BC DESINCLINA CURVA, DÓLAR TOMBA COM SWAP E VACINA, ENQUANTO BOLSA VAI A 115 MIL PTS

Blog, Cenário
A mudança na comunicação do Banco Central, sinalizando o fim do forward guidance já no começo de 2021, antecipou apostas para o início do aperto monetário no ano que vem e direcionou o apetite por risco no Brasil, com curva de juros perdendo inclinação, dólar em queda e Bolsa em alta. Mas os movimentos ganharam ainda mais tração na segunda metade do dia, com um combo de notícias que fez câmbio e Bolsa alcançarem patamares que não eram vistos há meses por aqui. A informação de que o Butantan poderá produzir até 1 milhão de doses por dia de vacina contra a covid animou os agentes, que decidiram tomar ainda mais risco quando foi confirmada a data da votação da LDO. Para completar, no caso do dólar, um leilão extra de swaps por parte do BC, num total de US$ 800 milhões, para atender à demanda de fim de ano exerceu pressão importante sobre a moeda, fazendo o real ter, de longe, o melhor desempenho em uma cesta de 34 pares. Assim, com o exterior em segundo plano, a divisa dos EUA cedeu 2,60% ante o real, a R$ 5,0379 - menor valor desde 12 de junho. E uma parte desse tombo deriva da perspectiva de alta antecipada da Selic, o que fez os juros futuros de curto prazo terminarem em alta e os longos com queda firme. Além do clássico movimento técnico de desinclinação que a sinalização do Copom causou, esse último vértice da curva teve a influência também do megaleilão de títulos prefixados do Tesouro, num lote de 47,5 milhões absorvido integralmente. A possibilidade de juros mais altos poderia ter afastado o investidor da renda variável, mas acabou puxando as ações dos bancos para cima. Como se não bastasse, o petróleo teve forte ganho, bem como o minério de ferro, resultando em avanço dos papéis de Petrobras, Vale e siderúrgicas. Com tantos pesos-pesados em alta, o Ibovespa encerrou o dia com ganhos de 1,88%, aos 115.128,63 pontos - maior nível desde 17 de fevereiro deste ano. Enquanto isso, no exterior, as dificuldades na aprovação de um novo pacote fiscal nos Estados Unidos mantiveram os índices acionários em Wall Street majoritariamente negativos. E nem mesmo a informação de que a União Europeia conseguiu superar o impasse com Hungria e Polônia e fechou acordo para a implementação do fundo de recuperação de 750 bilhões de euros mudou esse quadro. Ainda assim, a informação forneceu suporte ao euro, que acelerou ganhos e pressionou o dólar, enquanto a libra segue em baixa diante do impasse do bloco nas negociações por um acordo comercial pós-Brexit com Reino Unido. A fraqueza do dólar, por outro lado, ajudou na alta das commodities, incluindo o petróleo. Após o fechamento dos negócios, a S&P Global Ratings reafirmou a nota de risco do Brasil em 'BB-/B', mantendo a perspectiva estável.  
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  JUROS O mercado de juros se dedicou nesta quinta-feira aos ajustes ao comunicado do Copom, com o tom mais conservador do que o esperado provocando a clássica reação de perda de inclinação na curva. As taxas curtas subiram e as demais caíram, refletindo a percepção de que o colegiado se prepara para retirar o forward guidance, que indica manutenção da Selic estável, provavelmente no próximo encontro, em janeiro. E, embora a maioria não acredite num aperto monetário já na reunião seguinte, várias instituições anteciparam suas estimativas de avanço da Selic ao longo de 2021. Outro destaque do dia foi o megaleilão de títulos do Tesouro. O lote de 47,5 milhões de títulos prefixados foi absorvido integralmente, representando uma oferta histórica em termos financeiros e de risco de mercado (DV01).   O giro de contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) na B3 foi astronômico, com mais de 1 milhão somente no vencimento de janeiro de 2022, o principal alvo da reação ao Copom. Fechou com taxa de 3,08% (regular) e 3,06% (estendida), de 3,039% ontem no ajuste. O DI para janeiro de 2023 fechou com taxa de 4,46% (regular) e 4,44% (estendida), de 4,465% ontem, e a do DI para janeiro de 2025 caiu de 6,114% para 6,03% (regular) e 5,99% (estendida). O DI para janeiro de 2027 terminou a regular com taxa de 6,83% ea estendida em 6,79%, de 6,963%.   