado em evento virtual, o vice do Fed disse que não se preocupa com a faixa atual dos retornos dos bônus. Richard Clarida ainda comentou que o choque da covid-19 impôs restrições que se refletiram no payroll de dezembro, com corte de 140 mil vagas, mas demonstrou otimismo de melhora à frente com a vacinação contra o vírus. No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos avançava a 0,136%, o da T-note de 10 anos subia a xxxx% e o do T-bond de 10 anos tinha alta a 1,112%.   No câmbio, o dólar se fortaleceu, apesar do payroll. O Credit Suisse comenta que a fraqueza no mercado de trabalho americano deve ser temporária. Com o mais recente pacote de estímulo e a perspectiva de mais gastos nos EUA, pode haver reação após a pandemia ser controlada, aponta o banco. Já a TD Securities diz que, no futuro próximo, o quadro deve seguir fraco, com a onda da covid-19 forte nos EUA. Sobre o estado do mundo, a OMS afirmou hoje em coletiva que a vacina deve salvar vidas, mas advertiu que seus efeitos devem surgir apenas alguns meses adiante - "ao menos seis meses para [a vacina] diminuir a transmissão", segundo Bruce Aylward, consultor sênior da entidade. No fim da tarde em Nova York, o índice DXY, que mede o dólar ante outras moedas principais, subiu 0,30%, a 90,098 pontos. No horário citado, o dólar avançava a 103,95 ienes, o euro recuava a US$ 1,2227 e a libra tinha alta a US$ 1,3570.   O avanço do dólar não foi suficiente para conter o impulso do petróleo, ainda sustentado pela decisão saudita de cortar a oferta, o que ajuda a equilibrar o mercado. O contrato do WTI para fevereiro fechou em alta de 2,77%, a US$ 52,24 o barril, na Nymex, e o Brent para março avançou 2,96%, a US$ 55,99 o barril, na ICE. (Gabriel Bueno da Costa - [email protected]) Volta   CÂMBIO O real, assim como terminou 2020, começou 2021 como uma das moedas com pior desempenho ante o dólar, considerando as 34 divisas mais líquidas. A moeda americana acumulou alta de 4,4% na primeira semana do ano, a quarta consecutiva de valorização. O risco fiscal em alta no Brasil voltou a incomodar os investidores e, nos últimos dias, a divisa dos Estados Unidos passou também a ganhar força internacionalmente, em um movimento de correção estimulado pelas altas dos juros dos Treasuries americanos, com a visão de que a economia americana pode crescer mais no governo de Joe Biden, gerando mais inflação e fim das compras de ativos pelo Federal Reserve.   Nesse ambiente, o dólar encerra a semana no Brasil no maior nível desde novembro. No fechamento de hoje, subiu 0,32%, aos R$ 5,4165. No mercado futuro, o dólar para fevereiro era negociado com leve valorização de 0,11%, a R$ 5,4210 às 18h10.   Em meio às crescentes incertezas domésticas, com notícias fiscais que não agradaram, profissionais das mesas de câmbio relatam que aumentou esta semana a procura por hedge cambial para a proteção em outras aplicações domésticas, sobretudo na Bolsa, que superou hoje os inéditos 125 mil pontos. Isso elevou na semana os volumes de negócios no mercado futuro, para a casa dos US$ 17 bilhões por dia.   "Vimos nos últimos meses uma sequência de procrastinação, com o Executivo e o Legislativo empurrando com a barriga decisões fiscais importantes", avalia o gestor da Kairós Capital, Fabiano Godoi, citando a dificuldade de avançar com vários temas da agenda, incluindo o Orçamento de 2021. Com a eleição para os comandos da Câmara e do Senado, Godoi acredita que o governo terá o Orçamento aprovado só em março.   "O reflexo nos mercados é a piora da percepção fiscal do País", destaca o gestor da Kairós, em live da Ohmresearch, citando que o efeito maior tem sido no câmbio e nos juros futuros. "O real está extremamente desvalorizado em relação a outros emergentes, tem uma grande distorção em relação aos pares." Já a Bolsa, por ter atraído mais pessoas físicas nos últimos meses, está descolada dos outros mercados, que são dominados por investidores institucionais. Por isso, o risco é de correção maior no Ibovespa, caso o ajuste não ande.   "É crescente a percepção que o teto de gastos pode não ser cumprido", disse o colaborador da Ohmresearch e ex-chefe do Departamento de Operações do Mercado Aberto do Banco Central, Sergio Goldenstein, na mesma live. "O risco de populismo fiscal subiu", disse ele, citando que persiste a possibilidade de extensão do auxílio emergencial. "O panorama fiscal de curto prazo é bastante grave." O reflexo é a piora do câmbio e a maior inclinação da curva de juros. Há ainda, ressalta Goldenstein, a questão da vacinação, que está mais lenta no Brasil que outros mercados, outro ponto a incomodar os investidores.   No mercado internacional, o DXY, que mede o comportamento do dólar ante divisas fortes, voltou a operar hoje acima dos 90 pontos, no maior nível desde 29 de dezembro. Os estrategistas do JPMorgan avaliam que o Congresso nas mãos dos democratas dá algum respiro para o dólar, após a divisa testar os menores valores no final de 2020 desde 2018.   