Os ativos brasileiros se descolaram, de forma geral, do comportamento mais cauteloso visto no exterior, a ponto de o real ter a melhor performance dentro de uma cesta de 34 moedas. O comportamento da divisa, contudo, teve relação direta com decisão do Banco Central de já anunciar, na noite de ontem, a rolagem de contratos de swap que vencem em janeiro de 2021. Mais do que isso: a autoridade monetária sinalizou que pode ir além, ao citar a possibilidade de "recalibrar o montante ofertado, conforme as condições de mercado". Nesse ambiente, o dólar operou em queda o dia todo em relação ao real e terminou no menor valor em dois meses, ao cair 1,97%, a R$ 5,3305. Para ajudar nesse movimento, indicações positivas sobre o andamento da pauta econômica e de responsabilidade fiscal também entraram em cena, o que foi decisivo para que o Ibovespa terminasse em sentido oposto aos pares internacionais, com alta de 0,77%, aos 107.248,63 pontos, e contínua entrada de recursos estrangeiros. Trata-se do terceiro pregão consecutivo de ganhos, o que alçou a Bolsa local ao maior patamar desde fevereiro, antes mesmo de as medidas de isolamento social terem sido implementadas no Brasil. Com o câmbio mais calmo e o noticiário doméstico ameno, os juros também caíram de forma generalizada. Assim, aos poucos, os investidores reduzem as apostas numa alta da Selic, a despeito dos índices de inflação recentes mais elevados. Esse assunto, aliás, voltou a permear as reuniões entre analistas e Banco Central nesta terça-feira. No exterior, o dia foi de realização de lucros diante do contínuo aumento de casos de covid-19 na Europa e nos EUA. Hoje, inclusive, o presidente do Fed, Jerome Powell, e a presidente do BCE, Christine Lagarde, alertaram que a pandemia impõe riscos negativos à recuperação econômica.
- CÂMBIO
- BOLSA
- JUROS
- MERCADOS INTERNACIONAIS