A alta se concentrou principalmente nos contratos que vencem entre meados de 2021 até o fim de 2022, que são os mais sensíveis à mudança de status da política monetária. O Copom manteve o forward guidance, mas alertou que desde sua adoção observou-se uma reversão da tendência de queda das expectativas de inflação em relação às metas para o horizonte relevante, com 2022 cada vez mais entrando no radar e já com a previsão de IPCA em cima da meta de 3,5%. "A manutenção desse cenário de convergência da inflação sugere que, em breve, as condições para a manutenção do forward guidance podem não mais ser satisfeitas", afirma o Copom.   Foi a senha para revisão de cenários para a Selic. Os bancos Santander e BNP Paribas, por exemplo, que esperavam aperto monetário somente em 2022, anteciparam a previsão para o segundo semestre de 2021. O Banco Fator destaca que, independentemente da reação do mercado a eventual “mudança no regime fiscal”, o Copom vai abandonar a intenção de manter a Selic onde está. "O mercado entendeu que o Copom vai elevar a Selic em meados de 2021. O novo guidance. A curva de juros cedeu e perdeu inclinação", afirma a instituição, que tem José Francisco Lima Gonçalves como economista-chefe.   Segundo o gestor de renda fixa da Absolute Investimentos, Mauricio Patini, a reação ao Copom foi o que ditou o comportamento da curva durante todo o dia e mesmo o leilão "gigantesco" do Tesouro foi bem absorvido. "Há sinais de que estrangeiros garantiram boa parte da demanda", afirmou. Segundo ele, tudo indica que o movimento de entrada de fluxo de não residentes na renda fixa informado pelo Tesouro em outubro teve sequência em novembro e neste começo de dezembro.   O Tesouro mais do que dobrou a oferta de LTN, de 20 milhões para 45 milhões, em relação à semana passada, enquanto o lote de NTN-F subiu de 450 mil para 2,5 milhões. As NTN-F são papéis normalmente demandados por investidores estrangeiros. Tudo foi vendido integralmente, menos a oferta de LFT, de até 1,5 milhão - foram colocadas 1.199.050. De acordo com a Renascença DTVM, o DV01 dos prefixados foi recorde, de R$ 8,34 milhões, assim como o volume financeiro dos leilões, de R$ 44,3 bilhões.   Enquanto os leilões do Tesouro vão "bombando", as operações compromissadas Copom a Copom vão minguando. Nesta quinta, o BC chegou a promover três delas com vencimento até o próximo encontro (45 dias corridos), mas enxugou apenas R$ 171,55 bilhões.   Na ponta longa, as principais taxas, que já cediam com o efeito Copom, ampliaram a queda à tarde na medida em que o dólar renovava mínimas na casa dos R$ 5,03, com notícias vindas de Brasília e de que o Instituto Butantan começou a produzir a vacina Coronavac. O Congresso confirmou para o dia 16 a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Na agenda, as vendas do varejo ficaram no teto das previsões, mas não chegaram a influenciar os negócios, até porque a avaliação segue sendo a de que a redução no valor do pagamento do auxilio emergencial deve reduzir o ritmo do comércio. (Denise Abarca - [email protected])     18:27   Operação   Último CDB Prefixado 32 dias (%a.a) 1.92 Capital de Giro (%a.a) 4.98 Hot Money (%a.m) 0.56 CDI Over (%a.a) 1.90 Over Selic (%a.a) 1.90     CÂMBIO O dólar fechou a quinta-feira em R$ 5,03, na menor cotação desde o dia 12 de junho, quando foi a R$ 5,00 após uma breve temporada abaixo deste patamar. Fatores técnicos, incluindo um leilão extra de swap cambial do Banco Central, além do noticiário positivo doméstico sobre vacinas contra o coronavírus e a perspectiva de que os juros podem voltar a subir mais cedo em 2021, o que em tese é positivo para atrair dólares ao Brasil, fez o real ganhar força em todo o pregão de hoje. A divisa brasileira terminou o dia com o melhor desempenho em uma cesta de 34 moedas mais líquidas, em meio a relatos de reforços nos fluxos externos ao Brasil, não só para a Bolsa, mas também para participar do leilão do Tesouro.   No fechamento, o dólar à vista encerrou em baixa de 2,69%, cotado em R$ 5,0379. No mercado futuro, o dólar para janeiro era negociado em baixa de 2,62%, em R$ 5,0355 às 18h05, com giro de negócios de US$ 17 bilhões, o maior da semana.   Operadores falavam já ontem à noite da chance de queda do real nesta quinta-feira, com o Banco Central anunciando oferta extra de swap para hoje, de US$ 800 milhões, após concluir a rolagem dos papéis de janeiro. Também na noite de ontem, o comunicado da reunião de política monetária do BC, considerado mais duro, levou parte dos analistas a passar a prever chance de alta de juros mais cedo em 2021, o que também se reverteu em aumento destas apostas na curva a termo de juros.   