Ainda é cedo para falar se será o fim da tendência de enfraquecimento da moeda americana, destacam nesta sexta-feira, mas a perspectiva de maior crescimento econômico e inflação mais alta nos EUA pode levar a novo fortalecimento da moeda americana.   Um dos cenários, ressalta o JPMorgan, é que a aceleração do Produto Interno Bruto (PIB) pode levar o Federal Reserve a começar a reduzir as compras mensais de ativos. O JP espera novo pacote fiscal de US$ 900 bilhões e elevou a previsão do PIB dos EUA este ano para 5,3%, na comparação do quarto trimestre de 2021 com o mesmo período de 2020. (Altamiro Silva Junior - [email protected])     18:30   Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima Dólar Comercial (AE) 5.41650 0.3241 5.44060 5.32280 Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0 DOLAR COMERCIAL FUTURO 5422.500 0.1385 5444.000 5325.000 DOLAR COMERCIAL FUTURO 5400.000 0.29718 5400.000 5375.000       JUROS A pressão fiscal doméstica se juntou, nos minutos finais do pregão regular, à chance de os estímulos americanos serem menores do que o precificado pelo mercado, embora Joe Biden tenha dito o contrário, levando a um movimento de alta dos juros futuros nesta sexta-feira. Assim, a curva ganhou inclinação em relação ao encerramento da semana passada, com o diferencial entre os contratos de janeiro 2022 e 2027 passando de 355 pontos no dia 30 a 390 pontos hoje.   A taxa do Depósito Interfinanceiro (DI) de janeiro de 2022 passou de 3,035% ontem a 3,125% hoje (regular) e 3,135% (estendida). O janeiro 2023 foi de 4,621% a 4,680% (regular) e 4,675%(estendida). O janeiro 2025 avançou de 6,184% a 6,260% (regular) e 6,230% (estendida). E o janeiro 2027 subiu de 6,963% a 7,030% (regular) e 7,010% (estendida).   As exibidas no fechamento destoaram do movimento da manhã no mercado de juros, acompanhando o dólar e a produção industrial levemente inferior ao consenso. Mas o movimento não se sustentou, em meio ao noticiário político local e externo.   Primeiro, no fim da manhã, o candidato à Presidência da Câmara Baleia Rossi (MDB-SP), apoiado por Rodrigo Maia (DEM-RJ), elogiou a votação rápida do auxílio emergencial no ano passado. Foi uma fala protocolar, típica de quem está em campanha. Só que os investidores não gostaram do tom, pois esperavam, nas palavras de um profissional do mercado, uma "mensagem mais dura" no compromisso fiscal.   Essa mensagem até veio, horas depois, pelo Twitter. "Quero reforçar o que disse no lançamento de minha candidatura: temos que olhar nossa pauta com responsabilidade fiscal. A pandemia ainda não acabou. Qualquer discussão sobre o auxílio emergencial passa, necessariamente, pelo cuidado com as contas públicas", escreveu o deputado. Os juros até passaram por um movimento de correção pontual, mas, como pontuou o operador antes mencionado, "o estrago já foi feito".   A economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, reforça que, apesar da virada do ano-calendário, o debate econômico brasileiro segue emperrado, à espera da retomadas de reformas enquanto o Congresso passa pelo processo de escolha de seus novos líderes.   "É exaustivo. Havia quem estava com expectativa, mas quando se vê o ambiente político... É alarmante para o mercado quando se vê que (o debate) está preso a velhos temas", resumiu Camila.   O debate sobre o auxílio entre políticos, vale lembrar, encontra pouca ressonância na equipe econômica. As repórteres Adriana Fernandes e Idiana Tomazelli mostraram, nesta tarde, que a avaliação dele não mudou. Mas membros do seu time admitem que, se for necessária nova rodada de estímulos, o benefício terá de ficar abaixo de R$ 300.   Mas o impasse político com temas fiscais não ficou restrito ao Brasil hoje. O senador democrata Joe Manchin se posicionou contra a ampliação do auxílio financeiro individual nos Estados Unidos, mostrando que mais estímulos ainda não são consenso no partido que agora comandará Senado e Câmara.   Minutos depois, o presidente americano eleito, Joe Biden, contemporizou e argumentou que os números do payroll hoje cedo mostram que é necessária mais ajuda fiscal no país. Mais uma vez, o mercado ficou refém da "gangorra" dos headlines políticos.   Há de se pontuar ainda que houve abertura das taxas de juros nos Estados Unidos nesta semana, em meio à aposta de crescimento e inflação mais forte no médio prazo. O juro da T-note de 10 anos voltou ao nível de 1%, o que não ocorria desde março.   Para a semana que vem, além da política, o mercado vai monitorar, internamente, os números do IPCA de dezembro e de 2020 (terça-feira) e os resultados de novembro do setor de serviços (quarta-feira) e varejo (sexta-feira). No exterior, a semana traz os dados da balança comercial da China (sem data definida) e a inflação ao consumidor nos EUA (quarta-feira). (Mateus Fagundes - [email protected])     18:28   Operação   Último CDB Prefixado 31 dias (%a.a) 1.92 Capital de Giro (%a.a) 5.17 Hot Money (%a.m) 0.56 CDI Over (%a.a) 1.90 Over Selic (%a.a) 1.90            
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