A analista de mercados emergentes e moedas do Commerzbank, You-Na Park-Heger, destaca que a possibilidade de alta de juros voltou ao radar do BC, o que não deixa de surpreender, pois a instituição vinha minimizando a recente aceleração dos índices de preços. Para ela, a volta da elevação dos juros pode ocorrer no segundo semestre de 2021. Assim, o comunicado mais duro ("hawkish") do BC é um fator positivo para o câmbio, na medida em que a redução do diferencial das taxas do Brasil com o resto do mundo foi um dos principais fatores a pressionar o câmbio nos últimos meses, além da questão fiscal.   Ainda sobre o BC, a instituição fez hoje leilão de swap, injetando US$ 800 milhões de dinheiro novo no mercado. O volume foi completamente absorvido e tem como objetivo aliviar a pressão que os bancos terão no mercado quando desfizerem a proteção extra que tem para ativos no exterior, o overhedge. A Armor Capital calcula que são US$ 15,5 bilhões para serem desfeitos e, se não quiserem correr risco cambial, a operação precisa ocorrer no último dia útil do ano, pois os ativos no exterior são avaliados pelo referencial Ptax de 30 de dezembro.   Nas notícias sobre vacina, o governador de São Paulo, João Doria, afirmou que o Instituto Butantan começou a produzir ontem a Coronavac, com capacidade de produção que chegará a 1 milhão de doses por dia. Já a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou hoje uma resolução com regras para permitir o uso emergencial de vacinas. Com essas notícias, o dólar testou mínimas, enquanto o Ibovespa acelerou os ganhos, para no final da tarde superar os 115 mil pontos.   A expectativa pela vacina é forte porque ela pode ajudar a acelerar o crescimento da atividade, que será prejudicada neste e no próximo trimestre pelo crescimento de casos da covid no País, avalia o economista-chefe do Citi para Brasil, Leonardo Porto. Para ele, a vacinação no Brasil deve ganhar força a partir do segundo trimestre de 2021. Sobre o câmbio, ele está mais cético e acha que o dólar fecha o ano em nível mais alto que o atual, por conta da tendência do aumento de ruídos políticos nas próximas semanas em Brasília, em torno das reformas, da prorrogação do auxílio emergencial e da agenda fiscal. Por ora, o Senado confirmou a votação da Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) de 2021 no próximo dia 16.   No exterior, o dia também foi de notícias positivas, incluindo a adoção de novos estímulos monetários pelo Banco Central Europeu e a aprovação, na região, um acordo para implantação do orçamento de 1,8 trilhão de euros, que inclui um fundo de recuperação econômica no valor de 750 bilhões de euros. Nos Estados Unidos, a presidente da Câmara, a democrata Nancy Pelosi, disse que houve "grande progresso" nas negociações para a aprovação de um pacote de estímulo fiscal no Congresso.   Como destaca o analista sênior de mercados do banco Western Union, Joe Manimbo, em meio a esse noticiário, as cotações do dólar foram "água abaixo", voltando a testar as mínimas em mais de dois anos e meio. Os pedidos de auxílio-desemprego acima do esperado ajudaram a enfraquecer ainda mais a moeda. Ante emergentes, porém, o dólar operou misto, subindo no México, Turquia e África do Sul e caindo no Brasil, Polônia e Hungria. (Altamiro Silva Junior - [email protected])     18:27   Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima Dólar Comercial (AE) 5.03790 -2.5966 5.13190 5.03240 Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0 DOLAR COMERCIAL 5032.000 -2.69748 5133.000 5015.500 DOLAR COMERCIAL FUTURO 5063.000 -2.1548 5127.000 5063.000         BOLSA O Ibovespa deu uma arrancada na sessão de negócios de hoje e testou, por vários momentos, para conseguir fechar na marca dos 115 mil pontos, nível que frequentou pela última vez em 17 de fevereiro passado (115.309,08). Assim, o índice Bovespa terminou com ganhos de 1,88%, aos 115.128,63 pontos.   Ao contrário do início da semana, quando as preocupações com a questão fiscal foram preponderantes para a pisada no freio dos investidores, hoje, com a definição mais clara sobre a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), na semana que vem, e notícias sobre o andamento do processo de imunização no país, as ordens de compra foram disparadas.   "Há, evidentemente, um fluxo de recursos estrangeiros que estava represando esta semana à espera de algumas definições", disse um operador, ressaltando que as ações de primeira linha do setor financeiro, preferidas por este público, mas também ainda bastante descontadas, seguiram com altas fortes. Itaú Unibanco PN avançou 3,31% enquanto Bradesco PN, 4,12%, Banco do Brasil ON, 5,20% e as units do Santander, 2,33%.   "Esse fluxo também deve ter influenciado na queda do dólar, apesar de a divisa também estar respondendo à perspectiva futura de alta da Selic, após o comunicado do Copom de ontem." No mercado de câmbio, o dólar à vista caiu aos níveis de seis meses atrás e encerrou cotado a R$ 5,0379, em queda de 2,60%.   Já para Ariovaldo dos Santos, operador da mesa de renda variável da Commcor, o fluxo se dá mais por movimentos e operações próprias do mercado acionário do que propriamente pelo ingresso de dinheiro de não-residentes. "A alta se realimenta, assim como a queda". Hoje, com o Ibovespa chegando a 115.261,71 pontos, na máxima, o giro financeiro, de R$ 42,6 bilhões, foi o maior do mês de dezembro.   Santos ressalta que, com uma perspectiva de que uma vacina realmente será efetivada num horizonte próximo aqui no Brasil, a avaliação é a de que as pessoas vão consumir mais e a economia vai se fortalecer. Isso, mesmo em um ano no qual o Banco Central eleve a taxa de juros, a Selic. Ao mesmo tempo, diz, o aumento do juro acaba elevando o lucro dos bancos. "E aí vemos as ações das instituições financeiras andarem como na sessão de hoje", afirma.   Muito embora os pares em Nova York mostrassem claudicância, mas oscilando na maior parte do tempo no terreno negativo pelas indefinições no Congresso americano pelo pacote de estímulos, outros ventos externos ajudaram o Ibovespa: as commodities. Os contratos futuros de petróleo passaram o dia com ganhos perto de 3% e as ações da Petrobras estiveram em sintonia, com as preferenciais e as ordinárias fechando a sessão de negócios com ganhos de 3,27% e 3,63%. O minério de ferro, em US$ 156,58 a tonelada, seguiu impulsionando Vale e empresas correlatas.   Aqui no Brasil, o Congresso Nacional convocou uma sessão no próximo dia 16 para votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2021. A votação será dividida em duas etapas, uma para deputados e outra para senadores. A convocação foi feita após um acordo do Congresso com o Executivo para votar o projeto da LDO diretamente no plenário e garantir que o governo comece janeiro com uma autorização mínima para executar despesas essenciais. A Lei Orçamentária Anual (LOA), com os valores para cada ministério e a definição das emendas parlamentares, deve ser votada em fevereiro.   Também durante o dia, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de aprovar regras que autorizem o uso emergencial e em caráter experimental de vacinas contra a covid-19 vai evitar a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a agência. Maia disse que já havia proposto a CPI a alguns líderes para investigar a atuação dos técnicos do órgão regulador e apurar as causas do atraso nessas autorizações.(Simone Cavalcanti - [email protected])     18:26   Índice Bovespa   Pontos   Var. % Último 115128.63 1.8827 Máxima 115261.71 +2.00 Mínima 112731.76 -0.24 Volume (R$ Bilhões) 4.26B Volume (US$ Bilhões) 8.38B         18:27   Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % Último 115260 2.00903 Máxima 115275 +2.02 Mínima 112635 -0.31       cgi     Volta   MERCADOS INTERNACIONAIS A União Europeia conseguiu superar a resistência de Hungria e Polônia e fechou acordo para a implementação do fundo de recuperação de 750 bilhões de euros. A notícia forneceu suporte ao euro, que acelerou ganhos e pressionou o dólar, enquanto a libra segue em baixa diante do impasse do bloco nas negociações por um acordo comercial pós-Brexit com Reino Unido. A divisa americana fraca favoreceu o petróleo e o barril do Brent voltou à marca de US$ 50 pela primeira vez desde março. Em Wall Street, as bolsas de Nova York tiveram uma sessão mista e os juros dos Treasuries caíram. Apesar do otimismo em relação à distribuição de vacinas contra a covid-19, investidores ponderaram o acelerado avanço da doença pelo país e as dificuldades na aprovação de um novo pacote fiscal para combater os efeitos nocivos da pandemia sobre a economia americana.   Demorou um semestre, mas os líderes da UE finalmente superaram todos os obstáculos no caminho da aprovação do orçamento de 1,8 trilhão de euros, que inclui inédito fundo de recuperação de 750 bilhões de euros. Na etapa final do processo, húngaros e poloneses representaram os principais focos de dores de cabeça para os países mais ricos, que defendiam um cláusula que atrelasse a liberação dos recursos ao cumprimento de normas democráticas. Os líderes populistas dessas duas nações consideravam tal requisito uma afronta à soberania política e ameaçaram vetar o projeto, que demanda unanimidade.   Coube ao presidente do Conselho Europeu anunciar, em publicação no Twitter, a resolução do problema: "Agora, podemos começar a implementação e reconstrução de nossas economias. Nosso marcante pacote de recuperação vai impulsionar nossas transições verde e digital", escreveu, acompanhado logo em seguida pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen: "A Europa avança. 1,8 trilhão de euros para impulsionar nossa recuperação e construir uma UE mais resiliente, verde e digital".   Se internamente os líderes europeus conseguiram resolver suas diferenças, em outra frente de negociações as divergências seguem firmes. O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, recomendou que os britânicos comecem a se preparar para um Brexit - a saída do país insular da UE, a ser oficializada em 1 de janeiro de 2021 - sem um acordo comercial. Ontem, ele jantou com Von der Leyen, mas saiu sem um entendimento e deixou prazo final para domingo.   O resultado dessas dinâmicas políticas foi que, no fim da tarde em Nova York, a libra caía a US$ 1,3298 e o euro avançava a US$ 1,2143. Como a moeda comum tem peso majoritário no DXY, que mede a variação do dólar a uma cesta de seis rivais fortes, o índice fechou em baixa de 0,29%, a 90,824 pontos. Segundo o ING, também houve influência a decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), que manteve juros inalterados, mas aumentou em 500 bilhões de euros seu principal programa de compras de ativos. "O BCE não excedeu as expectativas apesar das medidas de relaxamento. Por isso, a alta no euro após o anúncio é justificável", avalia o banco, em relatório.   Embalado pelo dólar fraco, o petróleo avançou mais de 3%: o barril do WTI para janeiro ganhou 2,77%, a US$ 46,78, e o do Brent para fevereiro se elevou 2,84%, a US$ 50,25, terminando acima dos US$ 50 pela primeira vez desde março, quando a pandemia começou a ter seus primeiros efeitos severos na economia global e na demanda pela commodity.   O ativo energético é ajudado também pelas expectativas sobre a distribuição de vacinas para a covid-19. Após os órgãos regulatórios de Reino Unido e Canadá concederem aval ao imunizador da Pfizer, a Administração de Medicamentos e Alimentos (FDA, na sigla em inglês) dos EUA analisa hoje os testes clínicos e decide sobre sua aprovação. Até o fechamento da reportagem, ainda não havia sido divulgada a decisão do painel.   Ainda assim, há expectativa de investidores é de que a FDA siga seus pares e libere a vacinação. O Dow Jones cedeu 0,23%, a 29999,26 pontos, o S&P 500 perdeu 0,13%, a 3668,10 pontos e o Nasdaq avançou 0,54%, a 12405,81 pontos, renovando máxima histórica de fechamento. Os papéis de grandes empresas do setor de tecnologia ajudaram a impulsionar o índice, com destaque para Apple (+1,20%).   Na renda fixa, houve busca pelos Treasuries e, como consequência, os juros recuaram: no fim da tarde na Costa Oeste americana, o retorno da T-note de 2 anos caía a 0,132%, o da T-note de 10 anos recuava a 0,910% e o da T-bond de 30 anos registrava baixa a 1,636%. A demanda pela segurança é fruto de uma crescente desconfiança quanto às negociações por um novo pacote fiscal nos EUA.   A presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, garantiu hoje que houve "grandes progressos" nas discussões, embora ela continue fazendo duras críticas aos republicanos, em especial ao líder da legenda governista no Senado, Mitch McConnell. Ontem, a Casa liderada pela deputada aprovou orçamento-tampão de 1 semana para ganhar tempo para as negociações. (André Marinho - [email protected])          
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